Como Nascem as Estrelas escrita por Saori


Capítulo 1
Como nascem as estrelas.


Notas iniciais do capítulo

Oi, amores, boa noite! Aqui está a minha última fic pra esse mês maravilhoso. Muito obrigada por tudo, amei participar. ♥



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Andrômeda Black não era como a suas irmãs e, às vezes, isso a incomodava. Talvez, se fosse um pouco mais parecida com elas, a sua vida fosse mais fácil. No entanto, orgulhava-se das peculiaridades que a tornavam diferente. E orgulhava-se ainda mais de ter coragem o suficiente para defender os seus próprios ideais, mesmo que isso significasse que teria que se contrapor a toda a sua família. A verdade era que ela tinha um brilho único, e isso era algo que absolutamente ninguém era capaz de tirar dela. Porque ela sempre foi alguém especial.

Talvez fosse por isso que Edward Tonks tivesse se apaixonado por ela. Pela sua rebeldia atraente; personalidade forte e cabelos negros adoravelmente encaracolados. Havia uma série de qualidades e defeitos de Andrômeda que Ted poderia listar, e ele aprendera a amar cada um deles. Honestamente, não havia sido uma tarefa difícil. Tudo sobre Andrômeda era incrivelmente apaixonante.

Os pensamentos de Ted estavam completamente voltados para Andrômeda, enquanto ele se encontrava sentado em um dos bancos que ocupava a Torre de Astronomia. Aquele sempre fora o seu lugar favorito em toda Hogwarts, porque, por algum motivo, Edward sempre fora um grande amante dos astros.

De repente, o som de passos ecoaram por todo o local, despertando a sua atenção. Bastou um olhar na direção de Andrômeda para que ele percebesse que ela andara chorando, e ela raramente permitia-se chorar. Isso porque ela sempre vestia uma armadura quase impenetrável e, até mesmo para Ted, que era seu namorado, era difícil ultrapassar aquela barreira. Sem dúvidas, Andrômeda Black era a mulher mais forte que ele conhecia.

Edward manteve-se quieto, ao mesmo tempo em que se levantava do banco e aproximava-se da menina, com o seu coração partido por ter que vê-la daquela forma. De maneira delicada e afetuosa, seus braços envolveram a cintura dela, pressionando-a contra o seu corpo em um abraço apertado.

— Você quer falar sobre isso? — Ted perguntou, pesaroso. Ele detestava vê-la daquela forma e sabia que Andrômeda não se abria com facilidade.

— A Cissy também não quer mais falar comigo — ela murmurou, entre soluços quase incessantes. — Eu sinto falta das minhas irmãs. Tenho me sentido tão sozinha, Ted.

O rapaz suspirou e, suavemente, movimentou a mão direita sobre as costas dela, para cima e para baixo, em um carinho de consolo. Com aquele gesto tão simplório, a menina voltou a desabar, deixando as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Ted afastou-se um pouco dela, dando um único passo para trás e movimentou as mãos, até que tocassem o seu rosto, para que, assim, pudessem secar suas lágrimas.

— Andrômeda, por acaso você sabe como nascem as estrelas? — Ted indagou, subitamente, fazendo-a erguer as sobrancelhas em dúvida.

— Você é mesmo um grande nerd, Ted Tonks — ela resmungou, ainda com a voz embargada pelo choro. — Não, eu não sei como as estrelas nascem.

— As estrelas normalmente nascem a partir de nuvens escuras de poeira cósmica, e então elas brilham. E brilham tanto que são capazes de encantar a qualquer um — ele proferiu, com um sorriso singelo nos lábios. — E você, Andrômeda, definitivamente é uma estrela.

— Eu sou um fracasso. — Ela riu, sem humor. — Pelo menos para a tão nobre família Black.

— Você não é um fracasso, Andy, é uma estrela. E certamente não está sozinha.

— Mas e se você desistir de mim também? — ela perguntou, receosa. Arrependeu-se de ter dito aquelas palavras assim que elas saltaram de sua boca.

Ted sentiu-se ultrajado por aquele pensamento, mas compreendia como ela se sentia. Em um curto espaço de tempo, Andrômeda havia perdido toda a sua família e sentia-se desamparada de uma forma que Edward jamais seria capaz de entender. Mesmo assim, ele sabia, em seu âmago, que jamais deixaria o seu lado. Na verdade, ele a acolheria sempre que necessário e consolaria sempre que fosse preciso. Ele a amava do fundo do seu coração, com todo o seu ser, e estava disposto a enfrentar o que fosse simplesmente para que ela fosse eternamente sua.

— Eu não vou desistir de você nunca, sob hipótese alguma. — Ele suspirou, um pouco frustrado. — As estrelas raramente se formam isoladas, sabia? — ele proferiu, despretensioso.

— O que isso quer dizer? — ela indagou, sem muito ânimo. — E se elas nascerem sozinhas? Isso quer dizer que estão fadadas a viverem solitárias para sempre? — Apesar de ter dito aquelas palavras, era como se não quisesse obter uma resposta para a sua própria pergunta.

— Não, Andrômeda. — Ele negou, balançando a cabeça de um lado para o outro. — Isso quer dizer que eu nunca, sob hipótese alguma, sairei seu lado. Eu te prometo.

— Por que dói tanto quando as pessoas vão embora? Eu perdi as minhas melhores amigas, que são as minhas irmãs, e toda a minha família — ela disse, visivelmente abalada. — Eu só queria poder fazer as coisas da maneira certa, mas por que sinto que estou sendo punida por isso?

Não havia uma resposta exata para aquela questão. Na cabeça de Andrômeda, o universo estava sendo impiedoso e cruel, punindo-a pelos seus erros passados, mesmo que suas atuais atitudes fossem corretas e límpidas. Como ela poderia se redimir de seus próprios arrependimentos e colocar tudo nos eixos? Ela só queria ter a sua vida de volta, como quando era criança e as coisas eram infinitamente mais simples. Arrependia-se amargamente de ter envolvido Ted em toda aquela bagunça e sentia-se culpada com frequência.

— Você é a pessoa mais corajosa que eu já conheci em toda a minha vida — Ted falou, com um sorriso alegre tomando conta dos seus lábios. — Eu tenho orgulho de você. Eu posso ser o seu melhor amigo, seu confidente, seu namorado e sua família. Mesmo que não seja o suficiente, eu farei o possível para ser tudo o que você precisar, porque eu te amo, Andrômeda Black e, aconteça o que acontecer, eu continuarei te amando.  

— Ted, essa é a primeira vez que você me diz isso.

Os olhos da menina se arregalaram em um misto de surpresa e expectativa, que Ted não soube exatamente como interpretar.

— Isso o que? — ele perguntou, confuso.

Inevitavelmente, a menina gargalhou, fazendo o rapaz se sentir aliviado, mesmo que ainda não compreendesse o motivo para aquela risada inesperada. A verdade era que ele amava vê-la sorrir, porque era como um remédio diário, capaz de curá-lo de qualquer coisa. Andrômeda era a sua dose diária de felicidade.

— Você é mesmo um tonto — ela brincou e, de repente, tomou-lhe os lábios, em um beijo rápido. — Eu também te amo.

— Ah, era isso, achei que você já soubesse — Ted disse, risonho e um pouco sem jeito. — Andrômeda, você é a pessoa mais corajosa que eu conheço.

— Você é literalmente tudo o que eu tenho, e eu sou tão sortuda por ter você — Andrômeda falou, sorrindo. — Obrigada por ser a minha família, Ted.

— Obrigado por ser a estrela mais brilhante do meu céu.

— Seu nerd — ela falou, brincalhona, em meio a uma gargalhada.

Naquele instante, Ted sentiu-se completamente satisfeito e verdadeiramente feliz, simplesmente por ter colocado um sorriso em seu rosto. Não eram muitos os momentos em que Andrômeda se demonstrava vulnerável, portanto, não era como se ele estivesse acostumado com aquilo, mas desde que se tornaram melhores amigos, fizera uma promessa a si mesmo: ele sempre a faria sorrir quando precisasse. E foi assim até o final da sua vida.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim! Enfim, vejo vocês no ano que vem! ♥