Playing With Fire 🔥 Sirius Black escrita por Beatrice do Prado


CapĂ­tulo 53
Do céu ao inferno


Notas iniciais do capĂ­tulo

Olá, tudo bem com vocês?

Nem acredito que o Ăşltimo capĂ­tulo narrativo chegou! Mesmo querendo que esse momento chegasse logo, para poder compartilhar logo a segunda temporada, eu vou sentir muita falta desse surto que Ă© Playing With Fire.

A próxima fase abordará o último ano em Hogwarts e a 1º Guerra, não que os surtos vão acabar, mas as coisas vão ficar tensas e eu não se estou preparada para isso kkkkkk rindo para não chorar.


Já desabafei demais, tenham uma ótima leitura.



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Assim que as provas finais foram encerradas, os estudantes de Hogwarts se prepararam para retornarem às suas residências e assim poderem aproveitar, o tão merecido descanso de férias.

Era verdade que alunos, como Sirius Black, preferiam permanecer no colégio durante esse período, devido à família desestruturada que possuía, mas para o alívio do rapaz, aquele seria o último recesso com os parentes, já que Almofadinhas planejava sair de casa assim que os seus estudos fossem encerrados.

Pensar naquela decisĂŁo, o fazia se sentir entusiasmado e deprimido ao mesmo tempo, pois mesmo sabendo que o pesadelo vivido com os pais seria encerrado, ainda assim o irmĂŁo permanecia naquela casa maldita, sendo submetido a lavagens cerebrais constantes.

O grifinório até pensava na possibilidade de levar Regulus para morar com ele, mas Sirius tinha certeza de que o irmão não aceitaria se desvencilhar da família tão facilmente, ainda mais porque a relação dos dois foi se enfraquecendo com o passar dos anos.

Outros alunos, como Elizabeth, sempre aguardavam ansiosos por aquele momento, ao qual poderiam descansar de toda a rotina de estudos, e mesmo que a garota adiantasse as matérias do próximo ano com a ajuda de seu tio, boa parte do recesso era utilizado para o seu divertimento.

Mais do que um merecido descanso, Mcguire sempre amava viajar com o tio até o Brasil, pois naquele período ela podia experimentar uma liberdade, que sempre fora ceifada pelos próprios pais.

—Você fala tão bem do Brasil, Lizzie. – Mencionou Henry, que adentrava a uma das cabines do Expresso de Hogwarts – Dá até vontade de ir para lá.                                         

—Dá mesmo. – Concordou Longbottom – Ainda mais com as comidas, que o seu tio trouxe para a gente experimentar.

—E se todos vocês fossem para lá, no ano que vem? – Sugeriu Elizabeth – Poderíamos fazer uma grande viagem de formatura.

—Eu não sei se os meus pais deixariam. – Argumentou Raven.

—Nem os meus. – Concordou Alice.

—Podem deixar, que eu cuido disso. – Afirmou Keith, que foi o último a entrar na cabine – Afinal, eu consegui convencer os pais da Elizabeth para que ela passasse as férias comigo, então vai ser fácil convencer os pais de vocês também.

—A gente poderia chamar os meninos também, né? – Sugeriu Lilian.

—Os meninos ou o James? – Provocou Fortescue, antes que um aluno da Corvinal batesse na porta da cabine, a abrindo em seguida.

—Professor, fica um pouco com a gente também. – Pediu o jovem.

—A gente acabou de se sentar aqui, menino. – Reclamou Mcguire.

—Você já vai ficar as férias com ele. – Retrucou o corvino – Não seja egoísta.

—Calma, crianças. – Pediu o professor, se levantando – Eu posso dividir o meu tempo com todos os grupos.

—Quantos grupos de alunos já te chamaram? – Perguntou Lizzie, contrariada.

—Muitos. – Respondeu, encarando a sobrinha com atenção – Que culpa eu tenho, por ser uma boa companhia?

Assim que todos os estudantes desembarcaram do grande trem, uma leva de abraços pôde ser contemplada, por todas as pessoas que estavam naquela plataforma ferroviária. Além daquele gesto de carinho, muitos alunos prometeram se corresponder por meio de cartas, durante o período de recesso.

—Não esquece, que você precisa mandar as cartas para o James. – Avisou Black, depois de se despedir de todos os outros estudantes – E depois ele dá um jeito, de levar para mim.

—Não se preocupe, eu não vou esquecer de mandar para o Potter. – Afirmou Lizzie, antes de abraça-lo forte.

—Eu vou sentir a sua falta. – Confessou Almofadinhas, ainda abraçado à namorada.

—Eu também vou. – Concordou Elizabeth.

—Já chegou o disco voador. – Anunciou Keith, ao perceber a presença dos pais de Sirius que adentravam à rodoviária, à procura dos filhos.

—Te vejo em setembro. – Disse Elizabeth, antes de se virar para acompanhar o tio, que a levaria para fora do local, por outro caminho.

No meio daquele trajeto, Mcguire conseguiu identificar uma voz masculina que a chamava de longe, e ao tentar identificar o responsável pela convocação, percebeu Ethan White se aproximando.

—Ainda bem que eu te encontrei, Elizabeth. – Afirmou o sonserino, esbaforido.

—Aconteceu alguma coisa? – Questionou Lizzie.

—Não, eu só queria me despedir de você e do seu tio, já que em Hogwarts eu não consegui te encontrar. – Respondeu, antes de apertar a mão de Keith e posteriormente a de Lizzie – Tenham um ótimo recesso e não se preocupe, que em breve nós nos veremos. – Finalizou a conversa, antes de se afastar dos dois que o observavam desaparecer por entre as pessoas, que circulavam pelo local.

—O que ele quis dizer com, em breve nós nos veremos? – Questionou o tio, confuso.

—Sei lá. – Respondeu, dando de ombros – Esse cara sempre fala umas coisas enigmáticas, eu até me sinto dentro do desenho Scooby-Doo, com todo esse mistério.              

—Ele não é uma pessoa confiável. – Alertou o homem.

—Nossa, como você é perspicaz. – Zombou Elizabeth, antes de rir do tio.

—Continua com a gracinha, que eu não te levo na aniversário da Morgana. – Retrucou o adulto.

—Você nunca faria isso, comigo. – Rebateu Lizzie – Mas vamos logo para o Brasil, para a gente comprar o presente dela, que a festa já é amanhã.

(...)

Elizabeth e Keith decidiram chegar um pouco mais cedo ao estonteante Castelo Rá-Tim-Bum, para que eles pudessem auxiliar com a organização da festa, caso fosse necessário.

Ao se aproximarem do palacete, os dois puderam perceber a presença de três crianças, que assim como eles, carregavam presentes de aniversário em seus braços.

—Quem são vocês? – Questionou um menino, que aparentava ser o mais jovem do trio.

—Eu é quem pergunto, quem são vocês. – Retrucou Lizzie, encarando aquele menino com atenção.

—Mas eu perguntei primeiro. – Rebateu, a criança.

—Mas eu sou mais velha, então você precisa me responder primeiro. – Afirmou Mcguire.

—Por quê? – Perguntou o menino, confuso.

—Porque os mais jovens, devem respeitar os mais velhos. – Respondeu Mcguire.

—Por quê? – Replicou o guri.

—Porque sim. – Respondeu Elizabeth.   

—Porque sim não é resposta. – Rebateu o menino, com os braços cruzados.

—Eles devem ser os novos amigos do Nino, praga. – Explicou tio Keith, antes de apontar para cada uma daquelas crianças e anunciar os seus nomes – Biba, Pedro e Zequinha.

—E você deve ser o amigo do Dr. Victor, que trabalha com ele. – Afirmou a única menina do trio – E ela, a amiga do Nino, que mora longe.

—Você é uma menina muito esperta, sabia? – Elogiou Keith.

—Muito obrigada. – Agradeceu Biba, sorridente.

—É um prazer conhecê-los. – Disse Mcguire, estendendo a mão no sentido do trio – Meu nome é Elizabeth, mas podem me chamar de Lizzie.

—Bipibipibipi, olá crianças, olá Keith, olá Lizzie – Disse o Porteiro de lata, após sair de seu esconderijo que ficava ao lado da porta principal – Como vocês chegaram cedo.

—É que hoje é um dia especial. – Respondeu Pedro.

—Porteiro fale a senha, que hoje eu quero comer bastante brigadeiro. – Pediu Zequinha, empolgado.

—Nossa, Zequinha, parece que você nunca foi em uma festa. – Repreendeu Biba – A gente só come brigadeiro, depois de cantar parabéns.

—Parabéns! – Disse o Porteiro, animado – Você adivinhou!

—Adivinhei, o quê? – Questionou a menina, confusa.

—A senha de hoje é... – Dizia o Porteiro, antes de ser interrompido pelo trio de crianças e Elizabeth.

—Cantar parabéns a você. – Disseram juntos, antes de iniciarem a cantoria, liberando assim, a entrada do castelo.

—Clift Cloft Still, a porta se abriu! – Anunciou o objeto de lata, com o seu costumeiro bordão.

No momento em que os visitantes entraram no palacete, Nino, que estava prĂłximo Ă  entrada, olhou espantado para os presentes e logo em seguida encarou o seu dedo, que continha uma fita vermelha enrolada.

—É por isso que eu coloquei essa fita vermelha, para lembrar que hoje é aniversário da minha tia Morgana. – Afirmou, antes de perceber que além dos seus amigos, Elizabeth e Keith também haviam chegado – Lizzie! – Exclamou entusiasmado, antes de abraçá-la forte e soltá-la para que pudesse cumprimentar o amigo de seu tio Victor – Keith! – Anunciou o nome do homem, antes de abraçá-lo também.

—Você realmente se esqueceu, do aniversário da sua tia avó? – Questionou Mcguire, preocupada.

—Sim. – Respondeu, aflito.

—Nossa! Que coisa feia, Nino. – Acusou uma cobra rosa, que habitava dentro de uma árvore central daquele cômodo – Se você se esquecer do meu aniversário, eu nem sei o que seria capaz de fazer.

—Oi, Umbridge. – Saudou Elizabeth, se aproximando da serpente – Como você está?

—Umbridge? Você está louca, menina?! – Reclamou a cobra – Meu nome é Celeste, se esqueceu?

—Me desculpe, Celeste. – Disse Lizzie, arrependida – Por um momento, eu pensei que o seu nome era outro.

—Gente, nós já cantamos o parabéns. – Interrompeu Zeca – Então, agora eu posso comer os brigadeiros?

—Oh tampinha, não tem brigadeiro. – Implicou, Mcguire.

—Não tem brigadeiro, não tem bolo, nem salgadinho e nem suco. – Afirmou Nino, preocupado – Os outros convidados já vão chegar e eu ainda não fiz nada.

—A gente pode te ajudar a preparar a comida. – Se prontificou, Elizabeth.

—Isso, eu posso fazer os brigadeiros. – Afirmou Biba.

—E eu ajudo você. – Disse Zeca.

—Eu encho as bexigas e cuido da decoração. – Se dispôs Pedro.

—Eu faço os sagados. – Afirmou tio Keith.

—E eu como os brigadeiros, os salgados e estouro as bexigas. – Disse Lizzie, angariando o olhar revolto dos demais – Brincadeira, eu posso preparar as bebidas e organizar toda a comida na mesa principal.

—Então eu faço o bolo. – Avisou Nino, agitado – Mas vamos logo, antes que a festa comece sem nada.

Já na cozinha e com as tarefas distribuídas, todos preparavam os seus pratos com pressa, para que desse tempo de tudo ficar pronto, antes do próximo convidado chegar.

No meio de toda àquela organização, alguns barulhos nas paredes puderam ser percebidos por todos os que estavam no local e segundos depois, duas figuras famosas do castelo apareceram, eram Godofredo e Mau, dois monstros que viviam nos encanamentos do palacete.

—Nossa, você parece um colega meu. – Afirmou Elizabeth, apontando para uma das figuras, que possuía a aparência de uma ratazana. – O Pedro Pettigrew.

—É melhor vocês irem embora. – Repreendeu Nino, se aproximando da dupla – Nós estamos muito ocupados agora.

—Credo, depois sou eu quem tem mau humor. – Reclamou Mau, uma espécie de cachorro roxo bem peludo – Vamos embora, Godofredo.

—Vamos, antes que você faça a sua “Gargalhada Fatal”. – Concordou o outro monstro, antes de desaparecer de vista.

Após àquela ligeira interrupção, Nino e os convidados continuaram os preparativos para a festa, até que todas as comidas haviam sido preparadas e posicionadas na mesa principal, por Mcguire que também ajudou Pedro na decoração.

—Posso comer um brigadeiro? – Perguntou Zeca, se aproximando dos docinhos que circundavam o grande bolo de aniversário.

—Não. – Respondeu Biba, de prontidão.

—Oh pirralho, e se a gente apostar quem come mais brigadeiros, depois do parabéns? – Perguntou Lizzie, se colocando ao lado do menino.

—Tá bom. – Concordou Zequinha, animado.

—Vocês vão passar mal, de tanto comer brigadeiro. – Repreendeu Biba.

—Essa aí não passa mal comendo nada. – Informou tio Keith – O estômago dela é um saco sem fundo, tanto que... – Dizia o adulto, antes de ser interrompido pela abertura da porta principal, que acabou revelando uma mulher vestida completamente de rosa e com os cabelos pintados da mesma cor das vestimentas.

—Que decoração estupenda, que hiper bolo fantástico. – Afirmou a convidada recém-chegada, entusiasmada – Que festa espetacular.

—Penélope, que bom que você pôde vir. – Exclamou Nino, se aproximando da mulher que entregou o presente que havia levado.

—Nossa moça, seu cabelo é lindo! –Elogiou Lizzie, boquiaberta.

—Ah, muito obrigada. – Agradeceu, sorridente – Eu... – Falava a mulher, antes de ser interrompida pelas luzes do castelo, que começaram a piscar e assim revelar um novo convidado, que chegou por meio de teletransporte.

—Oi, pessoal. – Cumprimentou um ser de outro planeta, que agora era visível para todos.

—Meu amigo, que bom que você chegou. – Afirmou Keith, puxando a sobrinha para se aproximar do alienígena – Lizzie, conheça o Etevaldo, ele será o novo professor de Astronomia em Castelobruxo.

—É um prazer te conhecer. – Disse a garota animada, encarando o ser com curiosidade – Você por acaso conhece o Et de Varginha?

—Et de Varginha? – Questionou Etevaldo, confuso.        

—Não liga, para o que essa menina fala. – Repreendeu Tio Keith.

—Então você é o extraterreste que os meninos tanto falam? – Perguntou Penélope, circundando o alienígena.

—Sim. – Respondeu, de imediato – E eu trouxe um presente para a Morgana. – Avisou, estendendo uma sacola rosa, para que Nino pegasse.

—O que é isso? – Perguntou Biba.

—São aerolitos. – Respondeu, animado.

—Uau. – Exclamou Nino, antes de assoviar – Esses aerolitos são bem pesados. – Afirmou, antes de notar que, por causa de seu assovio, uma nova convidada acabava de chegar.  

—Chapungo, chapungo, Caipora veio lá do fim do mundo. – Avisou a criatura, posicionada em cima da árvore central.

—Caipora, que bom que você veio. – Disse Nino, feliz.

—Vim e trouxe de oferenda, essas batatas doces para a poderosa senhora. – Anunciou, antes de jogar um embrulho para o morador da casa e encarar Keith – Sr. Professor, que bom te ver por aqui.

—É bom te ver também, minha amiga. – Disse o tio de Lizzie, que era um dos mestres responsáveis, por ministrar as caiporas que rondavam e protegiam Castelobruxo.

—Será que o Tíbio e o Perônio vão demorar muito para chegar? – Perguntou Elizabeth, agitada –Eu preciso contar a eles, tudo o que eu fiz com aqueles anéis mágicos que eles te ajudaram a criar.

—Olha eles, ali. – Avisou o tio, apontando para a entrada.

—Olá, olá! – Cumprimentaram os dois cientistas juntos, balançando as mãos diretas de um lado para outro, enquanto as mãos esquerdas carregavam uma espécie de experimento, que no caso seria o presente da aniversariante.

—Eu não via a hora de vocês chegarem. – Disse Mcguire, pegando o experimento dos dois e dando para Nino.

—Aposto que você quer nos agradecer pelos anéis, que criamos com o seu tio. – Afirmou Tíbio, confiante.

—Exatamente. – Confirmou Elizabeth, antes de iniciar uma longa conversa com os dois cientistas e perceber a chegada do último convidado, que anunciava a sua entrada com um entusiasmo contagiante.

—E aí, galerinha. – Gritou o homem, que possuía um colar em formato de fatia de pizza – Agora a festa pode começar, porque o magnífico, estupendo Bongô acabou de chegar.

—Eu não acredito que você ficou amigo de um entregador de pizza? – Perguntou Lizzie, encarando Nino com inveja – Esse sempre foi o meu sonho de princesa.

—Oras, eu posso ser o seu amigo também, menina. – Afirmou Bongô animado, antes de se enturmar com os demais convidados.

—Tio, mais algum professor de Castrelobruxo vai vir? – Perguntou Mcguire.

—Infelizmente não, praga. – Respondeu, lamentoso – Eles não conseguiram desmarcar o compromisso que tinham, para virem.

—Que pena, eu queria muito conhecer o Boto e ver o meu futuro com a Márcia Sensitiva. – Explicou, desanimada.

—Por que isso agora? – Questionou o homem, que havia ficado cismado com aquela citação da jovem – Você nunca gostou de Adivinhações?

—E eu não posso começar a gostar, agora? – Perguntou, em posição de defesa.

—Desde Hogwarts, eu sinto que você está querendo me contar alguma coisa. – Afirmou o adulto, a encarando com atenção.

—Não estou não. – Negou, Elizabeth.

—Está sim. – Rebateu o adulto – Você acha que eu não te conheço?

—Cuidado com o Ratomóvel. – Avisou a garota, ao puxar o tio para o lado e liberar o caminho para o Ratinho passar, sem ser interrompido – Deve estar indo tomar banho, o danado.

—Olha, a Morgana ainda vai demorar um pouco para descer e o Victor para chegar. – Informou Tio Keith – Você não quer conversar comigo, lá na biblioteca?

—Vamos logo, antes que eu mude de ideia. – Concordou a jovem, antes de acompanhar o familiar para chegarem ao outro cômodo – A gente aproveita e avisa ao Gato Pintado, de que a festa já começou.

—Falando de mim, menina Lizzie? – Perguntou o animal falante, assim que os dois entraram na estonteante biblioteca do castelo.

—De você mesmo, bichano. – Respondeu a garota, antes de abraçar o amigo – A festa já começou e você pode ir para lá, aproveitar com os outros.

—Antes que eu vá, pegue aquele livro com capa cor de vinho. – Pediu, apontando para o exemplar em questão – O nome é Orgulho e Preconceito. – Revelou, antes que Elizabeth trouxesse até ele – Não precisa me dar, ele é seu.

—Sério? – Questionou surpresa, admirando a obra que estava em suas mãos.

—É sério sim. – Respondeu, o gato – Eu sinto que em algum momento da sua vida, ele vai te ajudar a tomar a decisão certa.

—Muito obrigada, Gato Pintado. – Agradeceu Mcguire, ao abraçá-lo novamente.

—Agora, me deem licença. – Disse, antes de sair da biblioteca.

—Pronta para me falar, o que aconteceu? – Questionou Keith, antes de segurar as mãos da sobrinha, simbolizando apoio à revelação que a garota faria.

—Eu sou descendente das irmãs Sanderson. – Revelou sem rodeios, angariando uma feição de espanto no rosto do familiar.

—Como você descobriu isso? – Perguntou, ainda abismado com àquela informação.

—Em uma aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, o Sirius me desarmou e eu consegui me defender ao feitiço de ataque dele, somente com as minhas mãos. – Explicou, agitada – E depois que eu consegui fazer isso, eu desmaiei. – A garota respirou fundo, antes de prosseguir com o esclarecimento – Em questão de horas, os meus pais estavam em Hogwarts e a minha mãe me contou esse segredo de família.

—Mas por que você ficou com receio de me contar? – Perguntou, preocupado.

—A minha mãe disse que eu corria risco, se mais alguém soubesse. – Explicou, aflita por se recordar das falas da matriarca – E que as pessoas erradas poderiam me usar como escudo, por causa do meu poder.

—Não se preocupe, porque eu nunca deixaria isso acontecer com você. – Afirmou Keith, antes de dar um abraço forte na jovem – Eu sempre te protegerei de tudo e de todos. – O homem fez uma longa pausa, para dar tempo da menina se recompor das lágrimas que transbordavam de seus olhos, saber de um segredo daquela magnitude deveria pesar absurdamente – Afinal, você é a minha sobrinha favorita. – Finalizou, tentando aliviar o momento com uma zombaria, que sempre fazia com a garota.

—Mas eu sou a sua única sobrinha. – Rebateu, limpando a face e encarando o parente com atenção.

—Nossa, como você é perspicaz. – Caçoou, antes de abraçar a garota novamente – Ah, e nunca se esqueça que com grandes poderes, vêm grandes possibilidades.

—Tá me achando com cara de Homem Aranha? – Reclamou, o encarando novamente.

—Elizabeth, eu não podia perder a oportunidade de te falar isso. – Se defendeu.

—Mas é idiota, mesmo. – Disse Mcguire rindo, antes de perceber a gritaria que vinha da festa de aniversário – Eita, será que a aniversariante desceu?

—Está parecendo mais uma briga. – Retrucou o tio.

—Então vamos, que eu adoro ver um barraco. – Afirmou Lizzie, puxando o tio para que chegassem logo à comemoração.

No momento em que os dois se aproximaram dos convidados, fora possĂ­vel ver um homem careca que deixava o castelo Ă s pressas, devido a uma chuva de vaias das pessoas que estavam no local.

—Quem era aquele cara? – Perguntou Mcguire, se aproximando ainda mais das pessoas.

—Era o Dr. Abobrinha. – Respondeu Nino – Ele é um cara, que vive querendo tomar o castelo da gente.

—Ele é tipo um malfeitor. – Explicou Pedro.

—Um vilão. – Completou Biba.

—Nossa, por que todo vilão tem que ser careca? – Questionou Elizabeth, confusa.

—É verdade, por que todo vilão tem que ser careca? – Perguntou Zeca, ainda mais confuso do que Lizzie.

—Porque sim, Zequinhas! – Responderam os convidados juntos, antes de perceberem a presença da grande feiticeira Morgana, que havia se posicionado no topo da escada com a sua gralha Adelaide, em seu ombro.

Porém e antes de descer, Tap e Flat, duas botas falantes e de óculos escuros, anunciaram a advento da mulher com uma costumeira rima.

—Vejam quem está vindo, é a grande feiticeira Morgana. – Disse Tap, descendo um dos degraus da grande escadaria.

—Então deem parabéns a essa dama, que é uma verdadeira soberana. – Completou Flap, já chegando ao final da escada.

—Eu estou muito feliz, por ver todos vocês na minha festa, meus grandes amigos. – Agradeceu Morgana, chegando perto de todos os seus convidados – Mas, cadê o Victor?

—Ele pediu para nós cantarmos o parabéns, que ele já está chegando. – Avisou Keith.

—Então vamos começar, pessoal. – Pediu Nino, antes de entonar o início de “Parabéns para você” e ser acompanhado pelos demais, que interromperam o próprio canto ao verem Victor saindo do grande bolo – Ainda bem que o sr. chegou.

—Cheguei sim, mas por que vocês pararam de cantar? Vamos, continuem. – Ordenou o homem, fazendo todos retomarem à cantoria de aniversário e depois cumprimentarem pessoalmente a aniversariante.

—Você está melhor, praga? – Perguntou Keith, após saudarem Morgana por seu grande dia.

—Sim. – Respondeu, Lizzie – Te contar aquilo, foi como tirar um peso das costas. – Informou, ao receber um pedaço de bolo de Pedro, que servia o doce na companhia dos amigos – Ainda bem, que eu tenho você.

No momento em que Elizabeth disse àquela frase ao tio, fora impossível não redirecionar os seus pensamentos a Sirius, que naquele mesmo momento, deveria estar vivendo um martírio dentro da própria casa.  

Mas como ele mesmo havia dito há alguns dias, aquelas seriam as últimas semanas que passaria dentro daquele inferno, pois após o final do próximo ano letivo, ele se veria livre de todo aquele sofrimento para sempre.

—Ei, a gente não ia apostar quem comia mais brigadeiros? – Questionou Zeca, puxando a barra da blusa de Mcguire.

—E a gente vai, tampinha. – Respondeu, empurrando o menino para que se aproximassem da mesa com os doces – Quando eu contar até dez, a gente começa a contagem.

—Combinado. – Concordou o menino, empolgado.

(...)

 

Há quatro dias que Sirius não saia de dentro do próprio quarto, para nada além de pegar alguma comida no andar inferior. Como ele tinha medo das suas refeições conterem algum tipo de veneno, a sua melhor opção para não morrer de fome, era a de ir até a cozinha no período da madrugada, quando ninguém estivesse acordado.

Naquela tarde e para a sua surpresa, o seu pai Orion Black bateu em sua porta e o chamou para conversar em seu escritório particular. Mesmo achando suspeito aquele comportamento até então educado do patriarca, Sirius resolveu obedecê-lo.

Chegando ao local, Orion iniciou o seu diálogo com o primogênito.

—Durante muito tempo, você foi a vergonha da família Black. – Afirmou o homem, seriamente –E eu digo isso, não somente por você ter sido escolhido para a casa da Grifinória, mas também, por todo o seu comportamento rebelde e adverso aos valores da nossa linhagem.

—Você me chamou, para jogar na minha cara o de sempre? – Perguntou Sirius, incomodado.

—Não. – Respondeu, ainda sério – Nós soubemos da sua relação com a filha dos Mcguire e decidimos te dar mais uma chance, para você nos provar que é merecedor do nosso sobrenome.

—Eu não quero, nem ouvir o resto. – Afirmou, já se virando para sair do escritório.

—Eu não te dei permissão para sair. – Reclamou rispidamente, antes de lançar um feitiço de tortura no próprio filho, que caiu no chão por causa da imensa dor que sentiu por todo o corpo – Você vai me escutar até o final – Disse, se agachando para encarar Sirius face a face – Aquela garota está prometida para casar com Ethan White, mas se você nos prometer que vai se comportar como um verdadeiro Black, nós podemos convencer o nosso Lord a mudar essa decisão.

—Lord? – Perguntou o grifinório, sem ter certeza de que havia escutado mesmo aquela palavra, devido à fraqueza que agora sentia e que o manteve quase inconsciente por alguns minutos.

Orion não sentia qualquer compadecimento pelo filho mais velho, ao contrário, o seu olhar soberbo, entregava o quanto ele se sentia satisfeito por ver Sirius naquela posição inferior.

—Então, qual é a sua resposta? – Questionou o homem, quando percebeu que o primogênito já conseguia se levantar e estava completamente consciente.

—A Lizzie nunca se casaria com aquele filho da puta. – Afirmou o rapaz, irado.

—E quem disse, que ela tem escolha? – Ridicularizou Orion – Os Mcguire asseguraram que ela vai fazer, o que eles quiserem que ela faça.

—Eles são dois doentes, iguais a vocês. – Black proferiu aquelas palavras com ódio, sendo capaz de angariar um sorriso perverso no cenho do patriarca.

—Vejo que não chegaremos a um acordo. – Afirmou Orion, mudando de humor instantaneamente – Então eu não tenho outra escolha, a não ser, te remover dessa família. – Ameaçou, apontando a varinha contra o próprio filho, que pressentindo o perigo desde a chamado em seu quarto, carregou consigo a sua varinha.

No momento seguinte, Sirius lançou um encantamento de desarme contra Orion e um outro de congelamento, para que ele pudesse ter tempo de fugir daquele escritório e daquela casa.

Por sorte, a sua mĂŁe e irmĂŁo nĂŁo estavam na residĂŞncia, o que o fez pensar de que aquela saĂ­da dos dois, havia sido proposital.

Ao correr para perto das portas principais, ele constatou que todas estavam enfeitiçadas para que não fossem abertas, então ele subiu até o seu quarto e se arriscou em sair pela janela do cômodo. Como a residência não possuía escadas de emergência e Sirius sempre foi proibido de trazer a vassoura para casa no período de férias, o rapaz se jogou do andar superior e sentiu integralmente a colisão de seu corpo contra a calçada. Mas mesmo sentindo aquela dor colossal por todos os seus membros, o rapaz usou toda a energia que lhe restara para correr o mais rápido que podia.

Sempre olhando assustado para trás, com receio de que Orion poderia estar em seu encalço e pronto para liquidá-lo.

Ao dobrar uma das esquinas prĂłximas Ă  sua casa, felizmente Sirius acabou esbarrando com sua prima AndrĂ´meda e a sua pequena filha Tonks, que o olharam alarmadas pela forma com que ele estava.

—O que aconteceu, Sirius? – Perguntou a prima, sobressaltada.

—Eu fugi de casa. – Respondeu rapidamente, ao olhar para trás novamente – Ele não pode me pegar.

—Ele quem? O seu pai? – Questionou, atônita.

—Sim. – Respondeu, ofegante – Ele tentou me matar.

—Venha. – Andrômeda pegou o rapaz, por um dos braços – Vamos para a minha casa, lá você vai poder se recompor.

—Não, me leva para a casa dos Potter. – Pediu, ainda ofegante e preocupado com a possível aproximação de Orion.

—Você tem certeza? – Perguntou a prima.

—Tenho assim. – Respondeu, ainda assustado e olhando para trás a todo momento.

Quando Black finalmente chegou à porta de seu melhor amigo, pediu para que a prima e a sua filha o deixassem sozinho, pois não queria envolvê-las em confusão, caso o pai soubesse que elas foram as responsáveis por, de alguma forma, ajudá-lo em sua fuga.

Assim que James abriu a porta de sua residência, Sirius o abraçou como se aquele gesto significasse que, enfim, ele estava a salvo.

Nos minutos posteriores, Black explicou tudo o que havia acontecido em sua casa e disse que entenderia a família Potter, caso eles não quisessem acolhê-lo, afinal os seus pais poderiam vir atrás dele e isso geraria um problema, que eles não mereciam ter.

Porém e superando quaisquer expectativas, Sirius foi recebido como um novo membro daquela família, que além de ampará-lo, ainda comprou a sua briga contra os Black.

—A gente vai poder fazer tudo, juntos. – Comemorou James, abraçando o amigo mais uma vez

—E eu vou ordenar aos nossos eufos, que preparem todos os seus pratos favoritos. – Afirmou Euphemia Potter, mãe de Pontas.

—Muito obrigado por tudo. – Agradeceu Almofadinhas, emocionado.

—E Sirius. – Chamou Fleamont, pai de James – Seja bem-vindo à sua nova família.


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Notas finais do capĂ­tulo

Sirius finalmente está livre!!!!!! Só falta a Lizzie se desvencilhar dos pais tóxicos também.

O que vocês acharam da inserção do Castelo Rá-Tim-Bum?

Só para adiantar, a segunda temporada vai ser +18, w eu estou avisando porque há sites que é necessário avisar para conseguir visualizar a fanfic quando é dessa faixa etária.

É isso.

Vejo vocês nos comentários.



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