Breeding Love escrita por Ellen Freitas


Capítulo 18
Unfinished Business


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!! Como estão?
Aproveitando a véspera de feriado para postar logo que viramos a segunda.
Estão com saudades da narração da Felicity? Hoje ela volta com tudo. Espero que gostem do capítulo!!
Até as notas finais. Bjs*



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“Negócios Inacabados”

 #POVFelicity

Ouvi as batidas da porta, e finalmente tive que levantar. Mesmo que Ben estivesse sendo um príncipe, se comportando até bem e dando espaço para a mamãe chorar em paz pelo amor perdido, ainda era muito difícil.

Quando diziam que o tempo cura tudo, eu concordava, o tempo havia me ajudado a melhorar de todos os meus términos, inclusive a perda de Tommy. Mas eu não estava preparada para um amor como o que compartilhava com Oliver. O passar dos dias não estava melhorando porra nenhuma.

E o fato de ainda sermos quase da "mesma família", ainda dificultava as coisas. Quando você termina, muda de cidade e bloqueia nas redes sociais, aos poucos você vai superando, mas Oliver continuava na minha vida, quase todos os dias, por causa de Ben, e principalmente, de Tommy.

― Surpresa! ― O moreno estava animado na porta, com duas grandes sacolas em mãos, os dois irmãos atrás de si. Thea tinha um pedido de desculpas no olhar e Oliver parecia ter sido arrastado para estar ali, como se obriga pessoas a irem em funerais. ― Meu filhote está acordado? ― Já foi entrando, indo direto para o carrinho na frente do sofá, sendo recebido com festa pelo bebê.

― Hey, Felicity. ― Thea me abraçou forte, seu carinho falando mais alto que que qualquer palavra, para então ir até Ben. ― Principezinho da titia.

Observei os dois começaram uma disputa para quem pegaria a criança primeiro no colo, sem querer olhar para Oliver, que ainda estava em pé na porta, parado ao meu lado.

― Felicity, me desculpa. ― Puxei o fôlego antes de levantar o rosto e encará-lo. ― Eu sei que não deveria vir, mas…

― Mas Tommy te convocou e você não poderia negar ou teria que explicar os motivos de negar, entendi.

― Felicity… ― Tentou pegar minha mão, mas eu não deixei. Não tinha como continuarmos assim, ele terminava comigo e depois vinha com carinhos. Doía mais.

― Oliver, tudo bem, só… ― Afastei o olhar do dele, até encontrar Thea encarando a cena com piedade. Para nossa sorte, Tommy estava distraído demais brincando com o filho para notar qualquer outra coisa que acontecia na sala.

― Ei, tive uma ideia! ― A caçula Merlyn saltou do sofá. ― Por que os garotos não ficam brincando juntos, enquanto eu e essa mamãe aqui subimos para ela me ensinar umas coisas? ― Me arrastou para as escadas segurando meu braço, Oliver tomando seu lugar. ― Posso estar grávida, e não sei direito como fazer o teste.

― Speedy?! O quê? Speedy?

Tommy ficou em pé aos gritos, Oliver não pode evitar engasgar com a saliva e começar uma crise de tosse que já o deixava muito vermelho, enquanto eu parei de segui-la para encarar seu rosto com meus olhos arregalados, buscando saber se aquilo era verdade ou não.

― Empacou, Felicity? Vem! ― Voltou a me puxar pela mão para cima, e eu me deixei levar.

― Isso é verdade? ― questionei quando estávamos a sós no quarto. ― Você não era virgem até um dia desses?

― Claro que não é verdade, óbvio que sei fazer teste de gravidez, quantos anos acha que eu tenho? ― respondeu com outra pergunta, ainda não negando a história da gravidez.

― Então você está mesmo…

― Não, eu mal comecei a fazer sexo, me dê algum crédito! Como se eu fosse engravidar por acidente de um cara que só conheço há uns meses, eu sou mais esperta que isso. ― Me olhou percebendo a gafe, então sorriu como se não tivesse dito nada. ― Sem ofensas, Ben é nosso pequeno milagre! ― Finalizou excessivamente animada, e eu balancei a cabeça, como se deixasse para lá, dando um dos meus primeiros e pequenos sorrisos não forçados das últimas semanas.

― Você quer matar seus irmãos do coração?

― Essa não seria a sua missão na Terra? ― Como a olhei de cara feia pela piadinha, ela desistiu da risada, soprando as unhas. ― Não poderia me importar menos com a opinião deles. ― Deu de ombros. ― Mas a questão aqui hoje é com você, minha amiga.

― Não há questões comigo.

― Felicity…

― Estou bem ― menti, e como daquelas vezes que você só precisa de alguém te fazendo falar sobre o que está sentindo para desabar, não conseguir evitar o nó na garganta e a lágrima que desceu. Thea veio ao meu encontro e me abraçou apertado. ― Só estou com saudades da minha mãe.

Agora não era uma completa mentira, já estava desacostumada a tê-la sempre comigo, mas depois de um mês juntas, e ela ter ido embora, o buraco em meu coração só ficou maior.

― Vou ficar bem. ― Afastei seu abraço, não adiantaria em nada ficar só ali chorando.

― Bem? Você parece uma garota que escapou de uma guerra, com essas roupas e essa cara. ― Fez um gesto amplo da direção do meu rosto com a palma. ― Emagreceu tanto no último mês que até minhas roupas agora ficariam folgadas em você, e nem vamos começar a falar do seu cabelo. Me deixa cortar essas pontas, só um pouquinho ― implorou, com as mãos em prece.

― Desculpa se me arrumar não está no topo das minhas prioridades no lugar do meu bebê. ― Me ocupei de arrumar a cama que nem estava bagunçada, apenas para parecer estar fazendo algo e ser deixada em paz.

― Não é por isso que você está assim, nós duas sabemos disso. ― Neguei com a cabeça, não ia falar sobre isso com ela. ― Seu olho enche de lágrimas toda vez que você encontra com o Ollie, e isso tem acontecido com tanta frequência, já que Tommy continua a forçar essa proximidade de vocês três.

― Tommy quer o irmão e melhor amigo por perto, não é culpa dele.

― Assim como não é sua, ou do Oliver. Vocês precisam conversar e se resolver, amiga.

― Não há o que conversar, Oliver fez uma escolha.

― Uma escolha estúpida ― observou, sentando na poltrona com as pernas cruzadas.

― Que ele fez mesmo assim. E Tommy… Eu sei que já deveria ter conversado com ele e dar um ponto final definitivo, mas é complicado. Não quero magoá-lo, e estou tão cansada!

― O que não pode é você parecendo um zumbi e Ollie um robô, vocês deveriam apenas mandar tudo para o inferno e se casarem.

― Thea…

― Ou cortar de vez o drama, e você dar uns beijos no Tommy, pra saber se realmente não sente mais nada por ele, já que essa foi a razão para Oliver terminar, em primeiro lugar.

― Eu não preciso beijar o Tommy para saber que ele não é mais o homem que eu… ― Parei a frase no meio diante de seu olhar ansioso, percebendo que quase falei demais. ― Não posso fazer isso.

― Olha, você sabe que te amo, mas posso ser uma vadia insuportável se você ficar enrolando e acabar machucando ainda mais meus irmãos, eu faço tudo por aqueles idiotas. ― Nem podia culpá-la por protegê-los, era como aquela família era, eles se protegiam acima de tudo. ― E tudo bem, conversas são complicadas, então você precisa fazer as coisas aos poucos, um passo de cada vez. Começando por um longo banho, enquanto eu escolho uma roupa menos "mendiga style" pra você usar e depois corto seu cabelo cheio de nós. Tommy trouxe o jantar.

― Eu não tenho tempo, Benji…

― Benjamin está muito bem lá em baixo, com seus dois papais. Vai logo, não vou te deixar sair desse quarto até estar parecendo um ser humano novamente. ― Resolvi nem argumentar mais, já conhecia o bastante para saber que era inútil.

O banho havia sido uma boa ideia. Mesmo que durante todo o tempo eu ficasse pensando se meu filho estava precisando de algo, eu sabia que ele estava sendo bem cuidado, pelos seus, como Thea disse, papais.

― Pente, Felicity. Felicity, esse é o pente.

Rolei olhos para a apresentação formal, pegando o objeto de suas mãos e começando a tentar desembaraçar o ninho de pássaros que havia virado meu cabelo, e como falhei, ela desistiu de observar, me convencendo a muito custo a cortar um pouco do comprimento. Não era uma má ideia afinal, já que Ben estava começando a agarrar com suas mãoszinhas pegajosas, sendo meu cabelo suas coisas preferidas. Para minha surpresa e alívio, Thea Merlyn sabia fazer um corte de cabelo.

― Eu não vou usar isso ― declarei apenas com uma olhada rápida para a peça que ela escolheu em cima da cama. ― Não vou sair de casa e tem muito brilho nesse vestido.

― Eu te amo, cunhada, mas você é tão chata às vezes ― reclamou entrando no closet. ― Saia jeans e camiseta, está bom pra você?

― Moletom! ― implorei, terminando de pentear o cabelo.

― Sério, Felicity, os caras mais gostosos da cidade estão lá em baixo, prontos pra te idolatrar e beijar o chão que você pisa, parecendo ainda mais sexys cuidando como dois patetas de um bebê fofo, e nem isso dispara seus receptores de estrogênio? ― brigou, e eu lhe fiz uma careta. ― Se continuar reclamando eu darei um ótimo fim para todos os seus moletons.

― É estranho quando você chama seus irmãos de gostosos ― murmurei, pegando as roupas e indo me vestir no closet.

― Somos uma família de pessoas muito bonitas e gostosas, e daí falar disso?

― Só dizendo ― falei baixinho, apenas fazendo birra para ela não ter a última palavra.

― Para de reclamar e desce logo. E passa perfume.

― Vá se ferrar, Thea!

Terminei de colocar as roupas e deixei os cabelos para secarem soltos, colocando meus óculos e chinelos e já descendo. Era estranho já sentir falta do meu bebê que eu só não via há alguns minutos?

Meus olhos buscavam por Benji, quando o avistei no colo de Oliver. Era impressionante a destreza que o homem conseguiu em tão pouco tempo. Para quem não queria filhos, segundo Laurel, ele era muito bom nisso.

― Olha para ela, uma nova mulher ― Thea anunciou.

Nosso olhar se encontrou e a caçula Merlyn estava certa, eu quis chorar, apenas por não poder correr até os braços de Oliver nesse momento e beijá-lo até faltar o fôlego. O momento também me lembrava muito a primeira festa beneficente que os acompanhei, o primeiro dia que conversamos de verdade e a primeira vez que recebi uma de suas encaradas, sem mais conseguir ignorar como ele era bonito.

― Eu… Eu vou esquentar o jantar. ― Oliver escapou rapidamente antes mesmo que eu terminasse de descer as escadas, passando Ben para os braços de Tommy que tinha acabado de fechar a geladeira e pegado um copo de água.

― Eu ajudo. ― Thea se voluntariou, correndo atrás do irmão mais velho.

― Não precisa, vai atrapalhar.

― É só uma desculpa, preciso falar a sós com você. ― Enlaçou o braço no dele, o puxando para a área de serviço. ― Como que usa uma camisinha?

― HA HA, teve mais graça da primeira vez. ― Tommy veio em minha direção sorrindo. ― Você está linda. ― Fez carinho em meu rosto, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, enquanto segurava o bebê em apenas um braço.

― Eu só lavei o cabelo.

― É mais fácil para algumas pessoas. ― Deu de ombros, seu sorriso ficando maior, e seu rosto muito próximo do meu.

Meu estômago revirou de nervoso, não poderia deixar que ele me beijasse, não queria isso, então rapidamente me abaixei à altura do rostinho de Benji, escapando de seu contato e torcendo para não parecer muito óbvia.

― Hey, pequenininho. ― Peguei em suas mãoszinhas e já recebi seu sorriso. ― Também sentiu saudades de mamãe?

― Ele tem seu sorriso.

― Não tem não ― refutei. ― Ele tem seu sorriso, sua boca, seu nariz, seu cabelo. Nove meses gastos pra isso, eu sou uma piada pra você, Benjamin?! ― Apertei as bochechas dele de leve. Ben tinha ganhado peso nesse último mês e meio e estava cada dia mais fofo, a criança mais linda do planeta todo. Opinião imparcial.

― Ele tem seus olhos. ― Tommy insistiu e olhei para cima, encontrando os seus. ― Inteligentes, vivos, curiosos, transparentes como o cristal ― enumerou. ― Princesa, o que eu preciso fazer para seus olhos sorrirem de novo?

― Tommy… ― Suspirei, ficando em pé reta.

― Felicity, eu não sou um estranho, sei que você não está bem. O que eu faço para te deixar bem? Qualquer coisa, eu faço, só me diz.

Fala pro seu irmão que não me ama mais, que podemos ficar juntos sem que você surte e pra ele deixar de ser besta e parar de evitar a própria felicidade.

― Estou bem, só cansada.

― Tive uma ideia: por que eu não despacho meus irmãos depois do jantar e eu fico por aqui? Você pode descansar o quanto precisar, eu cuido do Ben.

― Não preciso de um tempo do meu bebê. ― Quase senti pena de seu olhar, frustrado e triste por tentar fazer algo, e só conseguindo palavras mal colocadas. E eu não estava facilitando para ele, tinha de admitir.

― Não foi o que eu disse, só estou tentando ajudar. ― Enredou uma de suas mãos em meus cabelos e beijou minha testa. ― Não pense, por razão alguma que está sozinha nisso, ok?!

― Eu sei que não estou, obrigada. ― Tentei sorrir com o máximo de sinceridade possível, um carinho em suas costas virando quase um semi abraço.

― É, tenho que admitir… Eles são fofos. ― Thea estava de volta, e junto com ela um Oliver que pareceria mais vivo se tivesse levado um tiro. E a dor dele doía em mim e isso era um saco.

― Nós somos a.do.rá.veis! ― Tommy deu uma ênfase exagerada como piada, e eu dei alguns passos para tomar distância. ― Menos quando… Minha nossa, filhote. ― Ergueu um pouco o bebê para sentir melhor o cheiro de sua frauda.

― Eu troco ele ― ofereci.

― Não, deixa comigo, papai cuida disso. ― E subiu, conversando usando sua voz doce com o bebê.

Era muito errado, eu não podia ficar brincando de família feliz com Tommy, ainda mais na frente de Oliver. Se o que eu sentia fosse algum indicativo de pelo menos uma pequena parcela do que ele estava passando, isso devia machucá-lo demais. Ele não merecia, mesmo sendo a pessoa que decidiu por nós dois pelo fim do nosso relacionamento.

Minha cabeça doía e eu me sentia um pouco tonta, só queria piscar e tudo estar resolvido, de um jeito que eu nem sabia exatamente como. Oliver jamais faria algo que machucasse o irmão.

― Felicity, você está bem? ― Thea tinha o cenho franzido, quando me viu segurar no encosto do sofá, buscando um pouco de suporte. Isso chamou a atenção de Oliver, que se aproximou, as mãos estendidas prontas a me amparar.

― Sua respiração está acelerando, você está tendo um…

― Não estou tendo nada, estou bem, muito bem ― o cortei, respirando fundo. Ia ter que lidar com meu psicológico sem depender mais do meu tratamento Queen particular.

― Tem certeza que…

― Tenho, Oliver, eu tenho. Você não estava a caminho de esquentar o jantar? ― Sustentei seu olhar, que desviou do meu.

― Ollie, me passa uma faca? ― Thea pediu, e o irmão lhe olhou estranhando. ― Porque esse climão que ficou aqui dá pra cortar com uma. ― A encaramos em reprimenda, não estávamos com humor para piadas. ― Não? Muito cedo? Ok.

― Eu vou esquentar o jantar, como já devia estar fazendo se alguém não continuasse a me interromper sendo irritante e inconveniente. ― Thea ignorou o olhar dele e mexia no celular como se não estivesse falando com ela.

No fim das contas, Tommy não precisou expulsar ninguém daqui. Oliver mal havia colocado o último garfo de comida na boca e já deu uma desculpa genérica para ir embora, algo sobre uma teleconferência com a Rússia, evento que estava na cara ser uma mentira. Thea também teve que ir trabalhar, então tão logo Ben dormiu, estávamos a sós.
Resolvi que não teria outra oportunidade como aquelas tão cedo, então era melhor ter logo aquela conversa. Arrancar o curativo de uma vez, como dizem.

― Tommy, a gente pode conversar? ― Sentei ao seu lado no sofá. ― Tommy?

― Ahn? ― Levantou o olhar do celular.

― Conversar.

― Ah, claro. ― Largou o telefone de lado. ― Sobre o que quer conversar?

― Sobre a gente.

― Ah ― murmurou, se virando em minha direção. Segurei sua mão entre as minhas, não seria uma conversa fácil.

― Olha, eu te agradeço muito pelo que está fazendo, você tem sido carinhoso, cuidadoso e gentil.

Nossa, isso era mais difícil do que eu pensava.

― Não estou fazendo nada além do que deveria, Felicity, Ben é meu filho também, e sempre vou fazer tudo para facilitar sua vida.

― Eu sei, por isso sinto que te devo uma conversa, sobre como as coisas estavam antes do acidente. ― Seu semblante caiu, e claramente não era sobre isso que ele queria falar.

― Felicity, me perdoa. ― Sua mão foi para o meu rosto, fazendo carinho com o polegar na minha bochecha. ― Eu sei que já te falei isso mil vezes e é difícil perdoar, eu fui além do idiota babaca e é totalmente compreensível se precisar de mais tempo antes de voltarmos como antes, mas se você pensar bem, nem terminamos de verdade.

― A gente terminou sim ― o contradisse.

― Não, não terminamos. Até onde me lembro, a conversa acabou quando você me disse para só te procurar quando tivesse uma boa explicação.

― Logo depois de me oferecer dinheiro para confessar que estava mentindo sobre a existência do nosso filho? Achou mesmo que a gente continuaria namorando depois daquilo?

― Eu te procurei pela cidade toda, havia uma boa explicação, mas você tinha sumido! Mas término término, não houve nenhum.

― Você está se pegando a detalhes! ― E sendo tão Ross Geller, completei mentalmente. Respira fundo e busque paciência de algum lugar, Felicity.

― Tá, desculpa, eu estava cem por cento errado em tudo aquilo, não vou mais argumentar.

― Não é mais sobre isso também, Tommy. Eu sequer tive como ficar chateada, porque você tinha morrido, mas esse não é o ponto agora. ― Mas talvez tenha sido o motivo da pequena discussão.

Assuntos inacabados são foda.

― Eu estou adiando essa conversa, porque não quero te magoar.

― Felicity, não faz isso. ― Ele podia ser inquieto e distraído, mas não era nada burro, e logo soube o rumo que aquilo estava tomando.

― Me desculpa, mas não posso continuar fingindo que um dia vamos retomar e tudo vai voltar a ser como antes, não vai.

― Você sequer tentou.

― Fora os últimos três minutos, a gente pode estar bem, mas não dá pra fingir que as coisas não mudaram e que não passou tempo algum.

― O que nós vivemos foi muito forte, princesa, oito meses não é o bastante para apagar.

― Nunca vai ser apagado. Tommy, eu só quero que você seja feliz.

― Então fica comigo.

― Você pode não entender isso agora, mas não vai ser feliz comigo. Meus sentimentos por você mudaram, e não dá apenas de religar um interruptor e ter tudo de volta.

― Você conheceu alguém?

Estranhei a pergunta, não era a primeira vez que ele fazia alguma do tipo, o que me levava a pensar se ele havia conhecido alguém, por isso insistia que havia acontecido comigo. Ele estava certo, mas isso era outra história. Acredito que mesmo que não tivesse conhecido Oliver, nosso amor nunca mais seria o mesmo.

― Não é sobre outra pessoa, é sobre nós dois. Eu amei você, muito. Foi verdadeiro enquanto existiu, e não me arrependo de nada, mas você tem que admitir que foi muito rápido e intenso. Te conheci e pouco mais de um mês depois já estava grávida, eu não sou assim.

― Mas eu sou, não consigo ir devagar com nada.

― Talvez esse tenha sido o nosso problema. Se tivéssemos gastado mais tempo nos conhecendo, teríamos um amor com raízes mais profundas.

― Podemos nos conhecer agora, Felicity.

― Poderíamos, mas já há tanto de bagagem, nunca vamos poder voltar àquele primeiro encontro e recomeçar. Eu me odeio por te impor minha decisão, mas é o que é, desculpa.

Eu estava fazendo com ele exatamente o que Oliver fez comigo. Mas diferente da primeira situação, eu não amava mais Tommy, e só queria deixá-lo livre para ser feliz de verdade com outra pessoa, ou consigo mesmo. Não estava sendo mártir, eu também queria ir em busca da minha própria felicidade, e continuar de onde paramos apenas por ser o mais cômodo a se fazer não era certo com nenhum de nós. Poderia estar doendo agora, ia machucar ainda por alguns dias, mas eventualmente ele ficaria bem. Eu torcia para isso.

― Tudo bem, sua vida, suas escolhas, e eu respeito muito cada uma delas. ― Ficou em pé já para ir embora, e eu não o culpava por querer sair dali. ― Mas eu não estou desistindo da gente, princesa.


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Notas finais do capítulo

E a temporada de términos continua!! E não vai parar por aí...
Achei importante colocar esse capítulo, quando Felicity esclarece de vez como fica o relacionamento dela com Tommy, porque, independente das escolhas do Oliver, ela e Tommy não funcionariam mais juntos.
Me digam o que estão achando, sempre fico muito animada com a opinião de vocês.
Até os reviews.. Bjs*



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