A situação era bastante complicada para nós. A chuva ficou ainda mais forte e pra piorar algumas pessoas caíram doentes pela viagem forçada tossindo sangue e pus, sinal de morte iminente.

Caleb e Vareen usaram toda sua mágica para salvar o máximo de pessoas que pudessem.

E o esforço dos dois não foi em vão. Sete pessoas foram curadas completamente e outras doze tiveram suas hemorragias estancadas o que era muito bom em um momento tão desesperador como este.

Enquanto isso, Nikolai e eu ficamos de vigia em outra carroça quando senti um perigo iminente.

A principio achei que era algum goblin desgarrado pronto pra atacar a carroça, mas fiquei surpreso quando vi um cavalo perto de um lago com as patas presas na lama.

E fiquei ainda mais surpreso assim que Vareen saiu da carroça pra tentar salvar o cavalo no meio de uma tempestade e sem nenhuma visualização.

Assim que o clérigo tirou o cavalo da lama e o montou, este assustou-se com o relâmpago e saiu correndo.

Vareen tentou pará-lo de qualquer maneira, mas assim que viu o lago aproximar-se de sua vista, não pensou duas vezes e pulou do cavalo quase fraturando a tíbia no processo.

O cavalo pulou na água e sumiu.

E Vareen deveria agradecer a sua sorte por não ser tragado pelo lago.

Porque o cavalo não era um cavalo.

Era um kelp.

                                         * * *

A chuva havia parado, mas o tempo seguia cinzento e ameaçador.

Aqui tivemos um momento bem engraçado quando Nikolai e Strahd apareceram com cheiro de cachorro molhado, se bem que para o cão essa é a coisa mais normal do mundo.

De fato, o baroviano estava encharcado da cabeça aos pés e ele, meio injuriado pelas nossas piadas, retirou-se para o fundo da carroça.

Enquanto escrevia estas anotações em meu diário pensando no que relatar ao capitão William, Vareen recuperava-se da queda do kelp e Caleb havia recebido a visita de um velho camponês que agradeceu ao paladino por salvar a vida dele.      

Havíamos chegado a metade do caminho avistando fumaça a sudoeste. A noite estava fosca com o céu ainda nublado e os licantropos estavam cansados depois de horas de viagem quase ininterruptas.

A fumaça que tínhamos visto eram do vilarejo Forfarmax e só isso bastou para nos trazer um pouco de esperanças.

Como era tarde para prosseguir e ainda existiam pessoas necessitando de cuidados, acampamos nas margens do rio Kilovan com Vareen dormindo em seguida.

Logo Caleb e eu fizemos o mesmo assim como Aidan e Nikolai que dormiram profundamente sem nenhum sobressalto.

Durante a noite, acordo com os gritos de um homem que viu a floresta sendo incendiada e quatro goblins emboscando um warg.

Fui verificar a situação junto com aquele homem e acabei avistando batedores goblins nas redondezas.

Voltei correndo o mais depressa que pude na intenção de alertar meus companheiros do perigo iminente, mas nem tive tempo para isso. 

E nem precisava.

Três goblins me perseguiram e o restante do grupo cercou meus companheiros.

Eles fizeram um ataque-surpresa que nos pegou desprevenidos.

Deixando a missão a um passo do fracasso.