Edward já estava me ligando pela quinta vez, sabia que ele estava me procurando, para fazer o papel de casamento perfeito. Onde estava com a cabeça quando resolvi aceitar? Tia porque eu? Por que fazer esse tipo de contrato?

— Bells chegamos – Fui tirada dos meus desvaneios com James me chamando quando chegamos

— Quer entrar?

— Fica para a próxima

— Por favor, não quero ficar sozinha – fiz cara de gato de botas

— Mais e o E... -Não deixei concluir a frase

— Duvido que ele venha para casa hoje ou pelo menos tão cedo, ele está com a Denali

— Hum, então vamos, aí já colocamos o papo em dia – Jay havia voltado após seis meses no Brasil, quando já estávamos na sala do meu novo lar – Bells por que está chorando? – ele limpou minhas lagrimas e me abraçou – Me conta o que está acontecendo com minha princesinha

— Jay n-não sei tu-tudo é tão es-tranho essa his-toria de ca-casamento Edward uma ho-ra age como se co-rres-ponde-sse esse mal-dita pai-xonite e outra não -disse entre um soluço e outro, bufei – é confuso

— Você sempre soube o que acho dessa ‘’paixonite’’ – disse fazendo aspas no ar

— Jay só fica comigo, não fala nada

— Ok, mas se tiver disponível amanhã vamos dar uma volta em La Push e tomar sorvete que você ama

— Vamos – disse indo para o sofá e puxando ele, sentamos e eu voltei a abraça-lo, não sei por quanto tempo fiquei perdida nos meus desvaneios, sentindo Jay fazendo cafuné na minha cabeça, até cair no mundo dos sonhos.

......

Quando acordei com uma claridade batendo no meu rosto percebi que estava na cama e de pijama, como isso? Será que me troquei e não lembro, o Jay não varia isso por mais intimidade que tivéssemos, e o Edward? Será? não com certeza não. Tomei um banho e sai do quarto indo para cozinha comer algo

— Bom dia Isabella – disse um Edward carrancudo

— Bom dia Edward, mas porque me chamou de Isabella? Você sabe que não gosto – disse pegando um pão e passando creme de avelã

— E você acha que gosto de fazer papel de trouxa – disse me olhando com cara de quem iria me matar

—  Para de ser exagerado, eu estava cansada, você sumiu e vim para casa – não podia falar que segui ele e fraguei ele com a Tanya Denali

— Para casa com outro homem? No mesmo dia que se casa Isabella? E dormi nos braços dele, por acaso sou algum tipo de idiota? Você acha que aceitaria isso numa boa

— Você fala como se tivesse tido algo com ele, era o JAY, Edward ele é nosso primo quase meu irmão, me poupe desse showzinho de marido com ciúmes que não combina com você

— Isabella... – a voz dele morreu quando o celular dele tocou – preciso atender, mas essa conversa não acabou aqui – disse indo para o quarto

— Vai lá com seu rabinho – disse quando ele fechou a porta. Depois de alguns longos minutos ele voltou com uma cara pior do que havia saído.

— Bella terei que sair, será rápido, no máximo em três horas estarei de volta – disse com pesar

— Não se preocupe vou sair com o Jay – ele me olhou incrédulo – vamos a La Push - acrescentei

— Na nossa lua de mel? – disse com uma voz de indignação

—Edward você pode ir, não se preocupe, seu ‘’trabalho” – disse fazendo aspas na palavra trabalho, ignorando a pergunta dele e virando de costas a caminho do quarto – perdi a fome – disse por fim

 - Isab... – não o deixei terminar de falar, bati a porta com toda minha força

......

Depois de uns dez minutos escutei baterem na porta do quarto – Bella abri a porta, preciso pegar uma coisa no closset – abri a porta com relutância, Edward andou até o closset e voltou

— Já pegou? – disse sem paciência com os braços cruzados

— Não

— Poderia ir logo? Por favor, preciso me trocar o Jay já está vindo me buscar

— Tudo bem-disse ele se aproximou rápido demais e me beijou ate perdemos o ar – pronto agora posso te deixar se arrumar sozinha – disse sério, porém com um sorriso de vitória

— Edward o que foi isso? – disse desnorteada

— Bella é tão inocente que não sabe o que é um beijo? – disse com zombaria

— Edward juro que tento te entender, mas é difícil, uma hora me mostra uma coisa na outra muda completamente – apertaram a campainha – O Jay chegou, poderia ir recebe-lo    enquanto me arrumo?

— Quem?

— James Witherdale nosso primo, o homem que dormi nos braços ontem... – disse e vi o rosto dele se transformar de um sorriso para uma carranca

— Ok Isabella, eu recebo – disse caminhando até a porta e virou para me olhar – talvez eu passe em La Push  mais tarde- ouvi eles se cumprimentarem e comecei a me trocar com a roupa que havia escolhido e colocando duas trocas de roupas na mochila. Sai do quarto e fui pra sala onde Jay e Ed conversavam e riam

— Oi Jay – disse indo abraça-lo e recebi um abraço de urso o qual quase me matou – Jay... es-tou sem ar – disse pausadamente e ele afrouxou o braço

— Oi minha princesinha – olhei de canto de olho e Edward estava revirando os olhos – tudo bem? – Jay continuo sem perceber a cara do Ed

— Tudo e você?

— Estou bem

— Ontem nem se despediu – falei fazendo bico

— Você estava dormindo tão bem que fiquei com pena de acorda-la

— Hum.... vamos? Já estou pronta

— Vamos, tchau Ed – Jay disse dando um abraço de homem com direito a tapinhas nas costas e fizeram um toque que eles inventaram quando eram crianças e só os garotos sabiam

— Tchau Jay – olhou para mim quando já estava indo para a porta – marrentinha não vai se despedir do seu marido? – marrentinha era como ele me chamava quando éramos crianças, rolei os olhos e fui fazer meu papel de esposa, dei um selinho, mas ele me agarrou e me deu um beijo daqueles cinematográfico. Quando paramos ele continuou me abraçando o que agradeci mentalmente, pois se tivesse me soltado estaria no chão

— Vamos Bells – Jay disse reprimindo um sorriso eu sabia o que ele estava pensando

— Tchau marrentinha, mas tarde talvez passe lá

—Ok Ed

Saímos e fomos para o elevador, quando estávamos dentro Jay começou a rir

— Está rindo do que posso saber? – perguntei fingindo não saber e com voz de brava

— Você arrasando corações – disse brincalhão fez uma pausa – Aly tinha razão “eu precinto que esse casamento vai mudar a vida dos dois” – disse Jay tentando fazer a voz da fadinha, o que me fez rir

— Como você é besta Jay – disse num tom brava e continuei rindo  

.....

Fomos até La Push escutando músicas e cantando iguais loucos. Era bom fazer algo que a um bom tempo não fazia ainda mais com Jay, senti falta dele nesses seis meses que ele ficou no Brasil. Por mais que as vezes eu queria mata-lo por falar algumas besteiras ou entrar em assuntos que não queria falar no momento, por exemplo Edward, somos irmãos e isso é normal, sorri com esse pensamento, Jay era o irmão que sempre quis...

—Pronto Bells, o que vamos fazer primeiro?

— Acho que caminhar seria uma boa pra esquentar, depois pulo do penhasco e sorvete, pode ser?

— Claro, só que não está muito frio pra pular do penhasco?

— Está com medo Jay? – disse brincando

— Obvio que não, já esqueceu que já pulamos?

—  Sim pulamos – concordei com a cabeça – que me lembre eu pulei umas cinco vezes mais ou menos e você que eu tenha visto uma quando os garotos começaram a te zoar – disse me rindo me lembrando, foi um dos poucos dias que o sol apareceu em Forks

— Ok Bells... vamos logo – disse Jay para mudar de assunto

— Vou trocar de roupa, vou colocar uma mais fácil para caminhar – eu disse pegando minha mochila no panco de trás

— Então vou atras dos garotos – disse indo sentindo ao contrario

 Caminhei até um lugar onde ficava os trocadores e me tranquei lá, quando estava vestida e pronta, sai e comecei a ir encontrar o Jay e os garotos, ouvi meu nome, virei-me para onde a voz vinha, era um garoto, já havia visto ele algumas vezes na reserva, mas ele sempre estava no vídeo game ou no notebook, ele devia ter seus doze ou treze anos.

— Sou eu e você quem é? – disse sem delongas, porém com simpatia

— Sou Cory Moore, um moço me pediu para te entregar isso – me estendeu um papel dobrado

— Que moço?

— Aquele – Apontou para um lugar, mas não tinha ninguém - Ele estava ali

— Tudo bem, obrigada

— De nada – disse e saiu

Abri o papel e estava cheia de palavras cortadas de alguma revista, comecei a ler -Vou te pegar não adianta fugir, nenhum dos seus amigos vai conseguir te proteger – Gelei com aquelas palavras, podem ter sido os garotos para me zoar, pensei, comecei a andar novamente e senti uma coisa ruim como se tivesse sendo observada, olhei para todos os lados e nada, só vi um carro preto com os vidros da mesma cor, comecei a andar mais rápido e percebi que o carro também.