Lei de Murphy escrita por lisaromanoff


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá! A ideia para esta história surgiu por intermédio de uma amiga muito querida, a @tobeavampire no Twitter! Paulinha, obrigada por me permitir escrever essa historinha, espero que tenha ficado como você imaginou!
Será uma fic curtinha. Espero que todos gostem!



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“Você está linda.”

Foi o que Rosalie Hale disse, sem levantar os olhos do celular para olhar para a amiga. Jogando o cabelo loiro para um lado, se sobressaltou ao ter o telefone de capinha lilás violentamente tirado de sua mão por uma baixinha de cabelo chanel.

“Alice!” ela reclamou, ultrajada.

“Quer, por favor, prestar atenção no que a Bella está provando? Por que veio?”

Rose rolou os belos olhos azuis.

“Bella fica bem até enrolada numa toalha de mesa. Além do mais, esse vestido é quase igual aos outros quinze que ela provou, e ficou linda em todos eles.” ela olhou para Isabella Swan, que estava de costas para ela e de frente para um espelho imenso. “E eu já não aprovo o noivo, então…” a última parte ela adicionou baixinho. Bella fingiu que não ouviu. Alice rolou os olhos de leve, mas não repreendeu Rose, já que, no fundo, concordava.

“Eu amei esse vestido. Mas não encontrei nenhum em que me sinta noiva de verdade. Acho que teremos que vir outro dia, se importam?”

“Não, estou morrendo de fome.” Alice disse. “Além do mais, existem outras lojas onde podemos ir, mas elas ficam mais longe.”

“Então vamos almoçar?” Rosalie perguntou.

“Podemos.” Bella disse, tirando o vestido e olhando em volta do cômodo em busca das próprias roupas. “Mas não posso demorar muito. Tenho que buscar a Murphy na casa do Edward.”

“Ela melhorou da cirurgia?”

“Está se recuperando. Edward foi um anjo deixando-a ficar lá.”

Rose e Alice pensaram consigo mesmas que não havia outra opção, já que Jacob, o noivo de Bella, deixava bem claro o quanto “preferia que Murphy não ficasse dentro de casa”. Ainda mais operada. Ele era um otário, e todo mundo já estava cansado de saber disso, mas Bella, aparentemente, enxergava nele coisas que ninguém mais via.

As três almoçaram em um pequeno bistrô italiano ali perto, e Bella entrou no carro apressada logo em seguida. Fazia vinte dias que Murphy estava fora de casa. Tinha feito uma cirurgia no quadril, e estava se recuperando aos poucos.

Quando estacionou do lado de fora, já sentia o coração palpitar. Ouviu os latidos da cachorrinha antes de vê-la, e abriu um sorriso. Parou diante da casa modular de Edward, que tinha como fundos uma área muito arborizada, e muito fria à noite, como Bella sabia muito bem.

Quando ele abriu a porta, Murphy pulou para cumprimentá-la, abanando o rabo loucamente, com a língua para fora.

“Ei, sua louquinha! Vai se machucar, ainda não está boa!” ela pegou a vira lata preta no colo com esforço, sentindo o rosto ser inteiro lambido do lado esquerdo. “Oi!” ela disse para Edward, e o abraçou com um braço só. Ele estava de moletom e calças de exercício.

“Já almoçou?” ele perguntou.

“Já, estava com as meninas. Fomos provar vestidos de noiva.”

Edward olhou para ela segurando uma risada enquanto se servia de um pedaço de lasanha.

“Uau. Que divertido. Por que não me chamou?” ele perguntou numa voz monótona. Bella mostrou a língua. Sabia como ele detestava absolutamente qualquer coisa que tivesse a ver com compras e roupas. 

“Cala a boca. Como a Murphy se comportou nesse tempo?” ela perguntou, acariciando a cabeça da cachorrinha.

“Ela é o melhor bichinho do mundo. Por mim, ela ficava aqui para sempre. Vou sentir saudades.”

“Sabe que sábado que vem eu a trarei. Cadê a Kate?”

Edward ergueu a cabeça e olhou para Bella como se ela não soubesse da missa a metade.

“Não me diga que terminaram!”

“Está surpresa?” ele perguntou, querendo rir. “Foram oito vezes nos últimos dez meses.”

“E tem volta dessa vez?” Bella perguntou.

“Não. Eu disse que não tem, e acho que ela entendeu.”

Kate e Edward namoraram por quase três anos. O começo tinha sido muito bom, e ela era legal. Depois, era óbvio que ela e Edward eram diferentes além de qualquer reparo, e nunca ia dar certo.

“E você está bem?”

Ele deu de ombros.

“Já estive melhor, mas já estive pior, também. Pelo menos agora me sinto livre para seguir em frente. Não que, uau, haja muitas candidatas.”

Bella riu.

“Você não vai ficar solteiro muito tempo. Nunca ficou.”

Edward ergueu as sobrancelhas e riu, um pouco sem graça.

“E como estão os preparativos para se tornar Sra. Black?”

Bella suspirou alto.

“Chatos. Não quero me casar nunca mais. Pior de tudo é que é uma festa muito mais para a família do Jacob. Só vem meus pais com os respectivos cônjuges, minha avó da Califórnia, Bree com o namorado e meus amigos. Acho que tudo isso não chega a dar trinta pessoas. As outras cento e setenta são todas da família dele.”

Edward deu uma risada irônica.

“Que coragem a sua.”

Bella não sabia se o amigo estava falando sobre a festa ou sobre se casar com Jacob. Ele e Edward não eram inimigos, mas dizer que eram amigos seria mentir muito. Ambos eram completamente diferentes. Jake amava trilhas, esportes, e exercícios. Era quase tão grande quanto o irmão de Edward, Emmett - e isso não era pouca coisa. Já Edward - bem, ele e Bella se tornaram amigos no clube de astronomia da escola. O Cullen mais novo até fazia exercícios e se mantinha em forma, mas não era de jeito algum como eles. 

“Sempre fui. Inclusive virando sua amiga.”

Ela se levantou e deu um beijo na bochecha de Edward, que riu de canto para ela.

“Vou indo. Obrigada por ter ficado com a bebezinha esses dias todos.”

“Vou sentir falta dela. Não me deixe sofrer.”

“Nunca.”

Bella levou a cachorrinha feliz para dentro do carro - não mais a caminhonete laranja e anciã que ela tinha na época do colégio - mas uma SUV preta imensa, que ela quase não conseguia subir sem se apoiar.

“Tchau, Edward. Obrigada.”

“Te vejo em breve.”

Acenando para ele, viu Murphy feliz no banco de trás, abanando o rabo para tudo que via passando. Bella tinha sentido muita falta dela.

 

2014.

Os pais de Bella tinham acabado de se separar. Mesmo sendo uma tragédia anunciada há anos, ela ainda estava triste. 

Era nove e pouco da noite, novembro. Já estava frio em Port Angeles. Ela e Edward estavam saindo do cinema, tinham acabado de assistir interestelar. Bella ainda trazia um pouco do refrigerante, o qual tomava ruidosamente com um canudo, os olhos ardendo de tanto chorar.

“Como você é chorona.” Edward riu, tentando animá-la.

“Você não achou a coisa mais triste do mundo? É um insensível, Edward Cullen!”

“Ok, o filme é bem legal. Senti falta de vir ao cinema com você.”

Ela sorriu.

“Obrigada por ter me acompanhado. Estava precisando me distrair.”

“Não precisa agradecer, eu…”

Os dois pararam de falar quando ouviram um sonzinho desesperado. Parecia um choro. A princípio, Bella achou que fosse uma criança. Edward andou hesitante em direção à rua sem saída de onde vinha o som. Se inclinando em direção a uma lata de lixo, achou uma sacola de shopping, dessas de papel.

Olhando para dentro, viu um pequeno filhotinho de cachorro. Parecia apavorado, e tremia.

“Bella.” ele chamou. Ela cobriu a pouca distância com passos apressados, jogando o refrigerante fora enquanto espiava dentro da sacola.

“Tadinho, Edward! Ele foi abandonado!”

Os dois olharam para o pobre cachorro por um bom tempo. Tinha algo mais. Além do abandono, talvez ele estivesse machucado de alguma maneira.

“Vou levá-lo para o meu pai ver. Você vem?”

Bella fez que sim com a cabeça e pegou a sacolinha das mãos de Edward - não pela alça, mas por baixo, como se envolvendo o bichinho.

“Pior que não tenho nada no carro para enrolá-lo. Vamos ter que improvisar.”

Em minutos, estavam na casa de Carlisle e Esme Cullen. 

 

Acabou que era uma cachorrinha - e tudo que poderia haver de errado com ela, realmente havia. No espírito do filme, e junto com a Lei de Murphy, foi assim que batizaram a cachorrinha. Carlisle levou-a para a própria clínica para que ficasse forte, e então, depois que a patinha dela melhorou, Edward insistiu que Murphy ficasse com Bella. Afinal, bem, as duas eram bem parecidas, e a amiga precisava de companhia naquele momento delicado.

Bella gostava de falar que eles ‘dividiam a guarda’ de Murphy, assim como um casal divorciado.

Ela e Edward, porém, não eram e nunca tinham sido um casal.

 

Aos doze anos, se conheceram na escola, e sendo dois esquisitos que gostavam de física mais do que de qualquer outra matéria, logo ficaram amigos. Passavam os finais de semana estudando para as olimpíadas de astronomia… ou lutando para serem aprovados em literatura e biologia. Ganhavam os melhores prêmios das feiras de ciências. Presenciaram os primeiros beijos e os primeiros amores um do outro. Foram ao baile do último ano juntos, após levarem chutes na bunda quase simultâneos de Mike Newton e Jessica Stanley, que foram ao mesmo baile juntos, e Mike fez a maior cena ao pedir Jessica em namoro na frente da escola inteira. Como era de se esperar, Bella ficou arrasada. Edward e ela saíram do baile muito mais cedo e acabaram se beijando. A noite toda. Nenhum dos dois jamais mencionou aquele dia… Até o aniversário de vinte e um anos de Bella, onde ambos ficaram bêbados juntos e ela se deitou na cama de Edward sem ser para dormir.

De novo, nenhum dos dois mencionou aquele dia, e a amizade continuava a mesma de sempre. As pessoas ao redor estavam cansadas de dizer que eles pareciam ou casal, ou pior, que deveriam ser um casal. 

Bella não era hipócrita, era muito claro que já tinha pensado naquela situação. Edward era um homem muito bonito, não deixava a desejar em aspecto algum e a conhecia muito bem. Os dois tinham os mesmos interesses e se davam bem, mesmo quando brigavam.

Mas aquele era o melhor amigo dela. Além do mais, ele jamais a enxergaria daquela forma - todas as namoradas que ele já tinha tido não tinham nada a ver com Bella. Então aquela amizade era melhor enquanto permanecesse intacta.

Além do mais, ela era feliz com Jake. Ia se casar com ele. Jacob era bom, e jamais a magoaria. Tinha certeza de que tinha escolhido o cara certo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Aguardo comentários! Até logo ♥



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