Dreams escrita por The Lost World, Lady Parsifal


Capítulo 1
Dreams


Notas iniciais do capítulo

One-short dedicada à minha amiga secreta da Casa da Árvore ?“ Carol Ribeiro.



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Definitivamente estava uma noite muito agradável, a leve brisa saudava aqueles que estavam à mesa desfrutando de uma boa conversa regada de um banquete divino, era como se estivessem no paraíso, de fato. Todo o clima era conduzido com melodias harmoniosas, deixando todo o local o mais aconchegante possível, e tanta paz assim era de se desconfiar... 

Verônica, Challenger e Summerlee, desfrutavam do conjunto delicioso que aquela noite estava lhes proporcionando. Malone havia decidido escrever um pouco em seu diário, sobre os relatos que não havia registrado durante o percurso da viagem até a chegada do local onde acreditavam que encontrariam os pais de Verônica. 

“... O que posso dizer sobre este lugar. De todas as aventuras que até aqui o Mundo Perdido nos proporcionou, nenhum de nós imaginávamos um lugar como este, o que podemos chamar de paraíso...”— Malone fazia suas reflexões sobre a mais uma nova descoberta no platô, quando seus registros foram interrompidos por múrmuros que escutara fora da tenda em que estava hospedado, como todo bom jornalista decidiu sair para ver o que estava acontecendo e pôde enxergar alguns jovens caminhando em direção a escura e densa floresta. 

Estranhando a movimentação, caminhou em direção ao local e notou que alguns dos jovens vestiam algo como uma túnica e seguravam algumas velas em suas mãos. O jovem repórter tentou se esconder nas sombras para que não fosse visto, seus olhos atentos tentavam gravar cada segundo para que pudesse escrever em seu diário... Era como se ele estivesse lendo um daqueles livros de mistério, onde um grupo de sacerdotes se reuniam para adorar algo. 

Só que aqui era real, e a mente de Malone ficou em alerta quando começou a ouvir cânticos enquanto os jovens entravam floresta adentro. 

Malone caminhou entre as sombras, usou da folhagem e dos troncos das árvores como um esconderijo para que não o vissem. De fato, ler todos aqueles livros tinham rendido alguma noção do que não fazer. O jornalista seguiu os jovens por alguns minutos, no breu da noite ele teve que ter muito cuidado para não tropeçar em nada, as mãos tateavam a terra no chão e tudo a sua volta, ele tinha que ter todo o cuidado possível para não chamar atenção para si mesmo.  

Foi quando ele avistou, seus olhos se abriram e seu coração bateu forte dentro do peito. Um dos jovens segurava um livro e pronunciava cada linha que continha no mesmo e como num passe de mágica, a velha árvore que estava em frente ao jovem, ganhou vida. Seus galhos mexeram como se tivessem movimentos próprios, Malone engoliu seco e se segurou numa árvore que estava perto. 

— Mas o que é isso. – Sussurrou para si mesmo enquanto observava aquela cena. E então sentiu todo o sangue do corpo congelar ao notar que o livro na mão do rapaz era nada menos do que o próprio Necronomicom. 

Malone levou a mão até a boca e tentou segurar o susto que levou, as batidas de seu coração eram tão fortes que ele poderia jurar que eram sentidas em todo o corpo. Foi quando sentiu uma mão o segurar no ombro e ao se virar, se deparou com uma expressão vazia, definitivamente vazia. Pois não era possível ver o rosto do rapaz que o encarava, era como um “buraco negro”.   

— Venha... você não deveria sair de sua cabana. – Foi tudo que ouviu. 

 Sentiu as próprias pernas vacilarem e as palavras sumirem de sua boca... E foi quando tudo ficou escuro. 

Roxton fazia a guarda mesmo que, para os outros companheiros fosse desnecessário, afinal para que fazer a guarda quando se está no que pode ser chamado de um paraíso estabelecido no platô, o caçador desconfiava de que realmente estava tudo muito bom para ser verdade. Há algumas horas havia procurado por Malone, do qual havia combinado sobre revezarem a vigia para a segurança de todo o grupo como sempre faziam, mas não o encontrara... 

Marguerite havia se retirado o vinho a deixara muito alegre, decidiu ir para tenda, onde poderia aproveitar do maior conforto e comodidade, aquela noite ela não se preocuparia com homens lagartos, dinossauros ou qualquer outra confusão que sempre atraiam em suas buscas.  

A herdeira retirou o colar de rosas que havia em seu delicado pescoço, e o depositou ao lado da cama, era possível ouvir a melodia agora mais distante de onde estava sua tenda, Marguerite estava tão leve, como se aquele vinho a fizesse enxergar e sentir agora tão claramente, tudo estava mais intenso, a sensação de entorpecente, que a bebida lhe causara era de certa forma deleitosa, seus movimentos estavam mais lentos e suaves seus sentidos pareciam mais aguçados, até mesmo a mais suave brisa que entrara de uma sua tenda sendo aberta a fizera   sentir o ar fresco que a noite proporcionava, olhou em direção a entrada, pelo menos para ela as palavras demoraram a se formar... 

— Por que não bateu? – Questionou a herdeira levantando-se lentamente em direção a Roxton. 

— Continuo procurando por Malone. 

— Por quê? 

— Porque ainda não o encontrei. 

— Não... Porque se importa? Ele é grandinho, não é sua responsabilidade. 

— Vocês todos são.   

— Todos, até eu?  

— O que há com você?  

— Não há nada. – Retirou o chapéu de sua cabeça enquanto sua mão percorre o pescoço de Roxton. — Pela primeira vez na vida, não há nada errado. – Seus olhos fitaram tenuamente os olhos do caçador a sua frente, e desceram até seus lábios, depositando um beijo, enquanto suas mãos percorreram o peito do caçador.  

— Tomou muito vinho. – Interrompeu o Lord estranhando o comportamento da herdeira, Marguerite estava muito perto, sua delicada mão depositada sobre seu peito, o fez franzir o cenho, “por Deus como ela é linda”, pensou internamente.  

— Não é o vinho, John. Talvez seja, mas pela primeira vez..., vejo tudo tão claro. – Seus olhos o fitaram, atentos e ansiosos. — Vejo você, vejo a mim... – Seus dedos foram de encontro ao cabelo dele, deixando que sentisse a maciez do mesmo. 

 — Por favor, não me faça ser quem eu era. Deixe-me ser quem eu sou... – Marguerite então entrelaçou seus dedos com os dele e o conduziu até a cama. 

 – Por favor, John... só esta noite... – Sua voz era suave, como se fosse uma canção a ser apreciada, suas palavras devem ter feito algo com o caçador, pois, este se viu caminhando por onde a herdeira o conduzia. A morena se aproximou dele e deixou que seus lábios tocassem os dele em um beijo calmo, suave, mas ainda assim cheio de desejo. Era inebriante ter seus lábios junto aos dele. 

Roxton então a olhou com atenção, sua mente sabia que ele não deveria estar ali, que deveria se desculpar e então sair. Seria o que qualquer homem com um pouco de respeito faria, mas não ele. Ele se sentia atraído, enfeitiçado naquele momento e tudo o que poderia fazer era responder a cada toque e a cada olhar que a mulher o lançava. Era um caso perdido, ele sabia. 

— Marguerite... – A herdeira levou sua mão em seu rosto o silenciando com o polegar em seus lábios. 

— Não diga nada... – As palavras saíram baixas o suficiente para que apenas ele a escutasse, seus olhos então o fitaram novamente, como se estivesse gravando cada pequeno segundo daquele momento. Marguerite se aproximou novamente dele, levando os lábios até a junção do pescoço e deixou que pequenos beijos fossem depositados no local. Ela ouviu quando um murmúrio saiu dos lábios do caçados e não pode deixar de sorrir com isso. 

Seus lábios sussurraram o nome dele perto de seu ouvido o fazendo sentir um breve arrepio por toda sua coluna, e então os próprios lábios rudes dele retribuíram a caricia. Roxton sentiu a maciez do corpo dela contra o seu e tinha certeza que ela já deveria ter percebido sua excitação. O perfume adocicado dela era um belo convite e ele não poderia deixar de corresponde-la de igual intensidade. Seus braços envolveram o corpo esguio da morena e suas mãos logo estavam em todos os locais possíveis.  

Está noite não iriam conversar, não iriam negar seus desejos e muito menos, negar a atração que um sentia pelo outro. Está noite, existiria apenas dois corpos se amando. Bocas e mãos ansiosas para provar cada vez mais um do outro.  

Esta noite, seria regada de suor e paixão... 

 

Na manhã seguinte...

Foi possível sentir os primeiros raios de Sol entrarem pela pequena fresta que estava aberta, passando as mãos em seu rosto, a claridade o estava incomodando, Malone se perguntou o que havia ocorrido, na noite anterior, sonho ou realidade se questionou.  

— Acho que dormi enquanto escrevia. – Seus lábios pronunciaram seus pensamentos ao ver seu diário, de fato as imagens estavam muito confusas em sua mente, em todo caso ele iria averiguar, escutou o suave toque da harpa sendo tocada e se direcionou até a entrada, onde olhando para fora pôde observar um pouco mais distante Roxton saindo cuidadosamente da tenda onde estava Marguerite, sorriu internamente ao observar a cena, aquele seria um longo dia. 


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Notas finais do capítulo

Meu grande agradecimento a beta maravilhosa Nathallia Cabral (Nathy/ QueenKrux), que me deu todo apoio, auxílio e paciência na construção da ideia.



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