Primeiro Amor escrita por Luthor


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa fanfic é a união de duas coisas que eu amo: SuperCorp e o universo de Harry Potter. Foi uma história que eu realmente me diverti muito escrevendo, e espero que vocês também possam se divertir lendo. Portanto, Boa leitura a todos! Espero que gostem!

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— Lumus. – Disse Kara assim que se certificou de que estava sozinha no corredor. Sabia que deveria estar em seu dormitório, mas, em vez disso, estava a caminho da torre de astronomia, indo ao encontro de Lena.

Kara não gostava de desrespeitar regras e até havia sido um pouco relutante em aceitar esses encontros noturnos. Mas isso foi só no início. Não demorou muito para acabar sendo vencida pela vontade de encontrar sua melhor amiga todas as noites, para passar horas conversando e vendo as estrelas. Agora, depois de tantos encontros, Kara nem se sentia mais quebrando uma regra e já sabia exatamente tudo que precisava fazer para não ser pega pelo zelador.

— Alohomora. – Murmurou baixinho apontado para a fechadura assim que chegou à porta da torre.

Lena já havia chegado e a esperava com duas cervejas amanteigadas, dois sapos de chocolate e um bolinho com tamanho suficiente para servir duas pessoas.

— Surpresa – sussurrou enquanto conjurava uma chama na pontinha da vela que estava em cima do bolo. A fumaça que saia da vela, aos poucos, foi tomando forma e se transformou no número 18. – Feliz aniversário, Kara.

Kara precisou conter um grito de alegria para não acordar o vigia do Castelo. Em vez de gritar, abraçou forte a amiga.

— Você é a melhor amiga do mundo! – Disse em um grito abafado.

— Você fez exatamente a mesma coisa por mim no meu último aniversário, Kara... eu nem muito criativa fui.

— Eh, mas eu não fiz esse truque com o fogo na sua vez!

Lena riu enquanto balançava a cabeça pensando em como Kara sempre sabia o que dizer quando queria demonstrar o quanto gostava de alguém. Essa era só uma das coisas que ela amava na melhor amiga.

— Tem que fazer um pedido antes de apagar a vela. – Lembrou Lena vendo que Kara já estava prestes a avançar no bolo. Havia comprado em uma lojinha de doces em Hogsmeade e estava mesmo com uma cara ótima.

Kara fechou os olhos para fazer seu pedido e então soprou. As chamas se transformaram primeiro em uma águia, e em seguida em um cachorro São Bernardo.

— São os nossos patronos! – Kara exclamou – Eu amei! Você é sim a melhor amiga do mundo, Lena, para de ser modesta!

Os dois animais eram os símbolos da amizade delas. No início do terceiro ano, Lena, que era uma excelente aluna e sempre aprendia novos feitiços com facilidade, estava tendo dificuldades para conjurar seu patrono corpóreo. Toda a sua turma já conseguia fazer o feitiço. Apenas ela ainda não era capaz. Um dia, uma menina bem animada da Lufa-lufa, vendo o que estava acontecendo, resolveu ajudar. A partir desse dia, Kara e Lena treinaram junta durante dias o feitiço para afastar dementadores. Kara, sempre paciente e prestativa, sabia exatamente como incentivar sua mais nova amiga com palavras de apoio, até mesmo quando via que Lena já estava desistido de tentar.

Duas semanas depois, Lena finalmente conseguiu fazer nascer de sua varinha uma linda águia prateada. Comemoraram indo a Hogsmeade e, desde então, tornaram-se amigas inseparáveis. O que Lena nunca havia contado para Kara, é que era nela em quem pensava para conseguir conjurar o feitiço.

(...)

Nos minutos seguintes, as duas amigas comeram seus pedaços de bolo e abriram seus sapos de chocolate. O sapo de Kara, porém, acabou fugindo, fazendo com que elas tivessem que dividir o sapo de Lena, que foi imobilizado antes que conseguisse pular pela janela. Após comer os doces finalmente abriram as cervejas amanteigadas.

— Você sabia que em vários países, os Trouxas têm o hábito de beber álcool pela primeira vez aos 18?

Kara provou a cerveja e viu que era diferente da que ela estava acostumada.

— Sabe que eu gostei! – Respondeu bebendo mais um gole.

— É a minha favorita.

(...)

Continuaram conversando enquanto olhavam as estrelas. Kara sempre ficava admirada com o conhecimento vasto que Lena tinha sobre o céu (e sobre praticamente tudo que se ensinava em Hogwarts). A considerava uma das pessoas mais inteligentes que já havia conhecido e adorava ouvi-la falar por horas sobre todas as coisas que sabia. Adorava admirar o jeito que a melhor amiga sempre se empolgava falando sobre alquimia, runas, viagens no tempo, feitiços e todas os outros assuntos difíceis de escola.

(...)

Depois de algumas horas de conversas, já tinham falado sobre tudo que tinham para falar, e o assunto que elas mais queriam evitar acabou aparecendo.

— É o nosso último ano em Hogwarts. – Disse Kara. Detestava ouvir aquelas palavras. Sabia que com o fim da escola, seria muito mais difícil para elas se verem diariamente.

O sorriso de Lena se desfez ao ouvir aquelas palavras. Não suportava pensar na ideia de ficar longe da melhor amiga.

— Parece que foi ontem que eu me sentei de baixo do chapéu seletor tremendo de medo. – Lembrou-se Lena.  

— E Eu nem acredito que já tenho 18. Passou tão rápido!

— Eu não quero ficar longe de você. Você é minha única família. – Disse Lena em um sussurro ainda mais baixo.

Kara percebeu a voz embargada de Lena ao falar as últimas palavras e passou a mão carinhosamente em seu rosto.

— Ei, não chora... hoje é meu aniversário, e eu não quero chorar também.

Lena levantou o olhar e sorriu. Seus olhos se encontrar com os de Kara em uma troca de olhares cheia de sentimentos e lembranças. Lembranças dos 5 últimos anos de uma amizade inseparável.

Quando Lena estava no terceiro ano, toda a sua família foi presa por uso de magia das trevas, e esquemas de corrupção dentro do ministério. Os Luthor era uma antiga família bruxa e todos os seus membros eram conhecidos por sua extrema sede de poder. Gostavam de se gabar por sua linhagem sangue puro e exigiam que todos os membros da família pertencessem a Sonserina. Os que fossem para qualquer outra casa, corriam o risco de serem deserdados e apagados da árvore genealógica

Lena sempre sofrera por ser a única mestiça da família. Sua mãe era uma bruxa de descendência trouxa que morreu quando ela tinha apenas quatro anos. Sua família por parte de pai, como já era de se esperar, a desprezava por isso sempre que tinha oportunidade.

Quando viu sua família ser presa, Lena estava com 13 anos. Sentiu, naquele momento, um grande alívio, pois sempre teve medo do que os Luthor eram capazes. Por outro lado, também ficou muito triste, pois, por pior que eles fossem, ainda assim eles eram sua única família. Isso só mudou quando ela conheceu Kara.

— ... Além do mais, sabe que eu sempre cumpro todas as minhas promessas – disse Kara quebrando o silêncio. – E, obviamente, isso também vale para a minha promessa de te mandar uma coruja toda semana! Sem falta! E te mandar mensagem na lareira todos os dias!

Lena sorriu com a tentativa de Kara de faze-la se sentir melhor, mas sabia que nada disso seria a mesma coisa que falar com ela todos os dias.

— Eu vou sentir saudades...

— Eu também vou.

Kara se aproximou um pouco mais de Lena e passou seu braço por cima do ombro da amiga. Lena correspondeu ao gesto passando seu braço em volta da cintura de Kara. Assim ficaram por alguns segundos, em completo silêncio, apenas olhando para o céu.

— Lembra da primeira vez que viemos aqui – disse Lena sem desviar o olhar do horizonte – você queria olhar as estrelas e eu te ensinei como usava o telescópio.

Kara sorriu com a lembrança daquele dia.

— Eu estava morrendo de medo de alguém nos encontrar aqui, nunca tinha quebrado uma regra antes.

— Será que fui eu que te levei para o mal caminho então. – Brincou Lena.

— Olha só como é má - disse Kara rindo – e fez isso muito bem, porque eu não me arrependo de nada!

— Lembra do seu primeiro jogo de quadribol? - Perguntou Lena.

— Esse dia lembro bem, Lufa-lufa contra Sonserina... acho que só perdi porque não queria que sua casa perdesse.

— Vocês perderam feio naquela vez! – Disse Lena fingindo estar indignada com a desculpa que Kara havia inventado para justificar sua derrota no quadribol – e você ainda fraturou o braço, Lembra?

— Dessa parte eu não esqueço nunca, foi uma das piores dores que eu já senti. – Lembrou-se Kara. – A única parte boa desse dia foi que depois você passou a noite toda na enfermaria comigo enquanto o feitiço para colar os ossos fazia efeito

— Acho que essa foi a primeira vez que levei uma bronca por estar fora da cama durante a noite. – Disse Lena estreitando os olhos enquanto tentava se lembrar dos detalhes –  acho que foi depois desse dia que aprendi a me esconder melhor do zelador e da gata dele.

Ambas riram ao lembrar de todas as mentiras que já tinham inventado para escapar do zelador. As memórias não paravam de aparecer. Todos os momentos da amizade que tiveram nos últimos 5 anos estavam passando na mente de ambas como um filme. As duas desejaram que esse momento nunca acabasse.

(...)

— Lembra quando nos escondemos em um armário de vassoura e encontramos o espelho de Ojesed? – Kara estava tão imersa nas lembranças e no clima nostálgico que elas traziam que acabou falando sem pensar. Por um momento esqueceu sua necessidade de evitar falar sobre esse dia.

— A gente não entendeu nada na hora. Foi bem engraçado. – Falou Lena desviando o olhar para tentar disfarçar o nervosismo.

Kara notou que Lena estava demorando a falar depois da menção ao espelho e percebeu que ela estava fazendo sua expressão de quem tinha algo para falar, mas não conseguia achar as palavras certas. Tantos anos de amizade fazia com que Kara conhecesse muito bem todas as expressões da amiga.

— Está tudo bem? – Perguntou Kara.

Lena nunca tinha tido coragem de contar a Kara o que realmente tinha visto no espelho dos desejos. Na época, disse apenas que tinha visto toda a sua família reunida e feliz, mas não era essa a verdade. Dois anos já havia se passado, mas a Luthor continuava sem coragem de tocar no assunto. Sabia que com o final do ano letivo, sua chance de contar para Kara qual era seu maior desejo estava acabando, porém, ainda assim, não tinha decidido o que fazer.

— Sabe o espelho... eu... – Lena gaguejou, sentiu que não ia conseguir falar mais nada.

— O que foi? Sabe que pode me contar tudo.

— Eu menti sobre o que eu vi nele. Menti para você por dois anos, me desculpe.

— Tudo bem, se você não se sente à vontade para dizer, saiba que está tudo bem... além do mais, – Kara deu uma pequena pausa como se estivesse prestes a confessar algo. – eu admito que também menti sobre o que o espelho me mostrou.

— Então estamos quites. – Concluiu Lena com um sorriso envergonhado no rosto.

Houve então um longo momento de silêncio que nenhuma das duas sabiam como quebrar. Ambas queriam contar a verdade uma para a outra, mas nenhuma tinha coragem.

(...)

— Kara, quer mesmo saber o que eu vi no espelho?

Kara fez que sim com a cabeça. – Se você não se importar em me contra, eu quero muito saber.

Sem conseguir encontrar as palavras que precisava para verbalizar o que queria contar, Lena apenas se aproximou um pouco mais de Kara. Seus olhos se encontraram com os olhos azuis a sua frente, fazendo aumentar ainda mais a tensão que as envolvia naquele momento. Antes que pudesse pensar em desistir, fez o que há tantos anos sonhava em fazer, aproximou ainda mais seu rosto do rosto de Kara, permitindo que seus lábios se tocassem, e a beijou torcendo para que ela a correspondesse. Torcendo para que ela não ficasse chateada. Torcendo para que ela ainda mandasse corujas toda semana.

Para sua felicidade, Kara correspondeu ao gesto. Com os olhos fechados, ainda sem jeito, se aproximou um pouco mais de Lena colocando a mão em sua nuca, enquanto permitia que suas línguas se tocassem.

Nem Lena e nem Kara saberiam expressar em palavras o que estavam sentindo naquele momento. Finalmente tinham entendido que o espelho de Ojesed mostrara às duas a mesma imagem.

Se afastaram ainda sem saber o que dizer. Se olharam profundamente e, mesmo sem nenhuma palavra pronunciada, conseguiram se entender perfeitamente. Ambas desejavam aquele momento há muito tempo.

Bastou um único momento de coragem, afinal, para que tudo passasse a fazer total sentido. Finalmente fazia sentido porque as duas sempre evitaram falar do espelho. Tudo se encaixava perfeitamente agora. Sem querer perder mais tempo, desejando aproveitar ao máximo cada segundo daquele momento, Kara aproximou seus lábios mais uma vez dos lábios de Lena, permitindo que o desejo, guardado por anos, preenchesse o restante da noite.

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No dia seguinte, Lena acordou no dormitório da Sonserina e, por um momento, pensou que tudo poderia ter sido um sonho.  Aos poucos, começou a se lembrar dos detalhes da noite anterior, da conversa que teve com Kara, dos beijos que terminaram a noite e do turbilhão de sentimentos que havia sentido. Ficou feliz ao concluir que tudo havia sido real.

No dormitório da Lufa-lufa, Kara despertou com o mesmo sentimento e pulou da cama assim que os primeiros raios de sol iluminaram seu quarto. Se arrumou rapidamente pois não via a hora de falar com Lena. Às vezes desejava que Hogwarts não fosse dividido em casas só para poder passar mais tempo com sua melhor amiga, ou o que quer que Lena fosse para ela agora.

Era 8:00 horas em ponto quando Lena e Kara se encontraram para conversar no gramado de Hogwarts, próximo ao lago. Não tinham marcado aquele encontro no dia anterior, mas nem era preciso. Elas sempre tentavam se matricular nas disciplinas de forma que seus tempos vagos coincidissem e, assim, sempre se viam nesses horários.

Conversaram como sempre faziam, como se nada tivesse acontecido na noite anterior. Ambas queriam falar sobre o beijo, mas nenhuma tinha coragem de começar o assunto. Em partes, por timidez e, em partes, por medo de deixar a amizade estranha. Porém, quando ficaram sem ter mais o que conversar, foi apenas questão de tempo até que o assunto da noite anterior viesse quebrar o silêncio.

— Então foi tudo real? O espelho realmente mostra nosso desejo mais profundo. – Lena finalmente tomou a coragem que precisava para falar.

— E nós vimos a mesma coisa no espelho. – Concluiu Kara ainda sem jeito. – Em pensar que quando eu vi a gente naquele espelho pela primeira vez, eu achei que era alguma brincadeira de alguém que queria deixar a gente envergonhada na frente de toda escola.

— Eu também pensei isso na hora, mas... – Lena parou para encarar os próprios pés. – Mas depois eu pensei melhor e comecei a perceber que talvez o espelho realmente tinha me mostrado o meu maior desejo.

Ouvir isso fez um sorriso surgir no rosto de Kara.

— Eu queria ter te contado antes, mas sempre tive medo que você não correspondesse e as coisas entre a gente ficassem estranhas. – Confessou Kara enquanto ajeitava os óculos – eu também pensei na hora que era uma brincadeira de alguém que não gostava da gente, mas depois eu percebi que eu realmente desejava, mais do que tudo, estar com você.

—  Eu também... Eu só queria ter mais tempo com você...

— Talvez a vida depois de Hogwarts não seja tão diferente assim para a gente... – disse Kara tentando ser otimista. – Quero dizer, não vamos estar todos os dias juntas nas aulas, conversando pelos corredores, entrando clandestinamente na torre de astronomia para conversar durante as noites, mas... ainda vamos nos ver, não vamos?

— Diferente vai ser... mas, a gente está aparatando bem melhor agora, – Lembrou-se Lena, agora com um pouco mais de entusiasmo. – Acho que podemos nos visitar de vez em quando.

— Isso com certeza vamos.

— Talvez a gente só esteja complicando as coisas por medo da mudança, mas quem sabe a mudança nem seja tão ruim assim. – Concluiu Lena.

(...)

Depois da última aula do dia, elas aproveitaram para se ver mais uma vez. Kara estava conversando com um grupo de alunos da Lufa-lufa quando viu Lena sentar em baixo da árvore onde elas costumavam se ver. Se despediu de seus amigos lufanos e se dirigiu em direção a Luthor.

— Lena, o que nós somos afinal? – Kara perguntou enquanto passava as mãos pelos cabelos de Lena, que estava deitada no gramado com a cabeça apoiada em suas pernas. – O que nós seremos daqui para frente?

— Quer dizer em relação aos nossos sentimentos?

Kara balançou afirmativamente a cabeça.

— Eu não sei muito bem, mas eu quero que o que aconteceu ontem se repita muitas vezes. - Admitiu Lena.

— Eu também. Não sei exatamente o que será do futuro, mas eu sei que eu quero descobrir meus sentimentos por você e com você a cada dia. – Kara parou de falar e olhou diretamente para Lena deixando que seus olhos se encontrassem. – Porque eu não paro de pensar em você nem por um segundo e eu conto cada minuto para vim falar com você.     

Ao ouvir isso, Lena apenas se aproximou de Kara e a beijou. Sentia exatamente o mesmo e não queria perder nem mais um segundo. Sentia que já havia perdido tempo demais com medo de se declarar e queria aproveitar ao máximo cada segundo que tinham. Seus corações estavam tranquilos com a promessa de que continuariam se vendo mesmo após a escola. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Minha ideia para essa fic foi inserir a Kara e a Lena no universo de Harry Potter, modificando completamente suas histórias (afinal elas seriam bruxas), mas mantendo as partes mais significativas de suas personalidades.



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