Um bebê rosado escrita por kicaBh


Capítulo 1
Capítulo 1




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Lisbon, está tudo bem? Estou ficando preocupado. Jane falou realmente tocado, mas não invadiu o banheiro onde sua esposa colocava para fora todo o café da manhã que ela havia comido tão avidamente.

Estou bem melhor agora, apenas limpando meu rosto. Jane ouviu a voz abafada de sua esposa.

Teresa Lisbon agora era sua esposa. Ainda era maravilhosamente assustador pensar nela desta forma. E para completar, agora eles teriam um filho. Quando ele ficou sabendo, no dia do casamento, foi como uma injeção de ânimo para sua vida. Era aterrorizante trazer outra vida ao mundo, mas era também tudo que ele precisava e nem sabia que precisava.

Sua esposa saiu do banheiro e ele a admirou. Ela estava linda. A barriga de quase 37 semanas estava vibrante e redonda. E o fim de semana era para que ela relaxasse e deixasse o trabalho de lado. Eles retornariam a Austin amanhã e então a partir da próxima semana o bebê chegaria a hora que ele bem entendesse.

Meu Deus, Jane, a fase de enjoos não deveria ter ficado no passado? Lisbon falou brava. Ela teve alguns enjoos nos primeiros meses de gravidez, muito poucos. Mas nos últimos tempos muito pouca coisa ficava no estomago dela.

Segundo sua médica, quanto menos e saudável você comer, menos problemas gástricos você terá. E o que você fez? Comeu pelo menos umas 6 panquecas, que eu tenha contado. Ele falou delicado.

Se você e a médica soubessem a fome que sinto não diriam isso. Nada é suficiente. Inclusive, estou com fome.

Eu imaginei, por isso trouxe umas maças e uns pães integrais para você. Estão aqui junto ao suco de laranja.

Por isso que eu te amo, sabia?

E Jane viu Lisbon sentar e comer com a melhor boca do mundo, mal parecendo a mulher que acabara de vomitar o café da manhã. Era lindo de ver, ele reconhecia. Sua esposa grávida, faminta e o mais curioso desta aventura toda : Teresa, antes mal humorada e brava, se tornou uma grávida emotiva, romântica e altamente carinhosa. Ele jamais poderia imaginar que sua raivosa parceira seria a mulher que agora chorava quase todas as vezes em que eles faziam amor e que se aconchegava nele a todo momento.

E pensar que em breve eles teriam um bebe nos braços ! Mesmo diante de tantas expectativas, ambos haviam optado por não saber o sexo. Lisbon disse que queria ser surpreendida e Jane disse que não queria se sentir mais ansioso do que já estava.

E por causa da ansiedade dele e da emotividade dela, neste momento, eles estavam curtindo o Allambra. Era um resort maravilhoso que Jane havia tentado levar Teresa, mas a Agente Michele Vega havia sido atingida e infelizmente partiu, cortando o clima daquele momento e estourando a bolha de amor que Patrick e Teresa viviam. Depois disso ele quase se quebrou pelo medo de perde-la, mas Deus sabe a paciência que Teresa Lisbon tem em si e ela esperou por ele.

Eles também estavam lá porque Jane havia pintado a cabana onde agora moravam e ele não queria que Teresa ficasse exposta ao cheiro de tinta. Amanhã cedo eles retornariam a Austin e Lisbon ainda teria essa semana de trabalho no FBI antes de sair para sua licença maternidade. Jane já havia conversado com Cho, mesmo contra a recomendação de Teresa, para que ela ficasse mais com o trabalho interno nos últimos meses. Mesmo com a cara de entediado e pouco emotivo, o novo de chefe de Lisbon aceitou a consideração de Jane e disse que entendia. E realmente sorriu para o amigo que agora não trabalhava mais no FBI, não regularmente.

Minha última semana no FBI antes que do bebe chegar. Deus, eu estou realmente cansada dessa barriga imensa. Teresa disse longe de sentir mau humor.

Ela e Jane estavam descansando numa rede que dava vista para as montanhas, longe dos hospedes barulhentos que se amontoavam na piscina em busca de aulas de recreação. Ao contrário deles, Jane e Lisbon apreciavam a calmaria do local e curtiam estes momentos para se desligar do mundo.

Você está linda, Teresa. Jane falou querendo realmente dizer isso, embora muitas vezes Lisbon duvidasse e acreditasse que ele dissesse essas palavras somente para encorajá-la.

— Imagino como estou linda, Jane. Quase 10 quilos mais gorda nessa altura que nunca foi tanta, mal posso ver meus pés ultimamente, uma sensibilidade que me faz chorar em comercial de final de liga de baseball. E claro, sardas gigantes no rosto. Ela sorria para ele.

Além dos pés inchados. Mas eu confesso que essas emoções a flor da pele e seu estado interessante despertam minha libido, Lisbon. Jane fez piada, mas era verdade. A atividade sexual deles durante a gravidez foi algo que surpreendeu a ambos. Apesar da diversão, Jane tinha muito cuidado com a barriga da esposa e tinha o costume, depois que ambos gozavam, de ficar acariciando a barriga nua dela e conversando com o bebe.

Chega a ser indecente como meus hormônios se comportaram em relação a você nessa gravidez, Jane. Lisbon gargalhou se lembrando da timidez inicial de dizer a Jane que seu tesão estava aumentando à medida que o filho deles crescia, mas estranhamente isso pareceu deixar seu marido ainda mais disposto.

A libido foi uma questão resolvida de forma graciosa, Teresa aprendeu a ser sincera e direta e percebeu que Jane reagia instantaneamente ao que ela dizia querer na cama, com ele, a qualquer hora.

Era um outro assunto que andava preocupando Lisbon vez ou outra.

Ainda não falamos seriamente sobre os nomes. Lisbon falou delicadamente, mas decidida a resolver esta questão com o marido, por mais que o incomodasse.

Não.

Jane não gostava de falar de nomes. Lisbon acreditava que mesmo o não saber o sexo do bebe vinha desse medo que ele canalizava. A gravidez dela deu a Jane um senso de responsabilidade diferente, algo que ela nunca viu nele. Jane se esforçou em fazer uma reforma na cabana para transforma-la numa casa aconchegante, Jane também abriu mão da maioria dos casos no FBI e somente as vezes, se Cho insistisse, ele ajudava. Somente em ocasiões que ele considerasse algum perigo para Lisbon.

Ele cuidou dela também como mulher, como mulher grávida. E mesmo que tivesse brigas Jane procurava não deixar que se estendessem além do necessário.

Ainda é difícil para você ? Lisbon foi direta, ela sabia que o assunto era sensível a ele.

Sim.

O que te aflige nisso, Jane?

O medo de uma nova vida sobre minha responsabilidade, é claro. Eu tenho muitas dúvidas se serei um bom pai.

Homens sem metade do seu passado tem essa mesma dúvida, você sabe.

Eu sei, eu já passei por isso anteriormente. Mas é diferente agora, eu não quero falhar, eu não posso falhar de novo. Jane falou sóbrio e Lisbon sentiu a seriedade da declaração, mas não o peso. Jane vinha, aos poucos, melhorando e fazendo as pazes com seu passado.

E o que um nome tem a ver com isso? Lisbon retomou o rumo da conversa, porque ela não queria deixar seu marido afundar em culpa. Ele não falhou anteriormente, mas ainda era um assunto que doía para ele.

Um nome é o primeiro ato de amor dos pais para seus filhos. Eu quero que seja perfeito, que ele, ou ela, ame o nome.

Charlote não foi uma boa escolha? Teresa sabia que Jane contava sobre seu passado a conta gotas para ela. E ela entendia, falar sobre Angela e Charlote despertava em Jane sensações difíceis de administrar. Ela também sabia o quanto era difícil reviver momentos com seus pais, nunca era tão simples.

Um nome lindo, eu sempre achei. Era o nome da avó da Angela, eram da realeza do circo. Cuidavam dos brinquedos de tudo no meio oeste. Eles a criaram e ela os amava. A avó dela queria um bisneto homem, para ela, mulheres não tinham grandes poderes no mundo que vivíamos.

Ela ficou chateada com a homenagem?

Não, ela amou a homenagem. Ela nos visitava e curtia bastante a bisneta.

Lisbon não precisou falar nada, ela viu Jane se emocionar e sabia que ele precisava continuar a falar.

— Foi ela quem me levou até a Sophie, no Hospital Psiquiátrico. Eu gritava e dizia que a tinha decepcionado também. E ela conseguia me consolar, me estimular, dizendo que eu continuaria a viver. Que eu precisava acreditar. Ela foi a única visita que recebi naquele hospital. Ela dizia que tinha a obrigação de me reconstruir e que deveria sonhar em ter um Charles para chamar de filho. Quando eu sai do Hospital procurei por ela, mas um infarto a havia levado.  

Lisbon ficou realmente emocionada com a história, mas foi firme, porque o momento pedia.

Você não a decepcionou. Você sabe, não é ? Teresa falou séria.

E Jane, de verdade, não sabia. A vingança estava concluída, mas alguns pecados ele sabia que ainda eram seus. E ele detestava falar deles com sua esposa, mas em momentos como este, quando o medo de escolher um simples nome para seu bebe surgia, ele sabia que precisava colocar para fora suas angustias. O aliviava e permitia que ele conseguisse ser brincalhão no fim do assunto.

Sim, Teresa. Mas eu só quero ter um bebe saudável nos braços, mesmo que se chame Poligônio ou Poligônia.

E Lisbon gargalhou, se aconchegando nele, oferecendo apoio. Jane falava as vezes sobre seu passado, contando algumas histórias, talvez fazendo as pazes. E Lisbon apenas ouvia e ficava se perguntando o quanto de sofrimento ele teve que suportar para conseguir continuar vivendo.

Não vamos chamar nosso bebe de um nome de borboleta feio destes. Mas ele, ou ela, terá um nome para se orgulhar, eu te garanto.

E Lisbon mexeu nos cabelos de Jane, acariciando e oferecendo conforto. Ela entendia que a expectativa era mais cruel para seu marido do que para ela. Tudo que Teresa sentia era felicidade por um bebe deles, ela não tinha em si o medo da perda, ela não tinha a experiencia que Jane viveu e o marcou.

Eu gostaria de estar te oferecendo experiencia e segurança neste momento, Teresa. Não medo. Não sei como você entende e ainda me dá colo. Jane falou invertendo a posição deles e a colocando a cabeça dela em suas pernas.

Mas você oferece, Jane. Você me apoia e me protege. Eu sei que você falou com o Cho várias vezes, nos casos que estávamos investigando, para que eu não fosse exposta. Além do mais, eu sou a filha sobrevivente de um pai viúvo. Quando minha mãe se foi o meu pai não conseguiu seguir em frente. Diferente de você, ele se entregou e nós fomos muito penalizados por isso. Eu sou muito feliz por você não ter seguido o mesmo caminho.

Por isso me aceitou na CBI ? Jane perguntou já sabendo a resposta. Naquele dia longínquo ele não entendeu porque a agente Teresa Lisbon ofereceu a ele uma oportunidade de trabalho e vingança, mas convivendo com ela, conhecendo sua história, ele percebeu que ela teve medo de que Jane sucumbisse, como o pai dela.

Acho que sim, acho que ver você ali fragilizado, de alguma forma, me lembrou meu pai. Nossa vida teria sido muito mais fácil se meu pai tivesse encontrado alguém para ajudá-lo a externar suas emoções. Eu não consegui com ele, infelizmente.

— Mas conseguiu com seus irmãos. E comigo. Deus sabe o que eu teria feito sem sua presença orientadora, Teresa. Você me salvou, sabia ?

Você também me salvou, Jane. Eu teria sido uma profissional engessada se você não tivesse me tirado do sério tantas vezes.

Hum, se você fosse mais engessada o Bosco não teria resistido. Jane brincou se lembrando do agente morto pela seguidora de Red John. Sam Bosco era apaixonado por Teresa. Foi a primeira vez que Jane olhou para Lisbon com olhos de um homem para uma mulher, conferindo o que Bosco via na parceira. Ele não deixou a admiração seguir em frente, naquela época.

— Por favor, Jane. O homem está morto. Lisbon respondeu, se lembrando do bom amigo.

— E morreu amando você completamente. E naquela época eu não poderia te roubar de ninguém.

— Você não gostava de mim. Não desta forma.

— Eu não sei até onde isso é verdade, Lisbon. Eu gosto de pensar que te amei desde que cruzei a porta da CBI. Mas eu precisava da minha vingança, eu não conseguiria me reconstruir se não a fizesse.

— Eu sei.

— Eu sei que você sabe. E Jane a beijou, porque era isso que importava na relação deles. Ambos sabiam que eram sobreviventes de tragédias familiares, ela, num momento muito mais frágil, uma criança que perde a mãe e o pai não consegue seguir em frente. Ele, um homem que perde a esposa e a filha.

Ambos eram sobreviventes e acreditavam que nunca seriam capazes de se renderem a um sentimento. Mas a vida é uma coisa bonita e imprevisível também para o bem, porque ambos se apaixonaram e foram capazes de se permitir serem felizes.

Eles não deveriam, nessa altura da gravidez de Teresa, se aventurarem a brincadeiras sexuais, mas era difícil resistir. E Jane se viu levando sua mulher para o quarto, com muita delicadeza.

Teresa se deixou ser conduzida porque tudo que ela mais queria era se unir ao marido, mesmo que a posição ficasse cada vez mais complicada para ela. Mas Jane se esforçava, era criativo e não se importava de muitas vezes apenas beijá-la inteiramente até que ela chegasse ao orgasmo.

Era uma brincadeira saudável e divertida para ambos. E os unia cada vez mais.

E o assunto do nome foi suspenso mais uma vez.

A última semana de trabalho de Teresa passou rápido. Ela conseguiu deixar a papelada toda encaminhada para Cho. E ele cumpriu o prometido a Jane, não deixando ela ir para o campo nenhuma vez nos últimos dias.

Só restava a Teresa ir até o RH entregar sua licença, eles já haviam ligado duas vezes. Ela tomou o caminho do 2º andar enquanto via Wilie e Cho reunidos e Jane ainda não havia chegado. Ele viria busca-la, como fazia nos últimos tempos, preocupado que em algum momento ela se sentisse mal no trânsito.

Teresa, meu Deus, esse bebe está quase, hein?  .E como vai aquele lindo loiro de cachos perfeitos?  Lucy, a gerente simpática do RH falou acariciando a barriga de Lisbon. Ela foi uma das mais entusiasmadas quando Teresa entregou a certidão de casamento, dizendo que ela havia pego o homem mais bonito de todo o FBI.

Lisbon já ia responder a ela, contar que Jane andava bem e feliz reformando a casa. Teresa se lembrou que Lucy não entendeu nada quando Jane entregou a demissão e disse que viria ao Fbi só como visitante, embora Cho não permitisse que ele ficasse muito tempo ausente. Mas antes dela conseguir dizer alguma coisa alguém a chamou.

Teresa ?

Lisbon estava de costas e quando se virou ficou surpresa, era Marcus Pike. Ele possivelmente ficou assustado pois respirou fundo quando notou o tamanho da barriga da ex namorada.

Olá Marcus.

Olá. Nossa, eu não sabia que você... Marcus Pike não terminou a frase, ele estava realmente surpreso.

E em breve. Hoje é meu último dia aqui. Lisbon sorriu para o ex namorado.

Você está linda, Teresa. Pike falou olhando para ela, quase emocionado. Eles tiveram um breve relacionamento, muito intenso para ele. Mas de certa forma ele sempre suspeitou que a mulher me questão não pertencia a ele e sim ao parceiro de longa data. Ele não gostaria de admitir que vê-la ainda mexesse com ele e gostaria de não ter feito o elogio, mas não conseguiu se segurar.

Eu também acho. Jane disse se anunciando. Talvez querendo se impor, pois viu de longe o olhar admirando do ex namorado de sua esposa. E mesmo que ele detestasse admitir, isso ainda o incomodava.

Pike não se mostrou constrangido, mas Lisbon sentiu o ciúme de Jane. O que era algo que ela jamais entenderia, o ciúme que o marido sentia dela era algo as vezes bem-vindo, as vezes surpreendente. No entanto, como bom fingidor que era, Jane disfarçou o ciúme e travou conversas com Lucy e Pike, contando das expectativas.

As tratativas demoraram uma meia hora, então Pike disse que teria que ir, senão perderia o voo. Ele desejou felicidades e saúde e se despediu.

Jane ainda brincou com Lucy, dizendo que ela aproveitasse porque daqui para frente ele só teria tempo para fraldas e choros de bebes de madrugada.

Então ele e Teresa voltaram para se despedir dos amigos, mas foram surpreendidos ao encontrarem todos com pacotes de fraldas nas mãos, além de balões enfeitando o andar e desejando muita saúde ao mais novo Jane que chegaria ao mundo em breve.  

Foi muita gentileza dos meninos fazerem essa surpresa pra gente. Lisbon falou mais tarde, em sua casa. Seus pés inchados descansavam na cadeira enquanto o marido guardava os pacotes de fraldas que eles ganharam dos amigos.

E seu ex noivo ainda fez questão de comparecer. Jane falou querendo provoca-la, não por mal, mas é que ainda era difícil disfarçar o ciúme. Ainda mais que, quando Marcus Pike ficou sabendo do chá de fraldas, correu a farmácia mais próxima e comprou um pacote de lembrança, junto com uma chupeta enfeitada.

Jane ! Lisbon ralhou, não caindo na provocação e não entendendo como o marido ainda se incomodava com uma relação que acabou justamente porque ele se declarou.

Teresa, por favor, o cara não perde a oportunidade de mostrar o quão legal e perfeito ele é. Jane respondeu e se aproximou da esposa, querendo fazer uma massagem nos pés para que ela se sentisse mais confortável. Ele sabia que nos últimos dias estava pesado para Lisbon carregar toda a barriga, além das expectativas e medos de ambos.

Lisbon acabou sorrindo a frase boba, quase infantil do marido. E aceitou de bom grado a massagem que ele lhe fazia agora, fechando os olhos e curtindo o momento.

Jane, o Pike é que deveria sentir ciúme de você. Mas para ele me parece bastante superado.

Eu não sinto ciúmes dele, é apenas precaução. Você sabe, ele era um cara muito melhor do que eu.

Como se isso fosse verdade.

É verdade, Teresa. O Pike não teria metade dos meus medos, ele te ofereceria o apoio que eu muitas vezes falho.

Eu nunca me arrependi de descer daquele avião, Jane.

E eu nunca me arrependi de invadi-lo.

Era para ser apenas um beijo carinhoso de boa noite. Teresa estava cansada do dia de trabalho e Jane não queria pressioná-la. Mas realmente era muito erótico ouvir de sua esposa que toda aquela sua correria e estupidez para invadir um avião não foi em vão.

Ela não se arrependia de tê-lo escolhido e era preciso celebrar cada momento.

Lisbon aprofundou o beijo e Jane sentiu seu corpo reagir, querendo esquecer de tudo e se afundar em sua esposa, amando-a sem receio.

Deus, eu te amo, Teresa. Jane falou sentindo a esposa brincar com seu pênis, o encorajando a seguir em frente e não pensar em nada.

Sendo cristão agora, Jane ? Lisbon brincou enquanto tentava retirar as próprias roupas, mas sentiu o marido ajudar. Tempo era preciso agora neste momento.

Ambos estavam nus na cama espaçosa que dividiam e tudo que ambos queriam estava diante um do outro.

oh oh . Jane falou notando que algo estava diferente na lubrificação da esposa. Ele iria alertá-la quando ouviu.

Jane, acho que não vamos poder continuar.

Sim, você está muito molhada e ... Jane falou, mas Lisbon o interrompeu

Sinto uma contração muito diferente das anteriores....  E.... acho que está na hora... E Jane olhou para a face suada da parceira.

Ele conseguiu vestir sua própria roupa em tempo recorde e jogar por cima de Lisbon um vestido largo o suficiente para não terem que pensar em mais nada.

Desajeitadamente Jane conseguiu encontrar a mala que haviam começado a preparar e saíram em disparada para o Austin Memorial Hospital.

Algumas horas depois ...

Apesar das dores das contrações, Teresa Lisbon parecia feliz. Talvez para contrastar com o pânico completo que invadia Patrick Jane nesse momento. Ele suava frio, mesmo que tentasse disfarçar ou usar a sua conhecida bravata diante das situações, tentar diminuir seus batimentos cardíacos. Nada funcionou e as lagrimas de Patrick Jane desciam pela face, suas mãos tremiam e ele sentia palpitações.

Mesmo assim, ele não largou a mão de sua esposa. A cada diminuição do intervalo das contrações ele respirava contando o tempo junto com ela.

Está na hora, Teresa. Vamos fazer este bebe vir ao mundo. Dra Anderson, a obstetra que acompanhou a gravidez de Lisbon falou doce. Feliz com a evolução da dilatação de sua cliente e ciente do completo desespero do marido dela.

Dra Anderson sabia, Lisbon já havia contado, sobre o passado de Jane e do quanto esse momento significava para ele. Por isso ela tinha compaixão ao ver o completo desespero que ele parecia sentir neste momento.

Ela pediu que seus ajudantes levassem a maca de sua paciente para a sala de parto e ela tocou gentilmente o ombro de Patrick Jane :

Vai dar tudo certo, Patrick. Venha, vamos ver esse bebe chegar.

Jane não conseguiu responder, ele apenas seguiu a médica para onde levavam Teresa.

Os momentos seguintes, se Jane e Lisbon pudessem recontar, seriam intensos borrões.

Lisbon possivelmente se lembraria de fazer força e sentir uma dor excruciante, mas única. E então sentir uma felicidade a invadir quando um choro de criança chegou aos seus ouvidos.

Já Jane conseguiria apenas lembrar de ver sua esposa urrar de dor e suar bastante, quando viu um ser totalmente ensanguentado surgir em sua frente.

Parabéns, papais, é um lindo garoto de 42 cm e 3,9kg.

Jane só não desmaiou porque algum ajudante da Dra Anderson o segurou pelos braços e o sentou numa cadeira. As lagrimas de Lisbon cobriam o seu rosto e as dele também.

Ele precisou respirar fundo enquanto a medica limpava seu filho e ajustavam sua esposa.

Só então ele se aproximou de Lisbon e sentiu quando Dra Anderson colocou o pequeno bebê sobre ela. Foi a primeira vez que Jane olhou realmente a criança.

Seu filho. Um lindo garoto que já havia parado de chorar e parecia reconhecer o cheiro de sua cansada mãe. Ela chorava enquanto falava com ele, dando as boas vindas e Jane se juntou a eles, tocando seu filho e sentindo um arrepio ao sentir em suas mãos o corpo quente da criança. As costinhas pequenas estavam quentes e ele não chorava mais, talvez feliz por ter sua mãe acariciando e acalmando o momento.

— Ele é lindo. Foi o que Jane conseguiu dizer a Lisbon, chorando junto com ela e beijando a testa molhada de suor que ela ainda tinha. Ele abraçou Teresa e o filho, com cuidado, apenas para sentir o coração de ambos batendo junto ao seu.

Charles. Teresa sussurrou, próxima a Jane enquanto sentia seu filho quentinho em seu colo.

Como ? Jane respondeu a ela, ainda atônito de toda a situação.

Eu quero que ele se chame Charles.

Eu também. Jane admitiu, querendo realmente dizer aquilo. Ele pediu uma permissão mental a dona Charlote, a pequena Charlote, sua filha eternamente amada, para que esse Charles pudesse viver muito e ser muito feliz. Que elas o protegessem.

E assim foi batizado Charles Lisbon Jane, o Charlie. O bebe que trouxe alegria e estabilidade a vida de seus pais.

Para além das responsabilidades e todos os medos e expectativas, Charles era amado e estava seguro.

E nada era mais importante para seus pais.

F I M


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Notas finais do capítulo

• Na minha fic Flamboyant Vermelho tem mais Charlie.



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