Não há palavras que pudessem descrever o misto de sentimentos que o Freddie me causa. Eu estava disposta a tentar ter um relacionamento com ele. Ele merecia essa chance e eu também.

Acordar ao seu lado envolvida pelos seus braços era a melhor sensação. Eu me sentia totalmente feliz e entregue a ele. Me permiti observá-lo por mais alguns minutos enquanto ele dormia tranquilamente.

Mas tudo o que é bom dura pouco. Me levantei relutante da cama e comecei a me arrumar para o trabalho, assim que terminei fui até o quarto de Sophie para acordá-la.

—Bom dia, princesas – Freddie nos saudou sorrindo na porta do quarto da Sophie.

—Papai – Sophie foi correndo até ele que a pegou no colo e deu um beijo em sua bochecha.

Meu coração se aquecia ao ver os dois tão próximos assim. Ela já estava tão apegada a ele.

—Vamos tomar um café da manhã para você animar – ele sorriu.

—Fechado – ela se animou e os dois foram para a cozinha.

Eu precisava admitir, Freddie estava se saindo muito melhor do que eu esperava como pai. E eu o amava ainda mais por isso.

(...)

Freddie: “Não se esqueça que hoje iremos almoçar juntos. Precisamos conversar.”

 Li a mensagem de Freddie na cozinha da lanchonete que eu trabalhava. Não sabia ao certo sobre o que ele queria conversar, mas não me preocupei, apenas respondi confirmando e voltei ao meu trabalho.

Era complicado manter o foco quando todos no lugar pareciam estar te olhando com o canto dos olhos, mas eu estava tão feliz que não queria me importar com tudo isso.

—Ei, Sam, vem aqui um minuto – escutei Tasha me chamando. Ela é a dona da lanchonete.

—Sim – respondei quando me aproximei dela.

—Como você tem mais contato com a Sra. Benson, será que poderia entregar isso a ela? – ela me entregou uma pequena caixa – Como ela sabe que um dos meus dotes é confeitaria, pediu para que eu fizesse algumas miniaturas de bolo para escolher para o noivado de Carly e Gibby.

—Eles estão noivos? – perguntei surpresa – Não sabia que...

—Não, ainda não – ela me interrompeu sorrindo – Mas ele vai pedir a mão dela no fim de semana e a mãe dela está organizando algo simples para comemorar.

—Ótimo, eu posso levar – sorri feliz pela minha amiga/cunhada.

—Então, pode ir agora se quiser. Faça seu horário de almoço mais cedo, não estamos cheios hoje – ela deu de ombros – Damos conta do recado.

—Claro e muito obrigada.

Tirei o avental e segurei a caixinha que ela havia me entregado. A casa dos Benson’s não era muito longe, então eu poderia ir andando.

O trajeto foi tranquilo e quando cheguei na casa deles, estranhei de a porta estar aberta, mas resolvi entrar mesmo assim. A casa parecia vazia, mas então comecei a ouvir vozes alterada, logo reconheci como de Freddie e Carly. Pareciam estar discutindo sobre algo.

Notei que Marissa e Sophie não estavam em casa. Provavelmente saíram juntas.

Continuei andando e vi que as vozes vinham do quarto dele, me aproximei, mas sem ser percebida pelos dois.

—Você só pode estar de brincadeira – Carly falava cheia de raiva – Você tem noção do que isso aqui vai causar nela quando ela descobrir? – a morena segurou uma revista e a jogou na cama.

—Eu já disse que vou resolver isso, Carls – Freddie tentava em vão acalmá-la.

—Do jeito que você sempre acha que vai resolver, não é mesmo? Ir para Los Angeles do nada não é resolver as coisas.

Senti minha garganta se fechar. Ele pretendia ir para Los Angeles e não me contou?

—Carly me escuta – Freddie tentava manter o tom calmo – Sam e eu estamos bem um com o outro e eu consigo resolver isso.

 _É? E como pretende tirar a fama dela de amante?

Amante? O que estava acontecendo?

—Está em todas as revistas e sites de fofoca – Carly continuou falando indignada.

Tudo pareceu fazer sentido. Os olhares estranhos que eu estava recebendo. Eu só não entendia porque o Freddie não me contou nada. Não consegui conter as lágrimas. A dor me invadiu, eu me sentia traída. Soltei a caixinha dos doces sem querer e só então os dois perceberam minha presença perto da porta do quarto.

—Sam? – Freddie se assustou e veio em minha direção, mas me afastei dele.

—Do que vocês estavam falando? – fui direto ao ponto.

Carly estava imóvel no lugar. Vi a revista jogada na cama e me dirigi até lá. Peguei e li o título da matéria:

“NOVO CASO DE LOS ANGELES.

Parece que um dos nossos atores favoritos andou tendo um caso as escondidas nesses últimos dias. Estamos nos referindo a ninguém mais, ninguém menos do que Freddie Benson. Seu filme estreou recentemente e foi sucesso logo de primeira.

Nosso moreno até apareceu na estreia ao lado de sua namorada Ashley Carson e parece que o relacionamento não está a mil maravilhas, já que ele foi visto com uma misteriosa loira. Seria sua amante? Tudo aponta que sim.

Mas não é só isso, Ashley Carson, não pareceu aceitar muito bem a notícia e foi vista chorando em uma cafeteria.

Qual será o resultado dessa história? Vamos esperar até que ambos se pronunciem.”

Eu lia e relia sem acreditar em cada palavra. Embaixo da matéria ainda tinha uma foto minha beijando o Freddie, mas não tinha como me reconhecerem. Logo ao lado, tinha uma foto de uma mulher chorando em uma mesa enquanto falava ao telefone. Presumi que ela fosse a Ashley Carson.

Eu me sentia despedaçada.

—Quando pretendia me contar isso? – segurei a revista firmemente e me virei para Freddie.

—Hoje no almoço.

—Desde quando sabia?

—Ontem de manhã – ele baixou o olhar – Sam, olha...

—Não, não fala mais nada – senti mais lágrimas escorrerem pelo meu rosto – Eu te falei que estavam me olhando de uma maneira estranha e você sabia o porque. Simplesmente me deixou ficar com a fama de amante. E, céus, por que não me falou que tinha uma namorada?

—Eu não tenho uma namorada – ele respondeu prontamente – Isso é complicado. Foi tudo para o filme.

—Vai me dizer que nunca ficou com ela?

—Sam, olha, nós tentamos, mas não demos certo. Só aparecemos juntos por causa do filme.

—Eu não quero ouvir mais nada de você.

Eu me sentia sufocada ali, joguei a revista no chão e sai do quarto e logo em seguida da casa deles. Freddie me seguia. Eu ouvia ele chamando por mim, mas não ousei me virar.

Eu estava totalmente confusa. Desde quando ele tinha uma namorada? Mesmo que ele tenha dito que não eram namorados, por que eu estava levando a fama de amante?

Fiquei tão perdida em pensamentos que nem me dei conta de quando cheguei em casa. Apenas abri a porta correndo e a fechei com força vendo Freddie se aproximar.

—SAM! ABRE A PORTA, POR FAVOR – ele gritava desesperado do outro lado – PRECISAMOS CONVERSAR – começou a bater na porta.

—VAI EMBORA – eu tentava controlar as lágrimas – Eu achei que você tinha mudado, m as me enganei.

—Não, as coisas não são como você está pensando. Eu amo você. Amo nossa filha e a família que estamos construindo – ele falava rápido demais com a voz embargada – Isso tudo não passa de um mal entendido que eu pretendo resolver.

 _Como posso acreditar em tudo o que você fala?

—Sam, por favor – ele implorava – A última coisa que eu queria era magoar você. Eu vou resolver tudo, eu prometo – ele parou por um minuto e eu não ousei falar mais nada. Não sabia o que pensar e como agir, só sentia a dor por ser a última a saber das coisas – A minha vida por lá é complicada. Eu nunca contei a verdade para a imprensa sobre meu passado. Na verdade, eu sempre evitei falar sobre isso. Mas eu vou consertar tudo. Eu te prometo – ele parou por mais um minuto – Só me perdoa por não ter te contado antes, eu fui um covarde e não queria te magoar.

Então, tudo ficou em silêncio. Eu não o ouvi falar mais nada, provavelmente foi embora e eu não me atrevi a sair do lugar. As lágrimas embaçaram meus olhos e eu me deixei levar.