Detention escrita por Arin Derano


Capítulo 1
Prólogo




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Pink ouviu o apito anunciando que a partida estava encerrada. Deixou a quadra aberta com suas colegas do time.

— O que vai fazer depois da aula? – Yellow perguntou a ela enquanto secava o suor da testa com uma toalha pequena.

Ela pensou por um momento.

— Acho que estudar pra prova da semana que vem.

— Nossa, mas já? E você ainda diz que não gosta quando a chamamos de nerd. – A loura riu de leve enquanto Blue sorria. Não queria admitir a ela, mas concordava com a outra.

— Não sou nerd! Só sou precavida. – Disse, recebendo olhares das outras duas. Suspirou. – Tá.

— Vamos jogar boliche hoje. Se quiser ir estaremos lá às sete. – Yellow sorri e se retira, deixando a de cabelos rosados sozinha. Suas outras colegas já tinham ido embora a muito tempo.

Colocou um casaco fino sobre o top que usava e recolheu sua mochila, colocando suas alças em ambos os lados, temia que tivesse dores na coluna por causa do peso mal distribuído. Caminhou para dentro do prédio com destino a biblioteca. Iria buscar um livro da matéria da prova para ir lendo até em casa.

Ao se aproximar da sala de música, no térreo, estranhou que de lá não saía nenhum som. Era difícil encontrar a sala silenciosa assim. Normalmente, o grupo costumava tocar todas as tardes da semana letiva.

Pareceu a ela que foi só ter pensado que de repente, a porta da sala abriu como um vulto, emitindo um baque ao chocar-se com a parede. De lá, a vocalista de maria-chiquinha de tom rosado mais escuro que de Pink surgiu. Ela tinha uma expressão irritada e parece ter ficado mais ainda ao vê-la parada ali.

— Foi você que fez isso? – ela apontou para uma tomada próxima a porta da sala, do lado de fora. Algo estava conectado ali, mas o fio estava caído. Rapidamente entendeu o que acontecera.

— Ah, não fui...

— Não? Porque coincidentemente você é a única aqui além da gente. – Interrompeu. Observando dentro da sala, pôde observar o resto da banda acompanhando.

— Sério, eu não...

— Sabe, não espero nada diferente disso do seu grupinho de atletas. Sempre se acharam melhores que os outros, não é? Só porque ganharam campeonatos, medalhas e prêmios para o colégio todo exibir com o maior orgulho. – Spinel disparou.

Pink ficou sem saber o que dizer, o que expressar, mas algo semelhante a raiva começou a subir em si.

— Olha, eu peço desculpas por isso. E a propósito, não era só ligar de novo?

Sua pergunta não ajudou Spinel a ficar mais calma.

— Teríamos feito isso se não estivéssemos ao vivo como toda sexta! – Ela aumentou o tom, fazendo sua voz reverberar pelo corredor vazio. – Agora como vamos explicar pra todo mundo que estava assistindo que uma bonitinha do clube de vôlei desligou nossa câmera porque não tínhamos mais tomadas disponíveis dentro da sala?

Foi o suficiente.

— Desculpa, tá bom? Eu não sou obrigada a saber tudo que vocês fazem! – explodiu. Logo se arrependeu. Havia dito as palavras erradas.

E devido a isso, fora o suficiente para começarem a discutir. Spinel por vezes avançava para ficar mais próxima da outra, o que fazia entender que a qualquer hora poderia acabar atacando. Sua colega de cabelos azuis a segurava.

Não demorou muito para que a diretora chegasse. Começou um discurso sobre badernas sendo feitas em seu colégio e exigiu que as duas que começaram a discussão fossem à detenção.

Ambas as garotas ficaram indignadas. Pink porque não merecia aquilo, nem tinha feito nada que afetasse a outra. Spinel porque achava que isso era injusto, que tinha outras formas de resolver isso. No fundo de si, desejava que a diretora desse um sermão na aluna tão querida. Seria satisfatório de ver.

Ao chegarem, Spinel se jogou em uma das carteiras, enquanto a outra se sentava tensa e devagar. Era sua primeira vez na detenção.

— Irei chamar um professor para ficar de olho em vocês duas. Enquanto isso, pensem no que fizeram e só sairão daqui quando se entenderem e pedirem desculpas. – Ela apontava o dedo para ambas e depois saiu.

A mais baixa bufou, jogando a cabeça para trás e fazendo bolinhas do chiclete que mastigava. Não parecia que pedir desculpas estivesse nos seus planos.

Pink se mantinha rígida, com a coluna ereta e as mãos juntas no colo. Tentava não demonstrar nervosismo. Dizer que já havia estado na detenção mais tarde não seria nada legal.

— Escuta. – A de cabelos mais claros começou, com evidente tensão na sua voz. – Peço desculpas, mas juro, não fui eu que desliguei a câmera de vocês.

Recebeu silêncio em resposta. Spinel nem ao menos olhou para ela.

— Você ao menos sabe meu nome? – Perguntou.

Os poucos segundos necessários antes que Pink se lembrasse foi necessário para deixar a outra decepcionada.

— Viu? Nem meu nome você sabe.

A outra quis perguntar por que isso era tão importante para ela, mas nada disse.

— Que se dane. Vou embora. – Spinel se levanta e se encaminha para porta. Pink, num impulso, segurou seu pulso, o que fez a outra olhar para ela surpresa.

— Desculpa. Desculpa, tá? Quer saber? Fui eu. Desculpe, eu não sabia. O que eu posso fazer pra você aceitar minhas desculpas? – A mais alta disparou. Spinel tinha que inclinar a cabeça levemente para cima para olhá-la nos olhos.

A vocalista se desvencilhou.

— Vou pensar. Segunda lá na porta da sala de música, depois da aula. – É tudo que diz, e sai.

Pink Pearl sorriu. Pelo menos sabia que tinha uma chance de ser perdoada, mas teria que esperar pela próxima semana para descobrir.


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