Grey Potter escrita por 300sfandoms


Capítulo 3
A mudança




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Pov. Grey

Semanas depois, meio de agosto.

                Abri os olhos quando acordei e a nostalgia me invadiu. Esse era meu último dia naquela casa. Amanhã eu e Lupin estaríamos vivendo e nos adaptando a Bulgária. É. Eu tinha escolhido Durmstrang. Talvez lá seja meio pesado, com o Karkaroff, o preconceito com nascidos trouxas e tudo mais. Mas isso não me importa, é a escola que quero estudar.

                Me levantei, pequei as roupas que tinha separado para hoje (calça jeans clara, top preto e uma jaqueta preta), o tubo de base e uma esponjinha, eles estavam escondidos embaixo do assoalho. Sabem como eu tenho esse tubo e para que eu o tenho usado?

                Quando comprei minha varinha, no Olivaras é obvio, eu fiz um feitiço de duplicação nas maquiagens que a Jo usa na pele. Uso essas maquiagens para esconder a maldita tatuagem que, acreditem eu tentei muito, não sai.

                Terminei o banho, passei a base, o pó e todo o resto fora do banheiro e os escondi nas malas. Não estou tão triste por estar saindo dessa casa. Esse é o mundo bruxo, temos aparatação, chave de portal, cartas, berradores e, o que vou usar para chegar a Bulgária, Pó de Flu, se eu sentir saudade é só usar um desses meios.

                Remo conversou comigo, posso falar com os Rowlings sempre que quiser pela rede de Flu e eu já prometi escrever todo dia, se tiver tempo. Durmstrang não tem casas como Hogwarts, então não terá nada parecido com a Seleção das Casas. Devo ter, no máximo, uma “passagem” para o mundo bruxo, tipo a cerimônia dos barcos no Lago Negro.

                Eu sei que parece que estou animada e com grandes expectativas, mas não estou. Lá não é a escola de magia que eu sempre sonhei e sonho em estudar, isso de certa forma triste. Eu me proibi de estudar lá. Eu, eu e somente eu. Não costumo me proibir de coisas que quero fazer, se eu quero, eu tenho, dou um jeito de conseguir, se eu quero, eu faço.

                É igual a música da Ariana Grande, 7 rings, “Eu quero, eu tenho.”

                Conferi se todas as minhas coisas estavam nas malas. Eu tinha colocado tudo lá, livros, roupas, livros, jogos, livros, coisas de quadribol, livros... e por aí vai.

                - Neil! – gritei da porta do quarto. – Me ajuda a levar as malas até a sala, por favor? Quero facilitar para mim e já deixar aí embaixo!

                - Estou subido! – gritou de volta. – Está tudo aqui? – pergunto quando entro no quarto. – Livros, sua vassoura, brinquedos, tudo?

                - Sim, senhor, capitão! – falei brincando, nós rimos com as brincadeiras.

                - É parece que seu período de adaptação terminou. – comentou com nostalgia.

                Meu período de adaptação foi ótimo. Remo me levava em parques, sorveterias, à sua casa, ao Beco Diagonal, foi divertido. Nós já estávamos acostumados um como o outro era normal, mais normal que ser um Rowling. Você não está entendo o porquê dessa minha falta de pertencimento, não é? Deixa eu explicar.

                Sei que sou adotada desde os sete anos, então não faz tanto tempo assim. Desde aquele dia sinto que não sou tão pertencente à família Rowling e isso é ingrato da minha parte. Eles me criaram, me deram uma casa, comida, amor e muitas outras coisas. Mas é como se eles fossem meus parentes de segundo grau, queridos mas distantes. Nesse caso, não tão distantes assim, mas deu para entender.

                Agatha, Cristy e Nat, tem uma relação de irmã comigo. Amizade e irmandade tem uma linha muito tênue de divisão, uma precisa de coisas da outra e assim que nossa relação funciona. Eu e Agatha aprontamos, eu e Cristy somos a dupla da consolação e eu e Nat pensamos, caçoamos e criamos apelidos. Elas também têm relações diferentes entre elas, é claro, mas não sei tão bem como funcionam essas relações.

                Lupin também me contou com eu fui parar na casa dos Rowling. Eu estava em casa com meus pais naquele Halloween, mas, no dia seguinte, estava em um orfanato sendo adotada por eles. Nat era recém-nascida e Jo teve uma visão de que precisava ir a aquele lugar. Quando ela me viu lá, soube era eu que tinha que adotar. Neil não fez objeções, as visões da esposa eram incrivelmente específicas e certas.

                - Pois é, - respondi- foi rápido. Ou, pelo menos, pareceu rápido.

                - Acho que a segunda opção é a mais correta. – falou sorrindo calma e divertidamente. Fiz o mesmo.

                Pegamos as malas e descemos as escadas, deixamos -as na sala e nos dirigimos a cozinha, para tomarmos café da manhã. Conversamos sobre coisas banais, Nat e Agatha brigaram, é, foi um café normal.

                Padrinho chegou perto das onze da manhã, pela Rede de Flu. A conexão foi feita de maneira certa, segundo os adultos. Ele pegou minhas malas as colocou na lareira e as despacho para outro país. Eu iria logo em seguida.

                 Quando cheguei perto da lareira comecei a espirrar e meu nariz coçou muito. Jo me levou para a cozinha para tomar água, não sei o que espirro tem a ver com tomar água, mas fiz o que ela mandou. Os espirros e a coceira pararam.

                - Acho que já melhorei. – falei depois de constatar que meu nariz tinha virado meu amigo de novo. – Vamos! – Não fomos.

                 Cheguei perto da lareira e meu nariz começou a ficar doido de novo. O que estava acontecendo comigo? Repassei a cena na minha cabeça mil vezes, e, então. Percebi o que era. Saí de perto da lareira e fiquei um tempo longe, todos me observavam em silencio. Quando os espirros pararam, voltei para perto do lugar com Flu e eles voltaram a aparecer.

                - Por acaso, - falei entre os espirros. – existe algum caso de alergia a Pó de Flu? Se não houver, acho que sou a primeira.

                Neil, que era medi-bruxo, me examinou. Aqui demorou longos minutos.

                - É, acho que tem razão, pequena. – já disse que não sou pequena. – Para que isso pare ou amenize, você evitar a Rede de Flu. Você poderá usá-la hoje e para emergências, do contrário, está medicamente proibida. – disse se levantando.

                - Que droga! – reclamei.

                Eu e Remo nos despedimos de todos novamente e fomos para nossa nova casa. Por mais que aparentasse tranquilidade, eu não parava de pensar no porquê, do nada, agora sou alérgica a Flu. Algo me diz que isso e a chave alada no meu antebraço estão conectados.


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