Grey Potter escrita por 300sfandoms


Capítulo 11
Olhos amigáveis


Notas iniciais do capítulo

Não fazia a mínima ideia de como descrever um jogo de quadribol, por isso não escrevi ele. Há descrições feitas pela autora da série.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801823/chapter/11

Pov. Grey

                Quando cheguei no chão, me joguei nele e deixei a vassoura cair. Diferente de jogo de dois dias atras, o time Azul havia vencido. Havia capturado o pomo de ouro em ambos os jogos, mas desta vez vencemos. Eu estava morta de cansada, perdi a conta de quantos balaços foram jogados até mim.

                - Não é nem um pouco exagerada, não é? – perguntou, com sarcasmo, Mary.

                Mary era a capitã e mais velha de nosso time, jogava na posição de batedora e estava indo para seu sexto ano em Hogwartz. Tinha cabelos castanhos crespos, a pele o exato intermediário de seus pais (um com o tom mais escuro de pele que já vi e a mãe morena, como se se bronzeasse todo dia), olhos do mesmo tom de sua pele.

                - Isso foi uma terrível ofensa – foi minha resposta, com igual sarcasmo.

                - Tchau para as duas- disse Taylor, do time Amarelo, - obrigado pelo derrota.

                Me levantei de um salto, para retrucar. Mas não vi que o garoto estava na minha frente e me desequilibrei, caindo no chão. Ele me deu a mão, rindo. Taylor tinha cabelos impossíveis de entender se eram castanho claros ou ruivos, olhos verdes e sardas na região do nariz, vai para o quinto ano. Só sei andar com gente bonita, pelo que se percebe.

                -Obrigada- falei assim que fiquei de pé-. Vai se acostumando, vai ser bem normal perder para nós.

                -Convencida – cantarolou.

                -Nenhum pouco.

                Taylor é um dos únicos que, mesmo cansado como os outros, se despede de cada um. Os outros normalmente gritam um “Tchau!” para todos e voam para casa. Eu estava acenando para alguém que disse isso, e voltei a prestar atenção nos dois a tempo de os ver trocando um olhar interessante. Encarnei meu modo enxerida e dei um sorrisinho maroto.

                - Se querem esconder o namoro – eu disse e eles se viraram indignados para mim-, vão ter que parar com esses olhares.

                - Não estamos namorando, Grey – Taylor falou convincentemente. Ele mentia bem, mas Mary não. Ela fica com uma careta, que ninguém mais que eu conheço faz, quando alguém toca no assunto que ela quer esconder. Era normal eu ler e entender as emoções das pessoas, mas era mais complicado quando eu conhecia bem elas, tinha mais chances de achar mais de uma hipótese e apostar na errada.

                - Mary faz careta quando alguém descobre algo que ela está escondendo – respondi simples. O garoto olhou para ela, que balançou a cabeça como um pedido de desculpas.

                - Vai falar para alguém? – Mary perguntou seria.

                - O segredo é de vocês para contarem, não meu- gostava de saber das coisas, simplesmente por saber. Odiava fofoca e boatos.

                                               -----------------------------------------------------

                Eu estava de frente para a tapeçaria dos trasgos sendo ensinados a dançar balé. Passei três vezes pela parede perto dela, desejando algo para falar uma língua que eu não falo sem usar Artes das Trevas. A parede se tornou uma porta, que se abriu, revelando a Sala Precisa. Não havia nada lá dentro, a não ser, por um pequeno e fino livro iluminado por algo que não me interessou procurar.

                O livro não tinha nome nem autor, possuía apenas uma capa marrom antiga, com uma mandala que eu não decorei, pois não vi importância. Quando o abri para procurar o que eu queria, uma carta caiu. Tinha um coringa desenhado e a frase “diga o que quer e você se tornará”. Parecido com uma coisa que eu havia visto em uma série que eu gostava.

                Eu saí da sala precisa e corri pelos corredores de Hogwartz. Antes de entrar no lugar que eu queria, chamei por ela.

                - Com licença. Murta? Posso te chamar pelo primeiro nome? – falei da porta do banheiro.

                A resposta foi o silencio. Entrei e procurei pela fantasma. Nada, deveria ter dado a descarga em algum vaso, e, agora, estava no Lago Negro.

 Me coloquei a examinar as pias, procurando por uma cobra. Quando a encontrei, parei na frente da torneira e peguei a carta de coringa. Não poderia falar o nome Tom Riddle, se falasse, a Câmara Secreta seria aberta antes do que foi previsto pela Jo. E Voldemort deveria ter posto algum feitiço contra os Gaunt. Ou não. Melhor não arriscar. E Salazar Slytherin havia falecido a muito, muito tempo. Havia me sobrado apenas uma única opção.

— Harry Potter – falei passando a carta na frente do rosto. Não senti nada de diferente. Mas quando me olhei no espelho, vi Harry e não eu. – Abra – um assobio esquisito saiu de mim e eu voltei a ver meu reflexo. Certo, toda vez que for falar tem que usar a carta de novo.

A torneira brilhou com uma luz branca e começou a girar. No segundo seguinte, a pia começou a se deslocar; a pia, na realidade, sumiu de vista, deixando um grande cano exposto, um cano largo o suficiente para um homem escorregar por dentro dele. Me abaixei, colocando as pernas para dentro do cano.

— Lumos! – minha varinha acendeu e me empurrei para dentro da escuridão.

Foi como se eu me jogasse por um escorrega escuro, viscoso e sem fim. Vi outros canos saindo para outras direções, mas nenhum tão largo quanto aquele, que virava e dobrava, sempre íngreme para baixo, descendo cada vez mais para baixo da escola.

Quando comecei a achar o frio na barriga entediante, o que era completa e incrivelmente difícil, o cano nivelou e fui atirada pelo chão. Pelo que me lembro, estou quilômetros abaixo da escola e debaixo do lago. Havia um túnel escuro a frente, no qual minha varinha iluminaria pouca coisa. Eu sabia que o basilisco ainda estava preso, mas escutava tudo atentamente, com o intuito de fechar os olhos caso ouvisse algo. Meus pés esmagavam esqueletos de pequenos animais, talvez tivesse sido melhor levar algo para que a enorme cobra não quisesse me engolir.

Passei pelas peles de cobra que o basilisco largara e, algumas curvas depois, me deparei com uma parede com duas cobras entrelaçadas talhadas em pedra, os olhos engastados com duas enormes esmeraldas brilhantes. Sem dúvidas, Slytherin gostava desse animal.

Usei a carta novamente.

— Abram – este sibilo foi diferente do outro. Desta vez eu não estava duvidando da carta ou com medo de a parede não abrir, eu simplesmente ordenei que as cobras e paredes se abrissem. E foi isso o que aconteceu. Fechei meus olhos e entrei.

Eu havia dado apenas três passos para dentro, quando senti, em meu lado direito, um hálito quente e fedido, simplesmente paralisei. Tentei usar a carta coringa, mas ela caiu de minha mão.

— Você não precisa fechar os olhos – uma vez grave, ancestral e um pouco rouca falou. Era impossível entender se a voz estava na minha cabeça ou no ambiente. – Os meus não te matam – disse o basilisco-, e, muito menos, meu veneno – sua voz era completamente calma.

Abri os olhos, eu estava em uma câmara muito comprida e mal iluminada. Altas colunas de pedra entrelaçadas com cobra em relevo sustentavam um teto que se perdia na escuridão, projetando longas sombras negras na luz estranha e esverdeada que iluminava o lugar.  Me virei devagar, a primeira coisa que vi foram os enormes dentes, depois a pele verde e, então, os olhos amarelos. Continuei viva.

— Achei que você ficasse dentro do rosto de Slytherin – falei me referindo ao rosto de pedra do fundador.

— É o que todos pensam – respondeu ele- consigo sentir quando escorregam aqui para baixo e volto para lá, faz os herdeiros se sentirem mais poderosos. Cansei de ficar lá depois de uns – a enorme cobra pensou por uns instantes- cento e trinta anos depois de Salazar me prender aqui.

—Então houve outros herdeiros que abriram a Câmara? – perguntei.

— Sim, mas nem todos me encontraram. Pelo que sei eles simplesmente gostam de serem melhores que os outros, um bando de mimados.

— Coitado do Voldemort ele acho que foi o único que falou língua de cobra a entrar em Hogwartz- caçoei- Espera um segundo, chamou os herdeiros de mimados?

— E não é o que eles são?

— Faz sentido – comentei – Como consegue falar comigo? – Eu me concentrava nos olhos do basilisco para não morrer de medo, tinham algo de familiar, algo que meu interior reconhecia como amigo.

— Porque você possui algo que entra nos de mina espécie quando estamos dentro do ovo -foi a resposta. Olhei para a carta no chão. – Algo que você nem sabe que tem – abri a boca para perguntar- e que deve descobrir sozinha o que é. Por que veio aqui?

— Quem abriu a Câmara a cinquenta anos, irá abrir de volta esse ano. Ele deixou uma Horcrux com Lúcio Malfoy, que a colocou, ou vai colocar, no caldeirão de uma bruxa ruiva de onze anos. Não sei como ira velo primeiro. Ele vai pedir que mate os nascidos-trouxas. E eu, quero pedir que mesmo que, mesmo que tenha oportunidade, olhe para aqueles que não irão olhar para você diretamente.

— Como quiser, senhorita – ele piscou lentamente.

— Não vai me questionar sobre isso? – perguntei. Eu estava cheia de perguntas, mas não tinha como falar todas ao mesmo tempo.

— Por mais que o intuito de minha criação fosse servir aos Slytherin, você está acima de todos eles.

— Como? – a confusão se instalou em mim.

— Irá descobrir isso depois – respondeu o basilisco.

Comecei a sentir uma leve dor de cabeça, precisava mudar de assunto.

                - Não morre de fome aqui embaixo?

                - Eu tenho meus métodos – ele deveria conseguir comer algo do lago ou os retos do que os elfos domésticos preparassem deveria acabar aqui embaixo.

                Não iria contar que ele morreria esse ano, seria muito cruel.

                - Você odeia ter que ficar aqui e ser usado por aqueles herdeiros, não é?

                - É melhor do que ser caçado – respondeu a cobra. – Deve voltar, precisa dormir enquanto ainda consegue.

                - Por que eu não conseguiria?

                                                  --------------------------------------                                                

                Acordei sobressaltada. Eu estava no meu quarto, de pijama, na cama. Nada de Câmara Secreta por perto. Olhei para o relógio, 01:23. Desejei mentalmente feliz aniversario para o Harry, deitei na cama e dormi novamente. Era meu aniversário, da Jo e do Harry, e seria um longo dia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Grey Potter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.