Tão Simples como Amar escrita por Daan_


Capítulo 1
E o destino dá o ponta pé inicial...




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— Mari, já chega né?
— Julia, fica quieta, eu já tô terminando. — toda concentrada no papel a sua frente.
— Eu num tô sentindo nada
— Melhor ainda, amiga. Agora fecha essa boquinha, fecha?

Julia revirou os olhos e bufou, bagunçando consideravelmente a sua franja. Recebeu um olhar nada amigavel da mulher a sua frente e voltou a mesma pose. Já estava sorrindo, parada há uns 40 minutos...Já estava cansando daquilo tudo e estava prestes a levantar e dar uns cascudos na amiga quando ouve...
— Prontinho! Terminei
— Finalmente... — disse Julia deitando no sofá e se espreguiçando.
— Olha...ficou bonzinho. — disse analisando o papel a sua frente.
— Deixa eu ver. — pediu Julia estendendo o braço.

Mari entregou o caderno meio contrariada e Julia viu algo que não a surpreendera, nunca duvidou do desempenho da melhor amiga. Mariane Ávila conseguia facilmente expressar tudo que via. De um talento impressionante, porém, não descoberto. Julia pensava assim, não pelo fato de se conhecerem desde que era adolescentes, mas sim porque a amiga era boa mesmo! Sorriu ao ver a própria figura no papel e entregou de volta a amiga que a olhava meio duvidosa:
— Tá ótimo, como todos os outros desenhos que você fez de mim.
— Eu num achei. — disse simplesmente pegando o caderno de volta.
— Porque? Mari, tá perfeito...
— Ai Julia, num sei...Desenhar você também é um desafio.
— Por que? O que tem demais?
— Seus olhos, Julia...Eles tem um mistério, uma...Não sei definir, que eu não consigo por no papel! — disse numa pequena mistura de frustração e irritação.
— Deixe-os misteriosos! Assim, não perco a graça...
— Gostosona de jeito que é? Pelo amor de Deus, né Julia...
— Vê bem como você fala, Mariane Ávila! — a repreendeu sorrindo.
— Não falei nenhuma mentira...De certo, seus olhos são lindos, mas o resto também...
— Mari!! — repreendeu Júlia já ficando vermelha.

Verdes. Muito verdes...Assim eram os olhos de Julia. Davam um ar misterioso a mulher que, adorava aquilo. Lábios finos, nariz bem feito...Rosto impecável. Cabelos pretos, bem lisos e longos, com uma franja que quase lhe chegava aos olhos. Alta, pele macia, delicada, clara, corpo muito bonito, forte, malhado, com nada sobrando ou em falta, graças as suas corridas matinais. Seios médios, coxas grossas, belas curvas, beleza exótica...De fato, uma mulher linda que, chamava a atenção por onde passava. Tinha 25 anos e era dona de uma loja de artigos esportivos na qual era sócia com um grande amigo, Sérgio. Já Mariane era bem diferente da amiga...21 anos, pele bem branquinha, nada alta e muito loira. Mas o que mais chamava a atenção era seus olhos verdes que transmitiam um brilho, que sempre encantava a todos. Sempre preocupada com o corpo, cuidava muito bem do fisico, sempre indo a academia. Não gostava de correr, por mais que Julia insistisse ela não ia...Preferia mil vezes a academia que segundo ela, era mais seguro. Seios fartos, não era forte como a amiga...Suas curvas eram mais delicadas, suaves...O que caia muito bem para ela. E as diferenças não eram somente físicas, Julia e Mariane eram bem diferentes no quesito personalidade. Mariane era sempre risonha, falante, simpática e Julia...Bom, Julia era aquela pessoa que cumprimentava por obrigação e pouco falava, mas as coisas mudavam totalmente quando estava com Mari, se soltava, brincava, descontraia era ela mesma. De uns tempos pra cá, Julia havia melhorado bastante de uns tempos pra cá depois de muita insistência e convivência com Mari...Agora cumprimentava as pessoas educadamente, conversava com os mais chegados e já estava de bom tamanho.

 

Um tempo depois...

 

Julia mantinha os olhos fechados, deitada no sofá...O único som que se ouvia era o da tv que Mariane assistia, no outro sofá, atentamente. Julia relaxou mais um pouco e pôs as mãos sobre a cabeça, estava sonolenta já que acordara cedo para ir até a loja. Deu um suspiro alto e resolveu tirar um cochilo ali mesmo. Suspirou e cruzou os braços...Estava prestes a dormir quando sente uma almofada acertar sua cabeça em cheio. Nem se assustou, somente pegou a almofada e a pôs entre as pernas, virando-se para a direção a amiga:
— Que cê quer?
— No que você tava pensando, Julia? — sentando no sofá.
— Em como seria bom tirar um cochilo, caso você deixasse — respondeu com uma ponta de sarcasmo.
— Julia, deixa de ser chata e fica acordada, vai.
— Então vamo fazer um lanche vai. O que tem pra se comer nessa casa?
— Vai lá na cozinha fazer um lanche pra gente.
— Pra quem? — perguntou surpresa.
— Ah, pra mim e pra ti ué... — respondeu naturalmente.
— Mas...Eu sou visita!
— É nada. Já és de casa, Julia. Vai lá fazer algo.
— Sua folga me impressiona, Mari, de fato!

Mari somente sorriu e deitou novamente, Julia conhecia sua cozinha perfeitamente, não tinha com o que se preocupar. Voltou sua atenção a televisão mas logo foi chamada pela amiga:
— Sua folgada, pode vir me ajudar? — perguntou arqueando uma sobrancelha com os braços cruzados na porta da cozinha.

 

Lilian estava deveras concentrada no note book...Arrumou os cabelos e voltou a digitar freneticamente. Mantinha-se tão concentrada no que fazia que não viu o irmão se aproximar sorrateiramente. O rapaz chegou bem próximo a irmã, sem ela perceber e deu o maior berro, o mais próximo que pode. Viviane deu um pulo da cadeira, virou-se assustada dando de cara com Augusto. O rapaz ria com gosto enquanto recebia um olhar nada amigavel da irmã...
— Boa tarde irmãzinha querida. — e abriu um largo sorriso.
— Meu Deus, como você pode ser tão palhaço?! — deu um leve tapa no peito do irmão e sorriu.
— Ah Lili, você gosta que eu sei, você gosta...

Augusto era o irmão mais novo de Lilian, e o único...Os dois eram muito unidos. Augusto sempre fora o porto seguro de Viviane e vice-versa. Era o mais brincalhão dos dois. Sempre bolava um jeito de perturbar a irmã, e depois riam a valer, já que a garota sempre dava um jeito de revidar as brincadeiras do irmão mais velho. Os dois moravam juntos num apartamento em frente a praia, desde o trágico acidente envolvendo seus pais há 6 anos...
Lilian tinha o corpo tipico de uma modelo, apesar de não ser uma. Magra, não muito dotada de seios e bem alta cabelos longos num tom castanho bem claro, com algumas mechas loiras, bem discretas...Rosto longo, fino e os olhos castanhos, bem claro. Lábios carnudos, nariz bem feitinho e um sorriso encantador. Tinha 24 anos e aparentava uns 18 não só pelo físico, mas também por seu jeitinho encantador. Augusto, tinha 19 anos, era um pouco mais baixo que a irmã, a diferença de tamanho entre eles era pouca, só ficava muito em evidencia quando Lilian usava salto, o que era quase sempre. Os cabelos de Augusto eram curtos bem escuros, sempre bem cuidados e num penteado arrepiado. Augusto era forte, bonito, sempre chamava a atenção por onde passava e nas festas, formava um belo casal com a irmã. Não eram muito parecidos, só quem era bom observador via alguns detalhes entre ele...As vezes para lhe salvar de situações embaraçosas, se passava por namorada do rapaz, o que era muito divertido para ambos. Os lábios eram finos, os olhos eram castanho escuro. Sempre sorridente e simpático como a irmã.

Augusto trabalhava de barman numa boate bem reconhecida da cidade, com seu jeito descontraído fizera muitas amizades em seu local de trabalho. Sem contar que conseguia entradas grátis para sua irmã frequentemente, sem nenhuma dificuldade, mas não era sempre que a garota aceitava já que o namorado não gostava muito de ambientes assim. Enquanto Lilian trabalhava numa perfumaria, num dos shoppings da cidade...Era gerente do estabelecimento há um tempo já e muito querida pelos funcionários dali.

Namorava com André, uma rapaz de 22 anos, não muito bonito mas amava Viviane incondicionalmente. Eram amigos desde pequenos, cresceram juntos e o garoto sempre fora muito ligado a ela. Na época da morte dos pais de Lilian, foi ele que apoiou a garota e a Augusto, e acabaram se envolvendo...Logo André a pediu em namoro, completamente apaixonado. Lilian aceitou por nutrir um grande afeto ao garoto, afinal de contas quando mais precisou ele esteve lá. Depois de quase cinco anos de namoro...Considerava-se apaixonada por ele. Porém, de uns tempos pra cá, vinham se encontrando pouco por causa da faculdade e o trabalho que vinham exigindo muito do tempo do rapaz. Mas sempre que se encontravam, conversavam bastante e o rapaz se mostrava cada vez mais apaixonado. Alto, não muito dotado de músculos, óculos de grau que lhe davam um charme a mais, um cavanhaque bem feito e os olhos castanhos, cabelos lisos, tamanho não muito curto, tinha uma franja que quase lhe caía aos olhos num tom de castanho médio. Meio tímido e bem observador.
Augusto sentou-se ao lado da irmã e perguntou:
— Fazendo o que, irmãzinha?
— Conversando com uns colegas do tempo de faculdade.
— Huuum...Não tens mesmo o que fazer Lili? Hoje é sua folga, devia aproveitar fazendo algo melhor...
— Pois vou fazer o que? O André tá trabalhando...
— André, André, André...Como se só tivesse ele na face da terra! — comentou entediado.
— Não fique com ciume, Gu...Você sabe que vem primeiro.
— Acho bom! — comentou num tom divertido — Mas me diz, vai fazer o que nesse fim de semana, maninha?
- Não sei ainda, provavelmente vou sair com o André.
— Ainda não pensou? Hoje já é quinta!
— Sabes que não sou eu que faço minha programação de fim de semana.
— Num tá afim de sair com o seu querido irmãozinho? — perguntou persuasivo.
— Depende...
— Do que? — perguntou surpreso.
— Qual foi a encrenca que você se meteu dessa vez, Augusto? — perguntou fechando o note book e olhando para o irmão séria.
Augusto olhou surpreso para a irmã e pôs-se a gargalhar enquanto a irmã o olhava num misto de surpresa e irritada. Após recuperar-se do riso, perguntou se fingindo de ofendido:
— Não posso mais convidar minha irmã pra sair?
— Ahn...
— Qual é Lilian, só tô te chamando pra sair um pouquinho, não vai te custar nada.
— E vamos pra onde?
— Boate, boate, boate! — respondeu animado.

Lilian revirou os olhos completamente entediada.
— Você trabalha lá e não cansa?
— Lilian! Quanto tempo já faz que você num passa lá? Meses!
— Deixa de ser exagerado Guh...Deve ter feito um mês esses dias.
— Então! Já tem um mês que você não sai com seu irmão.
— Ai Augusto...Não pode ser outro lugar, não? Aproveita que é sua folga.
— Olha Lilian, se for um daquelas exposições que o Dé costuma te levar, eu tô fora.
— Qual é o problema? Aquilo é arte!
— Lilian, aquilo é programa de velho! Daqueles bem chatos ainda por cima...
— Aaaah, é pra velho? Então o que você me sugere? — perguntou com meio sorriso, cruzando os braços.
— Ahn...
— Pera, pera, pera... — tapou a boca do irmão com dois dedos — Deixa eu adivinhar. — fez uma cara pensativa — Hum...Boate! — e sorriu.

O rapaz somente deu um suspiro com uma cara de quem não havia gostado fazendo a irmã rir. Lilian bagunçou os cabelos do irmão e disse sorrindo:
— Vamos numa exposição, sim!
— Ah não, eu chamo você pra ir até a boate e você me chama pra ir em exposição?! Lili, o que colocaram no seu café hoje, hein?
— Você vai gostar...
— Qual é Lilian...Tô começando a desistir da idéia de te chamar pra sair.
— Vaaamos Guh! Eu tô querendo ir, mas o André não quer.
— Que raio de namorado é esse, Lih? Ele tem que te acompanhar, oras.
— Mas agora eu quero ir com você! Você num tava reclamando que fazia quase um mês que você não saia com a sua irmãzona aqui?
— Tudo bem, tudo bem...Só que eu queria fazer um programa mais...Agitado! Entende?
— Entendo...Deixemos isso pra próxima vez, ok? Vamos comigo? — pediu num tom quase suplicante.

— Firmeza!
— Ótimo! — comentou sorridente.
— Mas...
— Tava bom demais — comentou já desanimada.
— Calma, só quero animar um pouco o nosso programa. Que tal, depois que passarmos lá, irmos até uma choperia? Pra relaxar um pouco.
— É...Tudo bem Guh, tudo bem. Sábado?
— Claro, sexta eu trabalho gatinha.
— Combinado então.

E a programação para o sábado estava feita, com um pouco dos dois gostos. A paixão de Lili por artes, e o chopp relaxante de Augusto. Trocaram um sorriso e logo o rapaz levantou animado e ia voltar para a sala, mas parou na porta do quarto e perguntou:
— A proposito, qual é o nome do artista?
— Mariane...Mariane Ávila.

Augusto fez uma cara pensativa, tentando lembrar se a irmã já tinha falado esse nome antes mas nada lhe veio a cabeça, olhou para Lili confuso e comentou:
— Não me lembro de você ter citado esse nome antes.
— Nunca citei, primeira exposição dela que eu vou, conheci o trabalho dela pela net.
— Aaah, saquei. Agora fui. — disse sorrindo.
— Te manda daqui... — e sorriu.

Augusto somente olhou para a irmã e piscou sorrindo. Em seguida abriu a porta do quarto e saiu fechando-a.


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