Tão Simples como Amar escrita por Daan_
— Julia, fica quieta, eu já tô terminando. — toda concentrada no papel a sua frente.
— Eu num tô sentindo nada
— Melhor ainda, amiga. Agora fecha essa boquinha, fecha?
— Prontinho! Terminei
— Finalmente... — disse Julia deitando no sofá e se espreguiçando.
— Olha...ficou bonzinho. — disse analisando o papel a sua frente.
— Deixa eu ver. — pediu Julia estendendo o braço.
— Tá ótimo, como todos os outros desenhos que você fez de mim.
— Eu num achei. — disse simplesmente pegando o caderno de volta.
— Porque? Mari, tá perfeito...
— Ai Julia, num sei...Desenhar você também é um desafio.
— Por que? O que tem demais?
— Seus olhos, Julia...Eles tem um mistério, uma...Não sei definir, que eu não consigo por no papel! — disse numa pequena mistura de frustração e irritação.
— Deixe-os misteriosos! Assim, não perco a graça...
— Gostosona de jeito que é? Pelo amor de Deus, né Julia...
— Vê bem como você fala, Mariane Ávila! — a repreendeu sorrindo.
— Não falei nenhuma mentira...De certo, seus olhos são lindos, mas o resto também...
— Mari!! — repreendeu Júlia já ficando vermelha.
— Que cê quer?
— No que você tava pensando, Julia? — sentando no sofá.
— Em como seria bom tirar um cochilo, caso você deixasse — respondeu com uma ponta de sarcasmo.
— Julia, deixa de ser chata e fica acordada, vai.
— Então vamo fazer um lanche vai. O que tem pra se comer nessa casa?
— Vai lá na cozinha fazer um lanche pra gente.
— Pra quem? — perguntou surpresa.
— Ah, pra mim e pra ti ué... — respondeu naturalmente.
— Mas...Eu sou visita!
— É nada. Já és de casa, Julia. Vai lá fazer algo.
— Sua folga me impressiona, Mari, de fato!
— Sua folgada, pode vir me ajudar? — perguntou arqueando uma sobrancelha com os braços cruzados na porta da cozinha.
— Boa tarde irmãzinha querida. — e abriu um largo sorriso.
— Meu Deus, como você pode ser tão palhaço?! — deu um leve tapa no peito do irmão e sorriu.
— Ah Lili, você gosta que eu sei, você gosta...
Lilian tinha o corpo tipico de uma modelo, apesar de não ser uma. Magra, não muito dotada de seios e bem alta cabelos longos num tom castanho bem claro, com algumas mechas loiras, bem discretas...Rosto longo, fino e os olhos castanhos, bem claro. Lábios carnudos, nariz bem feitinho e um sorriso encantador. Tinha 24 anos e aparentava uns 18 não só pelo físico, mas também por seu jeitinho encantador. Augusto, tinha 19 anos, era um pouco mais baixo que a irmã, a diferença de tamanho entre eles era pouca, só ficava muito em evidencia quando Lilian usava salto, o que era quase sempre. Os cabelos de Augusto eram curtos bem escuros, sempre bem cuidados e num penteado arrepiado. Augusto era forte, bonito, sempre chamava a atenção por onde passava e nas festas, formava um belo casal com a irmã. Não eram muito parecidos, só quem era bom observador via alguns detalhes entre ele...As vezes para lhe salvar de situações embaraçosas, se passava por namorada do rapaz, o que era muito divertido para ambos. Os lábios eram finos, os olhos eram castanho escuro. Sempre sorridente e simpático como a irmã.
Augusto sentou-se ao lado da irmã e perguntou:
— Fazendo o que, irmãzinha?
— Conversando com uns colegas do tempo de faculdade.
— Huuum...Não tens mesmo o que fazer Lili? Hoje é sua folga, devia aproveitar fazendo algo melhor...
— Pois vou fazer o que? O André tá trabalhando...
— André, André, André...Como se só tivesse ele na face da terra! — comentou entediado.
— Não fique com ciume, Gu...Você sabe que vem primeiro.
— Acho bom! — comentou num tom divertido — Mas me diz, vai fazer o que nesse fim de semana, maninha?
- Não sei ainda, provavelmente vou sair com o André.
— Ainda não pensou? Hoje já é quinta!
— Sabes que não sou eu que faço minha programação de fim de semana.
— Num tá afim de sair com o seu querido irmãozinho? — perguntou persuasivo.
— Depende...
— Do que? — perguntou surpreso.
— Qual foi a encrenca que você se meteu dessa vez, Augusto? — perguntou fechando o note book e olhando para o irmão séria.
Augusto olhou surpreso para a irmã e pôs-se a gargalhar enquanto a irmã o olhava num misto de surpresa e irritada. Após recuperar-se do riso, perguntou se fingindo de ofendido:
— Não posso mais convidar minha irmã pra sair?
— Ahn...
— Qual é Lilian, só tô te chamando pra sair um pouquinho, não vai te custar nada.
— E vamos pra onde?
— Boate, boate, boate! — respondeu animado.
— Você trabalha lá e não cansa?
— Lilian! Quanto tempo já faz que você num passa lá? Meses!
— Deixa de ser exagerado Guh...Deve ter feito um mês esses dias.
— Então! Já tem um mês que você não sai com seu irmão.
— Ai Augusto...Não pode ser outro lugar, não? Aproveita que é sua folga.
— Olha Lilian, se for um daquelas exposições que o Dé costuma te levar, eu tô fora.
— Qual é o problema? Aquilo é arte!
— Lilian, aquilo é programa de velho! Daqueles bem chatos ainda por cima...
— Aaaah, é pra velho? Então o que você me sugere? — perguntou com meio sorriso, cruzando os braços.
— Ahn...
— Pera, pera, pera... — tapou a boca do irmão com dois dedos — Deixa eu adivinhar. — fez uma cara pensativa — Hum...Boate! — e sorriu.
— Vamos numa exposição, sim!
— Ah não, eu chamo você pra ir até a boate e você me chama pra ir em exposição?! Lili, o que colocaram no seu café hoje, hein?
— Você vai gostar...
— Qual é Lilian...Tô começando a desistir da idéia de te chamar pra sair.
— Vaaamos Guh! Eu tô querendo ir, mas o André não quer.
— Que raio de namorado é esse, Lih? Ele tem que te acompanhar, oras.
— Mas agora eu quero ir com você! Você num tava reclamando que fazia quase um mês que você não saia com a sua irmãzona aqui?
— Tudo bem, tudo bem...Só que eu queria fazer um programa mais...Agitado! Entende?
— Entendo...Deixemos isso pra próxima vez, ok? Vamos comigo? — pediu num tom quase suplicante.
— Ótimo! — comentou sorridente.
— Mas...
— Tava bom demais — comentou já desanimada.
— Calma, só quero animar um pouco o nosso programa. Que tal, depois que passarmos lá, irmos até uma choperia? Pra relaxar um pouco.
— É...Tudo bem Guh, tudo bem. Sábado?
— Claro, sexta eu trabalho gatinha.
— Combinado então.
— A proposito, qual é o nome do artista?
— Mariane...Mariane Ávila.
— Não me lembro de você ter citado esse nome antes.
— Nunca citei, primeira exposição dela que eu vou, conheci o trabalho dela pela net.
— Aaah, saquei. Agora fui. — disse sorrindo.
— Te manda daqui... — e sorriu.
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