CSI: NY - Caminhos que se cruzam escrita por Caroline Oliveira


Capítulo 1
Fantasmas do Passado


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos ao primeiro capítulo!
Espero que gostem!



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Primavera em Nova York

Mac Taylor

Um pouco antes das 4h, o departamento me notificou de uma ocorrência numa maternidade renomada. A insônia era uma companheira indesejada que me visitava com certa frequência, de modo que sair ao trabalho no meio da madrugada quase não era um sacrifício.

Enquanto rumava para o local da ocorrência, analisei as poucas informações que tinha recebido. Obviamente precisava chegar ao local do crime, colher e analisar as evidências, receber as informações sobre os depoimentos que Flack provavelmente coletaria, porém era no mínimo surpreendente uma mulher de meia idade que acabara de dar a luz ser atacada em seu quarto de hospital.

Ao que parecia, a vítima ainda estava viva e fora levada para o centro cirúrgico a fim de conter as hemorragias provocadas pelo golpe de arma branca.

A maternidade ficava em uma região bem abastada de Nova York. O prédio moderno era largo e muito alto, com a fachada clara marcada por paredes de vidro azul-esverdeado que tornavam o ambiente mais clean e sofisticado.

Peguei a maleta no porta-malas depois de estacionar a viatura. Haviam policiais na portaria do hospital monitorando a entrada das pessoas, pedindo identificação e questionando seus objetivos na visita ao hospital. Apesar de já me conhecerem, mostrei meu distintivo e passei pela faixa amarela.

— Mac, que bom que chegou - Cumprimentou Flack assim que entrei no hall. Ele tinha o caderno de notas e uma caneta esferográfica nas mãos, registrando cada uma das informações do caso chocante - A vítima é Mary Kate Holt, é esposa do filho do banqueiro Holt, David. Ela estava na maternidade para o parto da segunda filha, foi um processo complicado.

Ele me indicou o caminho para o elevador a fim de irmos ao local do crime. Os olhos um tanto fundos e o aspecto cansado eram mais marcantes em Flack do que há um tempo atrás. Ele deixou o hábito de estar sempre de terno, passando a adotar um vestuário mais informal e deixando de fazer a barba todos os dias como costumava fazer e como Stella observou certa vez.

A morte da mulher que amamos nos transforma de maneiras diferentes. A perda de Claire não mudou minha aparência, porém deixou marcas que inconscientemente levei durante anos, arrastando-as para novos relacionamentos até destruí-los. Foi assim com Peyton, de modo que depois que ela decidiu permanecer na Inglaterra, eu não me permiti me aproximar de mais ninguém.

— Ela está no centro cirúrgico? - Indaguei quando Don apertou o botão.

— Está - Respondeu - Ao que parece, o assassino ou trabalha no hospital, ou deu um jeito de se disfarçar de funcionário - O elevador chegou e entramos - Aparentemente ele iria fechar o respirador da vítima e injetar algum tipo de substância no soro, mas a Sra. Holt acordou e lutou contra ele.

— E onde entra a faca? - Segundo o relato da pessoa que me indicou o caso, a vítima fora esfaqueada.

— O assassino trouxe consigo - Explicou Flack - Acredito que era para o caso de algum enfermeiro dificultar o seu trabalho. Se ele pretendia envenenar a vítima, por que se daria ao trabalho de esfaqueá-la?

A pergunta ficou no ar enquanto eu ponderava com as informações que ele havia dado. Diante da maternidade renomada e cara, o sistema de segurança deveria ser impecável. A teoria de Flack de que o assassino provavelmente trabalhava no hospital certamente faria sentido.

— Alguém viu o que aconteceu? - Indaguei, mesmo sabendo que raras vezes tínhamos uma testemunha ocular que valesse a pena.

— A vítima estava entubada, colocada para dormir - Flack negou com a cabeça - Não conseguiu gritar e mal pôde se defender. Acho que o assassino se assustou de alguma forma ao vê-la acordada, ficou com medo de alguém vir ver o que estava acontecendo.

— Cheque as imagens de segurança - Pedi a ele - Deve ter algum registro do assassino entrando no quarto da vítima próximo ao horário do ataque.

— Pode deixar - Assentiu.

Finalmente chegamos ao décimo sexto andar, onde a UTI da vítima estava localizada. Pelas vidrarias que compunham parte das paredes do local, pude ver Sheldon e Lindsay trabalhando.

— Não há muitos sinais de luta - Informou Lindsay assim que cruzei a porta - A mesa de medicamentos está remexida e Sheldon encontrou um frasco quebrado embaixo da cama.

— Achei outro! - Noticiou Sheldon, mostrando outro pequeno frasco com a quina quebrada - Esse estava cheio quando quebrou, acredito que estava na mesa.

— Vamos continuar procurando as evidências - Orientei - Quanto mais pistas tivermos, mais fácil será reconstituir a cena do crime.

Horas mais tarde

Mary Jane Wilson

A vida de uma pessoa com dinheiro nem sempre é isenta de dificuldades. De certo, quando se tem uma família estável cujos componentes se entendem, certamente o dinheiro mais ajuda que atrapalha. Além de ter todas as suas necessidades básicas atendidas, você se dá ao luxo de estudar nas melhores instituições, ter burocracia resolvidas mais facilmente, poder sair e viajar a hora que quer, pois os custos para tal são ínfimos.

Quando, porém, você tem uma mãe carente e cega de amor por um companheiro que é um psicopata controlador, sim você tem problemas.

Aquela era a minha segunda semana no novo emprego. Eu havia prestado concurso para entrar para o departamento de homicídios da polícia de Nova York fazia alguns meses e finalmente havia sido chamada. Eu não podia estar mais realizada.

A primeira semana foi difícil, pois o detetive encarregado de ser meu orientador estava de licença - ou havia recebido alguma advertência por ter aparecido de ressaca no trabalho, como alguns policiais fofocaram. E depois as mulheres que eram mestres em falar da vida dos outros.

Quando cheguei à delegacia aquela manhã, as mesas estavam quase às moscas: Nova York tinha tido uma noite agitada, ao que parecia. De soslaio, vi dois policiais levando novos presos para suas respectivas celas e os poucos detetives que estavam no ambiente se ocupavam de analisar papeladas e revisar anotações.

A noite anterior havia sido minha folga e por isso não estava trabalhando em caso algum. Ralei bastante na semana anterior para solucionar o latrocínio de uma loja de roupas e conheci alguns detetives do laboratório de criminalística, Jo Danville e Danny Messer. O nome dele provavelmente era Daniel, mas o dela eu não fazia ideia.

— Wilson! - Um dos policiais que reconheci sendo Fisher chamou meu nome. Virei o rosto para a esquerda, na direção dele - O detetive Flack chegou.

Ah, então o dito cujo resolveu aparecer. Eu não faria perguntas, obviamente, mas a forma e a frequência com a qual falavam dele na delegacia me deixou intrigada. Aparentemente era um dos melhores da Homicídios, porém algum tipo de incidente aconteceu e o deixou deprimido. É, para uma semana de trabalho e sem nem mesmo ter vislumbrado o homem, eu já sabia de muita coisa.

— Detetive Wilson? - A voz masculina me soou familiar.

Virei-me para ele. O homem alto de suéter cinza e calça jeans escura surgiu no meu campo de visão, os cabelos pretos e olhos azuis inconfundíveis. Não pude evitar entreabrir os lábios e ele arregalou os olhos, sendo mais eficiente em reprimir o choque.

— Não brinca… - Escapuliu dos meus lábios.

 

Don Flack

Não tinha ouvido falar muita coisa da detetive Wilson. O currículo dela era ótimo apesar da pouca experiência, sua formação fora exemplar do começo ao fim. Eu estava precisando de um pessoal mais jovem, os macacos velhos do departamento estavam ficando enferrujados, acostumados com a rotina.

Eu lamentava, entretanto, que meu primeiro contato com ela seria para noticiar o que aconteceu com sua mãe no hospital. Mary Kate Holt era mãe de Mary Jane Wilson, que usava o sobrenome da mãe e não mantinha contato com a família desde que saíra de casa.

Quando cheguei à delegacia, um dos primeiros policiais que encontrei, Summerton, me indicou a figura esguia vestida em uma calça social preta com blazer e sapatos combinando. Os cabelos castanhos dourados com leves ondas escorriam por suas costas enquanto ela se apoiava preguiçosamente em uma das mesas de gabinete. Eu já havia visto aquela silhueta antes.

— Detetive Wilson - Chamei-a pronto para lhe oferecer a mão ao me apresentar.

Foi quando ela se virou para mim, os grandes olhos azuis encontrando os meus, os lábios perfeitos se desprendendo um do outro pela surpresa.

— Não brinca… - Ela murmurou, tirando as palavras da minha boca.

Minha mente me transportou de imediato a uma noite em específico, meses atrás. O cenário era um bar há algumas quadras de casa que eu costumava frequentar quando a saudade de Jessica e a revolta por tudo o que aconteceu a ela me assolavam. Eu já havia saído com algumas garotas que via vez ou outra no bar, porém fora a primeira e única vez que vira Mary Jane no local.

Conversamos durante horas, aqueles papos improdutivos que fazem o clima se tornar mais confortável e nos faz conhecer o suficiente um do outro para o sexo casual que viria a seguir. Diferente das outras, ela era mais tímida, acreditava que ela não era acostumada a sair assim, apesar de parecer ter mais de vinte e cinco anos.

Eu não sabia onde ela morava e não tive tempo de perguntar, afinal o desejo que senti por ela consumiu todos os segundos que passamos juntos depois que fomos para o meu apartamento. Sua pele macia, seu perfume marcante, seus olhos expressivos, fiéis às suas emoções, seu corpo escultural, avassalador na mesma proporção que delicado…

— Vocês se conhecem? - A voz de Fisher me despertou e seu ar de riso, ansioso por mais uma fofoca era inconfundível.

— Não tem uma patrulha para fazer? - Retruquei, erguendo as sobrancelhas para ele.

— Calma, Flack, só fiz uma pergunta - Ergueu as mãos em rendição, mantendo o sorrisinho de canto e se afastando.

— Eu não fazia ideia que… - As palavras escaparam de seus lábios delicados, que quase não se movimentavam enquanto seu olhar permanecia perdido no meu, e o meu no dela.

— Nem eu - Pisquei um par de vezes, lembrando-me do motivo pelo qual havia ido procurá-la - Eu não esperava que fôssemos nos reencontrar dessa maneira, mas eu preciso te dar uma má notícia.

Os lábios entreabertos dela se fecharam e ela os comprimiu, o cenho se franzindo com a confusão instalada por minhas palavras.

— O que pode ser tão sério? - Indagou, percebendo a mudança do meu semblante - Eu fiz algo errado?

Era esperado que ela estivesse preocupada com o emprego, afinal não fazia nem duas semanas que tinha começado.

— Srta. Wilson, eu sinto informar, mas a sua mãe acaba de falecer - Os grandes olhos azuis me fitaram com espanto novamente, mas ao invés de ser uma boa surpresa, era carregada de medo - Ela teve uma filha na maternidade faz três dias, porém sofreu uma tentativa de homicídio. Foi levada ao centro cirúrgico, mas não resistiu.

O lábio inferior de Mary Jane tremia, enquanto seus olhos baixaram e fitaram o nada à medida que absorvia a notícia. Eu havia falado com uma amiga da mãe dela e, segundo a senhora Mitchell, Mary Jane rompeu com a mãe e com o padrasto assim que desistiu da carreira de medicina veterinária e foi morar sozinha. Ela sabia que a mãe estava grávida, mas como não se falavam, não tinha sido avisada que a irmã havia nascido. Era uma criança saudável, porém a Sra. Holt havia tido complicações após o parto e por isso esteve internada.

Mary Jane se apoiou na mesa com um baque e eu me apressei em ampará-la, achando que iria cair. Ela colocou a mão na frente da boca, as lágrimas cristalinas se acumulando no canto dos olhos e caindo uma após a outra.

— Não pode estar falando sério… - Murmurou, ainda fitando o nada. Apoiei meu braço em seu ombro. Apesar de termos compartilhado uma noite de intensa intimidade, por algum motivo não me sentia próximo para lhe dar um abraço, sem falar que nosso último contato havia acontecido há meses.

— Sinto muito, de verdade - Assegurei - Se eu puder fazer algo por você… 

— Você disse que ela foi… assassinada? - Lembrou, a voz embargada apesar da tentativa de pensar com clareza.

— Ao que parece, alguém tentou envenená-la - Falei. Normalmente eu não abriria os detalhes cruéis antes do interrogatório, mas ela era uma de nós agora, merecia uma cortesia - Algo deu errado e a solução foi esfaqueá-la. O parto da sua mãe foi muito duro para ela, estava muito fragilizada.

— A última vez que nos falamos foi uma briga horrível - Confessou com pesar. Além da dor da perda, ela sentia remorso. - Nem tive chance de dizer que a amava uma última vez…

— Não se sinta culpada, alguém tirou a vida da sua mãe, não é como se você tivesse tido escolha… - Já havia dito palavras de conforto tantas vezes que me pareciam cada vez mais frias, frias demais. Até que eu senti uma dor tão profunda quanto aqueles familiares sentiam. Até a pessoa que mais me importava ser arrancada de mim. - Eu posso levar você ao hospital. O detetive Taylor vai querer fazer umas perguntas.

Ela voltou a olhar para mim com certo espanto. Franzi o cenho, questionando-me se havia dito algo errado.

 

Mac Taylor

Após horas tentando contatá-lo, a polícia finalmente conseguiu localizar David Holt, esposo da vítima, que assim que foi avisado do ocorrido, já começou a dificultar os procedimentos.

Exigiu que a necropsia fosse feita nas instalações do hospital, não queria o corpo de sua esposa confinado no laboratório para ser bisbilhotado como peça anatômica da universidade. Exigiu também que fosse informado de toda e qualquer nova descoberta do caso e o clássico, que queria o assassino de sua esposa preso.

Lindsay questionou o fato de ele, um marido aparentemente tão devotado, não estar com a esposa no hospital quando tudo aconteceu, porém Sheldon sugeriu que ele estivesse com a bebê recém nascida.

Flack descobriu que a filha mais velha da vítima era uma recém contratada detetive da Homicídios e Sheldon recordou que Danny e Jo haviam trabalhado com ela na semana anterior. Esperava apenas que não fosse tão exigente e intransigente quanto o padrasto.

Fiquei de encontrar Sid no necrotério e após colher as evidências do caso, fui encontrá-lo. No caminho até o local, meu telefone começou a tocar.

— Detetive Taylor - Atendi.

Taylor, é o Sinclair.

— Olá, chefe. Algum problema?

Recebi um pedido de colaboração da polícia de Nova Orleans e julguei que fosse gostar de ficar sabendo. O assassinato de um advogado.

— E o que conecta o crime a Nova York?

O assassino está ligado ao filho do banqueiro Holt, David. Stella Bonasera está vindo para cá, mas pretende fazer uma vídeo conferência para explicar os detalhes.

— Stella está vindo? - Repeti surpreso.

— Sabia que ia gostar. Quando eu tiver mais informações, retorno a você.

Sinclair desligou. Stella estava vindo para Nova York porque seu suspeito tinha ligação com David Holt na mesma semana em que sua esposa havia sido assassinada no hospital. Não era realmente um caso qualquer.

Meus passos se apressaram em direção à sala de autópsia. Quanto mais cedo eu recebesse as informações de Sid e começasse a processar as evidências, mais cedo descobriríamos quem foi capaz de matar uma mulher que acabara de dar a luz.

— Já ia ligar para você. - Foi como Sid me cumprimentou - Sua vítima tem uma história interessante para nos contar.

— Estou curioso para conhecer - Falei ao me aproximar.

Sid levantou o tecido que cobria o corpo da vítima e me questionei onde já a havia visto. Seu rosto me era muito familiar, porém a lembrança demorou a vir à mente. Quando a conheci, éramos jovens, seu rosto tinha traços mais delicados e as marcas de expressão e as olheiras eram inexistentes.

— Qual o nome dela? Digo, o nome de solteira? - Indaguei a Sid. Ele pegou a prancheta com os dados da vítima e procurou o que eu queria saber.

— Mary Kate Wilson Holt, acredito que seja Wilson, certo? - Respondeu ele.

Claro. Mary Kate Wilson era a garota que eu namorava antes de seguir carreira militar, antes de Claire. Ela tinha sonhos de estudar em Harvard, eu não permanecia em Chicago por muito tempo, então logo os caminhos da vida nos obrigaram a terminar o relacionamento. Foi melhor para nós dois.

— Conhece ela? - Sid Hammerback logo compreendeu que sim.

— Faz muitos anos - Murmurei - Como ela acabou morrendo assim?

— Olha, de acordo com a autópsia, a causa da morte foi hemorragia - Ele mostrou o corte feito pela lâmina - O choque hipovolêmico agravou ainda mais as complicações do pós-parto, então mesmo tendo sido levada às pressas ao centro cirúrgico, ela não resistiu.

— Você disse que ela tinha uma história interessante - Geralmente quando dizia isso, Sid tinha muitas outras coisas para contar.

Ele indicou um monitor acima da mesa de autópsia, que mostrava algumas radiografias da face e das costelas.

— Mary Kate tem histórico cirúrgico no maxilar e no osso temporal - Ele mostrou algumas placas colocadas em um dos lados do rosto - Não acredito que tenham sido procedimentos estéticos, apesar dela ser bem rica.

— Compatível com trauma?

— Provavelmente, porém não é um trauma recente - Continuou - O trauma das costelas, esse sim é mais recente - Ele demonstrou uma região protuberante onde provavelmente havia tido uma fratura - Está vendo o calo ósseo? - Assenti - Acredito que era um pouco maior há algumas semanas e que já começou a se descamar, por assim dizer.

— O que acha que pode ter sido? - Indaguei - Queda? Violência doméstica?

— Não acredito que tenha sido queda - Respondeu ele, cruzando os braços - As complicações puerperais se deram mais pela idade avançada do que pelos traumas, não tiveram implicação direta no parto, pois se tivessem, acredito que o bebê teria sido afetado.

— Vou checar o prontuário da criança - Declarei - Se descobrir mais alguma coisa me avise.

— Receio que eu não tenha muito tempo, o marido da vítima é muito influente e quer levar o corpo a sepultamento o quanto antes.

— O que faz dele um grande suspeito - Concluí.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido o capítulo! Alguma teoria? O que esperam da fic?
Beijos e até mais!