Is It Possible? escrita por Kit Kat


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi Oi gente!
Aí está mais um capítulo, espero que gostem!
Desculpem qualquer erro.



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Draco. 

Eu já sabia que voltar à Hogwarts seria difícil, mas não imaginaria que seria tão difícil assim. Logo que eu pisei na estação, ficou um silêncio ensurdecedor e aos poucos começaram a surgir os burburinhos e, claro, eu fui o assunto. Me apressei para entrar no trem e me escondi nas ultimas cabines, que quase sempre ficavam vazias. 

Depois da guerra o nome de minha família era um dos principais citados nos jornais, o que já era de se esperar. Graças ao depoimento de Potter eu e minha mãe escapamos de Azkaban e ficamos em prisão domiciliar, mas meu pai não teve essa chance e estava tentando usar de sua influência no ministério para sair da prisão. 

— Finalmente te achamos. - Theo disse entrando na cabine seguido por Blás e Pans. 

— Achamos que você não viria esse ano. - Blás se sentou em minha frente junto com Theo e Pans ficou ao meu lado.

— Minha mãe me obrigou voltar. - respondi. 

O clima entre nós estava tenso, ninguém parecia ter ânimo para nada. Os dias estavam sendo assim, vez ou outra Blás tentava dar uma animada chamando a gente para sair, mas nunca dava certo, nem ele mesmo parecia se animar muito com a ideia. 

Os pais de Blás estavam enfrentando um grande problema no ministério, eles haviam escapado de Azkaban com a condição de dedurar os comensais fugitivos, mas corriam risco de perderem seus cargos, suas propriedades e parte de sua fortuna. 

 A família Nott comprovou que foram coagidos, através de ameaças, a seguir Voldemort e como não tiveram um grande papel nas atrocidades cometidas eles não foram para Azkaban. Além disso, eles se comprometeram em ajudar na reconstrução do mundo bruxo e tiveram até um certo prestígio por isso. 

Já o Sr. e a Sra. Parkinson estavam cumprindo pena em Azkaban sem qualquer chance de saída. Diferentemente dos Zabini, que para se livrarem das grades se mostraram arrependidos perante o Ministro, os pais de Pansy não assumiram o erro e se mostraram orgulhosos de lutarem contra "sangues impuros". Agora o que lhes restavam era esperar, junto com os outros comensais, a decisão sobre seus fins, se ficariam condenados à prisão perpétua ou receberiam o beijo do dementador.

Theo e Pans, por terem fugido durante a batalha e, junto a Blás, ajudado os alunos a escaparem das sessões de tortura dos irmãos Carrow durante o sétimo ano, não foram à julgamento tendo prestado ajuda comunitária na restauração de Hogwarts. Blás por sua postura no fim da guerra, onde permaneceu ao lado do bem mesmo com Voldemort lhe chamando, escapou do serviço comunitário também. 

Olhei para Pans ao meu lado que olhava tristemente a marca em seu antebraço, enquanto os meninos começaram uma conversa. Passei meu baraço ao redor do pescoço dela e a puxei para um abraço, que ela aceitou com um sorriso triste nos lábios e encostou a cabeça em meu peito, dormindo não muito depois, e eu entrei na conversa deles. 

****

Fui o último a sair do trem, esperei até ver todos se dirigindo para o grande castelo antes de descer. A última coisa que eu queria era chamar atenção. Blás foi ao encontro de Luna, e Theo e Pans foram tentar achar alguns de nossos antigos colegas de casa. 

Assim que coloquei os pés para fora do expresso meu coração começou a dar cambalhotas em meu peito ao ouvir a voz que eu almejava escutar a quase um ano.

— Eu disse que deveríamos ter nos trocado mais cedo, Ginerva! - minha castanha saia da outra porta do expresso enfiando a camisa do uniforme por dentro da saia e parecia irritada. 

— Não me chame de Ginerva! - a Weasley mais nova saiu logo atrás fazendo um bico. - E como saberia que teria uma fila enorme no banheiro? 

— Sete anos Gina! - Hermione elevou a voz, fincando de frente para a ruiva. - Faz sete anos que você faz a mesma coisa e ainda não aprendeu? 

Gina lhe lançou um sorrisinho divertido, mas que sumiu assim que me viu, ainda parado em frente a porta de onde eu havia saído, e seus olhos se arregalaram levemente em surpresa.

— Se eu me ferrar por sua causa eu vou... - Hermione não continuou a frase, pois se virou de costas para a Weasley e foi aí que ela me viu. - Draco... - sussurrou e manteve a boca aberta como se fosse falar algo, mas nada saiu.

Eu não a julgava, estava nesse mesmo estado. Queria dizer algo, queria dizer muitas coisas, na verdade, mas nada saiu. Apenas fiquei encarando-a, sem a mínima vontade de desviar os olhos. 

— Ei, vocês três! - Filch apareceu com sua gata a tiracolo. - O que ainda fazem aqui? Já querem perder pontos para suas casas antes mesmo de pisarem no castelo?  

  - Desculpe, senhor. - Weasley se apressou em dizer. - Já estamos indo. - ela saiu praticamente correndo e puxando Hermione que tropeçou nos próprios pés até conseguir acompanhar o ritmo da ruiva. 

— E você garoto? - os olhos maldosos do zelador se viraram para mim. - Vou adorar tirar pontos de um comensal. 

Eu nada respondi, apenas engoli minha vontade de xinga-lo e soca-lo e segui o mesmo caminho que elas. Flashes de Hermione tentando falar comigo depois do meu julgamento e de suas várias cartas que chegavam em minha mansão tomaram conta de mim durante todo o trajeto até o castelo. 

****

Entrei no salão principal novamente atraindo olhares para mim, isso com certeza não acabaria tão rápido. Segui para a mesa da Sonserina sem me abalar com todas as cabeças viradas em minha direção, já bastava eu ter fugido de todos os olhares na plataforma, como um garotinho assustado, não passaria o ano inteiro de cabeça baixa e fugindo dos olhares. Me sentei ao lado de Pansy que olhava preocupada para Goyle, do seu outro lado. Blás, Theo e Emília estavam de frente para nós.

McGonagall começou o famoso discurso de boas-vindas falando sobre coragem e determinação que todos que ajudaram na guerra tiveram. Eu parei de prestar atenção quando ela citou Potter e o quão destemido ele foi. Claro, todos os diretores são beija rabo do Potter. Só falta ela dar 1000 pontos para ele por respirar, igual Dumbledore fazia.

Meus olhos correram pela mesa da Grifinória e  pousaram em Hermione, e agora que não estávamos na penumbra da plataforma de desembarque conseguia vê-la detalhadamente. Ela estava diferente, seus cabelos estavam domados e ondulados e seu rosto um pouco mais fino que costumava ser. Seus olhos presos na diretora ficaram marejados em um momento do discurso, a foçando piscar repetidas vezes e desvia-los para espantar as lágrimas e, então, eles cruzaram os meus, mas não vi o habitual brilho de excitação e curiosidade que eu amava neles. 

Todos começaram a aplaudir e foi aí que desviamos nossos olhos. O banquete foi servido e as vozes começaram a se elevar em conversas animadas por todo o salão. Me contentei em comer em silêncio enquanto meus amigos discutiam sobre esse ano.  

— Por que você não faz o teste para batedor, Greg? - Pans perguntou em um tom de animação quando Blás mencionou os testes de Quadribol desse ano. 

— Não acho que me sairia bem, Pans. - ele respondeu sem ânimo. 

Desde a morte de Crabbe, Goyle não era o mesmo e não era para menos. Os dois eram como irmão gêmeos, onde um ia o outro ia atrás, até as garotas eu fiquei sabendo que eles compartilhavam. Era triste vê-lo assim, por mais que eu não tenha sentido tanto a morte do outro, eu não gostava nem de imaginar perder Blás, Theo ou Pans, não desejaria isso para ninguém. 

— Qual é, Goyle? Vamos lá, você é forte e isso é um ótimo requisito para um batedor. - eu disse tentando anima-lo. 

— Ou você pode ser goleiro também. - Pans disse. - Acho que força é requisito para essa posição também.  

— Nem ferra Parkinson. - Nott a olhou irritado. - Essa posição é minha!

— Olha como você fala comigo, garoto! - Pansy o olhou ameaçadoramente e ele se encolheu em seu lugar. - E eu lá vou saber que você é goleiro?

—  Verdade, como você poderia saber, né? - Theo riu irônico. - Só faz anos que você me assiste jogar e me escuta falar sobre os jogos, mas, tem razão, como você saberia? 

Todos nós caímos na gargalhada, com exceção de Theo que estava bravo e Pans que corava envergonhada.  

— Da um desconto, Nott. - Emília disse parando de rir. - Nós não vamos aos jogos para ver vocês! 

— Vão para que então? - perguntei erguendo uma sobrancelha para Pansy e ela me lançou um sorriso de lado. 

— Olhar os caras bonitos do nosso time e dos outros times. - ela respondeu na maior cara de pau me deixando boquiaberto com a ousadia.

— Nossa muito obrigado, é sempre bom contar com o apoio da minha amiga. - Blás ironizou.

— Nós amamos vocês e vamos torcer sempre por vocês, mas não ficamos vidradas de olho em vocês nos jogos. - Pansy respondeu rindo. 

— Isso a gente deixa para as tietes loucas de vocês. - Emília concordou e apontou para duas garotas que olhavam em nossa direção. - As do Draco já estão quase pulando aqui. 

Eram Daphne e Astória Greengrass que me olhavam como se eu fosse um pedaço de carne. Tentei me esconder atrás de Pans que me empurrou e me mandando encará-las como homem.  

— Okay, nós entendemos a parte de vocês gostarem de ver outros garotos durante as partidas de Quadribol, mas eu falava o tempo todo disso para você. - Theo apontou para Pansy. -  Depois não vem reclamar que eu não te escuto!

— Mas você não me escuta mesmo! - ela ralhou com ele  e os dois entraram em uma discussão de quem escutava menos o outro.

No final do jantar McGonagall se levantou e bateu a colher em sua taça chamando a atenção de todos. 

— Silêncio, por favor! Está na hora de eu nomear os monitores escolhidos para este ano, então, muita atenção. -  ela pediu e as vozes foram cessando. - Os monitores são: Cho Chang e Eddie Carmichael da Corvinal, Ana Abbott e Zacharias Smith da Lufa Lufa, Pansy Parkinson e Draco Malfoy da Sonserina e Hermione Granger e Córmaco McLaggen da Grifinória. Assim que acabarem de comer estarei esperando por vocês em minha sala. Obrigada! 

Minerva se sentou deixando o salão voltar a submergir em vozes de conversas animadas. Recebi os parabéns dos membros de minha casa com um sorriso orgulhoso nos lábios e ele aumentou mais ainda quando olhei para a mesa da Grifinória e Hermione me olhava um pouco em choque. 

****

Assim que acabei de comer corri para a sala de McGonagall com Pansy atrás de mim reclamando que eu corria demais. Entrei apressado, pois já tinha reparado que Hermione tinha saído de sua mesa e tinha certeza que ela já estava lá, mas levei um tapa na cara ao perceber o quão errado eu estava. 

— Ah, vocês já chegaram. - McGonagall estava sozinha sentada atrás sua mesa. - Vamos esperar os outros e começamos nossa reunião. 

Alguns minutos passaram e os outros monitores começaram a chegar. Primeiro os monitores da Corvinal que entraram num assunto acadêmico com a diretora, enquanto esperávamos os outros. Depois chegaram os monitores da Lufa Lufa que conversavam animadamente com McLaggen. 

— Bom, creio que a senhorita Granger esteja atrasada. - McGonagall disse com o cenho franzido, depois de um tempo. - Vamos começar sem ela! Então, vocês foram escolhidos para serem monitores por suas excelentes notas ao longo dos...

A diretora foi cortada por uma batida na porta e logo em seguida Hermione colocou a cabeça para dentro timidamente. 

— Com licença, Diretora, desculpe o atraso.

— Entre, entre, Srta. Granger, nós já começamos. - McGonagall respondeu e Hermione entrou mais corada que nunca, mas para o meu total desgosto o pobretão Weasley entrou atrás. - Sr. Weasley, essa é uma reunião apenas para monitores, o senhor pode esperar lá fora, por favor! - o ruivo ficou da cor de seus cabelos, mas assentiu e saiu depois de apertar a mão de Hermione e sorrir para ela. - Sente-se Srta. Granger! 

Para me dar um pouco de alegria a única cadeira disponível era ao meu lado, pois ninguém mais queria ficar perto de ex comensais. Ela se sentou com um retorcer de nariz e ficou a reunião inteira tensa. 

Hermione não ficara só com os cabelos e o rosto diferente, seu corpo também estava. Suas curvas estavam mais acentuadas e suas pernas mais torneadas, percebi uma cicatriz pequena e clara em cima de sua sobrancelha e quando ela se virou para me encarar de volta vi que tinha uma cicatriz parecida no queixo. 

— Draco. - ela disse entredentes, me tirando de meus devaneios e me cutucando com a perna e eu franzi o cenho sem entender. 

— Sr. Malfoy! - McGonagall me chamou. - O senhor me escutou? 

— Sim, senhora! Perfeitamente. - me apressei em dizer, não queria admitir para todos que eu não prestei atenção em nada, mas Hermione me conhecia muito bem e me olhou como se duvidasse do que eu disse. 

— Perfeito, agora os quatro me sigam e o resto vão para os dormitórios. - Minerva se levantou e nos levantamos atrás, eu, sem entender nada, apenas seguia os demais. Encontramos Weasley esperando. - Sr. Weasley pode acompanhar o Sr. McLaggen para a torre da Grifinória, a Srta. Granger virá conosco. 

Hermione e o pobretão se despediram com um selinho e eu quase vomitei diante a cena. Pansy foi em direção ao nosso salão comunal e eu comecei a segui-la. 

— O que está fazendo, Draco? - Hermione perguntou segurando meu braço e Pansy percebeu que eu a seguia e cruzou os braços me olhando com repreensão.  

— Você não prestou atenção em nada, não é mesmo? - a morena perguntou. 

— Eu, você, Cho e Zacharias somos os novos monitores chefes. - Hermione me explicou. 

— E você saberia se tivesse prestado atenção e não ficado olhando para ela. - Pans indicou Hermione com a cabeça e deu um sorriso de lado, deixando nós dois envergonhados. - Agora vão a velha felina já sumiu. - ela sussurrou o apelido e saiu em direção ás masmorras nos deixando sozinhos.

— Então... 

Comecei, mas a castanha me cortou.

— Vamos logo! - disse, revirando os olhos e me puxando pela mão.

Alcançamos o grupo e, durante todo o caminho, ela foi me explicando baixinho o que Minerva havia dito na reunião. Aparentemente nós quatro dividiremos um salão comunal e faríamos ronda em pares e tinha algumas regras: nós não podíamos fazer festas e nem levar ninguém ao nosso salão comunal, regras estas que eu faria questão de quebrar. 

— A senha é: patas de dragão. - McGonagall disse quando chegamos em um quadro onde tinha as quatro mascotes. Uma cobra, um leão, um texugo e uma águia. 

O leão rugiu e o quadro se abriu em uma passagem para um salão comunal grande e aconchegante, com o emblema das quatro casas espalhados pelas paredes.

 A parede em frente à porta de entrada era quase toda revestida de prateleiras, e fomos instruídos a colocarmos o que quisermos nelas, e tinha lugar para duas portas. Na parede da direita havia uma enorme lareira preta e sofás pretos grandes e confortáveis em frente a ela. No lado esquerdo do salão tinha uma pequena cozinha, a qual Minerva nos permitiu ter, pois a monitoria tomaria muito do nosso tempo e às vezes não conseguiríamos fazer nossas refeições. E no centro do salão havia uma mesa redonda grande com quatro cadeiras em volta. 

— Na torre da direita ficarão Draco Malfoy e Hermione Granger, e na da esquerda Cho Chang e Zacharias Smith. - McGonagall disse apontando para as portas. - Está na hora de acabarmos com essa rivalidade, meninos! - ela disse essa última frase olhando para mim e Hermione, mas pude jurar que a vi piscar para mim. - Espero que tenham uma ótima noite!

 McGonagall ia saindo e deixando Hermione com uma cara de choque. Tudo o que eu mais desejava agora era nunca ter terminado com ela. 

— Não posso dividir uma torre com você, Malfoy! - ela disse com as mãos na cintura. - Troque com a Cho! 

— Não mesmo, Granger! Não perco a chance de dividir um quarto com você nunca. - disse a última frase só para ela ouvir e sorri contente ao vê-la corar. 

— Ah, meninos, já ia me esquecendo. - Minerva voltou. - Os quartos são separados, mas terão que dividir o banheiro. Boa noite! 

E ela desapareceu pela porta, novamente, me deixando sorrindo maliciosamente para a Castanha boquiaberta a minha frente.


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Notas finais do capítulo

Oi Oi de novo!
E ai, gente? O que estão achando?
Espero de coração que tenham gostado!
Beijos.



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