— Em primeiro lugar, Rosalie! Edward é só meu professor, apenas meu conselheiro amoroso. 

— Você ainda não respondeu minha pergunta. - A loira riu jogando uma das roupas compradas na cara da amiga.

— Continuando... Os conselhos amorosos do Edward são ótimos e é a única coisa que me interessa nele. - Garantiu mostrando a língua para Rose. 

— Sei. Ah, está sabendo da festinha de amanhã? 

— Qual?

— Vai rolar uma festinha com a galera da faculdade amanhã a noite. Todo mundo vai. Você vai também? 

— Primeiro vou ver com Edward. Amanhã vou ligar para ele e ver o que ele me aconselha. - Respondeu se deitando na cama para dormir. 

[...]

— E aí, Edward? O que acha? Devo ir na festinha da faculdade? - A morena questionou ao celular com o ruivo. 

— Claro que deve, Bella. Assim, veremos se meus conselhos amorosos já estão surtindo efeito em você. Mas você não vai sozinha, irei contigo. Apesar de que vou me sentir um velho lá no meio dos seus colegas de faculdade. Mas fazer o quê, são ossos do ofício. - Suspirou. 

[...]

— E aí? O que acha dessa roupa? - Bella perguntou já dentro do carro do ruivo, no começo da noite.

— Está se sentindo bem com ela? - Questionou medindo a morena de cima a baixo. 

Isabella usava um vestido rosa escuro, salto médio e bolsa preta com toques de brilho. Seus cabelos estavam soltos, esvoaçantes e sua maquiagem mais forte, com direito até a batom cor de vinho. 

— Ah, acho que estou sim. É que isso tudo é como se fosse um novo mundo se abrindo para mim. É tudo muito novo, mas estou gostando da mulher que estou me tornando. - Afirmou sorrindo. 

— Então você está linda - Piscou para a jovem, dando um sorriso torto para ela. 

— Obrigada, professor. - Agradeceu colocando o cinto de segurança - Vamos?

— Claro! 

[...]

Ambos chegaram à festa em uma casa noturna próxima da casa de Isabella. 

O local estava lotado. 

— Olha, não vamos ficar muito próximos pra não parecer que temos alguma coisa. É preciso que os homens se sintam a vontade para se aproximar de você. - Edward sussurrou no ouvido dela. 

— Okay, professor. 

— Lembre-se de tudo que conversamos esses dias. Os homens querem mulheres confiantes e não, muito inseguras. E nunca se esqueça que você é uma mulher linda, apaixonante e encantadora, Bella. 

— Obrigada! - Agradeceu com um sorriso enorme nos lábios, quando Jessica e Jane, suas amigas de faculdade, se aproximaram.

— Amiga do céu, que homem lindo é esse?! Que gato! - Jane indagou toda espevitada com Edward. 

— Ah, é só um amigo meu. Edward. - Apresentou-os - Essas são Jane e Jess, minhas amigas da universidade. 

— Muito prazer, garotas. 

— E você está solteiro, Edward? - Jane perguntou mordendo os lábios. 

— Eu? Er... 

— Ele está solteiro sim, mas Edward é gay. - Bella cortou o ruivo - Ele está em busca de rapazes bem gatos. Entenderam? 

— Que desperdício! - Jess lamentou - Enfim, divirta-se Edward. Está cheio de gatinhos aqui pelo salão. Vamos, Bella! - As garotas então puxaram Isabella para a pista, enquanto Edward ficou parado sem entender porque sua cliente havia inventado aquela mentira. 

[...]

Isabella começou a dançar na pista de dança com suas amigas. Logo Rosalie e Emmett apareçam e ambos também começaram a dançar. Enquanto isso, Edward se sentou em uma das mesas para tomar um drink. De vez em quando, uma ou outra jovem tentava dar em cima dele, mas o ruivo dispensava todas, pois seu objetivo era ficar de olho em Bella, que continuava na pista com as amigas. 

Em determinado momento, um rapaz moreno de olhos pretos se aproximou dela. Vestia uma camiseta verde, calça e sapatos pretos. Quando percebeu que o rapaz se aproximava, Edward piscou para Bella que respirou fundo. 

— E aí? - O rapaz começou a dançar com Bella - Tudo bem? 

— Tudo - Bella estava nervosa, mas tentou fingir que não - Qual é seu nome?

— Paul. E o seu?

— Bella, Isabella na verdade. - Ambos sorriram - Você é aluno da nossa universidade?

— Não, não. Sou amigo da Leah, que estuda... Sabe que não lembro o curso? Ela disse que ia ter uma festa legal aqui e me convidou. Daí eu vim. Eu sou formado já, em Direito. E você? Estuda o quê?

— Literatura. 

— Legal... Qual o seu autor favorito? O meu é Edgar Alan Poe. 

— Ah, eu tenho vários. Vários mesmo! Você gosta de livros então? 

— Sim, queria ter mais tempo pra ler. Mas a carreira como advogado não me permite tanto, infelizmente. Nossa, eu amo essa música - Afirmou ao ver a mudança da música que de agitada, foi para Your Song, de Elton John - Posso? - Indagou pondo a mão na cintura da morena. 

— Claro. - Bella sorriu passando a dançar coladinha ao moreno, sendo observada de longe por Edward. 

Ao fim da música, o celular de Paul tocou.

— Um momento - Se afastou para atender a ligação, voltando alguns segundos depois - Bella, tive um problema particular. Infelizmente, terei que ir. Mas vamos trocar os telefones, prometo te ligar amanhã. 

— Promete mesmo? É que os homens sempre vem com esse papo de que vão ligar no dia seguinte e nada. Em geral, é truque para dizer que não estão a fim de nós, mulheres. 

— Isso é verdade mesmo, vários amigos meus costumam fazer isso. E vou ser sincero contigo. Eu também já fiz isso algumas vezes, mas com você é diferente. Eu gostei de verdade de você, Bella. E prometo te ligar amanhã, sem falta. Combinado? 

— Combinado! - Bella confirmou sorrindo e recebendo um beijo demorado de Paul na bochecha. 

Em seguida, ambos trocaram os telefones e ele foi embora. 

[...]

— Eu sei que você deve estar pensando que a conversa deu errado, Edward, mas não deu não. - Bella comentou se aproximando da mesa do ruivo - O nome dele é Paul. Mas teve um imprevisto e precisou sair. 

— Mas vocês trocaram telefones, não? - Ele perguntou tomando um gole de vinho.  

— Sim - Bella sorriu - Vamos sair daqui? Está muito barulhento. 

— Mas não seria melhor você ficar e conseguir mais uns telefones? Só pra garantir?

— Não precisa, Ed. Eu sei que o Paul vai me ligar. Eu sinto. - Explicou com os olhos brilhando. 

[...]

Edward e Isabella saíram da festa e resolveram caminhar um pouco pelo quarteirão, a fim de conversarem um pouco. 

— E foi isso. Acha que ele vai me ligar mesmo? - Bella perguntou enquanto caminhava pela calçada da rua, que estava quase vazia. 

— Não tenho dúvidas. Amanhã mesmo, ou melhor, hoje - Corrigiu ao olhar seu relógio de pulso e perceber que havia passado da meia-noite - Ele irá te ligar. 

— Parece até um sonho! Os caras nunca me ligam, sério. Até porque muitas vezes acabei dando o que eles querem logo no primeiro encontro, se é que você me entende - Pigarreou. 

— Eu entendi. - Ambos gargalharam - Ah, por quê você disse aquilo para suas amigas?

— Aquilo o quê?

— Que eu era gay - Ao ouvir a pergunta do ruivo, Bella parou de andar e engoliu em seco - Por quê você disse isso? Ou você acha que eu sou mesmo?

— Não, claro que não. Falei aquilo porque você estava a trabalho, oras. Não estava na festa para se divertir - Justificou - De qualquer forma, desculpe. 

— Não, tudo bem. E você está certa, não fui para me divertir. Aliás, fiquei observando você a noite toda. Sua desenvoltura estava muito melhor, Bella. Você estava mais segura, mais confiante. Deu pra sentir isso. - Elogiou. 

— Ai, obrigada! - Esfregou as mãos nos braços. 

— Opa, vista isso. - Edward pediu entregando seu casaco à ela. 

— Obrigada! Nenhuma garota lá te interessou? - Voltou a caminhar. 

— Lá onde?

— Na balada. 

— Aquelas fedelhas? Não, obrigado. 

— Fedelhas? Está dizendo que eu sou fedelha senhor Cullen?

— É que prefiro mulheres mais velhas no geral. - Colocou as mãos no bolso de sua calça - De trinta e cinco, quarenta anos. Por aí. 

— Ah, não sabia. Enfim, por quê não me conta mais sobre você? Você já sabe tudo sobre mim e eu, quase nada de você. 

— Ah, eu trabalho como conselheiro amoroso há alguns anos. Tenho trinta e um anos. Nasci em Seattle, mas minha família tem origem européia. Fui criado por minha mãe e meu pai, que são médicos. Me formei em psicologia e tenho uma irmã sete anos mais nova, chamada Alice. Ela mora em Nova Jersey e estuda medicina lá. Pretende se especializar em neurologia, aliás. 

— Por quê você quis se tornar conselheiro amoroso?

— Porque queria fazer esse mundo mais feliz. As relações amorosas andavam tão desastrosas - Fez uma careta - E eu gosto de ver finais felizes, pessoas felizes. E acho que estou conseguindo. É isso que importa. 

— E o seu final feliz, Ed? Onde está?  

— Não sei, mas um dia o encontrarei. - Afirmou com um sorriso torto nos lábios - Mas voltando a você, se ele te ligar e marcar um encontro você deve ir. 

— Ah, mas não estou segura. Sinto que posso acabar falando algo errado, tenho medo de me sair mal na hora da conversa a dois. 

— Não tem problema, eu estarei o tempo todo ao seu lado, te instruindo.  

— De que forma?

— Ponto eletrônico. 

— O QUÊ? COMO ASSIM EDWARD?!