Nobre passado escrita por Olívia Ryvers


Capítulo 1
Eu te amo




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—Eu te amo…_ ela sussurrou com voz carregada de prazer ao pé do seu ouvido enquanto enredava seus finos dedos no curto cabelo de Roxton.

Ele correu uma de suas mãos ásperas, pelo trabalho árduo no platô, através linha nua da coluna dela, os cachos negros soltos tocavam-lhe o dorso da mão como se fossem asas de borboletas. O contraste entre a pele bronzeada dele com a palidez de Marguerite era uma composição harmoniosa de cores. Com a mão que lhe restava desocupada, o caçador prendia o quadril da herdeira auxiliando-a no delicioso movimento ritmado que ela executava sobre ele.

Era tão inebriante tê-la assim, totalmente entregue, aceitando de bom grado o seu amor. John  sentia-se como em uma existência superior e mais interessante. Saboreava destas sensações até sua última gota. Quando tinha a mulher que amava em seus braços, era como se o mundo parasse de girar. Tudo acontecia em letargia e ele pedia silenciosamente que aquilo nunca terminasse. Demorou alguns segundos até que ele organizasse seus pensamentos e pudesse emitir alguma frase com sentido em resposta a declaração dela.

—Eu também te amo, minha querida._ sua voz era rouca e mais parecia um gemido. Tais palavras surtiram efeitos imediatos na mulher.

Lorde Roxton era um homem amorosa experiente, ou, pelo menos ele pensava ser até que se entregou as carícias daquela mulher. Parecia ser impossível controlar seus instintos, mas, ele se esforçava em uma cruzada quase tortuosa que tinha por objetivo fazê-la alcançar o ápice do prazer antes que ele pudesse provar do mesmo. Sua recompensa enfim chegou. Sentiu o corpo dela se arrepiar, seu âmago se contraia em impulsos constantes, de repente ela se tornou mais úmida e quente. Se ele pudesse descrever sua definição de paraíso, seria exatamente assim, com Marguerite vibrando luxuriosamente em seus braços. John sabia que ela tinha alcançado o seu momento, entretanto, poderia proporcioná-la aquelas sensações por mais algum tempo, e por isso, controlou-se para não sucumbir aos desejos imediatos de seu próprio corpo. Sua mente era embalada pelos gemidos dela como se estes fossem a mais adorável das sinfonias. “Deus, como eu a amo pensou.

—Faça-me sua, John. Quero ser sua…_pediu ela morosamente.  

Isto era mais do que ele era capaz de suportar. O limite do seu autocontrole foi ultrapassado diante do apelo dela. Em um gemido que mais se assemelhava a um grito libertador, Roxton acabava de adentrar ao próprio Éden de sua alma.

Marguerite sorriu igualmente satisfeita. Essa troca mútua de amor, carícias e cumplicidade ia muito além do sexo, e era por isso que estar com John era infinitamente especial. Suas almas foram talhadas na mesma forma, divididas, estas almas estiveram separadas por muitas vidas, até que finalmente se encontraram. A herdeira, transbordando no êxtase causado pelo ato, lançou sua cabeça para trás, oferecendo o colo nu a apreciação do homem que ainda se recompunha do que acabara de acontecer. Roxton abraçou-a, encostando sua face esquerda em seus seios expostos, sua respiração e pulsação foram se normalizando ao passo que Marguerite diminuía, paulatinamente, seus movimentos sobre ele. Quando ela, finalmente, os cessou, deitou-se sobre o peito do homem que amava e acalentada por seus carinhos, logo se permitiu fugir para o mundo dos sonhos.

A alvorada ainda não surgia no horizonte quando a herdeira percebeu que o delicioso calor que a aquecia durante toda a noite havia desaparecido. Ainda torpe e sonolenta vislumbrou a silhueta de Roxton vestindo apenas ceroulas e recolhendo o restante das peças de seu vestuário que ainda se encontravam espalhadas pelo chão do quarto.

—John… o que está fazendo?_ ergueu-se um pouco na cama, apoiando-se nos cotovelos.

—Não queria acordá-la, perdão._ disse com ternura._ Imaginei que você não gostaria que os outros soubessem que passei a noite em sua companhia._ ele a conhecia o suficiente para saber que prezava por sua privacidade mais do que qualquer coisa e portanto, antes que fosse expulso de seu quarto, ele o fez voluntariamente. Não se incomodava com isso, daria a ela o tempo que lhe fosse necessário, a amava o suficiente para aceitar suas atitudes mesmo as vezes não as entendendo.

—Fique… eu lhe peço.

O pedido repentino o surpreendeu e o encheu de alegria. Ela não precisou repeti-lo, no mesmo instante, Roxton soltou tudo que carregava nas mãos e voltou para os braços de sua amada. Aconchegada novamente em seu colo viril ela explicou.

—Você me fez entender que não há motivos para sentir vergonha pelo que sentimos um pelo outro. Ao ganhar minha confiança a ponto de me fazer ser capaz de desnudar minha alma, você entrou sem reservas em meu coração.

Era tudo que ele precisava e queria ouvi-la dizer. Definitivamente, nunca havia sido tão feliz em sua vida. Beijou-lhe o topo da cabeça e apertou-a ainda mais em seu abraço.

—Obrigada por fazer de mim este felizardo.

—Você se esforçou muito para tanto._ sorriu divertida.

Ele também sorriu, mas, algo ainda o perturbava. Não havia tido a oportunidade ser totalmente transparente com Marguerite sobre alguns acontecimentos de seu próprio passado. Talvez não os tivesse mencionado porque eram, para ele, irrelevantes. Porém, inesperadamente a lembrança de tal fato o deixou apreensivo. Acharia o momento ideal de tratá-lo com Marguerite, não era sua intenção esconder nada de seu conhecimento, assim como ela, agiria apenas com a verdade. Entretanto, isto não seria hoje, a noite estava perfeita demais para interrompê-la com assuntos pouco agradáveis. Notou que a dama em seus braços havia adormecido novamente, afastou de si as más lembranças e decidiu acompanhá-la em sua empreitada, por sorte a encontraria também em seus sonhos.


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