Scarlet escrita por Ches-berry


Capítulo 6
Dançando na Chuva


Notas iniciais do capítulo

Então, desculpem-me a graaandeee demora >< não conseguia escrever... O capítulo ficou curtinho, mas espero que tenha ficado pelo menos razoável mesmo assim :P
Prometo que os próximos virão mais rápido! *-*



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# Alex ON

- Que foi, Alex?

- Desculpa a curiosidade, é que eu tava vendo as fotos e acabei vendo outras coisas...

- Ah, fotos suas. Mantemos um histórico aqui na escola, de tudo o que sabemos sobre os alunos, para garantir que o nosso nome não seja manchado, sabe? E como sou sua orientadora, me mandaram essas pastas, mas nem cheguei a abrir. - Rachel se aproximou das fotos, colocou-as na pasta com o meu nome e guardou em uma gaveta que continha outras pastas. - Algo te trouxe até aqui?

- Não... Só queria contar como foi meu dia. É que eu tinha essa mania com minha mãe... Mas não posso mais ficar conversando horas e horas com ela pelo telefone.

- Pode contar para mim se você quiser, querida. Estou aqui para te ajudar, certo?

- Sim. É... Eu tenho que ir. Combinei com o pessoal que jogaríamos cartas, depois nos falamos.

- Está bem, volte quando quiser.

Saí do quarto de Rachel e fui andando pelo campus. É muito estranho estar longe de casa, esse sentimento fica martelando aqui dentro, sabe? É horrível! Consegui me distrair durante a tarde por causa do pessoal, mas agora...

Enquanto eu viajava até Salém, uma chuva fininha começou. Senti as primeiras gotículas e olhei para cima. O céu estava tão escuro que de até medo. Hora de voltar para o dormitório então! Se ao menos eu soubesse para que lado ele ficava...

Meus sentidos de escoteira (ok, eu tentei ser uma, mas como a Lei de Murphy nem me persegue, não consegui, mas ainda tenho o espírito! Ou algo assim...) eu deduzi que o Edifício St. Marie ficava para o meu lado direito, então fui caminhando por essa direção. Já disse que eu não consegui ser escoteira? Então, também não consegui achar o dormitório. E a chuva piorava!

Comecei a correr de volta, pra ver se encontrava algo, e nada. Perdida na chuva. O que me resta? Dançar! Tá, não comecei a dançar, mas andei a procura do dormitório fazendo uns passinhos.

-Ei, garota. – uma voz masculina veio de um prédio a minha direita, mas não reconheci. – Sai da chuva, sua tonta, tá piorando.

Andei até a entrada do prédio rapidinho, tentando fugir da chuva, que estava cada vez mais forte.

-Nossa, você tá toda molhada!

-Sério mesmo? Nem percebi! – falei enquanto torcia minha roupa. A chuva tinha piorado tanto e tão rapidamente que eu não tinha me dado conta.

Senti um negócio felpudo sendo colocado na minha cabeça.

-Melhor você se secar. – O garoto falou enquanto afagava meus cabelos com a toalha em cima e só então pude olhar para o rosto da pessoa que falava comigo. Como eu não reconheci a voz dele antes? Tapada!

-Oi...? – ele me olhava como se eu fosse um monstrinho engraçado.

-Ah, obrigada.

- O que você fazia dançando?

-Eu não estava dançando.

-Ah não? - ele falou com uma expressão divertida no rosto. Terminei de me secar, como se isso fosse possível com aquelas roupas encharcadas. – Entra aí, vai.

- Obrigada... Mas eu não dançava!

- O que fazia então?

- Treinamento de escoteira para achar o dormitório.

- Haha, não precisa mentir. – Fiz cara de criança mimada contrariada enquanto ele ria.

- Quer parar de rir?

- Foi mal. Oliver Leghorn. – ele estendeu a mão, e eu fiquei apenas olhando. – Sabe, seria muito delicado de sua parte se você apertasse minha mão e dissesse seu nome.

- Ah... Alex Denair.

- Presumo que você já sabia meu nome.

- Talvez. – ele riu novamente. – O que foi agora?

- Nada não. É que você fala engraçado. Deve ser o sotaque. – senti  meu rosto corando. – Não se preocupe, isso não é ruim. É bonitinho.

Ele deu um sorriso torto lindo. Desviei minha atenção para aquela construção antiga. As paredes estavam manchadas e tristes. Ao entrar pela porta, um pouco decomposta por causa de cupins, provavelmente, vi um cômodo diferente de todos os que eu já tinha visto desde que cheguei.

- Que lugar é esse?

- É o antigo dormitório feminino.

- Que lugar, hein! Não tinha nada pior não? – Oliver me olhou com olhos semicerrados que daria medo, se eu não tivesse visto seu sorriso travesso.

- Não ouse falar mal do prédio! Ele me é muito útil. Caso contrário sofrerá as conseqüências.

- Ah é? Quais conseqüências?

- Você será obrigada a comer meu spaghetti.

- Isso é castigo?

- Não. É uma conseqüência.

Cara estranho!

- Então tá...

Adentramos o cômodo seguinte, que parecia uma cozinha. Aliás, acho que já foi uma coisa, e das melhores! Como se fosse uma mini cozinha profissional mesmo!

- Você costuma cozinhar muito aqui?

- Só quando trago comidas de Londres.

- Você está diferente... Mais animado do que na hora do intervalo.

-Desculpe minha falta de cortesia, milady. Eu estava de mau humor por causa de assuntos diversos. Deseja algo para saciar sua fome? – Comecei a rir do jeito como ele me tratava. Ele pegou um pano, colocando-o no braço e me atendendo como se fosse um serviçal meu.

-Desejo o que lhe convir.

- Não, peço que escolha, milady.

- Então quero lasanha!

- Spaghetti será então!

- Ei, eu pedi lasanha.

-Já ouvi, milady. Spaghetti será então.

Sentei em um banquinho e ele começou a cozinhar. Claro que com alguns anos de experiência, com o melhor professor de gastronomia do mundo (Phil, ele realmente é um ótimo cozinheiro!) eu percebi certas falhas e fui dando meus palpites no preparo do prato.

-Se acha que sabe tanto assim, então faça! – Ele falou com certa raiva na voz. Acho que ficou realmente bravo, porque saiu, indo para o hall de entrada.

-Oliver? Desculpa.

-Não, agora eu quero provar do seu macarrão. Vai lá. – ele nem olhou nos meus olhos. Que frescura!

- Está bem, então.

Me voltei para a cozinha e fui preparar um Spaghetti como nenhum outro é capaz de preparar, a não ser Phil. Depois de pronto, chamei meu amiguinho bravinho para se servir.

-Quer que eu ponho para você?

-Se você quiser. – Coloquei a comida em ambos os pratos, que ele mesmo colocou na mesa, juntamente dos talheres.

Fiquei muda esperando por uma reação dele. Após a primeira garfada, ele fez cara de surpreso e me olhou desconfiado.

- Onde aprendeu?

- Meu padrasto é um chefe de cozinha, me ensinou vários segredos.

- Está bom.

-Só isso?

- Sim.

-Ah, fale a verdade! O Spaghetti de Phil merece muito mais do que um ‘está bom’.

- Contente-se com um ‘eu gostei’ então.

Sorri satisfeita e comecei a comer. Depois de ele lavar a louça e eu observar, tudo em silêncio, fomos para a antiga sala comunal. Sentamos em um sofá e encaramos o nada. Minutos de silêncio se passaram. A única coisa que eu ouvia era o mundo caindo do lado de fora e nós ali sentados, com a respiração ofegante. Estava frio, muito frio.

 Deitei no braço do sofá e apaguei.

Sonhei que estava em um mundo cor-de-rosa com pôneis de um lado para o outro, e um lindo arco-íris de fundo! Mentira, só sonhei com meu pai. Ele não me reconhecia, só me olhava com desprezo. E eu caí no chão, chorando por um pouco de atenção, quando ele veio até mim e me chamou “Hey! Garota...” eu não o encarava. “Garota!”

Acordei assustada com os gritos, que vinham de Oliver, e não de meu pai. Fui levantar e minha cabeça doeu tanto que deitei de novo. Eu tinha uma coberta em cima de mim.

-Acho que você ficou doente.

-Bor que você acha isso? – Todas as palavras saíram com um som anasalado. Que ótimo! Ai ai, Lei de Murphy.

- Por que será? Talvez porque uma louca estava dançando na chuva?

- Eu dão tava dançando da chuva! Já disse!

- Tá bom, tá bom. Agora relaxa. Trouxe um blusão meu e uma calça, veste aí. É melhor que ainda ficar com a roupa no corpo.

- Aham! Agora que a rouba já tá quase seca! – Fui para o banheiro, com a ajuda de Oliver, me troquei e voltei para o sofá, com o cobertor.

- Tira essa coberta. Você já está ardendo em febre, quer morrer, é?

- Bas eu to com frio!

- É só um pouco, até a febre baixar.

Engraçado. Eu achava que depois que tivesse vindo para Londres, ninguém mais cuidaria de mim. Seria como minha independência. Mas vendo esse completo estranho cuidando de mim e demonstrando certo desespero pelo meu estado físico... Meio que me reconfortou e mostrou que ainda vai ter gente olhando por mim aqui. Adormeci de novo, toda encolhida de frio, mas sorrindo.

-Ah! Não dorme de novo! >


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Notas finais do capítulo

Então, eu peço humildemente que comentem... É que assim me animam para continuar, e também falem a verdade o que acham de tudo ><
Ficaria muito feliz com pelo menos um 'bom' ou 'ruim' ou 'história fraca' ou sei lá...
Beijos *-*



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