Tons do Amor escrita por Kah Nanda


Capítulo 1
Red


Notas iniciais do capítulo

Boa noite. Sejam muito bem-vindas leitoras novas e antigas. Sou a Kah Nanda e que alegria em estrear essa short-fic, meu primeiro projeto de 2021.
Tive a ideia para a short no início do ano e pretendia postá-la em antecipação ao Valentines Day que nos EUA é comemorado em 14 de fevereiro. Infelizmente não foi possível postar na época, mas agora poderei prosseguir com a ideia em antecipação a nossa data comemorativa do dia dos namorados, que tal?
Com isso, já deixo avisado que a short terá sete capítulos postados em dias alternados até 12 de junho. Porém como a história se passa nos EUA, os fatos acontecerão em vigor à comemoração americana, por isso fiquem atentas às datas apresentadas na narrativa.
Agora sem mais delongas, vamos embarcar nesse gostoso romance Beward?
Apreciem Sem Moderação.

Capítulo Postado Em: 31/05/21



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POV Bella

Cidade de Nova York, NY – 05 de fevereiro de 2022

— Bella, eu não pediria isso se realmente não precisasse...

Minha irmã comentou de forma desesperada ao telefone, não estranhei a ligação nesse fim de tarde, mas estou estranhando sua forma de falar.

— Tudo bem Alice. Fale logo, o que precisa?

— Então, Jas e eu fomos convidados para ir a um simpósio em Nova York.

— Que legal. Sabem que ficarão aqui no meu apartamento, não é?

— Obrigada, contava com isso, mas agradeço a oferta sincera antes de precisar pedir.

— Que é isso Alice. Jamais os deixaria vir à Nova York e ficar em outro lugar. E estou com muita saudade de todos, nem parece que nos vimos pela última vez no natal.

— Sim, será ótimo revê-la, estou com saudades e as crianças também.

— E eu deles. – Comentei sorrindo. – E quando vocês vêm?

Então, sei que está um pouco em cima, mas é que só confirmaram hoje à tarde, porém teremos que estar ai segunda-feira, depois de amanhã. — Explicou.

— Tudo bem, sem problemas. Vou organizar as coisas e quando chegarem estarei pronta para recebê-los. – Informei.

Bella, é que tem outra questão. Não estou ligando apenas para comunicar sobre nossa viagem, mas especialmente para lhe pedir um grande favor.

— Não estou entendendo Alice.

É que como vamos durante a semana, não queremos que as crianças percam aula, ainda que sejam pouco dias, Jas e eu não queremos, e eles também não. Sendo assim, mais do que pedir abrigo no seu apartamento, gostaria de pedir que viesse a Forks para ficar com eles enquanto viajamos...

— Você quer que eu vá até Forks ficar com os meus sobrinhos enquanto você e Jasper vêm para Nova York?

Praticamente repeti sua fala porque realmente preciso confirmar se entendi direito.

Exatamente isso irmã. Sei como se sente com a ideia de voltar a Forks em qualquer circunstância, mas de verdade, não pediria algo do tipo se não fosse por extrema necessidade. E esse simpósio é realmente importante para o nosso trabalho e ter esse apoio com as crianças também seria. – Finalizou.

Fiquei alguns segundos em silêncio apenas processando tudo.

Não sou de negar nada a minha irmã, ainda mais quando a questão envolve meus sobrinhos, mas a ideia de voltar a Forks me desperta sentimentos conflitantes.

Ainda mais nessa época do ano...

Fui desperta das minhas indecisões pela voz dos meus sobrinhos sobressaltando a ligação.

A tia Bella já confirmou que vem?

Ouvi primeiramente a voz de Fred.

Ela chega quando mamãe?

Bree perguntou logo em seguida.

Não sei crianças. Sua tia ainda não respondeu. — Alice esclareceu.

Tia Bella vem ficar com a gente. Vai ser super legal. — Fred pediu.

É tia, estamos com saudades. — Bree completou.

Crianças, deixem a mamãe conversar a sós com a sua tia. Quando ela tiver uma resposta informará a vocês.

Ouvi por fim a voz de Jasper, como sempre apaziguando a situação, então Alice assumiu novamente a linha.

Bella, desculpe por isso. As crianças estão impossíveis com a ideia, mas, por favor, não as deixe te influenciar. Apesar de precisar realmente de ajuda, a decisão é sua.

— Não se preocupe Alice. Sei que a decisão é minha e já tenho uma resposta.

— E o que decidiu?

— Podem se programar para vir à Nova York e assim que desligar, providenciarei minha ida a Forks, pois ficarei com as crianças enquanto vocês viajam.

Ah Bella, você é a melhor irmã do mundo todo! Eu te amo, te amo, te amo. Crianças a tia Bella aceitou, ela virá cuidar de vocês. — Ouvi gritos de animação ao fundo. – Bella, é sério, muito obrigada. Não sei nem como te agradecer.

— Não tem o que agradecer. Eu amo meus sobrinhos e faço qualquer coisa por eles, então amarei passar esses dias ai. E também amo você e o Jas, então deixarei o apartamento pronto para recebê-los e desde já desejo muita sorte no simpósio.

Obrigada irmã. Agora vou desligar porque preciso organizar as coisas por aqui para nossa ausência e sua chegada.

— Tudo bem, também tenho minhas organizações a fazer e de todo modo, continuaremos nos falando.

— Isso. Obrigada de novo e até amanhã.

— Até amanhã Alice. Tchau.

— Tchau Bella.

Assim que encerrei a chamada levantei do sofá caminhando até a janela passando a observar a cidade.

Respirando fundo, comecei a pensar em como será essa volta a Forks depois de tanto tempo longe...

 

Por sorte tinha algumas folgas vencidas e quando pouco depois de encerrar a ligação com Alice, enviei uma mensagem a minha chefe solicitando dispensa por alguns dias, ela foi mais do que solícita em me liberar.

Combinamos que poderei ficar fora por até uma semana, Alice garantiu que o simpósio terminará na quarta-feira. Com isso, no mais tardar quinta-feira, ela e Jasper já estarão de volta a Forks, assim me deixando livre para voltar.

Não é a primeira vez que o casal precisa desse tipo de apoio com as crianças, geralmente nossos pais, meus e de Alice, suprem a necessidade sem problemas, mas como no momento eles estão viajando, acredito que minha irmã e cunhado ficaram sem ter a quem recorrer.

No natal passado, após tudo que vivemos em quase dois anos muito caóticos, resolvi presentear meus pais com uma viagem a Grécia.

Mamãe sempre sonhou em conhecer algumas localidades do país e já que fomos tão sortudos em chegar ao fim de tudo ainda juntos e saudáveis, resolvi realizar seu desejo presenteando-a junto ao papai com a viagem.

E a data escolhida não poderia ser outra que não o Valentines Day...

Assim meus pais partiram quinta-feira passada e só voltarão na sexta-feira pós-seguinte à data comemorativa, permanecendo por quinze dias no país. E não tenho dúvida que mesmo com o tempo limitado aproveitarão bastante.

Dessa forma, como segundo Alice só confirmaram o simpósio ontem à tarde, papai e mamãe viajaram sem saber da possibilidade da filha mais velha precisar de sua ajuda.

Fato que é até bom, já que era capaz deles quererem adiar a viagem ou até cancelar apenas para ajudar minha irmã.

Não que Alice seja o tipo de pessoa aproveitadora, tão pouco Jasper, seu marido. A questão toda é que meus pais são extremamente apegados aos netos e não tenho dúvida que seriam capazes de abrir mão de um sonho e uma viagem provavelmente inesquecível apenas para ficar com eles.

Digo isso com propriedade, já que ontem à noite em meio aos preparativos para a viagem, mamãe ligou preocupada com a situação e lamentando não estar em Forks para ficar com as crianças.

Tratei de esclarecer que Alice e eu já temos tudo sob controle, que eles não perderão o simpósio e tão pouco as crianças perderão aula ou ficarão sozinhas.

Ela e papai surpreenderam-se por minha decisão de ir até Forks, mas deixei claro que não há problema algum, que consegui folga no trabalho e ficarei com meus sobrinhos queridos com muito prazer.

Ao fim da ligação, ambos agradeceram pela minha gentileza, mas também lamentaram não estar lá para me receber após mais de cinco anos sem voltar à cidade onde nasci...

Pois é, acho que o maior ponto divergente de tudo é o fato de não retornar a Forks desde que completei 20 anos, marca que atingi há cinco anos.

Desde então, meus pais, assim como Alice, Jasper e meus sobrinhos, providenciam viagens esporádicas para me visitar.

Infelizmente acabo não conseguindo estar presente em todas as datas importantes ou comemorativas, mas sempre faço o que posso para me manter próxima a eles, pois realmente amo muito minha família.

Por isso acredito que quando Alice solicitou minha ajuda, não tinha muitas esperanças de recebê-la, mas acho que algo dentro de mim despertou para a ideia.

Talvez seja o fato de justamente estar indo de modo normal, em uma situação cotidiana, não para qualquer evento festivo. Talvez isso tenha me dado à segurança para voltar, ao menos é o que espero...

Com a decisão tomada organizei tudo, deixei o apartamento pronto para as visitas e também planejei todos os aspectos da viagem.

Comprei passagem, arrumei a mala, a enchi com minhas melhores e mais protetoras roupas de frio, pois apesar de morar em Nova York onde o inverno pode ser realmente gelado, até hoje não conheci lugar tão frio, úmido e chuvoso como Forks...

Não importa a época ou estação do ano, a pequena cidade localizada na extremidade do estado de Washington sempre brindará os moradores com as melhores, e piores, questões atreladas ao frio...

Como só passarei alguns dias fora, trouxe apenas uma mala pequena de mão. E quando aterrissei no aeroporto de Port Angeles, após ter efetuado a troca de voo em Seattle, pude seguir da aeronave direto para o portão de desembarque sem ter que passar pela esteira de bagagens.

Queria dizer que dormi bem noite passada após finalizar todos os preparativos ou que consegui recuperar o sono perdido entre os voos, mas mesmo após sete horas sobrevoando o país, contando com os dois voos, não consegui dispensar a sensação de cansaço e ansiedade, mas acho que é normal diante de todo o contexto...

Porém foi só enxergar meus sobrinhos praticamente pulando no lugar, enquanto o pai tenta contê-los e notar também minha doce e pequena irmã mais velha erguendo-se para me procurar entre a multidão, para uma sensação de conforto e tranquilidade me dominar.

Não temendo mais nada apenas acelerei o passo para chegar logo até eles que quando me viram, abriram lindos sorrisos de recepção.

— Tia Bella!

Deixei a mala no chão e abaixei para receber seus gostosos abraços.

— Meus lindinhos. Que saudade de vocês – Saudei.

— Nós também tia.

Bree respondeu primeiro sendo seguida pelo irmão.

— É tia. Nem acredito que está realmente aqui.

— Eu jamais deixaria de atender a um pedido de vocês. – Sorri após dar um beijo na bochecha de cada um. – Mas e ai? Prontos para se divertirem muito nesses dias?

— Sim.

Responderam entusiasmados.

— Ótimo, então está combinado, vamos aproveitar muito esses dias sem seus pais em casa.

Pisquei aos dois que riram e me abraçaram novamente.

— Bella, por acaso esqueceu que também estamos aqui ouvindo todos esses planos?

Fui desperta do abraço pela voz de Alice.

— É claro que não irmãzinha. Mas não temos nada a esconder, por isso mesmo estou fazendo a promessa de diversão na frente de vocês. – Respondi de forma inocente.

— Você não tem jeito mesmo, mas estou muito feliz que está aqui e agradecida pela ajuda.

— Não tem o que agradecer, também estou feliz por ter vindo. – Falei sinceramente.

— Isso é ótimo. Mas agora me dê um abraço que também senti sua falta.

Com seu pedido, levantei para abraçá-la.

A partir de determinada idade e altura, quem não nos conhecesse jamais pensaria que Alice é minha irmã mais velha.

Não que eu seja uma pessoa extremamente alta, mas tendo mais de 1,60cm contra os poucos mais de 1,50cm da minha irmã, aparento ser a primogênita dos Swan em certas situações.

E apesar da maturidade que Alice apresenta. Fator atrelado à idade real, a vida, o casamento e a maternidade, não foram raras as vezes que trocamos os papéis e passei a ser um pouco mais a irmã mais velha do que a caçula da família.

Porém o mais importante é que sempre nos apoiamos e amamos demais, então não tinha como rejeitar um pedido tão simples, mas necessitado da minha irmã.

— Você está ótima.

Alice comentou quando nos soltamos do abraço.

— Olha quem fala. Quero chegar aos 30 anos com sua pele, beleza e jovialidade.

— Case-se com o seu amor e tenha lindos filhos com ele, é a minha receita.

Piscou e apenas revirei os olhos diante da brincadeira, logo mudando o foco.

— Jas, meu cunhado favorito. – O abracei.

— Sou seu único cunhado. – Respondeu.

— E justamente por isso é o melhor de todos ou vai dizer que não sou sua cunhada favorita também? – Rebati.

— Obviamente.

Respondeu mantendo o braço ao redor do meu ombro.

— Mas isso apenas porque Jas só tem irmãs, sendo assim, você realmente é a única cunhada. – Alice falou e lhe mostrei a língua despertando riso nas crianças. – Começo a pensar se realmente foi uma boa ideia pedir sua ajuda, pois tenho medo do que fará com os meus filhos na nossa ausência.

— Já disse irmãzinha, iremos nos divertir muito, apenas isso. – Assegurei piscando aos meus sobrinhos. – E para começar, me falem sobre o que têm feito. Como vai a escola, suas sugestões para nosso tempo juntos, quero saber tudo.

Entusiasmos, os dois começaram a falar enquanto seguimos até o estacionamento do aeroporto e depois durante o caminho para Forks.

O trajeto entre as duas cidades não é longo, pouco mais de uma hora, mas mantive meus sobrinhos falando por todo o percurso.

Primeiramente por realmente querer saber mais sobre suas vidas, como também para ficar por dentro da rotina que seguirei com eles nesses dias.

Apesar de termos nos visto no natal, a vida dessas crianças é sempre tão cheia de surpresas e novidades que já estava por fora de muitos aspectos. Então durante o tempo que passamos no carro me inteirei de tudo outra vez.

Mas outro motivo foi para não deixar meus pensamentos correrem em uma direção indesejada...

Pois quanto mais o carro se aproxima da cidade, mais minha mente é preenchida por lembranças e apesar de estar atenta aos comentários das crianças, foi inevitável não reparar quando passamos pela placa de “Bem-vindo a Forks”.

É quase impossível acreditar que estou de volta ou que realmente fiquei ausente por tanto tempo, só espero não me arrepender desse regresso...

Já dentro da cidade, por conta de passar um pouco das oito horas da noite, não pude ver muita coisa ou notar muitas mudanças. Já que Forks é uma cidade pequena, não me espantei por em pleno domingo a noite não encontrar muita agitação ou movimento.

Quando entramos na rua onde fica à casa dos Hale, comecei a sorri ao reconhecer a linda residência onde minha irmã e cunhado moram desde seus 20 anos.

Eles se conheceram na faculdade e logo se apaixonaram. E todo esse amor resultou em Frederick, meu primeiro e amado sobrinho...

Sim, apesar de todo ensinamento dos pais e também inteligência e maturidade da minha irmã e cunhado, ainda assim, eles não se livraram de engravidar na juventude em meio ao namoro e a faculdade.

Com isso, o doce garoto do Texas, mesmo apavorado, não abriu mão de sair da Califórnia, local onde ele e Alice se conheceram e estudavam, para vir até Forks contar a verdade para os meus pais e pedir a mão de Alice em casamento.

Qualquer um poderia dizer que o casamento foi uma situação forçada pela gestação, mas quem os conhece realmente sabe que não, o amor foi o fator que os levou ao casamento. E esse mesmo amor foi também combustível para seguirem em frente.

Ninguém queria que eles passassem por mudanças radicais e tão pouco abrissem mão de seus sonhos, mas os dois decidiram juntos redirecionar os sonhos a outros meios.

Então decidiram deixar a Califórnia e mudarem para Forks, continuando a fazer faculdade em Port Angeles. A instituição podia não ser tão renomada quanto a que estavam, mas se perguntarem, eles dirão que não se arrependem da escolha, tanto que apenas dois anos depois do nascimento do primeiro filho tiveram Breanna...

Fred e Bree são os xodós da nossa família.

Como os pais de Jasper, assim como as duas irmãs, ainda moram no Texas. Ele acabou tornando-se um membro muito querido do clã Swan. Apesar de a nova família ostentar o sobrenome Hale com muito orgulho, no fim, pertencemos a um elo só.

Seus familiares fazem visitas sempre que possível, assim como o jovem casal costuma frequentar o Texas com os filhos e até meus pais já foram passear por lá uma vez.

Em suma, sua história pode não ter seguido o rumo pretendido ou esperado, mas ninguém tem dúvidas de que tudo aconteceu como deveria ser.

Eles terminaram os estudos e abriram um negócio juntos, as crianças são lindas, saudáveis e rodeadas de muito amor e não há nada mais importante do que isso.

Como a garagem fica nos fundos da casa como um cômodo adjacente, não é incomum que o motorista da vez pare o carro logo em frente para que os passageiros possam descer e se agasalhar dentro da casa.

Então ainda acostumada ao velho hábito, não me espantei quando Jasper parou o carro e Alice indicou para descermos.

Quando pisei fora do veículo, segui em direção ao porta-malas para retirar minha bagagem, que apesar de pequena, foi guardada no compartimento.

Então em meio à tarefa, não notei a aproximação de terceiros, não até ouvir a voz das crianças.

— Professor Cullen.

— Treinador Cullen.

Foram às referências que ouvi e imediatamente meu corpo travou.

Não, não pode ser...

— Boa noite crianças. Estavam passeando? — O homem questionou.

E mesmo que tivesse um pequeno fio de esperança de que meus sobrinhos estivessem falando com outra pessoa, afinal de contas, Cullen não é um sobrenome tão incomum assim.

Vários americanos o possuem, quiçá, até pessoas em outros países usufruem de tal sobrenome, então porque pensar que tinha que ser justamente ele ali?

Mas todas minhas esperanças caíram por terra quando ouvi sua voz...

Essa jamais poderá ser confundida ou atrelada à outra pessoa.

Independente do sobrenome que possua...

E imersa na minha paralisia, quase não me atentei a resposta de Bree.

— Não. Nós fomos a Port Angeles buscar nossa tia no aeroporto.

— Tia?

Percebi certa hesitação em sua voz?

— Uma das irmãs do seu pai?

— Não treinador Cullen. Nós fomos buscar a irmã da mamãe, a tia Bella.

Fred respondeu animado.

Sabendo que não poderei de repente me esconder dentro do porta-malas ou fugir, resolvi enfrentar meu destino, ou melhor, a ele...

Com calma e precisão, fechei o compartimento e imediatamente Jasper seguiu com o carro para a garagem, enquanto isso virei o corpo dando de cara com Edward.

Apesar da luz fraca presente na rua consegui vê-lo completamente e imagino que ele também esteja tendo uma boa visão minha.

Posso notar que está bem agasalhado, nada anormal para o clima da cidade. Então a única parte de seu corpo que está realmente à vista é o rosto e poderia querer ver algo mais belo do que o rosto de Edward Cullen? Que muitas vezes pensei ter sido esculpido magicamente por anjos?

O maxilar firme está coberto por uma charmosa barba por fazer. Os lábios finos um pouco entreabertos, culpa do frio ou puro espanto? As bochechas mostram leve rubor, esse atribuo totalmente à temperatura ambiente. As sobrancelhas continuam grossas, mas de algum modo, sempre compuseram muito bem a simetria do rosto.

E não foi por acaso que deixei para reparar por último em seus olhos. Os mais lindos orbes verdes que já vi na vida. E apesar de lidar com cores todos os dias, nunca fui capaz de encontrar nada igual ao tom dos olhos de Edward.

É único, especial, dele...

E agora, esses inebriantes olhos estão com a visão focada totalmente em mim, pois finalmente após seis anos, estamos novamente frente a frente...

Encontrando forças não sei onde, mas percebendo que se não fizer nada, ele também não o fará, decidi cumprimentá-lo.

— Olá Edward.

— Bella...

E foi isso.

O silêncio entre nós pode ter durado milésimos de segundos ou horas, mas foi o suficiente para deixar um clima tenso no ar.

— Boa noite Edward.

A voz de Alice foi a responsável por quebrar o silêncio.

— Está vindo da casa dos seus pais? – O homem a minha frente apenas assentiu. – Certo. Como as crianças disseram, acabamos de chegar de Port Angeles. Fomos buscar a Bella no aeroporto, ela ficará aqui por alguns dias cuidando das crianças enquanto Jasper e eu faremos uma viagem.

Explicou, porém ele novamente apenas balançou a cabeça.

— Crianças, vamos entrar? – Talvez percebendo que Edward não falará mais nada, Alice mudou o foco. – Está frio e a tia Bella precisa descansar da viagem. Deem tchau ao Edward.

— Tchau professor Cullen.

— Até amanhã treinador Cullen.

Bree e Fred falaram obtendo apenas um meio sorriso e aceno do adulto.

— Tchau Edward, nos vemos quando voltar da viagem. – Alice falou. – Bella, você vem?

Perguntou lançando um olhar significativo.

— Sim, é claro. Já estou atrás de vocês. – Informei.

Sabendo que se Edward não respondeu aos meus sobrinhos ou Alice, não é a mim que dirá alguma coisa, apenas peguei a mala e comecei a caminhar rumo à porta da casa ainda aberta a minha espera.

E quando passei, pensei em não olhar, mas foi inevitável não erguer os olhos a sua procura, mas foi com surpresa, satisfação e um pouco de tristeza, que constatei que ele já não está mais parado em frente à entrada de carros.

Pude ver seu corpo caminhando pela rua a uma velocidade considerável, sem momento algum olhar para trás.

É melhor assim...

Que ele siga seu caminho e eu o meu, afinal de contas, já passou muito tempo...

Vivemos muitas coisas nesses anos e só estou de volta à cidade por poucos dias e esses não serão capazes de mudar nada nos rumos que nossas vidas tomaram.

E o melhor é que tudo permaneça exatamente como está.

Realmente é o melhor para nós dois...

CONTINUA.


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Notas finais do capítulo

N/A: Então meninas o que acharam do primeiro capítulo? Soubemos um pouco sobre os familiares da Bella, mas sobre ela e certo rapaz saberemos mais nos próximos capítulos.
Sei que devem estar cheias de dúvidas e também pensando porque Beward reagiu assim à presença do outro ou ainda porque a Bella estava há cinco anos sem pisar em Forks, mas tudo isso também será respondido em breve, porém o que posso prometer é que a short é de amor, então sigam comigo que vocês vão gostar.
Agora comentem, deixem suas reviews e impressões, o que esperam e também se pegaram a referência presente nos personagens e título do capítulo... Sigam-me no twitter: @KNRobsten para mais interações e informações fresquinhas. Até quarta-feira.
~Kiss K Nanda.



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