I walked around and fell in love. escrita por Blessed


Capítulo 1
Único - I walked around and fell in love.


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui com mais uma one hahahaha
Espero que gostem.
Aviso: contém açucar!

Enjoy! ♥



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Ele não planejava se apaixonar agora. Aliás, não planejava tão cedo.

Talvez fosse ingenuidade da sua parte achar que conseguiria controlar esse aspecto da sua vida só porque se considerava alguém extremamente racional.  Sentimentos são bons, mas a passionalidade não. Oliver nunca foi passional e por isso era chamado de frio. 

Mas lá estava ele, apaixonado pela sua melhor amiga.

Se deu conta disso há exatamente uma semana atrás quando viu ela cantando na sua cozinha enquanto usava uma colher de pau como microfone e vestia seu moletom preferido, que apesar de ficar gigante no corpo pequeno, combinava mais com ela do que com ele próprio.

Assim que ela o avistou parado no batente da porta, ela apontou a colher de pau em sua direção num claro convite para que ele se juntasse a ela na cantoria e antes de ir até ela, ele só conseguiu pensar que queria acordar todos os dias daquela forma.

Enquanto tomavam seu café da manhã na panificadora preferida dela, ele encarava a loira à sua frente imaginando quando isso teria acontecido. Talvez tenha sido há 8 anos atrás quando se conheceram e ela o abraçou como se tivessem sido amigos desde sempre, só porque seus nomes estavam na mesma lista de aprovados para a faculdade. Ele nunca tinha visto ela antes, mas isso não importou quando ele devolveu o abraço eufórico.

Janeiro de 2013

“Ele deslizou o dedo pela lista até alcançar a letra ‘O’ e quando vi seu nome lá inserido, soltou todo o ar que nem sabia que prendia.

— Passei! - Encarou a garota loira de óculos ao seu lado e sorriu da frase dita ao mesmo tempo. Ele mal teve tempo de assimilar a imagem dela e foi puxado para um abraço repentino.

— Parabéns para nós, Oliver! – Ele ouviu a risada bem humorada e só conseguia pensar que o cheiro de flores misturado com baunilha era o melhor cheiro que havia sentido. - Prazer, Felicity. Acho que seremos colegas de turma.

Ela se afastou o suficiente para que ele pudesse vê-la melhor e a conclusão foi que ela era ainda mais linda do que a visão periférica do garoto conseguiu discernir anteriormente.

— Bom, já sabe meu nome. – Deu de ombros sorrindo. - Parabéns para nós, Felicity.”

 

Talvez tenha se apaixonado por ela em uma das inúmeras vezes que ela insistiu em ensinar física descomplicada para ele. Era sempre assim quando eles tinham prova no dia seguinte.

Agosto de 2016

“Ele não conseguia se concentrar na matéria, apenas na boca dela se movendo rapidamente enquanto a covinha se manifestava algumas vezes após um sorriso empolgado. Uma das suas coisas preferidas na vida era ouvir Felicity falar, a empolgação dela ao comentar sobre algo que gostava era gratificante e contagiosa.

— Oliver! – Ela deu um leve tapa no antebraço do garoto que piscou assustado, como se tivesse sido pego no flagra. O que era verdade. – Você tá divagando de novo, o que está havendo?

— Nada, Felicity. – Ele sorriu, despreocupado, o que deixava ela perplexa, considerando que havia uma super prova no dia seguinte.

— Eu acho que você não gosta que eu te de aulas, Oliver. – Ela fechou o livro visivelmente chateada e ele parou de sorrir.

— Não é isso, Felicity. – Ele puxou a cadeira para se aproximar dela e depositou a mão em seu antebraço, com carinho. – Você sabe que é a melhor. Me desculpa, eu só estava distraído com as coisas acontecendo lá em casa.

Ele sorriu aliviado ao vê-la sorrir com compreensão. Ele odiava mentir pra ela, mas o que ele falaria? Nem ele entendia o que acontecia nesses momentos. Ele só sabia que teria que virar mais uma noite estudando porque novamente ficou prestando atenção nela e não aprendeu nada.”

 

Ou talvez quando precisou passar pelo pior momento da sua vida e ela estava lá para ajuda-lo: a morte de seu pai. Ele nunca pensou que fosse vivenciar aquilo tão cedo e de maneira tão brusca. E, apesar de buscar diversas formas de lidar, estar com Felicity e receber seu apoio foi o que mais lhe ajudou.

Novembro de 2019

“Ele estava sentado no banco do carona, enquanto ela dirigia para algum lugar fora da cidade. Ela disse que lhe mostraria um refúgio e ele aceitou, sem cerimônias. Há três dias seu pai havia falecido por conta de um câncer, foi repentino e cruel. Ele ainda não sabia como lidar com aquilo.

— Chegamos! – Ela declarou, saindo do carro.

Oliver se deparou com uma colina imensa e uma única árvore de sabugueiro no topo. Havia um banco velho logo abaixo da árvore e a vista era de tirar o fôlego. Ele podia ver boa parte da cidade e a imensidão do mar de encontro com o céu.

— Que lugar é esse? – Ele perguntou visivelmente surpreso. Era incrível a sensação de paz e tranquilidade que ele sentiu assim que sentou naquele banco.

— É o meu lugar preferido no mundo todo. – Ela sorriu olhando para o céu e depois para ele que a encarava atentamente. – Eu vinha aqui quando precisava conversar com meu pai.

Ele abaixou a cabeça sentindo os olhos pinicarem. Desde que tudo aconteceu, não havia chorado. Não havia se permitido sentir. Não havia se permitido aceitar. Era seu pai, seu herói. Não podia perde-lo.

— Eu sei o que você está sentindo. – Ela tomou cuidado para evitar aproximação física, pois conhecia o Oliver como ninguém e esse momento pedia isso. – Só espero que esse lugar possa te oferecer o conforto que um dia ofereceu a mim.

Após longos minutos quietos, ele ouviu o suspiro que mais significava tristeza e dor, do que impaciência. Ele sabia que ela seria a última pessoa no mundo que julgaria seu silêncio. Assim que ela fez menção de se levantar, ele a segurou pela mão, num pedido silencioso que ela ficasse.

— Obrigado. – Ele declarou quando ela sentou novamente mantendo as mãos entrelaçadas. – Obrigada por tudo isso.

Na hora seguinte ele chorou silenciosamente, enquanto ela permaneceu segurando a sua mão, sentada ao seu lado.”

 

Aquele lugar havia se tornado o refúgio dele também. Lá ele aprendeu a conviver com a ausência física do pai, mas com a presença constante de seu espírito, ensinamentos e amor. Ela nunca soube o quanto ele era grato a ela por aquilo.

— Hey, Oliver! – Felicity balançava a mão em frente aos olhos dele, preocupada. – Você está bem?

— Estou, o que houve? – Ele tomou um gole do seu café e fez uma careta ao constatar que havia esfriado.

— Oliver, você nunca deixa o café esfriar. Tem certeza que está bem? – Ela ponderou rindo e com um dos braços levantados enquanto procurava o garçom com os olhos, para pedir outro café. – Bom dia Robbie, por gentileza, vê outro café pro Oliver? 

Assim que o garçom se retirou, ela voltou a comentar sobre o projeto que estava desenvolvendo juntos aos alunos do segundo ano da faculdade. Foi uma proposta do próprio Heitor, que sempre se declarou muito fã dela. Oliver prestava atenção em cada gesto, feição, sorriso ou linha de expressão, como se estivesse saboreando todos aqueles detalhes pela última vez e precisasse guarda-los na memória.

Quando ela riu sozinha contando uma das suas gafes habituais, ele sentiu seu coração se apertar. Não podia definir quando aconteceu, já que eram tantas situações que a tornavam única. Poderia ter se apaixonado em todas elas.

— Estou falando demais, não estou? – Ela bufou, levemente chateada. – Quer dizer, eu sempre falo demais, mas hoje bati o record.

— Não, eu gosto de ouvir sua voz. – Ele respondeu quase automaticamente, a fitando com uma intensidade nunca antes experimentada por ela. Ele a viu corar e não pode deixar de sorrir.

— Oliver, você está esquisito. – Ela sorria com confusão. – Está mais quieto que o normal.

— Eu estou apaixonado. – Ele respondeu simplesmente e viu a expressão alegre dela esmorecer por alguns segundos. Ela tratou se esconder, mas foi o suficiente.

— Ah... – Ele estudou o desconforto perceptível e ficou contente.

— Por você. – A declaração foi tão singela e direta que ela nem conseguiu responder em palavras. Ele viu os olhos azuis se encherem de lágrima e em seguida receber o abraço mais doce possível. Delicadamente segurou o rosto dela com as duas mãos, secando as lágrimas teimosas que escorriam pela bochecha e a beijou como sempre quis.

Ele constatou que nunca poderia controlar o amor. Sem querer, ao caminhar por aí, ele se apaixonou.


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