Long Story Short escrita por violet hood


Capítulo 3
CENA 3. INT. APARTAMENTO DE ALBUS – ESCRITÓRIO – DIA


Notas iniciais do capítulo

Espero que estejam gostando!!
Bebi vinho não sei fazer notas lalalalalala



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Assim que Rose acordou no dia seguinte sua mente só conseguia pensar em Scorpius Malfoy, ou melhor, na ida dos dois ao cinema. Que havia ajudado muito Rose a esquecer dos comentários maldosos da internet, mas também tinha criado um outro problema.

Não era como se estivesse gostando romanticamente de Scorpius de um dia para o outro, com certeza ela não estava. Rose só se encontrava em um de seus momentos mais fracos e com Scorpius Malfoy sorrindo para ela e dizendo que era seu fã, qualquer um ficaria abalado no lugar dela.

E, para piorar, ele até mesmo tinha mandado uma mensagem de bom dia e perguntado se ela se sentia melhor. E Rose rapidamente notou que não conseguia tirar Scorpius da cabeça.

Rose precisava urgentemente colocar seus pensamentos em ordem e tinha certeza que, nessas situações, pensar bastante em uma pessoa era algo normal, porque eles eram amigos. Não tinha mais nenhum outro sentimento ali.

O sorriso que ela deu ao ler a mensagem de Scorpius assim que acordou, era um sorriso normal entre amigos, não tinha mais nada ali. Não podia ter.

Fazia muito pouco tempo desde que as pessoas deixaram de comentar do seu antigo relacionamento com tanta frequência e Rose não precisava se envolver com outra pessoa, e nem queria. E, por mais que Scorpius dissesse admirar ela, isso não queria dizer que ele desejava namorá-la.

Rose queria bater a cabeça contra a parede. Por que ela estava pensando em namorar Scorpius Malfoy às 10 horas da manhã? Quando que seus pensamentos tinham evoluído para aquilo?

Resolveu que precisava conversar com alguém. Então, fez a única coisa que poderia ter feito em uma situação como aquela: invadiu o apartamento de Albus Severus Potter.

Albus e Rose tinham a mesma idade, eles cresceram juntos. E, enquanto a Rose criança apresentava peças de teatro para a família, Albus as escrevia. Também não foi uma surpresa quando o primo resolveu estudar letras e depois publicar o primeiro livro. Desde então, Albus havia se tornado um autor bem famoso ao longo dos anos, escrevia principalmente fantasias épicas com personagens homossexuais como principais.

Ele também acumulou dinheiro suficiente para alugar um apartamento lindo de dois quartos no centro de Londres, que sempre mantinha extremamente bagunçado. A porta possuía uma fechadura de senha bem moderna, que Albus rapidamente se arrependeu de ter contado para Rose.

Entrou pela sala e se dirigiu para porta do escritório, já sabendo que o primo estaria lá. E, como todo o resto da casa, o cômodo estava uma zona, com papéis jogados para todo o lado. Albus estava sentado de frente para porta em sua escrivaninha, digitando agressivamente no computador, com dois copos de café do lado.

— Por que você está invadindo minha casa? — perguntou sem encará-la. — Estou ocupado. Tenho menos de duas semanas para terminar o meu primeiro rascunho, e não estou nem perto de acabar.

Rose ignorou o que o primo disse e se sentou na única poltrona do ambiente, em um tom verde escuro e perto de uma grande estante, cheia de livros escritos por Albus.

— É preocupante eu achar que posso estar gostando de alguém depois dele ter dito que gostava do meu trabalho? — perguntou soltando um suspiro cansado.

Albus parou de digitar e a encarou, arqueando uma das sobrancelhas.

— Algum cara amaciou o seu grande ego e agora você acha que está apaixonada.

Rose bufou, revirando os olhos.

— Eu não diria apaixonada...

Albus arrastou lentamente a cadeira de rodinhas até estar de frente à Rose. Ele ajeitou os óculos redondos no rosto. Albus não precisava de óculos, ele apenas usava para parecer mais intelectual, Rose sempre dizia que aquilo era ridículo, porém ele nunca deu ouvidos, e agora usava até mesmo quando estava sozinho.

— Rose — começou, Albus parecia bem cansado e ela não duvidava que ele tivesse passado a noite toda acordado escrevendo. — Você esqueceu do que passou com Adam McLaggen? Ele também adorava te elogiar antes de começarem a namorar.

— Scorpius não é Adam — assegurou. — E eu não estou apaixonada por ele, só estou admitindo para mim mesma que ele fez com que eu sinta coisas, e eu não sei lidar com isso.

— Espera! — exclamou, colocando uma das mãos sobre a boca, incrédulo. Rose revirou os olhos com o drama exagerado de Albus. — Você disse Scorpius? Scorpius tipo Scorpius Malfoy de 300 Libras?

— Não é como se tivessem muitos Scorpius por aí...

— Não acredito que você está apaixonada pelo cara que interpretou o seu primeiro par romântico — comentou. — Por essa eu não esperava.

Rose bufou. Talvez ela devesse ter ido pedir conselhos para Jia e Dominique, mas agora já era tarde demais.

— Eu já disse que não estou apaixonada — repetiu, frustrada. — Você não está ajudando muito!

— Você quer o meu conselho? — perguntou Albus, sério. Rose concordou, atenta. — Não namore Scorpius Malfoy. As fãs dele são doidas.

Rose revirou os olhos, relaxando na cadeira de novo.

— Isso eu sei — disse. — Quero saber como parar de sentir esses sentimentos — pronunciou a última palavra com uma voz de nojo.

Albus soltou uma risada.

— Para falar a verdade, não sou a melhor pessoa para te dizer isso — respondeu. — Quando gosto de alguém coloco o que sinto na minha escrita.

Rose fez um bico, realmente não ajudava muito. Ela não era uma escritora, não queria escrever um livro em que o personagem principal tivesse todas as características de Scorpius Malfoy, e duvidava que isso pudesse ajudá-la a esquecê-lo.

Notando a expressão dela, Albus continuou:

— Por que você não concentra esses seus sentimentos na sua personagem? Afinal, ela está mesmo apaixonada pelo personagem do Scorpius — sugeriu. — As filmagens vão acabar, e depois você vai ter que ver Scorpius cada vez menos.

— Você está certo! — concordou, sentindo-se um pouco mais animada. — Posso apenas fingir que esses sentimentos não existem até o final das filmagens!

Albus sorriu com a determinação da prima.

— Isso! — exclamou e logo fechou a cara de novo, não dando abertura para Rose falar mais nada. — Agora vá embora do meu apartamento, você está tirando meu tempo de escrever.

***

Rose se considerava uma atriz muito profissional, já havia gravado diversas cenas que, para algumas pessoas, poderiam ser constrangedoras ou vergonhosas. Nunca teve problema com isso, ela era uma atriz afinal. Cenas de beijo, por exemplo, nunca foram um problema, gravava e regrava quantas vezes fosse preciso.

Mas, então, por que ela estava tão nervosa em beijar Scorpius? Já havia dito para si mesma que iria ignorar qualquer sentimento que estivesse nascendo dentro dela. Nem ao menos considerava cenas de beijo beijos de verdade, era apenas uma parte do seu trabalho como todas as outras cenas que precisava gravar.

No momento em que as câmeras ligavam, os sentimentos eram de sua personagem, e não dela.

Só que agora, enquanto seu rosto se aproximava de Scorpius, com diversas câmeras em volta, Rose se sentia um pouco menos profissional.

A vantagem é que deveria estar retratando bem as emoções de Lyla, que também estava conflitante e insegura, descobrindo naquele beijo sentimentos que nunca tinha sentido antes.

Rose notou quando Scorpius colocou uma das mãos em sua cintura e a outra, contrária das câmeras, no seu rosto. Ela apenas fechou os olhos quando ele reduziu a distância entre os dois.

Sentia seu coração acelerar, enquanto eles aprofundavam o beijo. Sua mente dividida entre querer ouvir o “corta” sendo gritado, e também não desejar que a cena acabasse.

— CORTA!

Rose suspirou aliviada, ou talvez decepcionada, quando finalmente se separaram.

— Essa foi a última cena do dia — anunciou o diretor sorridente. — Bom trabalho hoje e bom descanso para todos.

Toda a equipe aplaudiu e, em seguida, começaram a guardar os equipamentos e desmontar o cenário, o quanto mais rápido terminassem mais cedo poderiam ir para casa.

Rose sabia que Scorpius iria tentar puxar assunto com ela, como ele sempre fazia quando estavam gravando cenas juntos. Entretanto temia o que poderia dizer, enquanto estava naquele estado, sem nem ter conseguido ainda processar o beijo. Então, tratou de se despedir de todo mundo e ir o mais rápido possível para o seu trailer, antes que ele pudesse dizer alguma coisa.

Dois dias depois, Rose ainda não havia superado o beijo. Mas, pelo menos, tinha certeza de que estava fazendo um ótimo trabalho em evitar Scorpius, sem que ninguém notasse. Descobriu que estava errada sobre isso, quando Rhiannon a questionou, depois de passarem as falas.

— Aconteceu alguma coisa entre você e Scorpius? — perguntou, desconfiada.

— Não — respondeu Rose, tentando agir naturalmente. Nesses momentos agradecia por ser uma boa atriz. — Por que acha isso?

Rhiannon deu de ombros.

— Não vejo vocês conversando muito, e Scorpius parece meio abatido esses dias — comentou, pensativa. — Ele gosta muito de você.

Rose não entendia o que exatamente Rhiannon quis dizer com a frase, mas respondeu a primeira coisa que veio na cabeça.

— Eu sei, ele me disse que é meu fã.

Rhiannon riu baixo.

— Fã, claro... — comentou quase sussurrando.

Rose não pode deixar de notar o quanto ela parecia ser próxima de Scorpius, pelo jeito que falava dele. Também já havia visto os dois conversando no set. Não conseguia deixar de sentir uma pontada de ciúmes, Rhiannon era uma das mulheres mais lindas que Rose já viu, além de ser uma pessoa incrível.

Talvez estivesse rolando algo entre os dois, afinal Rhiannon não parecia corresponder as investidas de James.

— Você e Scorpius parecem próximos — comentou e, logo em seguida, arrependeu-se de não pensar melhor antes de falar. Qualquer um podia notar os ciúmes na sua voz.

— Sim — concordou tranquilamente. — Assim como você e James. — Rhiannon notou a expressão confusa no rosto de Rose e acrescentou: — Somos primos.

Rose abriu a boca, sem saber o que dizer. E se sentindo incrivelmente estúpida pelo ataque de ciúmes alguns segundos atrás.

— Claro — disse rapidamente. — Vocês se parecem!

Eles não se pareciam. Tirando o fato de serem loiros, porém Rose não tinha nada melhor para dizer, ainda muito envergonhada. Rhiannon riu em resposta, provavelmente pensando o mesmo que ela.

— E como prima de Scorpius Malfoy, espero mesmo que não esteja evitando o meu primo — avisou, fingindo estar séria. — Ele é insuportável quando está triste.

Rose riu nervosa e felizmente o foco da conversa voltou a ser o trabalho. Gostava muito da assistente de direção, mas sabia que agora teria que ter mais cuidado ao falar de Scorpius perto dela, não sabia o quanto Rhiannon iria contar das conversas dela para o primo.

O que Rose precisava mesmo era de uma folga, as longas horas de trabalho e evitar Scorpius não eram tarefas fáceis. Para sua sorte, assim que conseguiu o tão esperado descanso, Jia e Dominique bateram em sua porta com sacolas cheias de bebidas, o que era exatamente o que Rose precisava.

— Não acredito que você está caidinha por Scorpius Malfoy — comentou Dominique rindo, enquanto tomava mais um gole de alguma bebida questionável que as duas haviam comprado.

Jia riu junto com a namorada.

— Scorpius era tão na dele em 300 Libras que nunca iria imaginar essa situação.

Rose virou toda a garrafa que estava segurando, alguma bebida já pronta com vodka. Sem perder tempo, abriu outra lata.

— Era para vocês estarem me ajudando a não pensar nele, e não falando dele — murmurou, estressada.

Amava ver que o relacionamento das amigas parecia melhor do que nunca, e Rose esperava que continuasse assim quando Dominique viajasse para uma nova turnê. Contudo, isso não queria dizer que desejava aguentar as duas zoando seus sentimentos na sua própria sala de estar.

— Não vamos falar mais nada sobre você e Scorpius Malfoy — prometeu Dominique.

— Não na sua frente — completou Jia.

Rose revirou os olhos, mas era melhor do que nada.

Jia teve a ideia de jogarem um jogo de cartas, mas uma hora depois todas as três já estavam bêbadas demais para lembrarem das regras do jogo e, nem 30 minutos se passaram, Dominique e Jia já estavam dormindo no chão de Rose.

Após terminar mais uma lata de bebida, com as amigas dormindo em volta, Rose decidiu que precisa de ar fresco. Havia uma pequena varanda na sala dela que mal cabia duas pessoas, porém havia sido um dos motivos decisivos para Rose escolher aquele apartamento, amava ir para sua varandinha quando sentia que precisava respirar.

Abriu a porta de correr com uma das mãos, segurando o celular na outra. Assim que o vento frio da madrugada de Londres bateu contra o corpo de Rose, ela notou que deveria ter pego um casaco, mas também não sentia vontade de entrar de novo.

Necessitava apenas de alguns minutos para se recompor e depois poderia ir dormir — de preferência em uma cama, diferente das amigas jogadas no tapete.

Conferiu as horas no celular: 3:46. Rose precisava mesmo ir dormir, bebeu bem mais do que o normal e agora estava se sentindo bem tonta.

Desbloqueou a tela do aparelho, rolando pelas suas notificações sem ter a capacidade de ler nada. Até que seus olhos chegaram na última conversa que teve com Scorpius, dias atrás.

Rose sentia falta dele, ainda mais falta estando bêbada. E pior, estava se sentido culpada pelo jeito que o tratou nos últimos dias. Ele a salvara de uma situação ruim com Adam, além de levar Rose para o cinema quando ela estava tendo um dia péssimo e parecia sempre se preocupar com ela.

Não era culpa de Scorpius se, aparentemente, Rose se apaixonava rápido demais.

Por impulso, abriu sua lista de contados, procurou por Scorpius e apertou em ligar. E quando viu já estava ligando para ele, quase quatro horas da manhã.

Assim que teve um pouco mais de noção do que tinha acabado de fazer, Rose tentou desligar a ligação, mas já era tarde demais.

— Ro-rose? — atendeu Scorpius, com a voz rouca de sono, o que deixava claro que ela havia o acordado.

Rose colocou o telefone no ouvido.

— Oi? — disse insegura.

Ouviu ele pigarreando do outro lado da linha.

— Você está bem? — perguntou, preocupado, e parecendo estar um pouco mais acordado. — Aconteceu alguma coisa?

— Não! — exclamou rápido.

— Então, por que me ligou? — questionou, confuso.

Rose fez uma careta, tentando pensar em uma resposta inteligente.

— Hmm... Não sei. — Foi o melhor que conseguiu.

— Rose... — começou Scorpius, desconfiado. — Você está bêbada?

— Talvez?

Scorpius riu e Rose não conseguiu deixar de pensar como a risada rouca dele era atraente. Muitas coisas em Scorpius Malfoy eram atraentes, refletiu. 

— Por mais que eu esteja aproveitando essa conversa, tenho certeza de que você não vai gostar muito de lembrar dela — comentou, soltando mais uma risada rouca. — Isso se você lembrar.

— Eu não estou tão bêbada! — protestou Rose. Mas talvez estivesse. Respirou fundo, sabendo que tinha algo que precisava dizer a Scorpius. — Desculpa.

— Por...

— Eu estou evitando você — admitiu, e acrescentou: — Não sei se você notou.

— Eu notei — respondeu ele, divertindo-se com a ligação.

— Bom, tentarei não fazer mais isso.

Scorpius riu, e Rose temeu que ele não estivesse levando aquela conversa a sério o suficiente.

— Espero que a Rose sóbria não esqueça dessa promessa.

Rose bufou.

— Claro que não vou! — defendeu-se, indignada. — Acredito que já terminamos essa conversa.

Antes que Rose pudesse tirar o celular do ouvido para desligar, Scorpius gritou:

— Espera! — pediu. — Posso pelo menos saber por que estava me evitando?

Rose não deveria responder aquela pergunta, por motivos óbvios, uma parte do seu cérebro sabia disso. Todavia, a outra, muito afetava pelo álcool e muito revoltada por Scorpius não a levar a sério, queria só falar tudo que estava em sua cabeça.

— É tudo sua culpa — disse, irritada. — Por estar me fazendo sentir essas coisas.

— Coisas? — indagou Scorpius sem entender.

— É... você sabe. — Rose revirou os olhos por estar tendo que explicar tudo. — Coisas tipo sentimentos e essas coisas.

Scorpius não respondeu por um tempo, Rose até achou que a ligação pudesse ter caído.

— Que tipo de sentimentos? — perguntou devagar, parecendo mais sério que antes.

Rose deu de ombros, sem pensar que ele não podia vê-la agora.

— Não parar de pensar em você, o meu coração bater mais rápido quando estamos juntos, esse tipo de coisa — explicou, sentia-se um pouco mais sonolenta agora, sabia que precisava encerrar a conversa para ir dormir.

— Rose...

Scorpius foi interrompido por um bocejo alto de Rose.

— Vou dormir — anunciou.

Ele tentou chamá-la, mas ela já havia finalizado a ligação.


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Notas finais do capítulo

uhuuuuuuuuuuuuuuu