Ao Seu Lado escrita por Nonni


Capítulo 1
Capítulo Um


Notas iniciais do capítulo

Olá, gente. Nova história, mas vou deixar para conversar com vocês lá nas notas finais.

Dedico esse primeiro capítulo para a Ana, que está de aniversário hoje. Feliz vida, amiga! Amo você.

Boa leitura!



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A forma de lasanha continuava intocada em cima da mesa arrumada. Quem visse, teria certeza de que toda aquela arrumação significava uma noite de comemoração. Mas a lasanha fria comprovava o contrário. E as lágrimas de Regina também.  

Embora estivesse ali há mais de uma hora, a mulher ainda não conseguia processar tudo o que estava acontecendo. Já tinha inspirado e expirado inúmeras vezes, já tinha secado as lágrimas, mas nada a tirava do torpor das palavras que o namorado, ou ex, havia lhe dito. Talvez fossem os hormônios e, sempre que chegava a essa conclusão, sentia o ar lhe faltar. 

Grávida. 

Ela estava grávida. 

E sozinha. 

Regina ainda não conseguia entender como se envolvera com uma pessoa tão cruel, tão egoísta. Como compartilhara tantos anos da sua vida com um homem como ele? E pior: como pode enxergar quem ele era só agora? 

Suspirou mais uma vez, os dedos trêmulos sobre a barriga ainda lisa. 12 semanas, a médica disse. Seu bebê ainda era pequeno, indefeso e precisava dela. Mesmo que ela ainda não se sentisse totalmente preparada para ser mãe. 

Fora um acidente, ela explicara a Graham, mesmo que ele estivesse gritando e jogando a culpa somente nela. Por Deus! Regina, beirando os 27 anos, não imaginava que poderia fazer um filho sozinha. Mas Graham insistia que a culpa era somente dela. 

Ele havia insistido, com egoísmo, que não iria assumir um filho que não queria. Que não estava preparado para essa responsabilidade agora. Precisava focar na sua vida profissional e uma criança não era a melhor forma de fazer isso. Isso tudo havia magoado Regina, sim, mas o que a fez ficar arrasada fora a forma como ele lhe impôs que tirasse a criança. 

Ela também não estava preparada para a responsabilidade naquele momento. Havia acabado de conquistar uma vaga na administração de uma das maiores empresas da cidade e também precisava focar na sua vida profissional. Mas o corpo era dela, ela quem diria se teria ou não aquele bebê. Um covarde que não conseguia nem arcar com as responsabilidades de seus atos jamais a faria decidir o que fazer numa situação daquelas. 

O celular ao seu lado no sofá vibrou em uma notificação de mensagem. Regina pegou o aparelho e se deixou suspirar ao ver quem era. 

Robin: Oi! Cheguei em casa agora… Conversou com ele? 

Robin: Não quero atrapalhar vocês, só quero saber se você e o bebê estão bem? 

Em automático, logo seus dedos discaram o número de seu melhor amigo, e no segundo toque a voz doce que sempre fora seu porto seguro lhe acalmou instantaneamente. 

"Regina, está tudo bem?" Robin perguntou, preocupado ao ouvir o suspiro dela, que respirou fundo inúmeras vezes para controlar o choro que sabia que sairia em sua voz.

"Você está com a Marian?" perguntou de volta, a voz falha. Robin sentiu todo o seu sangue gelar do outro lado, sabendo que aquele desgraçado do Graham havia feito besteira. 

"Deixei ela em casa há pouco. Estou indo para aí, sim? Chego em 20 minutos." garantiu, não se importando quando a morena tentou fazer com que ele não saísse de casa. "Regina, em 20 minutos estou aí." 

 

*** 

 

A primeira vez que Robin e Regina se falaram foi após o loiro esbarrar com ela no colegial e derrubar todos os seus livros no chão. Regina passou semanas implicando com o garoto britânico, que havia se mudado com a família para a cidade. Mas então a dupla em um trabalho de espanhol furou com a morena de última hora, e ela se viu obrigada a fazer o trabalho com o loiro. 

Regina afirma com tranquilidade que fora uma das melhores coisas que aconteceram em sua vida. Mais de uma década depois, os dois estavam ali, a amizade ainda mais forte do que no colegial. 

Robin estava deitado no sofá com a morena em seus braços. Regina conseguira controlar o choro, e agora aproveitava o carinho que o melhor amigo fazia em seus cabelos. Eles ainda não haviam conversado, Robin sabia que ela precisava apenas dele ali, para abraçá-la sem fazer questionamentos. Ele a conhecia como a palma de sua mão. 

"Se sua namorada sonha que você está aqui…" Regina riu baixinho, a mão brincando com o relógio no pulso dele, tentando distrair a mente.

"Ela pode sonhar e deixar de sonhar. Não vou sair do seu lado." ele respondeu tranquilamente, deixando um beijo em sua testa, fazendo-a fechar os olhos com o toque. "Você jantou?" perguntou, recebendo um aceno em negação. "Você tem que comer, Regina, tem que se cuidar agora." 

"Eu sei… S-só não consegui depois de tudo. Me sinto tão magoada, Robin. Tão irritada por ele achar que pode mandar em mim. A forma como ele falou… Como se fosse fácil tirar esse bebê." sentiu a voz embargar, o loiro lhe abraçando mais forte em reflexo. "É uma decisão que não cabe a ele."

"Se você tivesse ideia da vontade que eu estou de quebrar todo o rosto daquele idiota!" esbravejou. Não era de hoje que não ia com a cara de Graham, mas sempre tentou respeitar o máximo as decisões de Regina. Respirou fundo para aplacar a raiva dentro de si e a apertou mais em seus braços. "Ele comprovou ser um mimado, filho de papai! Ter esse bebê ou não é uma escolha sua, com toda certeza. É o seu corpo, é a sua vida. E nós dois sabemos o quão sua você é. Graham só foi um completo moleque ao fugir das responsabilidades dele. Infelizmente, o mundo está cheio de homens assim." suspirou, voltando a afagar o cabelo dela. 

"O pior é pensar que passei mais de dois anos da minha vida com ele, Robin. No fundo eu sabia que essa seria a reação de Graham." concluiu, soltando mais um suspiro decepcionado. Robin sentia que, se ouvisse mais um desses, a única forma de ficar bem consigo mesmo seria quebrando a cara do desgraçado que fizera aquilo com Regina. 

"Eu também, querida. Eu também." buscou os olhos castanhos. "Mas, quero que você saiba de algo: você tem o direito de escolha. E eu vou estar ao seu lado, independente dela. Segurando sua mão, beijando sua testa, afagando seus cabelos. Sou seu melhor amigo e não vou sair do seu lado." limpou as lágrimas que caíram dos olhos dela, acolhendo-a novamente em seus braços quando Regina se aconchegou nele. Ficaram em silêncio por minutos e minutos. 

"Eu quero esse bebê. Não importa que Graham não queira assumir, eu quero ficar com esse bebê, Robin." se afastou dele, os castanhos emocionados encontrando os azuis, que estavam tão emocionados quanto os dela. 

"E eu vou estar aqui por você. E por ele." levou a mão à barriga dela, fazendo-a sorrir imensamente em meio às lágrimas. 

"Promete?" perguntou, mesmo que soubesse que Robin estava falando a verdade, que não sairia do lado dela em nenhum segundo. 

"Prometo." beijou-lhe a testa. "Você não vai ficar sozinha em nenhum momento. Você tem a mim, a esse bebê, tem Zelena e seus pais. Vai ficar tudo bem." a tranquilizou e a mulher sabia que ele tinha razão. 

"Eu vou ter um bebê!" riu entre as lágrimas. 

"Sim, querida. Você vai!"

Depois disso, eles ficaram mais alguns instantes deitados no sofá, Robin fazendo o que podia para distrair a cabeça da amiga de todos os possíveis problemas que ela encontraria naqueles 9 meses. E Regina sabia que Robin cumpriria a promessa, já que a colocou em prática naquela mesma noite, quando não a deixou dormir sem que jantasse. 


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Notas finais do capítulo

Ai, aquele nervoso de postar fanfic nova, né...
Vamos para algumas explicações, então: eu comecei a escrever essa história no ano passado e, no início, havia pensado nela apenas como uma one shot. Não coloquei metas, fui apenas escrevendo quando me sentia inspirada... Por fim, finalizei ela com quase 30 mil palavras. Por essa razão, decidi dividi-la em pequenos capítulos.
Estou insegura com algumas partes do desenvolvimento, então tenho que avisar vocês que teremos muita passagem no tempo, apenas para já deixar claro que as coisas podem correr um pouquinho.
No mais, espero de coração que vocês gostem e que eu possa trazer mais um pouquinho de amor outlawqueen para vocês.
Espero que tenham gostado, me deixem saber o que acharam.
Mil beijos, se cuidem e até!



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