Steampunk escrita por Aiwa Schawa


Capítulo 3
Capítulo 2




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Capítulo 2

Um Tempo na França

Normandia, França.

Fazia um dia desde que a nossa viagem havia começado, nosso dirigível teve de pousar em uma praia da França e era sobre aquele sol forte… por lá eu trabalhava nos reparos da aeronave sem parar, porém havia um limite no que apenas algumas pessoas podiam fazer, demoraria mais um bocado até eu terminar os reparos.

Ainda mais pois, durante aqueles reparos, eu vi Yuki passando por perto e não pude me conter.

—Yuki, pode me mostrar aquela sua arma? Eu notei que havia algo de… diferente nela pelos poucos instantes que te vi usando.

—Foi… o Edwin fez ela para mim.

—Edwin? Ele fazia armas agora? Acho dificil de acreditar.

—Só tome cuidado…

Independente se era ou não um fruto do gênio de Edwin, ela parecia pôr alguma importância naquela peça, eu não seria a pessoa a arruina-la, claro. 

Na verdade, meu objetivo era outro totalmente diferente, eu vi que ela realmente sabia usar aquilo para lutar, contudo… havia uma situação que armas brancas não seriam uteis assim, contra armaduras, ou coisas perigosas desse tipo, eu podia pensar também nos prototipos de automatros de guerra que ouvi falar que a própria França estava desenvolvendo. E por isso.

Usando o sistema que já parecia imbutido na arma, algo que parecia tentar gerar uma chama na arma, porém que claramente não funcionava da maneira apropriada, outra razão de ter duvidado aquilo ser uma obra de Edwin, mas de qualquer maneira, eu sabia como poderia ajustar aquilo.

Não só concertar aquele mecanismo patético que apenas poderia esquentar um pouco a lâmina e fazer o efeito que vi de instantaneamente cauterizar o ferimento do inimigo, em vez disso, eu queria fogo de verdade sendo feito.

Usando mais alguns químicos, pegando emprestado alguns materiais da nave, especialmente da caldeira… eu pude devolver para Yuki uma arma que agora era bem melhor.

—Use como você sempre fez, acho que depois de testar um pouco você vai entender o que eu fiz.

Ela imediatamente tentou ativar aquela função, o que primeiramente causava uma pequena labareda azulada, tal qual quente era o fogo, queimando o que quer que estivesse no caminho e se apagando logo depois, não era feito para mudar a função da arma, afinal, era apenas um aprimoramento.

—Obrigada, eu vou usar isso bem…

—Só saiba que esse fogo não dura para sempre, eu diria que uma hora você vai precisar carregar outra vez, levando em conta a forma que você luta…

Eu me envolvi um pouco demais naqueles cálculos, puxei papeis e canetas, levei em conta a variedade de inimigos que podiamos encontrar daqui para frente, possíveis erros no uso, a duração de qualquer luta possível e conclui…

—Você vai precisar recarregar a cada 3, 1223 combates, em média.

—Err…. não é tão ruim então…

Depois de perder um pouco de tempo no meu laboratório voador, que agora não podia voar, eu voltei a me concentrar em o fazer voar novamente.

Mesmo no inverno, aquele dia em especial estava ensolarado demais, chegando ao ponto que eu precisei me retirar dos consertos temporariamente e me proteger por dentro da aeronave. Eu lembrei de uma vez ter inventado um protetor solar forte suficiente para me proteger, mas… eu percebi como havia o esquecido.

—Hum… acho que era sempre a Naomi quem me lembrava de trazer isso… pff! Patético…

Enquanto eu desejava uma calma manhã de inverno, eu não teria nada do tipo, pois do lado de fora…

Em cima de uma coisa que eu só conseguia ver como um “patinete voador” havia um homem aparecendo sobre a praia. Um homem quase tão alto quanto Jacob, loiro e de cabelos curtos. Aquele transporte sem dúvidas era… único…

Obviamente, qualquer um próximo de lá podia ver o que estava acontecendo, assim, todos nós fomos próximos daquele homem esquisito.

—Christopher Alcova, ao seu dispor.

Antes mesmo de qualquer um de nós perguntar, ou sequer demonstrar que tínhamos notado a presença dele, aquele homem pulou de seu veículo estranho, para a areia da praia e se apresentou para nós.

—...

E com isso eu havia perdido minhas palavras.

—Chris!

Contudo, parecia que meus sentimentos não estavam em sincronia com todos dali. Pois a primeira coisa que eu vi a Yuki fazer foi pular para cima dos braços daquele homem.

—...

—Yuki, você conhece o rapaz?

O Jacob recuperou a compostura bem mais cedo do que eu. Aquela cena… tinha algo muito errado nela.

Mas sinceramente, aquele homem não parecia problema algum, eu não consegui manter minha atenção nele e não queria continuar lá fora por muito tempo.

—Err… eu vou para o café e passar um tempo lá, podem me chamar caso qualquer coisa aconteça…

Precisava descansar mais, aquele braço torcido ainda estava doendo e não se recuperaria logo, eu preferi gastar meu tempo em uma atividade que não fosse demandar muito esforço físico.

E da minha perspectiva, eu entrei naquele café, ganhei algum dinheiro após apostar em jogos de cartas, usando de todo meu intelecto para decorar o posicionamento das cartas e calcular probabilidades enquanto jogava, até ouvir de um rádio…

—NOTICIA! UM GRUPO DE FORASTEIROS É INDICIADO POR ASSASSINATO, DENTRE ELES UM FRANCÊS E DOIS ESTRANGEIROS, INCLUINDO UMA FIGURA POLITICA INGLESA E UMA GAROTINHA DE ORIGEM INDERTEMINADA, NESTE EXATO MOMENTO A POLICIA ESTÁ OS LEVANDO PARA A PRISÃO…

Eu chutei minha cadeira, peguei o dinheiro que consegui e corri com tudo para a prisão, eu não precisava ouvir o resto da reportagem para saber exatamente quem estava lá. Eu não sabia como, mas em apenas algumas horas, o resto do meu grupo havia conseguido ser preso, sem a força deles, eu teria que retornar de mãos vazias para a Inglaterra, e… eu não poderia deixar isso acontecer, não. De forma alguma.

Antes de eu explicar o que houve, preciso deixar uma coisa clara. Nosso grupo, que no futuro seríamos conhecidos como a esquadrilha real, nós somos, sim, pessoas bem além de humanos comuns, nós reunimos talentos dos mais únicos e somos, honestamente, a maior concentração de sobre-humanos que o mundo já viu, contudo… a quantidade de vezes que nos encontramos em situações bizarras e sem sentido não podem ser contadas nos dedos. Talvez por azar, alguma piada que o destino queira nos mostrar, ou simplesmente pelas personalidades “excêntricas” dentre nossos ranques. De qualquer forma, eu contarei como meus aliados acabaram presos enquanto eu jogava cartas.

A verdade era, Christopher havia vindo para essa cidade com um objetivo em mente, ele envolvia apenas uma coisa, assassinato. Ele veio com esse objetivo e nada o impediria disso, nem mesmo o reencontro com um velho conhecido.

—É bom reencontrar você, mas eu preciso continuar, estou quase no fim da minha missão por aqui e… seria melhor deixar esse tipo de coisa para um próximo encontro.

—Hum, o que foi Chris? Você precisa de ajuda?

—Claro que não. Eu sou bom no que sei fazer. E esse tipo de coisa não deveria ser trabalho nenhum para mim. E não gostaria de envolver você, ainda mais quando deve estar em uma missão.

—Ei, Christopher, é? Se é um conhecido da camarada Yuki, eu adoraria ajudar, ficaremos aqui mais algum tempo até podermos partir, do que se trata?

—Err…

Normalmente, ele não cederia ainda, porém, sabendo das habilidades da Yuki, um plano imediatamente veio em sua mente, uma forma que ninguém veria problemas, ao menos se tudo ocorresse conforme seu plano.

—Obrigado… você é Jacob, o primeiro homem a pôr um exoesqueleto, também faz parte de um partido político, né? Poderia me arranjar uma conversa com um político local? Eu preciso falar com ele.

Fazendo um gesto positivo e um sorriso, Jacob concordou, ele não era um político em si, porém sabia muito sobre como o mundo político funcionava, sua influência ainda, provavelmente era ainda maior do que a maioria dos seus apoiadores.

—Yey! Nós vamos el-

Antes de completar sua frase, o próprio Christopher fez questão de interromper a Yuki, ele nem precisava de reflexos tão bons para isso, desde a primeira palavra ele sabia o final daquela frase.

—Vamos logo, não quero tomar o tempo de vocês e em troca…

—Você é daqui? Pode nos mostrar a cidade?

—Claro, claro. Eu já visitei a Normandia diversas vezes, nasci e cresci en france, por favor, eu vou mostrar tudo que há de bom nesse país…!

Ele não estava tão animado, isso passava em sua voz, ele podia ser muito bom em resolver problemas conversando, porém, naquele dia, ele não havia se preparado para algo assim. Sua mente só pensava em uma coisa, lutar

De qualquer forma, após apontar para vários prédios, ler suas placas e falar o quanto ele conseguia sobre a cidade no caminho, os três alcançaram um prédio de marmore, ele estava coberto de neve, apesar de não nevar por dias na França. Isso o fazia parecer menos importante do que realmente era.

—Jacob… você pode cuidar dessa… parte?

—Um momento, eu posso não saber ler, mas eu aprendi a falar Francês até que bem. Me dê um momento.

Esse momento, na verdade foi quase uma hora inteira, por essa hora ele teve de conseguir entrada no local, apesar de não carregar documentos do país, o que ele conseguiu. Então achar alguém no meio dos ranques daquele lugar, o que ele também conseguiu. E por último, pedir para essa pessoa arranjar um encontro com o homem em questão. E… ele também conseguiu.

Até o próprio Jacob havia se surpreendido com a influência que tinha. Justo, considerando que até aquele momento eu não imagino que ele tivesse tido tantas chances assim de resolver seus problemas apenas com conversa, ele parecia atrair pessoas que só eram convencidas depois de uma demonstração de força consideravel ser feita.

E com isso, Chris havia conseguido a chance que precisava, um encontro com o seu alvo.

—Chris, você já pode ir, ele está nos esperando lá.

—Nos esperando…? Na verdade, Jacob, eu preciso fazer um pedido…

—Diga, camarada.

—Apesar dele ser uma figura política e eu ter pedido sua ajuda, digo, eu ter usado sua ajuda para chegar até ele. O que eu vou “resolver” é uma questão bem… pessoal. Eu não queria te envolver nisso. portanto, se importa de esperar nesse corredor enquanto eu vou conversar com ele?

Jacob ajeitou os ombros, mexeu nos braços de seu exoesqueleto enquanto ouvia e no fim daquela sentença, respondeu brevemente…

—Entendi, um problema entre homens não deve receber a interferência de terceiros. Muito bem, eu vou ficar aqui….

—Ótimo… alias…

Enquanto ele começava a caminhar para o fim de sua missão, Chris deixou uma pista criptica de suas reais intenções.

—Se algo ruim acontecer, digamos, se nossa discussão se acalorar demais, pode se mandar e só dizer que não me conhecia, eu sei me cuidar…

Então, ele foi em frente.

Em sua posse, havia não só a bainha de uma espada decorativa, aquela era uma herança da sua família, uma espada tão ou mais velha que aquela cidade. Enquanto mais importante ainda, ele tinha a arma que o deixava igual perante o mundo. Um revolver colt.

Com aquelas duas armas, ele executaria seu alvo, sem falha.

Mas enquanto a mente de Chris se inundava das visões do fim de sua missão, Jacob só fez uma exclamação, ao notar algo esquisito…

—Hum, cadê a Yuki?

E na verdade, essa pergunta só poderia ser respondida se ele tivesse olhos em todas as paredes daquela construção…

Enquanto Jacob resolvia esses problemas, a Yuki estava explorando aquele prédio, com cuidado, ela procurou pela sala aonde o alvo de Chris estava, então, para não ter de atravessar a porta, tomou uma rota alternativa… pois em um dos cantos do prédio, caso você realizasse um salto do chão ao teto, tivesse o tamanho de uma criança.... seria possível rastejar por tubos de ventilação até a sala do alvo sem ninguém daquele prédio sequer ter ideia....

E foi isso o que a garota de cabelos de neve fez. Quando Chris entrou naquela sala, Yuki estava logo acima, apenas esperando a sua hora de agir…

—Quem é você? Cadê aquele gigante inglês que devia vir falar comigo?

Foi o que o homem de terno verde e marrom, William Woods perguntou ao ver o homem francês entrar pela sua porta.

Com cuidado, ainda sem falar, ele fechou a porta, quebrou sua fechadura em um só segundo e se virou para aquele homem:

—Christopher Alcova, ao seu dispor.

—...!

E naquele mesmo instante, os olhos do homem saltaram, ele tentou se afastar reflexivamente, porém, seus braços se agarraram aquela mesa e ele continuou estático, vendo o homem.

Não que conhecesse aquele rapaz em específico, mas o nome, Alcova, esse era o último nome que ele esperava ouvir naquele dia. Admitidamente, as situações que o levaram a encontrar seu assassino daquela forma eram mais do que anormais. Envolviam viajantes do tempo, cientistas malucos e todo tipo de coisa que não fazia tanto sentido quanto deveria.

—Você, homem, tem ideia de por quanto tempo eu te procurei? 

—Eu nem te conheço… malditos Alcova, eu pensei que esse filho renegado era só um rumor idiota dos empregados…

—Tsk, tsk, tsk, eu sou de carne e osso, assim como essa espada…

Ele empunhou aquela lâmina de dois gumes em sua mão esquerda.

—E essa arma também.

E apontou a colt contra o peito daquele homem. Mas ele não o executou imediatamente, havia mais uma coisa a ser feita…

—Por que? Eu quero só ouvir sua confissão antes de acabar com isso. 

—...

—William Woods! Você matou o meu avô e eu vim me vingar! Se explique agora mesmo!

—Hum, não é como se eu fosse falar algo. Vá, Alcova, eu aceito minha morte de bom grado…

Chris fechou seus olhos, crendo naquelas palavras e preparando para quando abrisse novamente os olhos, encontrar um corpo, no entanto…

Aquele homem não seguia código de honra algum, para sobreviver, ele mentiria, ele trairia quem você, ademais, para ele, não é como se houvesse compromisso algum de falar a verdade para um inimigo.

Ele alcançou um revólver de sua mesa, ele estava a um instante de disparar em cheio contra o coração de seu assassino, no entanto…

—AHHHHHHHHHH!!!

—Uma pessoa surgiu dos ares, quebrando o teto por cima dele e descendo como um trovão, enfiando sua lâmina flamejante contra as costas da mão direita de William, o fazendo soltar tanto sua arma, quanto um forte grito de dor…

—Yuki! O que você está fazendo ai!?

O Chris não tinha noção do esconderijo que ela havia encontrado, sua engenhosidade era bem além do que ele se lembrava, mais ainda… aquela brutalidade.

Colocando aquela mesma faca próxima ao pescoço do homem, ela sussurrou, numa voz sombria e que não devia pertencer a uma criança:

—Fale. Diga pro Chris…

—Ah…! Não foi ideia minha, eu nem matei ele!... Eu só mandei alguns homens…

Apesar da situação bizarra, aquelas palavras acenderam outra chamar que Woods não desejava, a chama no coração de Chris:

—Isso é o mesmo! E não adianta! Aqueles homens!? Eu já matei eles também! Eu matei todos os envolvidos na morte do meu avô! Agora você é o último! Me diga logo o que sabe!

—Edwin…

—...!

Todos naquela sala se surpreenderam, de alguma forma, aquele nome foi citado mais uma vez, parecia ser algo inescapável, para onde fossem, o nome ressurgia, Edwin Thursby.

—Ele… foi ele quem falou que eu precisava fazer isso… não tive escolha…

Simultaneamente, um tiro foi disparado, enquanto uma lâmina flamejante atravessou o pescoço, então, aquela vida foi apagada no mesmo instante.

E logo após…

—O que está acon…!

Três seguranças entraram, armas apontadas e com músculos tensos, já imaginando que o pior poderia ter acontecido, eles estavam certos. Jazia o corpo de seu chefe sobre a mesa, desprovido de qualquer vida e ambos assassinos em pé.

Yuki ameaçou atacar, mas, naquela situação, mesmo depois que eliminaram aqueles três, mais e mais homens viriam, até ser muito além do limite de ambos e portanto, Chris logo gritou:

—Sai daqui!

Ela não respondeu conforme o esperado, em vez disso, habilmente escondeu sua arma, e tal qual fazia Chris, levantou suas mãos para o alto. Aquele assassinato havia sido um “sucesso” se ignorassem como o futuro dos dois havia sido ameaçado pela força da lei.

Logo, como era esperado, os dois foram algemados e logo mais, dois homens que vestiam verdadeiras armaduras em seus corpos, cobrindo dos pés a cabeça e não deixando pontos fracos, esses levaram ambos criminosos pela construção, em direção ao carro da polícia, até…

—Um momento!

Após ser ignorado algumas vezes, Jacob entrou na frente, para a surpresa dos guardas, assim como dos envolvidos, sem sequer usar a ajuda de seu exoesqueleto, ele interrompeu os passos daqueles homens, uma mão para cada.

—Senhor, não podemos parar, estamos prendendo os dois suspeitos, ambos foram pegos em flagrante.

—Impossível! Eu estava viajando com esses dois! Deve haver algum erro, não há como eles terem feito algo desse tipo! Eu digo que aquele homem já devia estar morto quando foi encontrado na sala, tal qual, exijo tratamento digno para ambos…

E apesar daquelas falas, os policiais, ainda sem entender que aquela pessoa ia além de uma figura politica, o algemaram também.

—Então você é um suspeito de corrobora com os criminosos, você virá conosco para o interrogatório.

Jacob então viu que não havia valor em conversa com aqueles homens, porém, não deixaria tal coisa passar impune também, ele iria resolver isso com sua grande influência, mas antes…

Apenas ao afastasr casualmente seus braços um do outro, as algemas se partiram em duas.

—Certo. Eu irei com vocês, mas outra dessas e eu irei resolver esses problemas com meus punhos.

—...!

Eles haviam entendido como apenas um homem podia ser tão perigoso quanto uma tropa inteira de veteranos. Eles então escoltaram aqueles três homens para a delegacia mais próxima.

Eles foram interrogados e jogados em uma cela, por onde passaram horas pensando e tentando arranjar uma maneira de escapar daquela situação, quando começou a haver sinais de que eles poderiam escapar da prisão, um guarda apareceu.

Destrancou a cela e falou:

—A coroa inglesa libertou vocês, saiam dai.

Finalmente… vem a parte que eu tive de agir…

—Com licença, eu preciso falar com o encarregado da policia dessa cidade, houve um mal-entendido, aparentemente.

Proclamando minha posição como um enviado da coroa inglesa, eu consegui rapidamente chegar até o homem mais importante daquela delegácia, lá, eu proclamei também:

—Edwin Thurbsy foi capturado, aqueles ali estão comigo e nós precisamos continuar minha missão, eu peço que o julgamento deles seja adiado até o fim dessa operação.

Não era bem o que queria fazer. Eu não era entendido de política, mas eu tinha certeza que aquela decisão seria terrível para mim, especificamente, revelei uma missão secreta da coroa para estrangeiros, mesmo sendo aliados, isso era tão bom quanto uma traição à coroa. Aquele homem ficou intimidado demais ao ouvir isso e enviou uma mensagem aos altos escalões, contudo libertou os três imediatamente. 

Eu havia me tornado um inimigo tanto da França quanto da Inglaterra naquele momento,  contudo, não era lá onde estava minha lealdade, eu sabia disso. Portanto, esperei pacientemente do lado de fora pelos três…

—Aiwa! Camarada, foi você quem nos libertou?

—É… eu posso falar melhor disso depois, vamos correr logo para o dirigível, ta?

Eu não estava conseguindo olhar para cima, apesar de tudo sobre saber onde minha lealdade está… eu tinha uma boa noção de que tipo de consequência eu enfrentaria no futuro próximo.

Mais ainda, houve algo decente daquilo, pois o terceiro homem, aquele que vi na praia, ele falou comigo:

—Ei, vocês me ajudaram, esse lagarto branco ainda me libertou, eu deveria ajudar vocês nessa missão, afinal.... não é como se eu pudesse ir para outro lugar depois dessa.

—Oh… tem você também, é? Bem, eu não acho que pode ser ruim, faça o que achar melhor, seja lá quem você for.

Claro, altruísmo não era a unica coisa guiando Chris naquele momento, mas sim a sua ambição, ele ainda podia conseguir uma coisa, sua missão só estaria completa agora quando encontrasse Edwin Thursby e entendesse as últimas palavras de Woods, se reunir com aqueles três, era apenas lógico então.

Naquele dia, quando a aeronave subiu, a esquadrilha real havia finalmente se reunido.


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