Bright eyes Pure heart escrita por elda


Capítulo 1
único


Notas iniciais do capítulo

Baseado em fatos reais.



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Luffy estava numa sala pequena esperando por sua vez. Sentava-se num sofá de couro, ao seu lado estava seu irmão mais velho, Ace. Num outro sofá estava uma senhora também aguardando por sua vez. Em frente a ele havia uma mesa e sua secretária que sempre acessava o computador e o telefone para conversar com outros pacientes aguardando suas vezes, esses estariam distantes mais ainda dessas vezes. Nem ao menos dividiam aquela sala pequena com ele, seu irmão e a senhora. Na mesa da secretária também havia um pote grande e de vidro com balas para os pacientes comerem enquanto aguardavam essas vezes. Luffy havia chupado 10 balas e Ace mandou parar, porque era muito feio.

Depois de uma hora de espera, o psiquiatra saiu de sua sala acompanhado pelo paciente da vez que chegou ao seu fim. Finalmente chamou por Luffy e o rapaz se levantou um pouco lento por ter ficado tanto tempo parado, se fosse seu amigo Zoro com certeza teria dormido. Luffy não gostava de ficar parado, era um rapaz bastante agitado. Ajeitou o chapéu de palha sobre sua cabeça e entrou juntamente com o psiquiatra em sua sala. Ace ficaria esperando no sofá, porque gostava de dar privacidade ao irmão, contanto que ele se comportasse bem, não precisaria se preocupar.

O psiquiatra pediu para que Luffy se sentasse numa das cadeiras, enquanto ele se sentava na sua.

— Vou continuar ficando sentado. - Reclamou o menino e o psiquiatra riu. - A propósito, as músicas que você deixa rolando na sala de espera me dão sono.

— Não fale uma coisa dessas, Luffy. - Respondeu sorrindo com aquele comportamento típico de seu paciente. Sabia que Luffy não era do tipo que curtia Tom Waits. - Dei um duro pra selecionar as músicas e esse tipo de som faz bem às pessoas.

— Se tu me pagar 50 bellies, eu monto uma playlist pra ti e que realmente fará bem aos seus pacientes.

Riu de sua audácia. - Sinto muito, Luffy, mas não quero Blackpink ou alguma coisa do trap no meu escritório. Além do mais, eu me divirto horrores montando playlists.

Luffy respondeu dando o mesmo sorriso que recebia, achava legal seu psiquiatra ser um senhor atualizado com algumas coisas dessa geração. - Sabe, eu queria te dizer mais outras coisas. - Seu psiquiatra deu um aceno e ele continuou. - Eu queria deixar de ser criança.

Ajeitou seus óculos de grau, intrigado. - O que te faz pensar que é uma criança? Que eu saiba você tem 17 anos e logo fará 18, é um mocinho.

— Eu percebo que não enxergo algumas coisas...

— Como o quê?

— Eu... eu sou muito ingênuo... sempre acredito nas mentiras do Usopp.

O psiquiatra não respondeu, apenas continuou a ouvir.

— E eu admiro muito as coisas que eu gosto, e muita gente me diz que irei me decepcionar e que eu preciso ser mais realista.

— Estão dizendo que você é sonhador demais?

— Sim, algo assim. Não sei porque, mas falam que eu deveria começar a suspeitar de tudo. Inclusive suspeitar dos meus amigos e da minha capacidade. Sempre me dizem que sou puro demais por confiar tanto em tudo que amo.

— E qual é o problema, Luffy?

— Ué, dizem que vou me machucar, está me ouvindo por acaso?!

— Claro que estou te ouvindo. - Resmungou e se inclinou para frente a fim de pousar seus antebraços na mesa. - Só acho que não há problema existir alguém como você.

— Ora, você então quer que eu me machuque?

— Você irá se machucar da mesma forma se não acreditar em nada. E, infelizmente, o mundo está cheio de pessoas assim... que não são mais puras como você.

— Mas não estarei sendo infantil por ser assim? Eu gostaria que meus irmãos não ficassem tão preocupados com minha impulsividade.

— Ser infantil tem nada a ver com impulsividade. E também não há nada de errado em ser impulsivo. Acredito que está até amadurecendo por analisar seus comportamentos nesse momento.

Luffy ficou quieto, por um instante não entendia mais nada e seu psiquiatra percebeu.

— Só estou querendo dizer que pessoas como você é fundamental existir, senão não haveria perseverança por não acreditar em nada, como nas próprias pessoas, e o mundo nunca mudaria para melhor. Assim como também não haveria mais gentileza. - Parou por notar o olhar escuro de Luffy se esclarecendo aos poucos, mas continuou. - É fundamental que você exista exatamente como é.


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Notas finais do capítulo

eu acredito que o tema principal de One Piece é abraçar o diferente. Isso é incorporado na estética da obra, nos poderes dos personagens, nas raças, nos generos e principalmente nos sonhos. Sem dizer que com a determinação o impossível se torna possível.

Atualmente estamos vivendo um tempo que desconfiamos de tudo e de todos. Não importa se é um amigo, parente, um desconhecido e até mesmo um ídolo. Ficamos com um pé atrás e na espera do primeiro deslize dessa pessoa. Dai na internet acontece muito a cultura do cancelamento. A cultura do cancelamento é terrível porque é a mesma coisa de você apontar para alguém e censurá-la. As pessoas são complexas, não as subestimem.



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