Scorose - Quase sem querer escrita por Aline Lupin


Capítulo 2
As vezes o que eu vejo quase ninguém vê


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, tudo bem? Espero que gostem da história. Sei que Scorpius parece dramático, mas imaginei ele dessa forma pois minha percepção era de que ele teria complexos, devido ter nascido na família Malfoy e pelo preconceito que teria que enfrentar na comunidade bruxa, devido a sua família ter seguindo Voldemort. Espero que com o tempo esse personagem se suavize. Mas como todo adolescente, vai ter seus altos e baixos.



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— Eu os chamei aqui pois quero dar uma ótima notícia - disse a diretora, Minerva Mcgonnagal.
Rose, Alvo e eu estavamos na sala da diretoria. No primeiro dia de aula, recebemos uma coruja dela, solicitando uma reunião conosco. Eu não poderia imaginar o que seria. A sala estava cheia de quadros dos diretores anteriores. O quadro de Dumbledore estava pendurado na parede. Seu ocupante dormia o sono dos justos.
— Vocês foram nomeados a monitores - explicou ela.
— Monitores? Isso é incrível - Rose se animou.
— Realmente tenho que concordar - disse Alvo.
Eu não me manifestei, não estava animado para nada, ultimamente. Mas seria ótimo poder ser monitor, assim teria algumas vantagens. Sair das masmorras para perabular pelo castelo, usar a sala precisa.
— Parece ótimo - disse por fim, pois todos pareciam esperar uma resposta minha.
— Senhorita Weasley, você será monitora-chefe da Grifinória. Senhor Malfoy, você será monitor-chefe da Sonserina - continuou Mcgonnagal - Então os senhores serão responsáveis pela organização das rondas. Irão se reuniar com os outros monitores no fim da tarde aqui na minha sala.
Assentimos e saímos da sala.
— Não posso acreditar que conseguimos - Rose parecia eufórica, o que de fato me deixava irritado. Quem quer ser monitor? Só podia ser ela - Vamos ter que nos encontrar para discutir sobre a monitoria, Scorpius. Vou precisar de você integralmente.
— E minha vida? Acha que não tenho mais o que fazer? - perguntei, irritado. Eu deveria ter recusado, pois não queria passar meu tempo livre monitorando nada.
— Scorp, vai ser importante se monitor, vai contar pontos - Alvo tentou ajudar.
— Acho que não me importo com isso, sinceramente - dei de ombros.
Descemos a escada em caracol e fomos para Salão Principal. Eu precisava realmente tomar um café, pois não tinha dormido o suficiente. Meus pesadelos eram constantes, onde envolvia meu pai. Nossa relação nunca foi das melhores, apesar de tentarmos. Mas daquela vez não havia como esquecer ou perdoar o que ele disse. Empurrei para o fundo da minha mente as lembranças da nossa última briga, iria me concentrar em tomar o café e assistir as aulas.
— Tchau Rose, nos vemos depois - Alvo de despediu de Rose na mesa da Grifinória. Dei um aceno com a cabeça e fui direto para mesa da Sonserina.
Depois do café, assistimos aulas de transfiguração, com a Mcgonnagal. Não estava achando fácil entender a aula. Teriamos que nos esforçar para o NIEMS que seriam no próximo ano. Não sabia realmente o que poderia fazer depois da escola, não havia porque se esforçar tanto. Contudo, eu teria sérios problemas se não me esforçasse. Quando entrei em Hogwarts sempre fui um aluno aplicado, tanto quando Rose. Com o passar do tempo, comecei a notar que isso não era o bastante para meu pai, que exigia mais de mim e não parecia satisfeito. Então houve um declínio dos meus estudo no 5° ano, quando resolvi contar sobre minha amizade com Alvo. Ele não parecia satisfeito, apesar de se mostrar impassível diante do que disse. Meu pai já sabia de tudo, é claro. Como ele não saberia cada passo que dou. Seria improvável manter um segredo dele, ele sempre descobria, em um momento ou outro.

— O que foi, Scorp? - indagou Alvo, quando saímos da última aula, Herbologia.
— Você está quieto hoje.
— Não é nada - respondi, com um sorriso ensaiado - Vamos para o salão comunal logo. Tenho que me reunir com os monitores daqui a pouco.
Alvo apenas assentiu, me acompanhando.

***

Scorpius esta atrasado, aquele miserável. Como eu detestava quando ele não cumpria com a palavra. Andei de um lado para outro, tentando controlar a raiva. Os monitores já estavam ali e só faltava ele.
— O que há com você, Weasley? - indagou Leon Willow, monitor da Sonserina.
Encarei-o com raiva. Ele ainda me perguntava o motivo da minha agitação. Tinha nome, endereço e maior presunção do planeta.
— Willow, cuide da sua vida, ok? - vociferei.
— Calma, ruiva. Senta aqui - ele puxou minha mão, fazendo com que eu caísse no sofá - Ele vai vir logo, só senta e fica quietinha.
Fixei meu olhar nele, querendo dizer muitas coisas, como ele era petulante, ou outros nomes que não mencionarei. Contudo havia me esquecido o quanto ele era bonito. Seus olhos verdes eram penetrantes e seus cabelos loiros ficavam mais bonitos no final da tarde. Um arrepio percorreu minha nuca, arrepiando os pelos dos meus braços. Não podia acreditar que um sonserino poderia mexer com minha sanidade. Realmente, ele era muito bonito.
— Willow, será que pode soltar meu braço? - pedi. Parecia que havia perdido o ar fazia minutos.
— É claro, mas por favor, não fique quieta. Olhar para você andando me deixa tonto - ele sorriu e virou para conversar com um corvinal ao lado dele.
Esperamos mais alguns minutos até que Scorpius adentrou a sala, com Alvo em seu encalço. Ele estava ajeitando a gravata amarrotada e jogava os cabelos quase brancos para traz. Estava em toda sua gloria. Mesmo com a aparência desleixada, arranca suspiro das garotos presentes na sala comunal dos monitores.
— Posso saber o motivo do atraso, Malfoy? - indaguei, acidamente.
— Não que seja do seu interesse, mas tinha alguns assuntos a resolver - cortou ele, com desdém.
Alvo sufocou uma risada, disfarçando com uma tosse.
— Ótimo, que seja. Eu não ligo - dei de ombros, remoendo por dentro a resposta dele. Levantei do sofá e falei - Muito bem pessoal, quero que todos prestem a atenção. A diretora Mcgonagall deu a responsabilidade para mim e Scorpius de criar a escala da monitoria. Tentei ser o mais flexível possível. Vamos patrulhar em duplas e vou distribuir para cada dupla seu horário de patrulha, datas e local a ser patrulhado. Ao final de cada monitoria deve ser feito um relatório de ocorrências que deve ser entregue no dia seguinte para mim ou Scorpius. Tudo bem para vocês?
Todos assentiram e com um movimento da varinha distruibui os papéis.
— Todos estão dispensados, até depois do jantar e façam um bom trabalho.
Todos saíram da sala, exceto por Scorpius.
— Por que fez tudo isso sozinha, sem me consultar? - ele parecia irritado.
Dei de ombros e sentei no sofá, esticando as pernas.
— Porque você não se deu ao trabalho de aparecer no horário combinado. Tenta fazer seu trabalho do jeito certo da próxima vez.
Levantei-me para sair da sala, mas ele agarrou meu braço.
— Não gosto do seu tom - ele me fuzilou com o olhar azul gélido - Eu não sou seu capacho e não admito que façam isso comigo.
— Se está tão irritado, tente não se atrasar da próximo vez, assim você terá um tratamento muito melhor.
— Rose, você está brincando com fogo. E sabe o que dizem quando se brinca com fogo? - ele aproximou seus lábios da minha orelha, enviando arrepios por todo corpo - Quem brinca com fogo se queima.
— Deixa de ser tão cliche, Scorpius - tentei me afastar, mas seu aperto se intensificou.
— Se vamos fazer isso juntos, você deve colaborar, ruivinha - ele sorriu, sarcástico.
— Não me chame de ruivinha, agora solta meu braço.
— Só se você pedir desculpas - revirei os olhos, tentando soltar o braço, mas ele parecia muito mais forte - Diga assim: Desculpe-me meu benzinho.
— Nem morta que vou dizer isso - disse, gargalhando de raiva.
— Então vamos ficar aqui um bom tempo - ele deu de ombro.
— Ok, você venceu - suspirei alto - Desculpe-me.
Ele sorriu de lado. Que sorriso era aquele? Parecia envolvente demais. Será que era aquilo que ele usava com as garotas? Era por isso que todas caiam aos seus pés?
— Faltou uma parte - ele insistiu.
Desgraçado! Eu iria azara-lo assim que conseguisse pegar a varinha.
— Desculpe-me, benzinho - disse entre dentes - Está satisfeito.
— Mais que satisfeito - ele soltou o braço, abrindo ainda mais o sorriso - Você vai ganhar um prêmio por ser tão obediente.
— E você vai morrer logo, se não parar de gozação - ameacei, sacando a varinha.
— Opa, vamos com calma - disse ele, sem deixar de sorrir - Vamos fazer um trato, ok?
Assenti, mas ainda com a varinha apontada para o peito dele.
— Você me trata com respeito e eu também farei o mesmo. Está bem assim? - assenti, recuando - Como no trem, estávamos indo tão bem. Podemos fazer isso, não acha?
Não respondi, Apenas engoli seco. Seu olhar era tão distante no trem, transparecia um sofrimento grande. Não conseguia imaginar o que poderia ter acontecido.
— Se fizer mais uma gracinha, não respondo por mim - disse por fim, lhe dando as costas.
— Prometo que serei muito comportando - disse ele, transparecendo humor.
Ele me alcançou na saída da sala, sussurando em meu ouvido:
— Mas não vou deixar de chamar você de ruivinha.
Tentei acertar um tapa em seu braço, mas ele já tinha saído correndo, virando para me encarar com um sorriso. Algo estava mudando entre nós, não saberia dizer o quê. Não queria pensar, pois nada de bom sairia disso. Éramos como óleo e água, não havia combinação nenhuma. Por mais que eu tentasse seu sua amiga, um do dois sempre acabava se magoando. Decidi que não era o momento de pensar, apenas apressei o passo. Aquela noite seria longa.

***

Rose continuava calada. A ronda estava quase no fim e nenhum de nós disse uma palavra. Não queria irrita-la, mas do que ela já estava. Seus ombros estavam tensos. Podia ver pelo canto do olho, ela não estava confortável com a minha presença. O que me deixava triste. Deveria estar feliz por afasta-la cada vez mais, mas inconscientemente eu queria que ela estivesse mais perto, que me conhecesse de verdade. Nunca transpareci nada para ela. Nunca deixei que ela visse em meu interior e conhecesse o verdadeiro Scorpius. Isso estava reservado apenas para amigos muito íntimos. Mas ainda queria que ela visse. O que ela era pra mim, de fato? Um amiga, inimiga, amada, ou nada? Eu não saberia dizer. Estava confuso demais como os meus problemas e temia também pensar nos meus próprios sentimentos. Temia magoa-la e a perder para sempre. Paramos no 7° andar, vendo a parede que dava para sala precisa. Não sei o por quê de estarmos ali, mas era como se meus pés me guiassem para lá, mais uma vez. Era naquele lugar que havia encontrando refúgio e permanece muitas horas trancado. Imaginava tudo que queria, abria a porta e lá estava meu momento de esquecer era Scorpius. Era apenas um garoto tentando achar um pouco de diversão.
— Gosto daqui - comentou ela, olha para a parede - Sempre gostei de imaginar uma grande floresta, com a natureza muito viva, cheia de cor, de plantas. Lembra da vez que encontramos a sala? - apenas assenti, temendo que ela paresse de falar - Fugiamos do zelador Filch e da sua gata. Quando enfim encontramos, foi um alívio. Alvo havia escutado do pai dele que a sala tinha propriedades mágicas e abriria para aquele que pensasse em algum lugar. Foi tão mágico e um alívio podermos nos esconder.
Ela riu e eu acompanhei. O som da sua risada tocava meus sentidos e enebriava.
— Quando foi que começamos a brigar, Scorpius? - ela disse mais para si mesma do que para mim - Tínhamos uma amizade tão normal.
— Acho que é por você ser irritante sabe-tudo - cutuquei. Ela apenas sorriu, como se dissesse que naquele momento poderíamos estar em paz.
— E você é muito petulante - revidou ela, sorrindo.
— As vezes o que nós queremos é que as pessoas nos enxerguem - refleti - Que alguém veja o que somos e nos compreenda. Você consegue compreender isso?
— Acho que posso entender. As o que vemos, nem todos conseguem enxergar, Scorp - disse ela, me encarando - Todos tem sua forma de ver as pessoas e o mundo. As vezes vejo você como um arrogante, mas em muitos momentos você mostra um lado novo que não conhecia.
— E você gosta desse lado? - perguntei, esperançoso.
— Acho que gosto. Poderíamos...
Um barulho a interrompeu. Olhei para trás e pude vir Alvo e Willow.
— Já não era sem tempo, estava procurando vocês - disse Alvo, se aproximando. Fixou seu olhar em mim e Rose, com curiosidade.
— Nos encontramos de novo, Weasley - disse Willow, em tom de brincadeira.
Fechei os punhos, sentindo raiva pela familiaridade que Willow a tratava.
— Olá para você também, Willow - devolveu ela, com sarcasmo.
— Será que posso acompanha-la até a sua sala comunal? - indagou ele, ignorando o sarcasmo dela.
— Acho todos podemos ir juntos - disse, apressadamente. Não queria, por algum motivo oculto, que Rose ficasse perto dele. Ou com qualquer cara.
Os dois saíram na frente, conversando, como se já fossem grandes amigos. Fiquei calado, ao lado de Alvo.
— Você devia contar para ela - sussurrou ele, para que somente eu ouvisse.
— Contar o que? - desconversei.
— Contar como se sente. Não pode fugir disso. Posso ver na sua cara - explicou ele, tentando segurar o riso.
— A minha cara está com algum problema? - debochei.
— Essa cara é de quem está apaixonado e enciumado.
— Fale mais alto para que todos escutem - sabia que estava sendo um idiota, mas precisava ganhar tempo. Não queria pensar naquilo, não naquele momento.
— Você é quem sabe. Vai perde-la se não fizer nada.
Não respondi. Iria esconder aquilo até quando não pudesse mais.
— Boa noite, pequena ruiva - se despediu Willow de Rose.
— Willow, não me amole - ela repreendeu, contudo estava sorrindo para o idiota.
Apenas acenei para ela. Virei as costas e sai andando. Sabia que precisava de um tempo para pensar e iria para um lugar perfeito. A torre de astronomia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Comentem se puderem, gostaria da opinião de vocês. Um abraço!



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