Eu faço isso! (Tododeku & Bakudeku) escrita por Linesahh


Capítulo 1
Eu faço isso!


Notas iniciais do capítulo

LINE NA ÁREA!!

Cara, parece que faz uns mil anos que não escrevo uma one-shot... Fiquei meio enferrujada, confesso kkkk
Bem, a ideia dessa one veio de uma brisa que eu e a Sahh tivemos enquanto estávamos esperando na fila de um dentista, e sinceramente não achei que gostaria tanto dela até terminar de escrevê-la kkkkk (vocês já vão entender pq estou rindo)

Boa Leitura ♥



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Eu faço isso! 

por Line

 

Tudo estava indo bem no início daquele teste. O time formado por Bakugou, Todoroki, Midoriya e Aoyama, ainda que não fosse — à princípio — cem por cento harmonioso em questão das relações pessoais dentre alguns membros, era um forte concorrente e um dos mais capacitados para ganhar aquela prova de última hora que o prof. Aizawa havia passado para a turma 1-A realizar.

A tarefa era simples. Cada time de quatro integrantes tinha que se dirigir para um local específico na zona de treinamento oferecida a eles, que tratava-se de uma cheia de prédios e construções, com apenas uma única área sendo circundada por um canal de sentido vertical, cortando boa parte da "cidade-inabitada". O objetivo era que eles se dirigissem para suas áreas correspondentes, onde havia ocorrido um acidente de médias proporções, e resgatar todos os feridos do local. Feito isso, o time que se saísse melhor em questão de agilidade e tratamento aos feridos, venceria.

A região dada ao quarteto em questão foi a mais afastada das demais, perto do canal de água. Em meio às discussões iniciais de estratégias e sobre quem-faria-o-quê, ficou decidido que Aoyama sairia na frente para verificar as condições do caminho que iriam seguir, enquanto os outros três seguiriam mais atrás. Bakugou, como de costume, se adiantou num gesto teimoso, ainda insatisfeito por não estar na liderança, enquanto era seguido por um impassível Todoroki e um empolgado Midoriya.

Tudo estava indo bem. Tranquilo e organizado na medida do possível.

... Bem, isso até surgir um incidente na hora de atravessar a ponte que cortava o canal.

Midoriya, por um infeliz revés, acabou caindo no rio lá embaixo.

— Midoriya!... — Todoroki, que estava mais próximo, gritou, freando a correria com tamanha brusquidão que suas botas chegaram a arrancar algumas lascas de madeira da ponte envelhecida. Seus olhos analíticos logo identificaram o motivo de Izuku ter caído: uma parte da antiga ponte havia cedido pela parcial deterioração. — Droga...

Olhou para o ponto em que ele tinha submergido fixamente, a preocupação cada vez mais crescente em seu peito. Por algum motivo, ele não emergia de volta à superfície.

Sem que pudesse ter tempo para pensar no que fazer, foi com surpresa que, com o canto dos olhos, viu a figura de Bakugou pular lá embaixo, sem um pingo de hesitação.

Ficou atônito. Ele não estava lá na frente?...

Movido e estimulado pela ação instantânea do outro, Todoroki pulou também, só que com muito mais suavidade e sem mergulhar na água fria, congelando o pedaço em que pousou com sua mão direita, há apenas poucos metros de distância do local onde Midoriya se encontrava — e para onde Bakugou se dirigia naquele momento.

Observou, de longe e um pouco apreensivo, Bakugou mergulhar e desaparecer rio à dentro. Num misto de fina apreensão e racionalidade, cogitou se seria uma boa ideia congelar todo aquele canal instantaneamente, para em seguida usar seu lado esquerdo para derreter a região onde Midoriya e — agora — Bakugou estavam. A ideia não era das melhores, mas assim poderia tirá-los de lá com mais facilidade.

Esperou só mais dez segundos, sua individualidade de gelo preparando-se para acionar, quando, com alívio, viu os dois surgindo na água. Sem esperar, disparou até eles, pisando nas camadas de gelo que formava na água conforme corria, e ambos tiraram Midoriya do rio, arrastando-o até a terra firme em seguida.

Com Bakugou deitado de costas no chão, ofegante e encharcado — já proferindo um monte de palavrões, censurando e amaldiçoando a burrice de Midoriya —, Todoroki ajoelhou-se ao lado do esverdeado, que, por sua vez, permanecia imóvel no lugar.

Não levou nem três segundos para que concluísse o óbvio.

— Ele não está respirando. — anunciou. Sua voz saiu mais calma e controlada do que achou que seria, dada a situação.

— O quê? — Bakugou ergueu o tronco. — Que merda você tá dizendo?

Todoroki, um pouco perplexo, repetiu, agora mais claramente:

— Ele não está respirando.

Olhou para Bakugou. Ambos permaneceram mudos por alguns segundos, evidentemente chocados com a informação. Midoriya, estirado ali ao lado, tinha o semblante sereno e imóvel, como se estivesse dormindo, alheio ao caos que se instalava no interior dos dois colegas.

Num lapso, como se ambos os aspirantes a heróis compartilhassem da mesma mente, um único termo acendeu-se, célere e brilhante, em suas memórias, que fez com que seus corações disparassem em uníssono:

"Respiração Boca-a-Boca".

Bakugou foi o primeiro a se erguer, decidido.

— Eu vou fazer isso... — começou, seu timbre normalmente alto e bruto, agora baixo e sério.

Sem saber de onde surgiu aquela atitude instantânea, Todoroki o interrompeu, barrando seu caminho.

— Deixe que eu faço. — interrompeu-o, sua voz rouca e calma soando estranha para seus ouvidos. — Você está cansado, acabou de tirá-lo do rio.

Katsuki não pareceu gostar de sua intromissão, e logo a comum aura arrogante e superior surgiu em seus olhos escarlates.

— Sem essa, eu posso fazer isso! — retrucou ofensivamente.

Todoroki manteve a compostura, mas, assim como o outro, seu lado teimoso e orgulhoso agiu, despertando e tomando controle de seus atos e palavras.

— Eu sei que pode, mas você não está apto agora... — rebateu calmo.

Bakugou, perdendo o fio de sua paciência, pegou-o pelo colarinho, e, mesmo estando molhada, Shoto sentiu a quentura da mão dele, que já começava a fumegar em contato com sua roupa.

— Que merda é essa? — o loiro rosnou, cerrando os dentes. — Tá me desafiando, seu meio-a-meio do caralho? — Todoroki fechou os punhos, mas continuou impassível, sustentando o olhar assassino de Bakugou a sua frente, que parecia querer destroçá-lo de todas as formas possíveis.

E foi naquele momento que Todoroki conseguiu enxergar.

... Viu, refletido nos olhos vermelhos e intensos de Bakugou, o desejo, palpitação e ansiedade reprimidas em seu coração; sentimentos que o próprio Shoto carregava em seu íntimo, todos direcionados para a pessoa causadora de todo aquele rebuliço atual:

Midoriya.

Ele sabia. E Bakugou também. Os dois queriam aquilo. E os dois mentiam sobre suas verdadeiras razões de querer aquilo.

E, igualmente, não estavam dispostos a desistir tão fácil.

— Tsc, já saquei qual é a sua. — um meio sorriso maldoso surgiu nos lábios obscenos de Bakugou, avaliando-o. — Você quer todos os créditos de salvamento, não é? Um puta de um interesseiro...

— Não é nada disso. — Todoroki respondeu, neutro. — Eu sei o básico de primeiros-socorros, e você não. Temos que priorizar um tratamento que tenha mais chances de ser um sucesso...

— Para de falar como se fosse um sabe-tudo de merda! — Bakugou bradou, intensificando o aperto. — Eu que vou fazer isso!

— Não vai. — Todoroki disse, firme e sério. — Eu que vou.

— Saia da minha frente, seu lixo!

— Não vou sair, e é melhor você me soltar. Agora. — avisou em tom de ameaça.

Antes que o gelo começasse a se estruturar no lado direito do corpo de Todoroki, e as explosões das mãos de Bakugou tivessem seu iminente princípio, ambos estacaram seus movimentos quando escutaram uma tosse alta e engasgada soando logo ao lado.

Na mesma hora, Bakugou soltou-o, e os dois desviaram os olhos para a visão ao lado, contemplando a imagem de Midoriya tossindo repetidas vezes, sôfrego, enquanto era ajudado a se erguer por ninguém mais, ninguém menos, que uma figura muito conhecida para todos:

Aoyama.

— Não se preocupem — o loiro sorriu para os dois enquanto limpava os lábios úmidos com as costas das mãos. — Eu já cuidei de tudo enquanto vocês discutiam.

O tapa foi certeiro. Acertou exatamente na cara, no orgulho e no ego de Todoroki e Bakugou, que entreolharam-se como dois idiotas.

Midoriya, recuperando completamente os sentidos e regulando a respiração, notou a mudez absoluta de todos ao redor. Ainda baqueado, olhou para Bakugou e Todoroki, estranhando a cara de enterro que os dois expressavam, como se fossem duas múmias.

— Err... o que houve? — arriscou, inocente, não lembrando-se bem do que aconteceu.

Vendo que os outros dois não seriam capazes de sequer abrir a boca, Aoyama soltou um risinho malicioso, colocando uma mão afavelmente no ombro de Midoriya.

— Ah, nada demais, Midoriya-kun. Você caiu no rio, mas já está tudo bem agora. — esclareceu, usando de seu tom amável e adocicado de sempre. — Vamos continuar a nossa prova, pessoal?

Midoriya agitou-se.

— Ah!... Vamos sim, desculpem por ter atrapalhado a prova e preocupado todo mundo! — levantou-se, já pondo-se a correr. — Vamos logo!

Bakugou e Todoroki, sem conseguir encarar Midoriya, Aoyama ou ao menos um ao outro, apenas concordaram em murmúrios e seguiram atrás. Aoyama, então, passou no meio dos dois, lançando-lhes uma piscadinha provocante e, antes que os ultrapassasse, comentou por cima do ombro:

— Sempre dizem que quem chega por último, come melhor, mas parece que dessa vez foi o contrário... — acrescentou, então, com um sorriso onifulgente: — Midoriya-kun tem um gosto maravilhosamente cintilante! 


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Notas finais do capítulo

Sem palavras para esse final, gente. Só lembrem-se de uma lição MUUUUITO importante de nosso Aoyama: quando alguém estiver afogado, não fique discutindo igual a um idiota pra ver QUEM VAI FAZER A PORCARIA DO BOCA-A-BOCA HUAHAUHAUHA

Espero que tenham gostado, chuchus, eu tô feliz por ter voltado a soltar uma one depois de tanto tempo. Até ♥



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