Headle escrita por Fénix Fanfics


Capítulo 6
Eu amo ela


Notas iniciais do capítulo

Desfrutem ♥



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Sara acordou um pouco zonza, ainda de olhos fechados sentiu os braços doloridos, tentou mexer e não conseguiu. Lembrou que ainda estava presa. A cama se mexia bastante. Que diabos a Heather estava fazendo?

Abriu os olhos e se assustou. 

Olhou para o lado e a ruiva estava se debatendo, um homem sobre ela tentava a pegar à força. Estava com o rosto coberto. Em poucos segundos, ele já havia colocado algo em seu nariz que a havia feito apagar.

— Heather. – Sara gritou.

O homem vendo que Sara estava presa, não fez nada. Sem dizer uma única palavra, pegou Kessler como um saco de batata e colocou sobre seus ombros, indo embora com ela.

— Heather. – Ela gritou novamente, enquanto puxava os pulsos.

Sara demorou muito mais do que gostaria para conseguir se soltar das amarras de Heather. Puxou algumas vezes os pulsos, que os deixaram marcados e doloridos. Assim que conseguiu se soltar, pegou o roupão de Heather de cima da cama, e saiu correndo em direção a rua, se vestindo enquanto corria. 

Viu o homem jogar ela no carro. Merda, havia esquecido sua arma. Ainda sim, correu em direção ao carro, mas o homem percebeu, e logo entrou do lado do motorista e arrancou. Ela estava muito longe para ver a placa, a única coisa que havia conseguido identificar era a cor e o modelo do carro.

Estava com raiva de si. Raiva por ter demorado a acordar, por ter demorado a se soltar, por não ter corrido o suficiente, por não ter pegado sua arma, por não estar com seu carro. Não podia fazer nada. Nada. 

Impotente e triste. Ela só conseguiu chorar.

Foi até o quarto de Heather, tentou não mexer em nada que o homem tivesse tocado. Ela pegou suas roupas e vestiu, precisava de um tempo para pensar o que fazer. Nesse momento, o que aconteceu com Taylor Wynard passou pela sua cabeça, toda invasão em sua privacidade, o modo que foi julgada e tratada. Ela sentia medo medo, mas o pavor de que tinha de algo acontecer com Heather era muito maior. Jamais se perdoaria se algo acontecesse com ela, porque tinha medo de admitir seus sentimentos. 

Pegou o telefone e fez uma ligação difícil:

— Oi, D.B., aconteceu uma coisa…

— Hey Sara. Como você está?

D.B. foi o primeiro a chegar, ele foi direto ao quarto de Heather e encontrou Sara, sentada do seu lado da cama, olhando para o chão, chorando. Ela estava apavorada com o que seus colegas pensariam dela, mas estava ainda mais apavorada com o que poderia acontecer com Heather. 

Sara não respondeu. 

— O detetive está lá fora, ele precisa coletar seu depoimento. Eu pedi para vir Francis, creio que ficará mais confortável em falar com uma pessoa diferente e que não tem tanto contato.

— Obrigada. – Foi o que Sara se limitou a dizer, o que conseguiu dizer.

Enquanto Sara saia, passavam Nick, Greg, Morgan e Julie pelo mesmo corredor, em fila, cada um com sua maleta. Ela não sabia ainda o que seus colegas sabiam, mas preferiu seguir de cabeça baixa, e não olhou para ninguém nos olhos. Foi direto para rua.

— Que sensação de déjà vu. – Greg falou quando entrou no quarto de Heather. 

— Pelo menos dessa vez Sara é somente uma testemunha e não uma suspeita. – Nick disse, mas ainda estava incrédulo.

— Sara e Lady Heather? Isso me parece muito louco. Não que Sara não tivesse um perfil de quem ficava com homens e mulheres, mas Heather? – Greg parecia indignado.

— E parece que andavam jogando. – Nick fotografou primeiro, mas depois, vestindo luvas, pegou a corda que antes segurava os pulsos de Sara, e mostrou para os colegas. – Tenho certeza que não era Lady Heather que usava isso.

— Hey vocês dois. – Julie falou indignada. – Vocês não invadiram a privacidade de Sara o suficiente no caso do Wynard? Podemos ser um pouco mais profissionais? Vamos supor, ao menos supor, que Sara se importe com Heather. Como acham que ela está se sentindo agora? – Ela bufou.

Greg e Nick se entreolharam. Julie estava certa, Sara não precisava de julgamentos e sim de apoio. Da mesma maneira que precisou da outra vez, e ainda sim, não teve. Mas dessa vez seria diferente. Independente de concordar com as decisões de Sara ou não, eles apoiariam a amiga e a ajudariam no que fosse necessário. 

Sara não queria ir para casa, mas quando chegou no laboratório, percebeu que também não havia sido uma boa ideia. Ainda não estava preparada para lidar com as pessoas à sua volta. Ela então se escondeu no vestiário, ficando de frente ao seu armário. Não a deixaram trabalhar no caso, mas não conseguia ficar sem fazer nada. O que fazer?

Pegou o telefone, ela sabia que tinha que avisar Grissom, que ele poderia ajudar a encontrá-la. Tudo estava tão confuso.

“Gil, a Heather foi sequestrada. Preciso da sua ajuda.”. Ela enviou a mensagem, talvez um pouco arrependida. Não sabia onde ele estava, poderia estar do outro lado do mundo, e não poder fazer nada, e ela só o teria preocupado. Só que às vezes, ele estava mais perto do que ela imaginava, e quem sabe, se ele estivesse por perto, poderia ajudar. Ela torcia por isso.

Após enviar a mensagem, com o telefone entre as mãos, ela baixou a cabeça. Precisava somente de mais alguns segundos e depois ela iria de alguma forma ser útil para encontrar Heather.

— Hey Sara, como você está? – Julie chegou no vestiário e sentou-se no banco ao lado dela.

— Triste, assustada, envergonhada… Eu não sei bem. – Algumas lágrimas escorreram pelo seu rosto. – Eu não posso perdê-la.

— Sara… – Nick entrou no vestiário também, ficando ajoelhada em sua frente, pegou a mão dela entre as suas. – Nós vamos encontrá-la. Eu prometo.

— E você não tem nada que se envergonhar. – Greg chegou se encostando na porta do vestiário. – Eu tenho que admitir que é meio estranho… – Ele percebeu o olhar de Julie sobre ele. – Mas a sua vida é sua, e ninguém tem nada haver com isso. E se ela é importante para você, isso basta.

Sara sorriu e olhou para todos com carinho. E então disse algo, algo que nunca havia dito para Heather, algo que nunca tinha dito para si mesma, mas que de alguma forma, simplesmente saiu de sua boca, como se já estivesse guardado lá há algum tempo, e somente precisasse colocar para fora.

— Eu amo ela.

Todos ficaram impactados com isso, principalmente os garotos. Ainda sim, ninguém falou nada, até Julie quebrar o gelo alguns instantes depois.

— É por isso que você precisa ser forte, e que precisamos trabalhar para encontrá-la o mais rápido possível.


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