Garotas não merecem chorar escrita por Helaena Targaryen


Capítulo 1
Garotas querem mais


Notas iniciais do capítulo

Olha quem resolveu aparecer!!!!!
Oi minha gente, meus amores, meus odiadores, meus novatinhos, oi pra quem tá lendo essa história.
Depois de meses sem dar as caras, aqui estou eu, mas não sei quando vou aparecer de novo kkkkk
Queria poder dizer que vou continuar com minhas histórias, mas eu realmente não sei o que fazer com elas, queria terminar cada uma delas, mas simplesmente as ideias evaporaram e acabou que ficou daquele jeito.
Talvez eu traga novos projetos, mas acho que vai demorar um pouco, pq tou escrevendo pelo celular e isso meio que dificulta as coisas.
Enfim, vou deixar vocês com a história aqui, boa leitura ❤️



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—Claro.

Colin respondeu com o sotaque carregado.

Fazia 1 ano e 5 meses que estava no Brasil, um lugar bastante quente e peculiar, na sua opinião.

Os costumes daquele lugar o fascinavam, assim como intrigavam, eles tinham um costume estranho de comer as coisas com faca e tomar banho mais de 1 vez por dia.

Não era a toa que diziam que os brasileiros são um povo bastante limpo.

Tudo naquele lugar o deixava maravilhado.

Ele conheceu o Cristo Redentor, Monte Roraima, o Teatro Amazonas, se fascinou com o Encontro das Águas, mas sempre parecia que lhe faltava algo.

Quando estava no topo do Monte Roraima, aquela vista parecia ser necessária ser vista com mais uma pessoa, e um par de olhos castanhos, quase dourados, lhe veio a mente, naquele momento algo nele se agitou, porém ele ignorou.

Ao conhecer a Amazônia e tudo que havia nela, aquela sensação o atacou de novo, e enquanto se maravilhava com o Encontro das Águas, ele relembrou um pequeno trecho de sua vida, de quando ele tinha voltado de uma viagem da Grécia, e Penélope estava na sua casa, o que não era nenhuma surpresa.

Ela ficou feliz em lhe ver e correu para abraça-lo.

Ela era uma das suas melhores amigas, porém tinham perdido contato no segundo mês dele no Brasil, ele tentou de todas as formas falar com ela, pediu ajuda de sua família, mas eles apenas diziam que ela estava num momento difícil da vida e merecia espaço. Então depois de 1 ano, ele desistiu de tentar falar com ela.

Ninguém lhe disse nada, porém isso não o fez voltar para casa.

Aquele país era perfeito para ser descoberto e Colin queria saber o que ele tinha para lhe mostrar.

Essa sensação não era nova, sentia isso sempre que viajava, porém a sensação estava cada vez mais forte no último ano.

Nunca ficou tanto tempo sem voltar para casa.

O Bridgerton sabia que tinha que voltar, mas um medo o impedia de voltar, e se tudo fosse diferente?

Ele sabia que tudo estava diferente, afinal, soube no último ano que havia ganhado mais 3 sobrinhos e não conheceu nenhum pessoalmente, e que duas das suas irmãs tinha se casado, e uma delas pela segunda vez, céus ele estava perdendo bastante coisa.

—O britânico não para de viajar.

Escutou um dos brasileiros que acompanhava, comentar.

—Apenas estou pensando que meu irmão iria adorar as mulheres daqui. - comentou dando uma risada falsa, isso não chegaria nem perto do que estava pensando.

Mas aquilo de uma pitada de verdade, Gregory com toda certeza adoraria as mulheres brasileiras, além da beleza delas, a maioria delas, que tinha conhecido até agora, sabiam se impor e um poder que as mulheres londrinas, dificilmente tinham.

O caçula amaria o Brasil.

Os colegas apenas aceitaram o que ele falou e voltaram a conversar entre si.

Colin agradeceu mentalmente isso.

Logo ele começou a reparar em tudo ao seu redor, o local, a comida, as pessoas e até a música.

Ele vinha ficando cada vez melhor em entender o português e começou a prestar atenção na letra da música que tocava naquele momento.

 

"ela é uma mulher menina que precisa urgentemente ser mais forte

ela quer alguém que leia seu sorriso, antes de olhar o seu decote"

 

Sua mente logo lembrou de Penélope.

A última vez que a viu, se surpreendeu com o quanto ela tinha mudado, não era mais gordinha, como quando a conheceu, estava linda, na verdade, ela sempre foi linda.

Com seus cabelos castanhos quase ruivos, ele amava vê-los ao sol, parecia que se transformavam em fogo, eram lindos, seus olhos que transmitiam tudo que ela sentia naquele momento, seus belos olhos castanhos, que chegavam perto de ser dourados.

 

"garotas querem mais, amor de verdade, mais sinceridade

garotos são todos iguais

tem necessidades, não passam vontade"

 

Céus, ainda se lembrava da última vez que a viu, ele nunca se esqueceria daqueles olhos magoados e vazios.

Sua mãe não parava de o encher sobre o fato de ele ainda não ter uma esposa, ou ao menos uma namorada.

Ela começou a dizer que aceitaria se ele trouxesse algum companheiro seu para apresentar a ela, aquilo o irritou.

Sua mãe achava que ele era gay.

Depois de quase uma discussão, sua mãe se deu por vencida de que o filho não era gay, mas começou a tentar falar dos atributos de todas as garotas que ela conhecia, até envolveu Penélope no meio.

Ele queria procurar para se esconder.

Após deixar sua mãe para trás, para, infelizmente, encontrar seus irmãos no jardim, e continuarem o tópico sobre namoros e casamentos.

Anthony e Benedict já estavam casados e eram felizes com suas respectivas esposas, até Daphne e Francesca foram postas no meio da conversa, pois ambas já tinham se casado e infelizmente Francesca agora já era viúva.

Então eles também começaram a falar sobre Penélope, o quanto ela tinha mudado, que estava mais confiante e linda, na opinião de ambos, que mesmo dando uma de irmãos superprotores dela, diziam que apenas estavam falando a verdade.

Aquilo já estava lhe deixando no limite.

Sim, ele sabia que Penélope era linda, que ela era inteligente e agora estava bastante confiante, mas ele nunca ficaria com ela, Penélope era apenas a amiguinha de sua irmã.

Para seu azar, ele falou aquilo em voz alta e para sua surpresa, Penélope estava saindo na casa dele naquele exato momento.

Primeiro: que ele não sabia que ela estava na sua casa naquele momento.

E segundo: ele jamais diria aquilo se soubesse que ela escutaria.

Mas não deixava de ser verdade, ele não conseguia ver Penélope como uma criança, não importava o quanto tempo passasse, mas foi apenas ao ver os olhos dela magoados e sua risada falsa e quebrada, que ele soube, naquele momento, que jamais teria sua amiga de volta.

Ela contornou a situação com classe, que apenas ela teria, e naquele momento algo mudou dentro dele, Penélope se foi e levou seu coração junto.

No outro dia ele viajou, sem destino nenhum e sem avisar.

Colin não aguentaria ver Penélope, após aquele dia e sentia que nunca mais conseguiria ver ela de novo.

 

"mas tou aqui pra provar

eu não te deixaria por uma aventura boba e nem te trocaria por qualquer outra pessoa

só pra matar a vontade, o crime não compensa

garotas inocentes não merecem chorar, por garotos que não tem a verdade no olhar

escolhi ser diferente amor, só pra te amar"

 

Aquela música não deveria ter tocado ele daquela forma, mas tocou.

Ele sabia que tinha magoado a amiga, e provavelmente fez ela chorar, mesmo não tendo visto a cena.

Penélope não merecia chorar por alguém como ele, ela era melhor do que qualquer garoto igual a ele, Penélope merecia mais.

Merecia alguém a altura dela, alguém que fizesse seu coração acelerar, arrancasse uma risada dela facilmente, que lhe dissesse o quanto ela era linda, por que ela era muito linda.

E principalmente, alguém que nunca a fizesse chorar e se fizesse, seria de alegria.

E foi naquele momento bobo, após escutar uma música triste, Colin Bridgerton aceitou que estava apaixonado por Penélope Featherington.

Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, seu celular vibrou e estranhou ao perceber que era uma mensagem de Hyancith.

 

Hya: Acho que você ficou muito tempo sem saber a verdade.

 

 

Ele corria desesperadamente pelo aeroporto.

Precisava chegar o quanto antes em Londres.

Precisava chegar em casa, precisava ver Penélope.

Precisava dizer que ele estava com ela, que ele lhe daria um ombro amigo, que ele estava lá para o que ela precisasse, que ele amava ela.

Sim, ele pensou nisso o caminho todo para o aeroporto.

Precisava falar para ela.

Gritar para o mundo que ele a amava.

Ele amava Penélope Featherington e ninguém poderia mudar aquilo.

E logo ele viu que a sorte estava a seu favor, ele conseguiu passagem para sair daquele país o quanto antes.

Quem sabe da próxima vez que ele voltasse para lá, ele a levasse.

Levaria Penélope para onde ela quisesse.

E assim, depois de 15 horas de viagem, por conta da turbulência e da tempestade que eles enfrentaram, Colin finalmente chegou a Londres e logo tratou de ir direto para seu apartamento que estava abandonado, sabia que a mãe mandava limpar sempre que dava, com a esperança de que Colin logo retornasse e ela estava certa.

O local estava limpo, para sua alegria, apenas não tinha comida, para sua frustração, estava faminto e a comida do avião não lhe satisfez.

Apenas Hyancith sabia de sua volta e sabia que ela guardaria seu segredo até que fosse até eles.

Para sua sorte, ele tinha pedido férias de seu trabalho, junto com um tempo para pensar na renovação de seu contrato.

Amava o que fazia, que no caso, era filmar, fotografar, ele dirigia várias das minisséries que a BBC mostrava e eles estavam interessados em mantê-lo mais tempo com eles, mas Colin pediu um tempo para pensar e juntou suas férias, para enfim, voltar para casa.

Após pedir algo para comer e descansar um pouco, ele se perguntava o que diria para Penélope.

Como iria olhar nos seus olhos e dizer o que sentia.

Parecia tão fácil em sua mente.

Mas a prática sempre seria tudo mais difícil.

 

 

Ele estava caminhando calmamente para a casa de sua mãe, que para sua alegria, ficava a apenas duas quadras de onde ele mora. Ele estava quase chegando lá, faltava apenas passar pela Praça e torcia para que nenhum conhecido o visse.

Mas qual foi sua surpresa, ao avistar uma moça de cabelos num tom ruivo, quase castanho, dançando distraidamente enquanto ia para um caminho específico.

E para sua maior surpresa, era Penélope quem dançava distraidamente enquanto escutava alguma música.

Colin sorriu se aproximando e pôs a mão no ombro dela, apenas para ver ela dar um pulo de susto.

Quando ela lhe encarou, foi como se tudo tivesse em câmera lenta, seus cabelos voaram um pouco e a expressão de assustada se tornou de surpresa.

Seus olhos, aqueles olhos, que agora pareciam refletir sua alma agora.

—Colin. - sua voz saiu baixa e doce.

—Oi Pen. - tentou não gaguejar. -Sabe, sempre que eu chegava de viagem você me dava um abraço.

Comentou brincando, mas no seu íntimo, ele almejava aquilo, contato com ela após tanto tempo.

Ela deu um sorriso fraco e deu um abraço rápido nele, junto de umas boas vindas.

Foi muito rápido demais, e muito solto, ele não fazia ideia de que sentiria fala daquela época em que ela lhe sufocava com um abraço. Logo ele, que reclamava daquilo na época.

—Não sabia que estava em Londres. - Penélope sorriu.

—Na verdade, eu cheguei hoje de viagem. - deu um sorriso de lado. -Ninguém sabe que eu estou aqui, além de Hyancith e agora você.

—Então eu faço questão de lhe levar junto comigo, estava a caminho da número 5, nesse momento. - ela o puxou pela mão e ele sentiu um choque ao ter esse contato.

Ele imaginava que ela teria, porém em momento algum soltou sua mão e passou o caminho todo questionando sobre suas viagens, parecia que ele tinha voltado uns 10 anos atrás, quando ela questionou sobre sua primeira viagem.

Ele sentia falta daquilo, de como sua vida era.

 

 

Ela logo soltou sua mão assim que chegaram na número 5, para sua surpresa todos os irmãos e seus devidos cônjuges estavam presentes.

Ele foi ovacionado e recebeu todo carinho de sua família.

Colin pode enfim conhecer seus novos sobrinhos, Charles, Miles e David eram uns amores, e para sua surpresa, Eloise anunciou que estava grávida, enquanto Francesca exibia uma barriga de 7 meses, ela estava imensa, mas não comentou isso com a mesma, a família não parava de crescer e mudar, para sua infelicidade.

Todos estavam tomando rumos em sua vida e ele parecia o único a estar parado.

Claro, ele tinha seu trabalho, mas era como se estivesse faltando algo e ele percebeu que estava almejando algo que seus irmãos estavam conquistando.

Ele conheceu a adorável Lucy, namorada de Gregory e Gareth, o noivo de Hyancith.

Ele sentia que estava sobrando, e com essa desculpa, ele se sentou perto de Penélope a tarde toda, até que roubaram ela de perto dele e finalmente ele pode ter uma conversa franca com sua mãe.

—Eu sei que a saudade não foi o único motivo de sua volta. - ela o encarou com seus grandes olhos verdes, que ele herdou. -Hyancith.

Claro, ele deveria saber que a irmã daria com a língua nos dentes algum momento.

—Ainda não é fácil para ela lidar com isso, vários ainda duvidam da sua capacidade, mas ela ainda consegue separar a vida profissional da pessoal, o único dia em que eu a vi chorar, foi quando lhe dei a notícia, ela está sempre com um sorriso contagiante, mas sabemos como é perder alguém.

Sua mãe disse se referindo ao seu falecido marido.

Ele sabia que a mãe o amou, com todas as suas forças, e que era recíproco aquele amor, perder alguém que se ama nunca seria algo fácil de lidar.

—O que eu estou querendo dizer, é que se quer faze-la feliz, eu me sentiria muito maravilhada em ela fazer oficialmente parte da nossa família.

Ele sabia que a mãe o entenderia e que o incentivaria.

Na hora de ir embora, ele pensou em acompanhar ela, porém Eloise foi mais rápida e fez o convite antes.

Ele teria sua oportunidade, sabia disso e antes que ele fosse embora, sua mãe lhe passou o número de Penélope.

E isso completou seu dia.

 

 

Nos próximos dias ele não teve tempo pra nada, tinha que mudar os móveis do seu apartamento, e comprar comida.

Talvez demorasse um pouco para ele poder encontrar a antiga amiga.

Ele comprou tudo que era necessário e encomendou vários móveis para enfim voltar para seu apartamento.

Seu carro, que estava com Gregory até ele retornar, já estava com ele e teve que ir no lava jato para poder tirar toda aquela sujeira que o irresponsável do irmão tinha deixado passar, nunca mais confiaria algo para Gregory, talvez para Hyancith.

Quando ele estava prestes a chegar em seu apartamento, resolveu passar na praça que era perto da número 5, e qual foi sua surpresa ao avistar Penélope caminhando ao lado de um homem quase da altura de Colin e cabelos loiros, seu coração se apertou ao ver ela dar uma risada ao lado daquele homem e entrelaçar os dedos com ele.

Seu coração se partiu ao ver ele beijar ela, mas Colin precisava ver aquilo, precisava entender que ele não era digno dela.

Logo ele que já a machucou.

Logo ele que a rejeitou antes mesmo de saber que tinha sentimentos por ela.

Ela merecia algo mais, garotas como Penélope merecem algo mais.

E pela cena que assistia, ela achou.

E foi nesse dia que Colin Bridgerton percebeu que amava Penélope Featherington depois de quase 12 anos, e ele viu que já era tarde demais, e que a amava o suficiente para deixá-la ser feliz, sem ele ao seu lado.

No dia seguindo ele renovou seu contrato com a BBC e foi embora de Londres, sem data de volta, deixando tudo para trás.

 


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Notas finais do capítulo

E chegamos ao fim.
É isto meu povo kkkkk
Como dizia o nosso filósofo Ramsay Bolton: "Se você acha que isso tem um final feliz, você não esteve prestando atenção."
Era pra ser só uma história com menos de 1000 palavras e acabou que eu me empolguei.
Literalmente, acabei AGORA de escrever, então se tiver algum erro, me corrijam pra que eu possa consertar.
Bjs de luz✨



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