I'm With You escrita por condekilmartin


Capítulo 6
A Surpresa


Notas iniciais do capítulo

Oie!
Mais um capítulo para vocês aproveitarem.
Enjoy ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/801176/chapter/6

Uma semana se passou desde que Antônio encontrou aquela moça chorando no lago e que teve a brilhante ideia de fugir. É claro que Vicente o ajudou, não podia confiar em Afonso para isso, e estava repassando os últimos passos para o plano funcionar quando decidiu que ia atrasá-lo mais um dia.

Ouviu seus pais deixarem escapar que os Albuquerque estavam organizando uma espécie de jantar de noivado e o coração mole de Antônio ficou um pouco sentido no que dizia respeito a fugir e deixar uma moça que ele sequer conhecia desamparada.

Não é que ele queria se casar com ela, longe disso, mas pensava ser injusto ao menos não se dar uma chance de conhecê-la.

— Você é um idiota. – Vicente afirmou, categórico. – Não se vai conhecer a pessoa de quem pretende fugir. Já raciocinou hoje Antônio?

— É o mínimo que eu posso fazer por ela, Vicente. – O advogado disse firmemente. – Afonso vai estar lá também, quem sabe ele não se interesse por ela e vice-versa?

— Você sabe muito bem que os interesses do seu irmão são outros.

— Ele vai precisar mudar de ideia em algum momento ou vai ser deserdado.

— E você acha mesmo que seus pais vão lhe manter a herança depois que fugir desse acordo? – Indagou o jornalista.

— Obviamente que não. – Antônio deu de ombros. – Ao menos eu tenho como sobreviver sem o dinheiro deles, Afonso não.

— Eu duvido que Afonso roube a atenção da moça, ou que ela se atraia por ele, ainda mais se ela for igual as outras.

— Vamos torcer para que isso aconteça, então ela não ficará tão desapontada quando perceber que seu pretendente original está há quilômetros de distância daqui, afinal vai ter um casamento garantido de qualquer forma.

Antônio tinha planos de retornar para Lisboa e conversar com Luís sobre algum emprego na Espanha ou até mesmo na França. Não teria como ficar em Portugal após fugir de seu pai, afinal iria ser encontrado uma hora ou outra e, quando isso acontecesse, talvez fosse destruído.

No entanto, iria sentir falta da Quinta do Girassol e dos caminhos criados pelas plantações de uvas onde havia crescido. Sentiria falta de cada canto dessas terras, sendo uma das mais recentes, a do lago da divisa.

Ele não entendia por que aquele lugar, aquela garota, havia ficado na sua mente. Fora uma coisa tão rápida, uma tarde qualquer. Não, qualquer não. Eles haviam partilhado um momento importante, haviam partilhado segredos, sonhos... Ela era a única pessoa, além de Vicente, que sabia de seu plano de fuga, que sabia que ele estava disposto a tudo para não se casar e não cumprir seu dever.

Antônio se pegava divagando sobre aquele momento diversas vezes ao dia, pensando em como aqueceu seu coração vê-la sorrindo. Desejou ter conhecido o som da sua risada também, mas ela estava triste demais para sorrir livremente, o que era uma pena pois deveria ficar ainda mais linda gargalhando.

O advogado precisou balançar a cabeça e afastar da mente aqueles pensamentos.

Não iam se encontrar novamente.

— Eu vou ao tal jantar de noivado, - Antônio levantou decidido e deu um sorriso maroto - mas ela não vai me querer.

— Antônio...

— Confie em mim, Vicente. – O advogado deu uma piscadela para o amigo. – Eu tenho um plano.

***

Catarina ainda não conseguia conversar normalmente com os pais e não fazia ideia de quando iria fazer isso novamente.

Seu pai a chamava para lhe ajudar nos assuntos da fazenda, mas ela sabia que era mais por culpa do que por necessidade. Trabalhar a ajudava a manter a mente no lugar e não pensar no seu futuro, então aproveitava bem o tempo focando em suas atividades, conversando com ele o mínimo necessário.

Com sua mãe a história era outra: Catarina precisava ignorar cada palavra que saía da boca da mãe, que aparentemente só sabia falar do casamento. Até os assuntos mais simples se transformava na festa iminente, que dona Elisa planejava e fazia questão de que fosse algo gigantesco.

A jovem só queria atrasar ao máximo o momento de conhecer o noivo, dessa forma não parecia ser tão real, e ela poderia ser livre para pensar e sonhar com o que quisesse.

Por mais que tentasse mudar o foco, os pensamentos mais recentes de Catarina continham aquela cena do lago, com aquele rapaz desconhecido. O sorriso e o humor dele não saiam da mente da moça, que passava horas pensando em como aqueles olhos azuis a haviam deixado impressionada. Queria saber como ele estava, se já tinha conseguido fugir, se tinha voltado para Lisboa ou ido para outro lugar...

Catarina ignorou aqueles pensamentos e decidiu que iria passar a tarde organizando o baile de aniversário de Beatriz, longe de casa e, quem sabe, dos seus próprios pensamentos.

— E você não está animada para conhecer o seu noivo misterioso? – Beatriz perguntou.

— Meu Deus, Beatriz, eu vim aqui justamente para mudar meus pensamentos e você insiste em perguntar sobre eles. – Catarina bufou.

— Ah, minha prima, não me diga que não está nem um pouquinho curiosa. – Beatriz insistindo e suspirando. – Imagina que romântico seria vocês se conhecem e se apaixonam assim que seus olhos se encontram.

— Você anda lendo romances demais! – Catarina resmungou. – Acha mesmo que eu vou me apaixonar por um homem que nem conheço?

— Nada é impossível, nem para você. – Beatriz lhe sorriu e mudou de assunto para a festa.

Depois de se despedirem, Catarina voltou para casa com Tempestade lhe fazendo companhia e, ao chegarem na Fazenda Albuquerque, a jovem surpreendeu-se vendo a total bagunça que estava aquela casa.

— O que está acontecendo aqui, mamãe? – Perguntou ao avistar a mãe entrando na sala de jantar.

— Seu pai tem um jantar de negócios, - mentiu – e me avisou completamente em cima da hora, acreditas?

— Jantar de negócios? – Catarina não recordava de o pai ter marcado nenhum jantar importante em sua casa, ao menos ele não havia deixado nada anotado em seus cadernos.

— Isso mesmo. – Elisa encarou a filha. – E antes que pergunte, não, não preciso de sua ajuda.

— Tem certeza?

— Mas é claro, minha filha. – Elisa deixou um sorriso escapar dos lábios. – Tudo o que eu preciso que você faça é subir para o seu quarto, tomar um bom banho e usar um dos vestidos novos, por favor?

— Vestido novo? Mas mamãe... – A jovem foi interrompida.

— Isso mesmo, Catarina, um vestido novo. – Elisa disse séria. – Quem sabe aquele azul rendado que você tanto gostou. E faça um penteado, sim? É um jantar muito importante.

— Tudo bem...

A moça decidiu não questionar o porquê de sua mãe estar tão afobada e ansiosa por um mero jantar de negócios. Aquele tipo de coisa acontecia com tanta frequência que imaginou que sua mãe já estivesse acostumada, pelo visto estava errada.

Catarina se permitiu relaxar um pouco durante o banho e seus pensamentos vagaram novamente para aquele moço loiro e seus olhos azuis penetrantes do lago. Sorriu com a lembrança. Queria ter tido a coragem dele de fugir e encarar o mundo, mas sabia que era uma ideia completamente utópica.

Prendeu seu cabelo preto em um coque firme, mas deixou umas mechas ondulando soltas na frente, compondo o penteado que a mãe tanto insistira para que usasse. O vestido azul que marcava sua cintura completou o visual e até que ela estava satisfeita com o resultado.

Começou a ouvir pequenos barulhos na sala de estar e assumiu que os convidados de seu pai haviam chegado. Olhou para seu reflexo mais uma vez e suspirou, saindo do quarto.

À medida em que descia as escadas, as vozes foram ficando mais claras e a moça conseguiu distinguir os risos abafados de sua mãe e outra mulher, como se partilhassem algum segredo, bem como ouvir a voz de seu pai com o senhor alto e loiro que estava a seu lado.

A mente de Catarina se revirava. Não acreditava que havia caído na conversa de sua mãe novamente. Havia sido atraída para seu abate da maneira mais cínica possível e a moça só conseguia sentir a raiva entrando em cada poro do seu corpo.

Não ia ficar ali, não podia ficar ali. Não havia se preparado para aquela situação, para aquele cenário, aquele circo.

Tomada pela raiva, Catarina desceu os últimos degraus e, ignorando todos os seus modos e sua educação, ia seguir para longe dali quando algo alto e rígido entrou em seu caminho, fazendo com que quase caísse, se não fosse segurada antes.

A moça levantou os olhos irados e ia começar a se soltar quando seus olhos encontraram os de quem a segurava:

— Você.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não esqueçam de comentar o que acharam.
Um beijo ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I'm With You" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.