O Dia que Me Apaixonei escrita por PepitaPocket


Capítulo 1
3 de Abril (Capítulo Único)




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“Não sei porque tenho de frequentar a academia, dattebayo”.

Naruto que costumava sempre sorrir, naquele dia estava com o humor mais azedo do que limão. Tudo porque ele havia sido pego em flagrante, enquanto matava aula.

Isso havia lhe rendido uma bronca épica por parte do Sandaime, apesar de Naruto insistir que não via sentido em continuar frequentado a academia.

Diferente do esperado, Naruto não era um prodígio. Não adiantou, ter sido colocado mais cedo que os outros alunos na escola, ele apenas sentia que aquilo não era para ele.

Ele caminhava pelo corredor, rumo a sala de aula, que estava mais para a sala de tortura.

— Se não vai entrar, pode me dar licença, por favor. – Uma voz feminina, o fez perceber que estava há algum tempo parado ali na porta, sem entrar nem recuar.

Naruto virou-se para trás, no piloto automático, e naquele instante foi como se o tempo parasse, pois a garota que o fitava tinha profundos olhos verdes, e longos cabelos róseos que balançavam ao ritmo da brisa que soprara momentaneamente naquele momento.

— Então, vai ficar ai parado até quando? – Ela franziu sua testa grande, de um jeito que para o loiro foi adorável.

Ele nunca tinha visto ninguém como ela.

— Gomensai. – Ele disse baixando os olhos, nervoso. Sua garganta estava seca e seu coração estava palpitando. E, ele não entendia o que tinha de errado com ele.

A garota passara em direção a aula, e nem olhara novamente para trás. Coisa que o Uzumaki agradeceu, se não o veria encarando-a com cara de idiota, enquanto coçava a cabeça.

No entanto, misteriosamente seu dia havia se tornado ligeiramente melhor.

...

Dois minutos depois, Naruto entrou na sala de aula, apenas para dar mais uma olhada naquela exótica garota de cabelos róseos, e olhos verdes como jade.

Para sua felicidade o acento do lado dela estava vago. Ele odiava sentar-se na frente, porque ficava muito perto de Iruka-sensei, e não dava para tirar uma soneca durante a aula.

Sakura que já havia aberto o caderno, se surpreendeu quando um garoto loiro de profundos olhos azuis, sentara-se do seu lado. Suas bochechas aqueceram e seu coração parecia que sairia pela boca.

Ele era tão bonitinho. ela se deu um soco mental por pensar nessas coisas e por achar legal ele ter sentado de seu lado. Tirando Ino, ninguém queria ser seu amigo na academia. E isso a entristecia.

— Copiem, no caderno... – Iruka virou-se para a classe e momentaneamente parou de falar, abismado por Naruto ter retornado a aula, e ainda ter sentado na primeira fileira. Deveria ser o dia do juízo final ou o inferno deveria estar congelando. O sensei pensara antes de conseguir retomar sua linha de raciocínio. – Como dizia copiem no caderno a data, hoje é dia 3 de abril.

Sakura fez exatamente o que o sensei mandou, já Naruto nem prestara atenção no que ele tinha dito, estava do lado da bonita garota que ele nem sabia o nome, mas que mesmo assim havia deixado uma forte marca em seu coração, com uma singela troca de olhares.

...

Naquele dia caia uma chuva incessante em Konoha. A água que se precipitava do céu, ricocheteava no chão, tamanha sua força.

A garota olhara amuada para o lado de fora, aborrecida por não ter escutado sua mãe, e pegado o guarda-chuva.

Mais atrás Naruto vinha caminhando, sem importar-se nenhum pouco com o aguaceiro que caia lá fora.

Para ele, aquele não era um problema. Era só ir para casa debaixo da chuva mesmo, e chegar em casa e colocar a roupa para secar atrás da janela e se enrolar em um cobertor, enquanto esperava isso acontecer.

Mas, a garota parecia hesitar.

— Está com medo de se molhar? – A chegada abrupta de Naruto pegou a garota desprevenida. Já que ele se aproximou mais do que o necessário e falara bem ao pé de seu ouvido, fazendo-a virar-se totalmente constrangida.

— Não deveria se aproximar de uma senhorita desse jeito, garoto. – Ela ralhara levando a mão na cintura, e franzindo sua testa em uma clara demonstração de que estava chateada.

Naruto de novo sorriu achando-a adorável, ainda mais quando cruzara os braços e fizera um bico gracioso de descontentamento.

— Anda, está com medo de uma chuvinha, bonequinha? – Ele perguntou dando um sorriso de canto provocante, e o cabelo de Sakura pareceu normal, perto da cor de suas bochechas naquele instante.

— De que você me... – A menina não teve tempo de completar sua zanga, pois se vira puxada pela mão pelo Uzumaki que a puxara com tudo para o lado de fora. – Ahhh... Chuva...

— Eu só queria que você soubesse a sensação... – Ele disse com um sorriso, com o queixo tremendo, mas sem deixar de sorrir.

Nisso a mão dele apertara ainda mais a sua, e foi como se o coração dela fosse sair pela boca, mas ela não soltara.

Se o fizesse ela não confiava que iria conseguir  seguir correndo, como anteriormente. Havia algo de quente e acolhedor em seu toque.

A chuva fria caia torrencialmente, trazendo desconforto.

Mas, quando Naruto olhara para trás e lhe sorrira, foi como se tivesse um sol quente lhe aquecendo.

Mesmo em meio ao aguaceiro. Naqueles breves instantes foi como se ela pudesse fazer qualquer coisa, transcender qualquer obstáculo.

...

— Porque estou pensando nisto? - A garota de exóticos cabelos róseos havia crescido e se tornado uma bela mulher.

Ela batera com força a porta do armário do vestiário no hospital. Onde havia encerrado mais um turno de doze horas.

Ela parara na porta aborrecida, por que estava chovendo.

“Isso é tão similar”. – Sakura sorrira para si mesmo um pouco nostálgica, pensando na vez que Naruto a puxara para a chuva e a fizera correr na mesma.

Naquela época eles deveriam ter sete anos. Deslizara a mão direita sobre sua esquerda, quase podendo sentir a mão dele envolvendo a sua, exatamente como daquela vez.

— Sakura-chan! – Então uma voz rouca chamou sua atenção, e ao olhar para trás se deparara com os mesmos olhos azuis de suas lembranças, com um brilho mais maduro e experiente. Mas, o sorriso era o do mesmo garotinho gentil e estabanado de outrora.

— Naruto... – Ela murmurou o nome dela, sendo tomada por uma emoção distinta.

— Eu vim até aqui, pensando em chama-la para comer um ramen... Mas, a chuva... – Ele disse coçando a cabeça de um jeito que fizera a garota sorrir.

De novo aquela familiaridade.

— Anda, está com medo de uma chuvinha? – Ela perguntou dando um sorriso distinto de qualquer outro que ela tenha dado.

— Nunca, bonequinha. – Ele dissera em tom baixo, usando o mesmo sorriso de quando criança. Só que algo havia mudado, e ele estava mais...

Sakura não conseguiu interromper seu pensamento se vira puxada por ele do mesmo jeito. A chuva encharcara suas vestes, fazendo-a estremecer de frio.

Mas, sua mão irradiava a mesma sensação de calor de tempos atrás.

Exatamente, igual.

Não, melhor.

Ela pensara reconfortada com a ideia, de que dez anos depois, Naruto continuava ali, segurando com força sua mão.

Seu desejo é que ele continuasse sempre ali para isto. Quando ela virou para trás e lhe sorriu, ela teve certeza que ele o faria.

Caso contrário ela iria atrás dele, pois não conseguiria viver sem seu sorriso.

...

— Você quer entrar, Naruto? – Sakura ofereceu gentilmente quando eles pararam em frente a sua casa.

O garoto aceitou o convite, porque a verdade é que ele queria ficar perto da garota tanto quanto fosse possível.

— Meus pais estão viajando. – Sakura disse calmamente, embora parte dela estivesse entristecida, pela constante ausência deles em sua vida.

— Pelo menos dessa vez, seu pai não está aqui para correr atrás de mim com uma vassoura. – Naruto dissera em alusão a primeira vez que ele levara a garota daquele jeito até em casa.

Naruto não os culpava, todo o vilarejo o via como um monstro. Era algo que não tinha como mudar, sem que ele próprio mostrasse seu próprio valor.

Mas, Sakura sentia-se envergonhada, pela atitude de sua família mesmo anos tendo se passado. Ela própria não havia sido generosa com o Naruto desde o começo.

Automaticamente, sua mão direita caíra sobre a esqueda. O calor que ele emanava estava ainda mais presente em sua pele naquele momento.

— Hei, está tudo bem. – Ele disse dando uma risada nervosa, não gostava de vê-la triste. Desde que havia retornado de seu treinamento com o ero-sennin, Naruto estava mais determinado em fazer a garota sorrir.

— Não, não está... – Sakura disse um pouco frustrada. – As coisas tem mudado, mas impossível eu não ver as marcas, que todos esse tempo de abandono lhe custou... Eu não sei como você aguenta, mas... – Parara de falar, quando a mão dele caiu em seu rosto, e sua testa grudou a sua, em um contato íntimo que interligava não apenas seus corpos naquele instante, mas suas almas.

— Tudo bem, você sempre esteve comigo... – Naruto murmurou em um tom baixo e confessional.

Sakura estremeceu, sentindo que ele não estava dizendo a verdade. Ela própria ignorara Naruto, um tempo precioso que ela sentia ter jogado fora e não podia recuperar.

— Eu... – Tentou dizer algo, mas a frustração não a deixara e ela acabou engasgando com a vontade de chorar.

— Chi, não chore por mim... Eu quero que sorria por mim, sempre. – Ele dissera enlaçando sua cintura e trazendo-a para mais perto, e ela dessa vez não o repeliu como era de se esperar.

— A garota na academia que me ignorava.

— A garota do mesmo meu time que me espancava.

— Hoje está em meus braços. – Ele disse sonhador. – Eu definitivamente sou um homem de sorte.

Sakura ficou perplexa por suas palavras, suas bochechas aquecendo-se como se estivesse em chamas.

— Desde aquele dia, eu a quis... – Ele disse aspirando com força o cheiro de seus cabelos.

— Aquele... Dia... – A respiração de Sakura tornou-se mais pesada e entrecortada.

— Antes eu não sabia como explicar... Tudo que senti, mas hoje... – Ele disse com os olhos marejando-se, e ela também, porque uma lágrima correra livre por sua bochecha.

— O dia que eu me apaixonei por você.

Suas mãos deslizaram por sua face, e seus olhos se fecharam, como que aproveitar ao máximo a duração daquele momento.

— Naruto... Arigatou. – Foram as palavras de Sakura, então sem aviso ela ficara na ponta dos pés e seus lábios encontraram-se com os dele, e Naruto ficou ali estático, na dúvida se aquilo era um sonho ou a mais doce realidade.

Mas, quando ele abriu os olhos ele percebeu que entre lágrimas, ela chorava com os olhos repletos de amor... E ele sabia que era sua doce realidade.

O dia que ele se apaixonou. Também foi o dia que ele enfim realizou esse amor. Agora, ele era um homem completo, porque ela estava ali.

Abraçados, eles assistiram a chuva cair, enrolados em um cobertor, comemorando o dia que era só deles...


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