No começo do ano Dumbledore havia anunciado que a escola prestaria o Torneio Tribruxo, que envolveria três escolas de magia que teria um campeão lhes representando no torneio. Nunca tinha ouvido falar de tal evento, havia nascido no mundo trouxa e só conheceu o mundo mágico depois de ter sido adotada por bruxos, mesmo lendo inúmeros livros para se encaixar neste mundo nunca tinha lido algo sobre o assunto, mas não importava, o mundo bruxo era enorme e passaria a vida descobrindo suas maravilhas.

Aquela noite alunos e alunas das escolas de magia de Durmstrang e Beauxbatons chegaram a Hogwarts, um de navio e a outra de carruagens, o desfile no salão principal deixou todos empolgados com as apresentações.

— Elas parecem veelas deslizando pelo chão. – Falou Luna Lovegood, sua amiga. Ela tinha a fama de ser doidinha da cabeça, mas isso não impediu de se aproximarem, a loira trazia uma luz de inocência que lhe encantava e a lembrava a sua amiga de infância.

— São lindas de fato, mas será que elas não comem não? – Comentou Olivia intrigada. – São tão magras, será que passam fome.

Ouviu risadas prazerosas da Luna ao seu lado.

— Talvez comem pouco para poderem caber no uniforme. – Emendou Luna após rir da teoria da amiga.

— Ainda bem que não temos esse problema aqui, a comida de Hogwarts é muito gostosa para comer pouco, falando em comida quando Dumbledore vai encerrar o discurso, eu quero comer. – Reclamou Olivia encostando a cabeça no ombro da amiga.

No dia seguinte havia acordado com uma movimentação estranha em seu quarto, suas colegas haviam acordado ainda mais cedo para se arrumarem, aparentemente não queriam perder para as alunas Beauxbatons em requisito de beleza, o que lhe deu mais vontade de continuar na cama, mas de algum jeito acabou sendo arrastada para confusão e quando deixou o salão comunal da Corvinal seu cabelo estava perfeitamente alinhado e cheirando a lírios, sua face estava maquiada, escondendo todas as suas imperfeições e seus lábios estavam pintados com um batom avermelhado.

— Não acredito! – Disse Olivia para Luna espantada. A mesma se preparava para juntar-se a colega para o café da manhã. – Como você escapou do embelezamento das meninas?

— Saí em quanto estavam distraídas. – Sorriu

— Preciso aprender com você, não quero perder uma hora do meu tempo só com maquiagem, sem nem ter comido algo antes. – Desabafou Olivia em quanto arrumava seu prato com torradas e bolos.

— Você pode usar a primeira aula para descansar. – Sugeriu em quanto passava geleia de uva na torrada.

— A primeira aula é história da magia? Ninguém merece. – Bufou frustrada. – Sinceramente não sei como consegui passar na matéria dele dormindo o bimestre inteiro.

— Conseguiu passando a noite em claro revendo os deveres dos nossos colegas e estudando os livros que mencionavam os assuntos da matéria. – Respondeu Luna, antes de morder sua torrada.

— Talvez tenha sido isso. – Concordou Olivia distraída.

***

— Como podem ver alguns alunos de Durmstrang e Beauxbatons se juntaram a nós para continuar seus estudos durante o torneio tribruxo....

Pouco a pouco os alunos foram se sentando, alguns fizeram dupla com alunos dos outros colégios, e se separando dos seus colegas habituais.

Olivia estava preparando para cruzar os braços e deitar a cabeça na mesa quando o professor Bins, um fantasma começou a falar de uma lenda sobre Merlin e Morgana.

— É dito que Morgana sempre desejou ser mais forte que Merlin, então depois de aprofundar seus estudos eles tiveram um duelo histórico, que causou destruição dos terrenos escolhidos para o combate, vendo que seus poderes causariam mais destruição do que qualquer beneficio Merlin sugeriu uma luta indireta e desde então essa luta é travada por seus descendentes....

— Isso é novidade, será que é uma lenda falada de boca em boca? Já li vários livros sobre contos do mundo bruxo e nunca ouvi nada sobre essa. – Falou incomodada.

— Também nasceu no mundo trouxa? – Perguntou uma menina loira usando o uniforme azul da Beauxbatons, ela estava sentada atrás de si, parecia tão intrigada quanto Olivia.

— Sim. – Confirmou Olivia.

— Eu ouvi algo sobre isso vindo dos meus pais. – Embora fosse francesa falava muito bem o inglês britânico.

— Existe uma profecia sobre eles e um boato. – Falou a jovem francesa. – A profecia é bem longa, quem deve saber dela é a Ava, se tiver interesse eu apresento vocês duas depois.

— Ava? Tive uma amiga com esse nome, qual é o boato? – Perguntou se virando para dar mais atenção à garota.

— Que os últimos herdeiros de Merlin e Morgana foram dois grandes bruxos no mundo da magia, o seu diretor e Gellert Grindelwald.

— [...] Os herdeiros se reconheceram através de sua melodia fúnebre. – Disse o professor Bins.

— Que melodia? – Perguntou a garota da Beauxbatons atrás de si.

— Uma melodia que somente eles sabem a letra completa, mas no ultimo encontro dos herdeiros foi registrado um pedaço da musica. – Falou o professor Bins com sua face entediante, alguns alunos da grifinória se esforçavam para se manterem acordados, outros tinham desistido assim que se sentaram em seus lugares.

A melodia foi escrita no quadro por um aluno que o professor Bins havia chamado para auxilia-lo.

Há de perecer,

Tudo em que há vida

Prontos pra morrer ou se esconder

Mas será em vão

— Esse seria o suposto começo da melodia. – Continuou o professor fantasma.

— Estranho, essa letra parece uma musica que a Ava tem mania de cantar, vou falar com ela mais tarde. – Disse a loira em voz alta.

Olivia não ouviu o que sua colega de classe havia dito, estava pensativa, se lembrava de uma musica de ninar que cantava com sua amiga de infância, antes de ser adotada sempre cantava uma musica de ninar para ela, e começava com aquelas palavras, seria coincidência? Afinal onde tinha aprendido a cantar aquela musica.

Na hora do almoço todos no salão principal só sabiam falar dos herdeiros de Merlin e Morgana. A mesa da Sonserina cantava em diferentes tons o verso único da musica. Estavam todos agitados, então decidiu comer rapidamente e sair o mais rápido possível daquela agitação.

— Aqui esta ela, a garota que te falei Ava. – Disse a garota da aula de história de magia. – Essa é a amiga que lhe falei.

Deixou a torrada no prato e se levantou para se apresentar para a garota, era loira igual a colega.

— Loise, me falou de você, mas não teve oportunidade de perguntar seu nome. – Falou a garota.

— Ah, meu nome é Olivia Rees-Price – Disse dando a mão para o cumprimento.

A garota segurou sua mão com uma cara de espanto.

— Por acaso você morou em um orfanato em Londres na infância?

— Sim, como sabe? – Aquela informação poucos sabia dela, não era nenhum segredo, mas seus pais não espalhavam que tinham adotado uma nascida-trouxa.

— Eu sou Ava Baker, não consegue reconhecer?

O mundo era grande, mas naquele momento ele parecia ser muito pequeno, as chances de reencontrar uma colega de infância que conheceu em um orfanato eram baixíssimas, mas lá estavam elas, nove anos depois, de frente uma para outra.

— Ava? – Perguntou ainda não acreditando, seus olhos estavam arregalados com a surpresa.

— Você cresceu bastante Oli, quem diria que nós duas somos bruxas e nos reencontraríamos aqui. – Falou Ava com um sorriso contente.

Olivia sem conseguir se conter abraçou a amiga de infância em um abraço apertado.