Fred sorriu, mal contendo a ansiedade que o dominava. Meia-noite e vinte. Já era primeiro de abril. Ele sempre achara muito apropriado que ele e George tivessem nascido naquela data, afinal eram incríveis demais para serem de verdade! Mas, com o passar do tempo, percebeu o quanto aquela data se encaixava em suas personalidades, em suas vidas: amavam brincadeiras, adoravam aprontar com todos e nada combinava mais com isso do que o dia da mentira.

Aquela era a data oficial para se realizar o máximo de pegadinhas possíveis e os gêmeos a aproveitavam muito bem, obrigado. Entretanto, haviam desenvolvido uma tradição de aniversário: a primeira pessoa com quem faziam uma pegadinha era um com o outro. Ele não sabia como, mas George sempre descobria o que ele tinha planejado e conseguia realizar a pegadinha antes. Mas não esse ano. Fred esperava ansiosamente o relógio bater meia-noite para colocar aquela versão minimizada de uma bomba de bosta embaixo do travesseiro de George. Não havia como o irmão superá-lo esse ano.

Sorrindo, saiu de perto da cama de George e foi até a própria, jogando-se em cima das colchas. Não levou nem dois segundos para que Fred percebesse seu erro e sentisse o insuportável cheiro invadir suas narinas, a risada do irmão ficando mais alta enquanto ele se aproximava da porta do quarto.

— Feliz aniversário, maninho. – Disse, gargalhando. Como se soubesse que Fred se perguntava mentalmente como o irmão descobrira, George respondeu: – Eu te conheci antes mesmo que você nascesse, Fred. Acho que te conheço melhor do que você mesmo, vamos lá.

Dizendo isso, George se foi até o guarda-roupa, abrindo-o. Antes que ele pudesse se afastar, um balde de tinta verde caiu em cima de sua cabeça, encharcando-o.

— Também te conheço melhor do que você mesmo, George. – Sorriu. – E feliz aniversário.