Shingeki no Kyojin — A Grande Guerra Titã. escrita por Sevenhj777


Capítulo 63
A ilha de Paradis.




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— Kurono está morto. — Wilhem disse, insensível. Interrompia o jantar dos Fritz de repente. — Parece que seu navio foi interrompido por embarcações misteriosas. Seu corpo foi deixado lá. Soube que Nubasa Azumabito, sua filha, se tornou a nova imperadora de Hizuru.

 

A notícia provocou surpresa a todos os membros da família real, ninguém esperava uma notícia dessas num momento tão frágil, tão subitamente. Shinki, que se servia junto a eles não poderia ter outra reação, começou a chorar e acabou vomitando de nervoso. Kurono era quase um pai para ele, mesmo com o clima tenso dos últimos dias. Talvez fosse sua culpa.

 

— Você sabe alguma coisa sobre isso, Ingrid? — indagou Karl, friamente. Desconfiava de sua irmã desde cedo, e seus sumiços misteriosos apontavam traição.

 

— Não, Karl. — Ingrid respondeu, seca. Seus olhos raivosos eram direcionados à Karl. Certamente, se fosse trai-lo, com certeza não seria em benefício à Xing.

 

Karl respondeu com um forte suspirar, estava mais que claro o que havia acontecido. Tocou nos ombros de Shinki e o acolheu com os olhos, entregando-lhe um sorriso de canto acolhedor. Significava que era a hora.

 

Shinki entendeu a mensagem imediatamente, fazendo-o assentir positivamente com a cabeça. Karl deu as costas e foi-se embora, acompanhado de Wilhem, rumo ao subsolo.

 

Ao chegar nas escadarias cristalizadas, tirou sua coroa e a jogou contra o chão, fazendo o tilintar metálico soar por todo o extenso âmbito. Tirou a capa avermelhada, suspirou fundo e caminhou até o centro da grande região.

 

— Empreste-me sua força, Ymir. — sussurrou para si mesmo. De repente, seus olhos se tornaram tão amarelos quanto o sol, e raios surgiram ao seu redor.

 

Emma cavalgava nas ruas da capital, sendo xingada aos quatro cantos e sinceramente acostumada com isso. Subitamente, as crianças pararam de brincar, os vendedores de anunciar suas frutas e tudo ficou num silêncio absurdo. Toda cidade ficou em transe, exceto ela.

 

Todos Eldianos, dos mais velhos aos mais novos, eram encaminhados à um lugar inusitado, a Coordenada. O céu era tomado por ramificações de uma única raíz: um tipo de árvore de pura energia, onde Karl Fritz estava de frente.

 

Todos estavam lá, sem exceção. Até mesmo refugiados que sequer sabiam de sua ancestralidade Eldiana. Lisa, Ysabel, Ulrich, Eivor, Akira... todos, absolutamente todos.

 

— Ouçam-me atentamente. — A voz de Karl ecoou pelo ouvido das milhões de pessoas com clareza, ecoando em uníssono junto a dezenas de vozes. — Eu tentei parar a guerra, e em resposta mais ódio foi semeado. Eu entendi finalmente, se vingança é chamada de justiça então ela é falha, e a justiça semeará mais ódio, e consequentemente, injustiças. O mundo tem sofrido por milênios graças aos nossos antepassados, e isso é imperdoável.

 

— O que está fazendo, Karl?! — gritou Ingrid, em fúria. Sabia muitíssimo bem onde seu irmão queria chegar, e queria muito que estivesse errada.

 

— Decisões ruins de cento e quarenta e quatro reis levaram o mundo à ruína, plantando ódio e caos em ciclos infinitos que não mudarão. Isso é algo que está fora do meu controle. Eu não posso parar as guerras. Eu não posso unir o mundo, pois enquanto nós, súditos de Ymir, estivermos vivos, o restante continuará nos odiando e vice versa. Eu cansei, cansei de tentar e repetir os mesmos erros de meus antecessores, e por isso cheguei a uma conclusão. — Karl respirou fundo, os olhares do mundo inteiro estavam para ele. Abriu as mãos e ergueu o tom de voz. — Eu, Karl Fritz, o segundo de meu nome, renuncio o Império de Eldia às oito casas, estabelecendo a cidade de Lago como núcleo para todas as etnias, seja refugiado ou Eldiano, sob comando de meus escolhidos. — O falatório começou. Era inadmissível, não podiam acreditar no que estava acontecendo e muito menos no que ouviam. — Em contrapartida, sei a guerra que proliferará pelo continente, pois as oito casas são ambiciosas. Estou movendo a capital oficial do continente para um lugar diferente, isolado e distante da morte: Paradis. É uma ilha pacata, onde há muitas riquezas a serem exploradas, uma terra fértil, com um ambiente agradável e um clima até mais equilibrado que o continente!

 

Não adiantou, o falatório não diminuiu. As pessoas acreditavam estar sonhando, e as que não simplesmente não engoliam o que era dito pelo rei. Karl engoliu seco. O mundo não concordava com seus dizeres e ideologias.

 

De repente, com passos acelerados, adentrou a multidão e foi passando rumo à uma única pessoa: Sigurd Erigon. Ao se aproximar, tocou seu ombro e sussurrou em seu ouvido:

 

— Para haver equilíbrio, sua morte é necessária. Eu sinto muito, mas terá um prazo para se entregar à Marley, caso contrário sofrerá de uma morte dolorosa e seu titã será entregue à eles de má vontade pelos caminhos. — Sigurd arregalou os olhos, e mesmo Karl sentia dor por dizer aquelas palavras. Mais falatório. — Sua família terá acesso a uma riqueza nunca antes vista em Paradis, não se preocupe...

 

O falatório aumentou, e Karl só não foi arrastado pela multidão por ser quase onipotente dentro da coordenada. Dor. Apenas dor era o que sentia, mas sabia no fundo do peito que o que fazia era certo.

 

De repente as pessoas da rua acordaram do transe, e Karl Fritz se viu no chão, segurando seu peito. Estava certo, ele jurava que estava certo, mas a rejeição dói. As pessoas não o viam como herói, ninguém via.

 

Shinki se aproximou, limpando as próprias lágrimas enquanto tocou o ombro de Karl, o acolhendo com um sorriso de canto.

 

— Nós vamos criar um paraíso.

 

Karl acabou deixando um sorriso escapar, enquanto seus olhos tristes voltavam a esboçar felicidade. Precisava seguir em frente.


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