Águas Passadas escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 22
capítulo vinte e dois




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Já havia passado uma semana desde que Kitana estava desaparecida. Sonya já havia ido várias vezes, junto com sua equipe, para o acampamento da Mileena e nem um vestígio da princesa. De volta ao Plano Terreno, Sonya vai ao Lin kuei, chegando lá Sub zero vai ao encontro dela e pergunta:

— Alguma notícia?

— Falei com a própria Mileena, ela deixou vasculharmos todo o acampamento e nada.

— É possível que ela esteja em um local separado.

— Um esconderijo?

— A Exoterra é uma caixinha de surpresas.

—--***---

Kitana ouviu alguém mexendo no trinco da porta, ela permaneceu sentada onde estava e ouviu uma voz conhecida dizer:

— Comida para a princesinha de Edenia.

Ela levantou o olhar e Tanya sorriu. Kitana disse:

— Não estou nem um pouco surpresa de vê-la aqui.

Tanya perguntou:

— E então... Você já decidiu o que vai fazer?

— Do que?

— Eu sei de tudo.

Kitana virou de lado e encostou a cabeça na parede, Tanya perguntou:

— Não vai me responder?

— Não é da sua conta, foi Mileena que fez essa proposta e então é a ela que devo dar a resposta.

Tanya se levantou irritada e já estava saindo do lugar quando Kitana a chamou, ela se virou para Kitana e a princesa disse:

— Você deveria ter o mínimo de respeito pelo filho que você carrega. Toda essa maldade que você pratica...

— Ah Kitana! Eu não vou ficar aqui ouvindo lição de moral, principalmente vinda de você.

Em seguida ela saiu da casa, ia trancar a porta quando esbarrou em Mileena e Frost. Mileena perguntou:

— Fazendo uma visitinha a nossa amiga, Tanya?

— Tentei adiantar o serviço de vocês.

— Já deu uma semana – disse Frost – é hora da resposta.

As três entraram na casa e Kitana se levantou de onde estava.  Mileena olhou para o prato de comida que havia pedido que Tanya desse a Kitana: estava intacto. A tarkatana perguntou:

— Por que não comeu?

— Estava sem fome.

Mileena deu de ombros, Frost se aproximou de Kitana e perguntou:

— Já decidiu o que vai fazer?

Kitana não ousava olhar para Frost, a única vontade que tinha era fugir daquele lugar. Permaneceu calada diante da pergunta da cryomancer. Esta insistiu:

— Não vai me responder? – perguntou Frost já deixando sair de suas mãos uma fumaça fria.

Kitana deixou uma lágrima escorrer pelo rosto, olhou para Frost e disse:

— Vou fazer o que você deseja.

—--***---

Já passava da meia-noite, Kitana foi levada de volta para o Lin kuei com o auxilio de Rain. Este a deixou no jardim e desapareceu num redemoinho de água. A princesa começou a caminhar pelos corredores do palácio indo em direção ao seu quarto, passou pelo quarto de Liang. Percebeu que a porta estava aberta e a empurrou bem devagar e pode vê-lo estirado na cama, apenas com um lençol fino cobrindo seu corpo. Sentiu vontade de entrar no quarto, mas hesitou pensando que poderia acordá-lo. Fechou a porta vagarosamente e não demorou muito para encontrar o seu quarto, entrou nele e viu que as coisas estavam da mesma forma que havia deixado. Pegou uma toalha e uma camisola e foi para o banho, se banhou rapidamente, colocou a camisola e se deitou. Ao lembrar-se da decisão que havia tomado, a vontade de chorar veio instantaneamente, queria que tudo aquilo fosse um simples pesadelo. O cansaço fez com que ela dormisse logo.

De manhã, uma criada foi limpar o quarto de Kitana, crente que ela não estaria lá escancarou a porta e se assustou ao ver a princesa dormindo. Colocou a mão na boca para tentar conter o grito que quase veio e saiu às pressas a procura de Sub zero.

Kitana acordou com o movimento que a empregada fez. Ela havia acabado de sair e a princesa trancou a porta e foi trocar de roupa as pressas, colocou uma blusa de manga comprida branca com estampas em azul, uma calça jeans e uma bota de cano curto marrom arrumou o cabelo como de costume. Destrancou a porta e ao abrir Sub zero já estava a sua frente, Kitana segurou as lágrimas, respirou fundo. Sub zero disse:

— Onde você estava?

Em seguida a abraçou e disse sussurrando em seu ouvido:

— Você não faz ideia de como eu estava sentindo sua falta.

Kitana o abraçou sentiu um desejo de que aquele momento se eternizasse. Afastou-se dele e disse entre soluços:

— Kuai... Prometa que ira me entender a minha decisão.

— Qual decisão?

— Só prometa que irá me entender.

Kuai se sentiu confuso, foi quando Satoshi veio correndo e abraçou a perna de Kitana, Harumi veio logo atrás e percebeu que a princesa não estava bem, chamou-a para conversar dizendo a Sub zero:

— Me deixe roubá-la de você, prometo que a devolvo.

 Sub zero assentiu, e disse:

— Vou avisar as Forças Especiais para que cessem as buscas.

Deu um beijo nos lábios de Kitana e foi para a sala de treino. Harumi disse a princesa:

— Vamos para o jardim.

As duas caminharam até o jardim, Satoshi corria na frente com um carrinho de brinquedo nas mãos, chegando lá sentaram na grama e Harumi começou:

— Eu sinto que você não está bem Kitana.

— Você está certa... Eu não consigo mais olhar nos olhos dele.

— Por quê? O que aconteceu lá?

— Frost me fez uma proposta. Ela me pediu que eu me afastasse do Sub zero, em troca Mileena não atacaria o Plano Terreno.

Harumi se assustou:

— Como assim? Kitana você... Aceitou isso?

Kitana pôs as mãos no rosto e começou a chorar copiosamente. Harumi a abraçou e Kitana acolheu o abraço, depois de alguns segundos se afastaram e a princesa continuou:

— Se eu não aceitasse, ela começaria a atacar o Plano Terreno começando pelo Lin kuei. Mataria todos vocês na minha frente...

— Mas chamaríamos o Raiden, ele não deixaria...

— Harumi, a última vez que chamamos o Raiden muitos morreram inclusive eu. Você sabe bem disso.

Harumi respirou fundo, baixou a cabeça e disse sussurrando:

— Me desculpe.

Kitana disse:

— Ai Harumi, eu que peço perdão... É que eu não confio muito no Raiden e...

— Eu te entendo.

— Por ora, não fale a ninguém o motivo de eu ir embora.

— E quando você vai falar?

— Na hora certa eu falo.

As duas ainda conversavam quando Sonya, Kenshi e Hanzo aparecem, Sonya diz em tom de alívio:

— Fiquei muito aliviada quando Sub zero me ligou falando que você já havia voltado. Onde você estava esse tempo todo?

— Na Exoterra, mas não me pergunte onde, pois não tenho a menor ideia.

— Pelo menos te encontramos – disse Kenshi estendendo a mão para que Kitana levantasse.

Kitana segurou a mão de Kenshi e esse a ergueu para que ela levantasse. A princesa disse:

— Preciso conversar com você em particular, Sonya.

— Vamos para a base – disse a general a afastando do grupo.

Só restaram Harumi, Kenshi e Hanzo no jardim. Harumi estava se levantando e limpava o vestido que estava com um pouco de grama seca presa no tecido. Ela estava indo a procura de Satoshi quando Kenshi a interceptou:

— Harumi, Hanzo precisa falar com você.

— Mas eu não tenho nada pra falar com ele – disse a japonesa olhando diretamente para o ninja.

— Vou deixar vocês a sós – disse Kenshi.

— Não, Kenshi – disse Harumi irritada – já disse que não quero falar com ele.

Em seguida, Harumi saiu da presença dos dois, indo à busca de seu filho. Hanzo, desapontado, começou a caminhar para a saída do Lin kuei, Kenshi correu para alcança-lo e perguntou:

— Você não irá atrás dela?

— Pra quê? Ela não vai acreditar em mim. Deixe que os fatos aconteçam.

— Você sabe como Tanya é! Com certeza ela virá falar a versão dela.

— Kenshi, você viu bem como Harumi me tratou. Fui visita-la em uma noite dessas, ela me agrediu... Acho que minha situação não tem mais jeito, meu destino é ficar com Tanya.

— Mas você não a ama! Ela só te trará a ruína.

Hanzo não disse mais nada, se afastou de Kenshi.

—--***---

— Como assim você vai embora? – perguntou Sonya incrédula – Você precisa ficar conosco.

— Eu não tive escolha, Sonya. – disse Kitana já pegando um lenço de papel para secar seus olhos que já estavam marejados.

Sonya e levantou e começou a andar de um lado para o outro da sala, via a aflição de Kitana, mas não queria dispensá-la, sem opção disse:

— Vou te entregar as chaves do meu apartamento em Boston, posso te arranjar um emprego por lá durante a sua estádia se você quiser.

— Eu aceito, Sonya. Mas não deixe de me dar notícias daqui.

— Não se preocupe... E ... Você já conversou com Sub zero sobre isso?

— Ainda não... Você já contou para Raiden?

De repente, um clarão de luz iluminou toda a sala e Raiden apareceu. Ele disse:

— Já sei de tudo, Kitana.

— Parece que eu estava te esperando – disse Kitana

— Soube do seu sequestro, mas não pude ajudar devido a...

— A uma reunião com os deuses anciãos – disse Kitana já irritada – da última vez que você fez isso, um monte de gente morreu você se lembra?

— Pensei que já havíamos conversado sobre isso.

— Sim, mas o passado não pode ser mais apagado.

— Por favor – disse Sonya tentando cessar a discussão – não é hora de discutir essas coisas. Raiden preciso que você a leve para Boston.

— Agora?

— Não – disse Kitana – vou preparar as minhas malas.

Dizendo isso Kitana se retirou da sala, deixando Raiden e Sonya.

Chegando ao Lin kuei foi direto para o seu quarto e começou a arrumar sua mala. Alguém bateu na porta, mas Kitana não parou para atender. Sub zero abriu a porta e ficou assustado ao ver Kitana arrumando a mala, atônito perguntou:

— Pra que você está fazendo isso?

Kitana parou, levantou-se, virou para Sub zero e disse de olhos fechados e tentando engolir o choro:

— Eu tenho que ir embora.


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