Águas Passadas escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 18
capítulo dezoito




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Já era manhã, Kitana estava com a visão um pouco turva, esfregou os olhos e pode ver o teto do seu quarto, estava deitada em sua cama enrolada em um leve lençol branco de algodão. Vestida com uma camisola azul claro percebeu, por baixo, que seu abdômen estava revestido com duas camadas de esparadrapos. Sentiu leves pontadas no local onde estavam cravadas as duas adagas e deu um pequeno gemido de dor, percebeu que alguém vinha vindo e voltou a recostar a cabeça no travesseiro alto. Fechou os olhos para tentar esquecer a dor e tudo que havia causado aquelas machucaduras em suas costas. Os passos firmes estavam cada vez mais próximos e eis que alguém entrou no quarto. Kitana virou de lado e uma voz masculina a chamou:

— Kitana.

Ela virou de lado e se deparou com Sub zero ao lado de sua cama. Ele disse:

— Você demorou a acordar, fiquei preocupado.

A princesa respirou fundo, estava se preparando para levantar, mas foi impedida pelo grão-mestre que disse:

— Por favor, não se levante. Você precisa ficar de repouso.

Ela se recostou na cama, colocou a mão do Sub zero sobre a sua e disse:

— O Lin kuei tem uma sorte grande de ter um líder tão cuidadoso.

Kuai deu um leve sorriso, a princesa continuou:

— Eu não sei por que um homem assim ainda não se casou. A mulher que estiver ao seu lado será uma pessoa de muita sorte.

— Por que está dizendo isso, Kitana?

— Porque é a verdade. Não gosta de ser elogiado?

Sub zero ruborizou e deixou escapar uma risada. Ele, tentando disfarçar perguntou:

— E os ferimentos? Estão doendo ainda?

— Estou sentindo pequenas pontadas.

— Você quase morreu de hemorragia, ainda bem que reverteu o quadro, se não...

— Nem diga uma coisa dessas... Não quero morrer de novo

Os dois riram. Sub zero beijou a testa da princesa e falou:

— Vou pegar o analgésico que a doutora de receitou. Logo você ficará bem.

— Bem cuidada desse jeito quem não ficaria?

Eles sorriram um para o outro, o grão-mestre e caminhou em direção à porta quando Kitana a chamou. Ele respondeu:

— Pode falar.

— Vocês encontraram a Frost?

— Ainda não. Mas as F.E. e os guardas Lin kuei estão a procura pela redondeza.

— E você já decidiu o que vai fazer com ela?

— Estou pensando ainda, mas não dá para ela deixar no nosso convívio mais.

Kitana se ajeitou na cama, Sub zero perguntou:

— Posso chamar o pessoal par vir te ver?

A princesa assentiu.

—---***----

Sub zero chega ao hall de entrada e além dos guerreiros a espera de noticia estava Hanzo. O grão-mestre ficou surpreso com tal visita, foi a ele a passos lentos e o cumprimentou como de costume. Depois disse aos demais que poderiam ir ver a princesa, que estava de repouso. Todos foram em direção onde estava Kitana e se revezaram para vê-la. Agora, no hall, só se encontravam Hanzo e Kuai, este iniciou o dialogo:

— A que devo a honra de sua visita?

Hanzo olhou para o lado, depois de alguns segundos voltou o olhar para Kuai e disse:

— Nunca pensei que eu ia ter que dizer isso a você, mas... Eu preciso de sua ajuda.

Kuai deu um sorriso sarcástico e disse:

— Você pedindo ajuda para mim? Está vencendo o seu orgulho, está de parabéns!

— Não é hora para brincadeiras. Você está andando muito com o Cage.

Hanzo deu uma olhada em volta do palácio, Kuai atônito perguntou:

— O que foi?

Sussurrando Hanzo perguntou:

— Onde está Harumi?

— Sonya deu folga para ela depois de toda essa confusão que houve com Kitana durante o treinamento.

— Sim, fiquei sabendo. Que bom que ela está se recuperando bem. Mas já pegaram Frost?

— As buscas estão a todo vapor.

— Espera. Há mais ou menos um mês atrás Frost esteve no Shiray Riu conversando com a Tanya.

— Tanya? Elas são amigas?

— Parece que se conhecem há algum tempo.

— Será que Tanya tem algo a ver com esse atentado?

— Sei que Tanya tem um ódio mortal da Kitana. Ela me contou que era a guarda costas dela, mas Kitana a trocou pela Jade.

— Ah... Fiquei sabendo dessa historia por cima. Mas eu sei o motivo da Frost tê-la atacado... Mas isso não importa. Mas e então? Você prefere conversar no jardim?

Hanzo e o grão-mestre foram em direção à porta que dava para o jardim. Ao chegarem lá se sentaram em um banco feito de mármore acinzentado, ali conseguiam enxergar uma parte do bosque. Kuai observou Hanzo que estava calado, com um olhar distante e disse:

— Do que você quer falar? Sobre Harumi?

— Também, mas é algo que me intriga mais...

— Pode falar.

— Eu não quero me casar com a Tanya por causa da gravidez, mas ao mesmo tempo eu vejo que seria uma desonra de minha parte eu repudiá-la.

— Mas Hanzo. Como foi isso? Pensei que você não dormia mais com a Tanya... Depois daquele evento com a Harumi.

Hanzo se levantou, olhou para a esquerda e para a direita para se certificar que não havia ninguém ouvindo a surdina. Voltou a sentar-se e disse quase sussurrando:

— Faz mais ou menos um mês, aquele dia em que mandei Tanya morar no acampamento, se lembra?

— Sim.

— Então, nesse dia eu acordei e ela estava do meu lado na cama e era como se nós tivéssemos...

— Sei, mas você não consegue se lembrar de nada?

— Exatamente. Sinceramente Kuai eu não sei o que fazer. Eu sou apaixonado pela Harumi, nem tive tempo de te agradecer por trazê-la de volta a vida... Depois de toda essa situação eu quase fiz uma besteira...

Kuai deu um olhar consolador e pôs a mão esquerda no ombro direito de Hanzo que estava de cabeça baixa, sentindo um nó na garganta e segurando o pranto. Disse:

— Hanzo, não precisa me agradecer. Eu lhe devo desculpas por tudo o que te fiz até agora, imagino o quão difícil tem sido para você estar passando por essa situação. Mas de uma coisa eu tenho certeza: Harumi não vai deixar de te amar. E outra coisa: tente lembrar o que aconteceu antes de você ter se deitado com Tanya.

Harumi estava passando próximo dos dois junto com Satoshi que já estava andando bem, ameaçava a dar pequenos pulos e balbuciava algumas palavras, ao ver Hanzo apontou para ele e disse:

— Papai!

Hanzo viu aquela cena e se comoveu. Harumi deixou que Satoshi corresse em direção ao pai. Hasashi se agachou, abriu os braços e seu filho pôde abraça-lo. Ele se ergueu com o menino nos braços e sorriu. O menino, com os pequenos braços, abraçou o pescoço do pai, este depositou um beijo na bochecha do filho. Harumi olhava para aquela cena sorrindo, mas por dentro estava com o coração em lágrimas em imaginar que não teria Hanzo mais ao seu lado.

—---***----

Era por volta de três da tarde, Tanya passeava pelo jardim do palacete do Shiray Riu, vestia uma blusa sem alça de cor rósea, calça jeans azul escuro e uma bota preta de cano longo. Deixou os cabelos soltos e usava algumas pulseiras nos braços. Sentiu um ar frio se aproximando e disse:

— Pode aparecer, Frost. Eu sei que é você.

Frost apareceu na frente de Tanya e disse:

— Eu preciso de abrigo.

— Por quê?

— Acho que matei Kitana e agora estão atrás de mim.

— Você matou Kitana? Eu pagaria para ver.

— Estou falando sério. Esconda-me, por favor.

— Não vai precisar escondê-la, Tanya. – disse Takeda que estava com Kenshi, Jacqui e um destacamento de soldados Lin Kuei.

Frost desesperada começou a correr, mas Kenshi manuseou o sento fazendo Frost levitar, impedindo-a de correr. Os ninjas azuis correram em direção onde a cryomancer levitava, Kenshi fez com o que ela descesse e Frost foi amarrada por eles. Kenshi disse:

— Vamos leva-la para o grão-mestre. Ela pagara pelo crime que cometeu.

Tanya correu em direção a Kenshi e perguntou:

— Kitana morreu?

— Não – respondeu o samurai – ela está se recuperando dos ferimentos.

Em seguida, todos saíram da presença de Tanya. Esta pensou: “Kuai Liang sempre acreditando na mudança das pessoas, agora está pagando.”.

—---***----

O sol já estava se pondo e o céu do Lin kuei estava alaranjado, Kitana tinha uma boa visão do clã do seu quarto, ela acabara de tomar banho e uma criada havia lhe auxiliado na troca dos curativos, agora a princesa estava vestida com uma bata azul royal, uma calça jeans preta e uma bota de cano longo marrom, pegou duas mechas de seu cabelo, uma de cada lado e prendeu para trás deixando o resto solto com uma presilha com detalhes em opala rosa. Estava pronta para dar um passeio pelo jardim do palacete, como de costume, mas se encantou pela beleza que o céu apresentava naquele momento e se debruçou no parapeito da janela de seu quarto para admirar a tal beleza. Ouviu alguns passos e olhou para trás, Harumi disse:

— Me perdoa por não te visitar.

Kitana sorriu e disse:

— Não precisa se desculpar você estava curtindo o seu filho.

— E como você está?

— Estou melhorando. Kuai está cuidando de mim como um bebê.

As duas riram.

Cassie deu uma leve batida na porta e disse:

— Com licença, meninas. Pegaram a Frost, ela está no jardim.

As três moças saíram e foram em direção ao jardim.

O jardim já estava escuro e apenas algumas luminárias de luz branca iluminava o local. Todos estavam lá e dois ninjas Lin kuei segurava Frost amarrada. Ela permanecia de cabeça baixa e todos estavam diante dela e Sub zero estava a sua frente. Ao ver Kitana aparecer entre os presentes, o grão-mestre a chamou e ela foi. Sub zero disse:

— Você está ciente desse crime e que você já passou dos limites. Confiei em você, acreditei que poderia brotar uma mudança em seu coração, mas você me traiu, traiu o clã que te acolheu... Eu poderia te matar diante de todos os presentes, mas vou entregar a Kitana para que dê a sentença.

— A mim? – disse Kitana assustada. – perdão grão-mestre, mas cabe a ti dar a sentença. Sou aqui uma mera hospede.

— Realmente vocês são mais que amigos – disse Frost olhando Kitana com desdém – Eu devia ter matado essa vadia.

Sub zero esbravejou:

— Veja como fala com Kitana! Por todo mal que causou ao Lin kuei e aos meus amigos e por esta afronta, a partir de hoje você não é mais uma Lin kuei.

Frost ergue os olhos e sentiu um nó na garganta. 


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