O Último Avatar escrita por Nate


Capítulo 1
I - Invasão à Arena




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Arena de Dominação Profissional, Cidade República.  

 

A semifinal da Copa de Dominação Profissional estava prestes a começar. Dentre as Nações pertencentes à República, a capital do Avatar Aang fora escolhida para sediar o torneio mais emblemático da História. Duas equipes, Punhos Escarlate e Anfitriõesse enfrentariam pela almejada vaga na final, que seria na capital do antigo Império da Nação do Fogo. A ansiedade explicava-se pela quantidade igual de vitórias na seleção de pontos, mencionando que ambos os times possuíam os Dobradores de Fogo mais vorazes do campeonato.  

A multidão começara a entrar no estádio, agora dez vezes maior que o complexo em que Korra havia competido anos atrás. Um holograma acima do espaço oval da estrutura mostrava as duas equipes imponentes, juntamente com a figura do Avatar Zhong, um homem alto, de cabelos negros e com uma cicatriz na boca. Haveria um discurso de abertura do próprio Avatar, o que deixou os habitantes da cidade entusiasmados, considerando que sua aparição pública era extremamente rara e o seu contato com a população nulo.  

O alvoroço na Arena se iniciara, e os espectadores estavam tomando os seus lugares gradativamente. Uma torre de quatro telas de alto resolução transmitia as lutas do Avatar Zhong, e todos no local o aclamavam toda vez que dobrava terra, seu talento natural. Ele destruía os inimigos como se fossem meras formigas, e o seu talento de dobra ultrapassava o absurdo.  

07h35 PM  

Do lado de fora, um grupo de adolescentes corria para a entrada. De repente, um dos meninos deixa o celular deslizar de seu bolso, e ele para abruptamente para procurá-lo.  

—Yura, o que houve? - gritara outro a metros de distância. 

— Deixei o meu celular cair. O ingresso tá nele. Podem ir! Encontro com vocês na arquibancada! - dissera o menino, retomando os seus passos.  

O garoto passara correndo entre as últimas pessoas no local. Andara um pouco pelas barracas de comida e os guardas, chegando perto de uma cabine telefônica bem envelhecida e procurou no chão, apressadamente. De rompante, vira botas de salto alto pretas à sua frente, e levantara o seu olhar para o rosto de um indivíduo sob a escuridão de um capuz. O menino não conseguira distinguir quem era, mas o semblante de uma mulher começara a se iluminar. Lábios rubros se delinearam em um sorriso leve, e o seu rosto meigo e fatal aparecera.  

Yura paralisara com a figura de capuz e capa. Contudo, sua beleza era demasiada excitante.  

— Desculpe se o assustei, normalmente não é do meu feitio. Isto é seu? - Dissera uma voz um tanto grave, mas com um leve tom afeminado; entregando o celular ao menino.  

— Obrigado, sim... - Yura abaixara os olhos e a pessoa de capa colocara o celular em suas mãos.  Yura sentira um toque de luvas de couro.  

— Camarote do clube seleto do Avatar. Ansioso para conhecê-lo? - dissera a pessoa, espantando Yura.  

— Como você...  

— Tive que desbloquear seu celular para saber a quem pertencia. Desculpe pela intromissão, mas o ingresso estava aberto assim que eu pus a senha - dissera a mulher, explicando-se.  

— Não tem problema nenhum! - Como ela descobriu? pensara ele. Yura observara ela retirar o capuz, soltando seus cabelos verde-escuros – A minha mãe é assessora do Primeiro Guardião, então tive esse privilégio... E, hã... Acho que não vou ver o Avatar, ele é muito protegido.  

     A moça sorrira um pouco para ele, demonstrando que entendera o que ele dissera.  

— Você vai assistir o torneio? Se eu falar com minha mãe, ela pode...  

— Bom jogo, Yura – disse a mulher, sorrindo novamente. Ele ficara um pouco envergonhado, e se virou para partir - tudo bem, tchau! — ele se despediu, acenando nervosamente.  

A mulher retornara para o lado direito da cabine, pondo seu capuz. Ela retirara um celular do bolso, e discou uns números. Na chamada, a voz de um homem ressoou do outro lado: 

— Espero que não me traía desta vez, baby – dissera ele, rindo um pouco.  

— Era só um garoto – respondeu ela, um pouco impaciente – diga para Zura que está tudo pronto. 

— Sua eficiência é invejável, querida – silêncio do outro lado da linha.  

Ela desliga o telefone. Ao longe, observa a Baía Yue resplandecer com o luar, sentindo-se orgulhosa de que tudo estava ocorrendo nos conformes. Estava na hora.  

— Um torneio de Dobra? Vocês ainda não sabem como se divertir.  

07h50 PM 

Os portões estavam prestes a se fecharem, e um dos funcionários da entrada estavam saindo das bilheterias. Contudo, uma moça de cabelos loiros e curtos apareça na última cabine aberta. Trajava um vestido vermelho decotado, e possuía um guarda-chuva na mão direita.  

— Espero não ter me atrasado – dissera ela, entregando o celular ao homem.  

Ele observou atentamente o bilhete, verificando a foto que constava no sistema.  

— Yura? Seus pais lhe deram um nome masculino? - indagou ele. A moça ficara séria e apertou fortemente o guarda-chuva em sua mão.  

— Idiotas, não? Eles esperavam um garoto e se surpreenderam com essa aqui – sorrira rapidamente – e agora sou obrigada a dar uma resposta repetitiva para imbecis inconvenientes.  

O funcionário não respondeu, e um leve tom de vergonha transpareceu em seu rosto. Ele autenticara o ingresso e entregara o celular de volta para a moça.  

— Obrigada! - entrou no hall do estádio e fora em direção ao camarote no setor privado.  

Quaisquer que fossem os acontecimentos daquela noite, o jovem Yura, que perdera o telefone, não assistiria.  

08h15 PM

Mais de quinze mil pessoas se aglomeravam na Arena de Dobra Profissional. Os torcedores estavam ansiosos pela chegada dos times, e a apresentação das lutas do Avatar inflamavam ainda mais a multidão. A energia no local era espetacular, as pessoas estavam estridentes e bastante entusiasmadas com o torneio que se iniciaria.  

A torre de quatro telas parara de transmitir as aventuras do Avatar, e sua estrutura, ligada por inúmeros cabos e tubos, começara a subir. Atingindo seu ápice, ela virara na horizontal, deslizando em direção à extremidade do teto oval do estádio. De repente, ela começa a rolar de uma ponta a outra, formando um teto de metal instransponível e com um som característico de metal. Toda a Arena escureceu e as pessoas se calaram. Um clarão surgiu no novo teto, e suas inúmeras telas transmitiam imagem dos jogadores e de seus feitos durante o campeonato. As pessoas foram à loucura e uma música de suspense e ação ressoou pelo local.  

As luzes surgiram, e no centro um ringue começara a subir dos compartimentos inferiores. Nele estavam as duas equipes, o Avatar e os sete protetores e conselheiros do Avatar, chamados de Guardiões. O público foi ao delírio, e as equipes acenavam freneticamente para os seus fãs. Zhong sorria simpaticamente e também cumprimentava os seus súditos.  

Quando o ringue para de subir e as equipes ficaram ao lado do Avatar, ele fora em direção ao microfone para iniciar o seu discurso. Batera duas vezes para testá-lo, depois pronunciou: 

— Boa noite, cidadãos da Cidade República.  

As pessoas gritaram ainda mais, e o Avatar se sentira agraciado pela recepção calorosa de seu povo. Levantou as duas mãos para sinalizar que as pessoas deveriam parar, para que ele pudesse continuar.  

— Sinto-me honrado em recebê-los neste evento monumental que tanto dignifica e representa a arte da dobra. Hoje assistiremos ao embate das equipes mais proeminentes de todo o torneio, e o resultado nem mesmo os deuses podem prever. Quando soube que a Arena da Cidade República receberia a graça de sediar uma das partidas, confesso que meu espírito torcedor falou mais forte que o de presidente; e poder trazer este campeonato para onde ele surgiu, digo que a Cidade República fora reconhecida finalmente.  

O público permanecera em silêncio, mesmo com a pausa do Avatar. De certa forma, ele esperava um brado do público, mas não dera tanta importância.  

— Como herdeiros do grande Aang, nos unimos hoje não só para fins de entretenimento, mas como uma civilização que busca a paz e a harmonia. Espero que tenhamos uma boa noite, e que este ideal do fundador da Cidade República ressoe em seus espíritos, considerando que vivemos tempos delicados. Sem mais delongas, que os jogos se iniciem!  

Os Sete Guardiões e as equipes bateram palmas. Contudo, o público estava impassível. Nas arquibancadas, as pessoas estavam paralisadas e ofegantes, pois algo as estavam mantendo imóveis.  

— O que está acontecendo? - dissera um dos competidores.  

O Avatar olhara atentamente para a multidão e voou na direção norte com o Primeiro Guardião ao seu lado, Huang. O Avatar, observando um garotinho que estava com os braços colados ao corpo, tocou sua testa e constatou: 

— Dobra de sangue...  

— Tolice, há mais de vinte mil pessoas aqui, como alguém poderia fazer tal feito? — dissera Huang. 

A polícia da cidade, os torcedores, os funcionários, todos estavam submetidos a uma Dobra de Sangue desconhecida, e o Avatar sentira a iminência do perigo.  

— PROTEJA-SE HUANG! 

O chão começara a tremer e as bases da Arena começaram a se desprender de seus fundamentos. O Avatar e os outros ficaram em estado de alerta no centro do ringue, enquanto o estádio se debatia ferozmente. De forma impressionante, ele não estava se despedaçando, um tipo de terremoto não destrutivo... 

— Ling, sabe o que fazer! - ordenou o Avatar, e uma mulher de cabelos negros se posicionou.  

Ela soltara dois cabos de aço de seus punhos, e os direcionou no teto da Arena. Começou a subir por eles até o centro, e ficara em pé sobre os cabos em que as câmeras deslizavam para gravar o torneio. Tocou na superfície metálica e com um estrondo, o teto começou a se retrair e a levitar. Sua dobra do metal era esplendorosa.  

Retirando o teto por completo, a lua surgiu diante dos seus olhos. Eles se surpreenderam com uma figura que levitava acima da Arena. Contudo, não era isto que os deixou mais perplexos.  

— É impressão minha ou aquela lua parece cada vez mais próxima? - indagou uma competidora dos Anfitriões.  

De fato, a Arena de Dobra Profissional estava pairando nos céus e, ao que tudo indicava, aquele que flutuava acima deles era quem estava controlando.  

— Impressionante... - murmura Ling.  


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, o Avatar enfrentará uma batalha árdua e perdas serão inevitáveis.



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