Immortals: O Livro da Magia escrita por Ariri
Maxine Snow estava levando mais um dia comum de sua vida quando uma simples notícia mudou tudo. Para sempre.
Ela havia acordado feliz em mais um dia de verão. A vida no Orfanato Princesa Cordelia começava cedo, logo não havia muitas alegrias de férias de verão até que todos cumprissem suas obrigações, o que ela prontamente fez para poder aproveitar ao máximo seu dia. Maxine tomou seu banho logo ao acordar, ajudou a banhar os menores, arrumou sua cama e seu quarto junto às Irmãs, ajudou a arrumar as mesas do refeitório e lavou a louça do café da manhã.
Como era mais um dia de férias, não teve deveres ou estudos, portanto alegremente pegou seu livro e foi até o jardim, onde tantas crianças corriam de um lado a outro. Escalou a maior árvore dali e se deitou no galho de um Sabugueiro, passando o resto da manhã concentrada na leitura de Peter Pan.
Era um de seus livros favoritos; Peter Pan, Alice no país das Maravilhas, O mágico de Oz, o Pequeno Príncipe e O leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa. Ela amava tudo que envolvia fantasia, tudo que se referia a magia, a crianças descobrindo um novo mundo, um mundo mágico em que viveriam incríveis aventuras.
O único livro que amava acima de todos os outros e que curiosamente não falava de magia, era Anne de Green Gables, a história da garotinha ruiva e órfã, sozinha no mundo que quando mais velha, finalmente encontra um lar, uma família que a acolhe e a ama, na Fazenda de Green Gables. De acordo com a Madre Elena, essa era sua história favorita pois refletia o seu sonho mais profundo; o desejo de uma família que Maxine nunca teve, e nunca teria.
Ela tinha acabado de passar da cena da morte de Sininho, algo que sempre a emocionava, e repetia em um sussurro para si mesma e para a mágica que a envolvia:
― Eu acredito em fadas, acredito acredito.
― Eu também acredito.
Maxine se desequilibrou com o susto, e seu corpo caiu para o lado, mas conseguiu se manter a salvo de uma queda por puro instinto de agarrar o galho com o braço. Sem conseguir se mexer, ela olhou para baixo. Seu livro estava jogado debaixo dela, e sob a sombra da árvore estava uma senhora de idade, de óculos quadrados, e um estranho vestido cor de oliva, olhando para Max com um sorriso bondoso.
― Talvez seja melhor tomar um pouco mais de cuidado, minha jovem.
― Eu não precisaria tomar cuidado se não tivesse me assustado. – Um brilho risonho encheu os olhos da senhora, que meneou a cabeça em confirmação.
― Devo concordar com você Srta. Snow. – Maxine se surpreendeu por ela saber seu nome, mas a senhora se manteve impassível – Pode descer para que possamos conversar um pouco?
Maxine engoliu em seco, mas assentiu. Pondo força nos braços, pegou impulso e se balançou no galho, três vezes, até alcançar velocidade o suficiente para aterrissar no chão longe dela, rolando umas duas vezes. Bateu no uniforme branco para tirar a sujeira da grama e voltou para o Sabugueiro, onde a senhora ainda a esperava com o mesmo sorriso bondoso, embora agora houvesse mais em seu olhar, algo como aprovação.
O estômago de Maxine se revirou. Seria possível que ela estivesse ali para adotá-la?
― Srta. Snow, eu sou a Profa. Minerva McGonagall. – Maxine arqueou as sobrancelhas, o que uma professora queria com ela ali? – Podemos caminhar?
Maxine assentiu, e quando a Profa. Minerva começou a seguir a trilha do jardim, ela a seguiu, sob os olhares atentos das outras crianças.
― Hum... você irá lecionar aqui no orfanato?
― Não, não – Disse a Prof. Minerva sob um risinho – Vim aqui por você Srta. Snow.
― Certo... porque?
― Gostaria de saber se a senhorita já passou por alguns episódios considerados estranhos – Maxine parou, arregalando os olhos – ou se já notou que é diferente das outras crianças com quem convive.
― Porque quer saber isso? – Perguntou cautelosamente.
― Porque existe um nome para esse tipo de coisa que faz e existe um lugar destinado a pessoas como você, como nós. Magia.
A Prof. Minerva sacou uma varinha do vestido e acenando com ela, uma bola que estava caída sob a cerca viva flutuou até as crianças que a procuravam. Maxine respirou fundo, controlando a respiração, acompanhando os movimentos da senhora, que a olhava condescendente, guardando a varinha novamente.
― Poderia me dizer as coisas estranhas que já aconteceram e de alguma forma envolviam você?
― Não lembro quando começou, mas isso que você fez já aconteceu comigo – Maxine apontou para a bola no meio do jardim – eu estava caindo lá da janela do meu quarto, no terceiro andar, quando do nada meu corpo foi suspenso, parou a poucos centímetros do chão, e nem mesmo quebrei um braço. – Prof. Minerva assentiu, escutando atentamente – Ninguém entendeu exatamente o que aconteceu, acreditaram que foi pura sorte. Mas não foi, não é?
― Exatamente.
Tudo que havia dentro de Maxine gritou em comemoração. Ela sabia que era diferente, que havia algo de estranho com ela e que isso não necessariamente era algo ruim!
― Quer dizer que não sou louca?
― Não querida, você não é. – Prof. Minerva se aproximou, e apertou seu ombro com um carinho firme – Você é uma bruxa, muito inteligente e talentosa pelo que eu pude perceber. No dia 1 de Setembro você começará a estudar na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Há muitas outras crianças como você lá, e tenho certeza de que encontrará um lar em nossa escola.
― Mas, como eu vou? Não tenho pais, não posso pagar...
― Há um fundo em Hogwarts para os que precisam de ajuda para comprar livros e vestes, não é muito, mas também soubemos que há uma pequena quantia reservada com sua diretora para que estudasse um dia. – A Profª Minerva parecia ligeiramente intrigada ao dizer isso – Soube pela Madre que a pessoa que a entregou, deixou esse valor, em nossas moedas bruxas, e já esperavam que um de nós aparecesse quando você fizesse onze anos. Novamente, não é muito, mas é o suficiente para que consiga prosseguir com seus estudos perfeitamente até o fim.
Maxine olhou para os próprios pés. A pessoa que a entregou? Quem? Ela nunca soube nada disso, pelo contrário, a Madre Thaís sempre deixou claro que ela não tinha ninguém, que seus pais haviam morrido e ela foi encontrada na porta do orfanato com nada mais que a roupa do corpo envolta em uma colcha de retalhos. Aquilo era mais do que jamais soube sobre sua vida, sobre seu passado.
― Professora... – Maxine olhou para a senhora diante dela – isso quer dizer que meus pais eram como eu?
― Essa é uma pergunta querida, que infelizmente não sei te responder. – Minerva aumentou o aperto e em seu olhar firme, com candura, ela encontrou um apoio inesperado – O que posso te dizer, é que foi alguém que certamente te amou muito, e se preocupou em cuidar de seu futuro, e é nisso em que você deve focar a partir de agora. No futuro que lhe aguarda.
Maxine balançou a cabeça em confirmação, uma animação sem fim tomando seu peito.
― Como vai ser isso?
― Tenho uma carta para você. – Tirando um envelope da bolsinha de contas que segurava, McGonagall o estendeu para ela – Posso voltar amanhã para acompanha-la, para que compre seu material, caso queira minha presença.
― É claro que quero. – A professora sorriu largamente.
― Ótimo, me espere amanhã às oito, sim?
― Claro!
Maxine sorria radiante, feliz por aquele momento. Era como se todos os seus livros estivessem se tornando realidade. Muito depois de ter dado pulinhos e saltinhos de excitação que percebeu o olhar atento da professora sobre ela.
― Algum problema? – Perguntou, envergonhada.
― Não, nenhum. Você só me lembrou de alguém por alguns segundos, provavelmente devaneios da idade. – McGonagall descartou com um sorriso e olhou para o céu – Bem, está na minha hora. Amanhã nos encontramos srta. Snow.
― Me chame de Max ou então Maxine, por favor. – a profa. McGonagall a olhou curiosa – Snow não é meu nome, é só um título para orfãos, por favor, eu prefiro só Maxine.
A professora a puxou para um abraço súbito, aconchegante, e tão logo a puxou, já a soltava e dava tapinhas em seu ombro.
― Até amanhã, srta. Maxine.
Maxine assentiu e respirou fundo, abraçando a carta contra o corpo.
Talvez aquele fosse ser um ano melhor do que esperava.
Sua vida havia mudado para sempre.
E ela faria de tudo para ser o mais feliz possível.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E assim começa a história de nossa querida Maxine!!!
Maxine é uma personagem original criada por mim e vem de minha one, So Cold.
As postagens serão semanais por enquanto, pelo menos nessa primeira fase.
Espero que a adorem como eu já faço.
Beijões.