Encadeados escrita por Sereia de Água Doce


Capítulo 1
Capítulo Único




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Quinta-feira - 15:38 

Julie tinha chamado Flynn para a edícula atrás da sua casa - também mais conhecida como área de ensaios para a banda - a fim de mostrar para a amiga que ela não estava ficando louca quando conversava com o ar ao seu lado, muito menos que sabia mexer tanto assim com tecnologia e retroprojetores para criar hologramas australianos!

Quer dizer, como tinham acreditado naquele papo furado na escola quando a instituição não promovia sinal de wi-fi e a rede móvel do celular era péssima? Ela agradecia a beleza dos garotos e a surpresa de aparecerem do nada por terem distraído todos do ponto principal, mas ela não podia permitir que sua melhor amiga acreditasse em uma mentira deslavada daquelas!

—Qual é, Jules! Já disse que não é tão estranho assim você ter um amigo imaginário! - Flynn brincou enquanto era arrastada para dentro da edícula pela amiga.

—Pensei que amigos imaginários fossem para crianças… - Reggie, que estava limpando seu baixo, comentou como quem não queria nada para as duas garotas na porta.

—Ela está falando de vocês, Reggie. - Julie respondeu para o garoto, que se arrumou após notar melhor Flynn.

—Reggie? Não era Luke? - Flynn olhava para frente e não entendia nada. - Olha, um amigo eu até entendo, principalmente depois do ano passado, mas dois, Jules?

—Três, e não são imaginários!

—Que bom que ela nos considera seus amigos. - Reggie continuou a comentar, irritando Julie.

—Reginald, acho que seus comentários não irritam tanto quando a parte comentada não consegue ouvir a gente. - Luke, que estava recostado na caixa de som apontou todos eles com seu dedo, vendo Julie concordar com sua fala.

—E você ainda concorda para o nada? Ao menos me deixe saber sobre o que estão fofocando!

—Nada não, só o Reggie que não para de olhar para você. - Julie dedurou o baixista, que tropeçou nos cabos do próprio baixo.

—Ela não vai acreditar em você mesmo! - Seguido de uma língua para a viva.

—Ah, vai sim! Trouxe ela aqui justamente para conhecer vocês. Se vamos mesmo continuar com isso não posso ser a única a saber da real existência de vocês.

—Quer dizer que aceita entrar para a nossa banda? - Luke se animou com a possibilidade.

—Pensei que isso já estava implícito quando começamos os ensaios.

Flynn naquela altura já estava sentada no sofá, tentando entender onde os supostos músicos estariam apenas pela direção que o olhar de Julie dava, Não tinha conseguido identificar com muita clareza, muito menos sentir quando Alex se levantou do seu lado e seguiu em direção à bateria.

—Então o que estamos esperando? - Luke sorria de orelha a orelha, passando sua guitarra pela cabeça e quase quicando de ansiedade por poder conversar com outra humana.

Flynn acompanhou a amiga ir até o controlador de batidas, programar o som e se sentar na banqueta de frente para o teclado, dedilhando sob as teclas. Quando ela começou a cantar, Flynn sorriu, relaxada e felicíssima que a amiga tinha voltado a ter forças para cantar depois do ano anterior.

Cantar era a luz da vida de Julie após a sua mãe, e se ela tinha conseguido voltar a praticar, significava que seu período de luto começava a passar.

Flynn estava imersa nos seus pensamentos quando PLÁ! Três garotos brotaram bem à sua frente, tocando fervorosamente seus instrumentos.  Como eles não se esbarravam?! E todos estavam olhando para ela rindo! Tinha alguma coisa no seu nariz?

Não segurando o grito de susto, viu quando o guitarrista saiu de onde estava e foi para perto do sofá, descansando em seu braço enquanto fazia o back’n vocal para Julie, que naquela altura já tinha abandonado o teclado e vindo na sua direção. Rindo da sua reação, ela apenas estendeu a mão para ela, fazendo o favor de apresentar todos os presentes.

—Luke, o guitarrista e segundo vocal. - Ela tinha levado Flynn para perto do moreno, que deu um sorriso de canto para ela.

Flynn não julgava Julie por conversar com Luke por aí na escola, ele era uma distração muito melhor do que qualquer coisa naquele lugar.

—Alex, o baterista. - Alex sorriu para Flynn, não podendo dar um tchauzinho por estar focado nos pratos e no bumbo.

—E Reggie, o baixista. - Julie sorriu, notando a maneira como Reggie olhava para a sua amiga agora que era visto. 

Apesar de não ter visto a rápida troca de olhares entre Julie e Alex que obviamente riam de Reggie, Flynn se muniu de coragem e tocou o ombro do baixista, dando um grito ao sentir um frio congelante em sua mão quando ela atravessou o rapaz. Ela não era estúpida, não precisava da tia de Julie por perto para saber que aquele ambiente frio não era por um ar condicionado quebrado ou desregulado, mas sim por que…

—FANTASMAS?! - Ela deu um grito tão agudo que Reggie chegou a se encolher de susto, rindo em seguida.

—Ah, você fez isso!

—Nós preferimos mais espíritos de músicos! - Alex falou da bateria, fazendo com que Flynn encarasse mais uma vez Reggie, que arriscou uma piscadinha para ela.

Mas uma vez que a música tinha terminado todos eles desapareceram novamente, diminuindo o frio no ambiente - mas ainda deixando a temperatura baixa. Flynn estava inquieta, não queria sentar, precisava fazer alguma coisa!

—Eles ainda estão aqui?

—Nos mesmos lugares de antes.

—Como isso acontece? Porque só você pode vê-los? Isso não é justo!

—Por alguma razão desconhecida eles só aparecem para o público quando estão tocando, não sei se fui a azarada por ter libertado eles.

—EI! - Luke se ofendeu com a brincadeira.

—Acredita que eles estavam presos nas coisas da minha mãe?

—No nosso cd, Julie! No nosso cd!

Flynn não via, mas tanto Alex quanto Reggie se divertiam às custas de Luke, que caía nas provocações de Julie sem perceber. Julie segurava o riso, até ter visto Luke se endurecer e olhar desconfiado para a porta.

—Ei! Tem alguém vigiando a gente! - Luke apontou, com os outros fantasmas encarando a porta. Antes mesmo que se apavorassem, Alex deu um pulo da bateria, indo de encontro ao convidado.

—Willie! O que você…. - Ele segurou no braço do fantasma, o trazendo para dentro da edícula. - Pessoal, esse é o Willie, o meu, hã…. Amigo…

Luke e Reggie o cumprimentaram com a cabeça, com Julie deixando a  conversa morrer - com perdão ao trocadilho - e estranhando a presença. Pobre Flynn, tinha sido deixada a ver fantasmas mais uma vez.

Ou não, já que justamente aquilo era o que ela não via.

—O que aconteceu? Eles estão fazendo o quê? Porque parou de falar de repente?!

—É que…. Tem outro cara aqui… Eu não tenho ideia de quem seja, mas ele parece….

Infelizmente Julie foi interrompida por um Alex empolgado pelo seu interesse amoroso estar no meio da casa dele. Bem, podia considerar a edícula a casa deles, não é?

—O que você tá fazendo aqui?

—Eu só fiquei curioso de onde você se escondia, sabe, como….. - E se antes Willie tinha sua atenção voltada para os garotos, ele se perdeu ao notar as duas garotas no meio do ambiente.

Mais precisamente a de jardineira com casaco rosa. Especificamente o colar dela. Daquela distância ele não conseguia ver direito, mas até onde se lembrava só uma pessoa usava uma corrente pendurada no pescoço com um cadeado trancado de pingente. Ignorando Alex, Willie se aproximou das meninas e fez força o suficiente para que o cadeado se curvasse um pouco - causando arrepios em Flynn, que não tinha ideia que um cabeludo estava bem a sua frente.

Se ele pudesse ter uma queda de pressão, estaria tendo uma na mesma hora.

W+S

2003

Ler aquela inscrição cravada dentro de um coração havia abalado a sua cabeça. Como aquela garota havia conseguido aquilo?!

—Quem é ela? - Ele não se importou de ser um pouco arrogante, encarando Alex completamente perdido.

—É amiga da Julie, mas o que tem ela?

—Julie, o que tá acontecendo? - Flynn estava incomodada com aquele arrepio no completo silêncio.

—Eu não tenho ideia, mas Alex disse que você é minha amiga. Não consigo ver como ele é nem onde está, lembra?

—Como ela conseguiu esse colar? - Ele voltou a perguntar a Alex.

—Eu não sei, acabamos de conhecer ela, e ela já estava com ele…. Você sabe tocar alguma coisa? Se tocar consegue aparecer para el….

Alex não terminou de falar, já que viu Julie e Flynn gritarem de susto pela aparição repentina na frente delas. Willie estava aparecendo para humanas sem tocar nenhum instrumento? Aquilo era possível?!

—Onde você conseguiu esse colar?! - Willie exigiu uma resposta de Flynn, que impressionantemente havia perdido as palavras naquele momento.

Se não fosse por Julie ao seu lado, Flynn certamente teria desabado no chão - e não seria apenas por um cabeludo ter brotado na sua frente. Em todos os seus recém completados dezesseis anos de vida ela olhava saudosamente para a fotografia daquele garoto nos álbuns antigos da sua mãe, guardando uma própria em seu diário. Todos aqueles anos invejando a sua mãe por ter lembranças com ele enquanto ela precisava se contentar com vídeos caseiros e fotografias.

Quando sua mãe a presenteou em seu aniversário de quinze anos com o antigo colar que ele próprio havia dado a ela de presente anos antes, Flynn se sentiu importante e amada por finalmente ter um pedaço de seu pai com ela.

E agora seu pai estava bem à  sua frente perguntando inquisidoramente a respeito do seu colar, o mesmo que ele havia presenteado sua mãe dezessete anos atrás, cinco meses antes de ser atropelado por um caminhão frigorifico desgovernado enquanto andava de skate pela rua, a caminho da casa da namorada.

Julie sabia da história, já tinha diversas vezes ouvido tanto a mãe de Flynn quanto ela própria falarem de Willie com amor e dor no coração, já tinha visto fotos dele mas não tinha a mesma carga emocional que a melhor amiga, podendo evitar que ela se machucasse.

Willie rolou os olhos diante da expressão da garota.

—Oi. - Ele cumprimentou. - Onde conseguiu esse colar? - Ele tentou mais uma vez, um pouco menos exigente, mas ainda muito curioso e nervoso.

Mas ele não conseguiu nenhuma resposta verbal, apenas lágrimas caindo dos olhos da adolescente.

—Qual é! Eu não fui tão grosso assim! Custa me responder?!

—O que tem o colar dela, Willie? Aliás, como está visível? - Alex tentava mediar a situação.

—Só existe um colar de cadeado dess….

—Qual é, cara! Pessoas costumam inovar nos acessórios. - Luke tentou defender a garota que ainda estava em choque, com lágrimas escorrendo e encarando o cara a sua frente.

—Mas só existe um cadeado gravado dessa forma! - Ele apontou para o objeto, ainda nervoso. - Qual o seu nome?

—F-Flynn….

—Flynn, pode por favor me dizer onde conseguiu esse colar? Em uma venda de garagem? Brechó? Presente?

—Minha mãe me deu de presente ano passado…. - Ela aos poucos reunia forças para falar sem chorar mais.

—Mãe? - Ele se tocou que o tempo tinha passado de verdade, e que sua Samatha com certeza havia seguido em frente.

Diante da expressão desolada a sua frente, Flynn interpretou como um bom sinal. Talvez as histórias da sua mãe estivessem erradas e ele já soubesse da sua condição antes dela tentar contar, e talvez por isso estivesse tão triste daquela forma.

—Algum problema, Willie? - Alex se preocupou.

—É só que… Ela tem uma filha….

—Ela quem? - Alex insistiu.

—A minha namorada… Ela seguiu em frente.

Apesar de Julie não poder ver, Reggie agia com Alex da mesma forma que ela fazia com Flynn, amparando uma possível crise emocional.

—Namorada…?

Willie tinha passado tanto tempo dentro do clube que não tinha percebido que o tempo estava passando. Tinha se concentrado tanto em ter um pedaço da sua vida de volta e não desaparecer que havia se esquecido completamente daquilo que mais importava: a sua adorada Samantha. Parecia que aquele caminhão tinha se chocado contra ele de novo, com a enxurrada de lembranças o  atingindo - junto com a  culpa por ter se esquecido dela por dezessete anos quase. Ele não a culpava por ter seguido em frente, mas ter dado o seu colar de compromisso? Aquilo estava doendo mais do que tudo. Se não quisesse se lembrar mais dele, o jogasse fora, mas dar para a filha de outra pessoa? 

Não, Willie se sentia esquecido e trocado da pior maneira possível.

—Mamãe não seguiu em frente, Willie. - Flynn declarou.

—Ah, ela ao menos disse quem eu era antes de te dar o colar? - Ele retrucou ácido.

—Ela só me deu porque eu insisti muito. Não era justo só ela ter lembranças do meu pai.

Luke foi o primeiro a sacar, assobiando alto. Mais espantado que o próprio, Alex se recostou no braço do sofá, curioso com o rumo que a situação seguia. Por instantes já não importava mais se ele tinha se confundido e entendido o relacionamento deles errado ou não, o cara tinha uma filha e não sabia!

—Pai? E o que eu tenho com isso? - Willie não tinha entendido muito bem a situação.

—Você é o pai dela. - Julie tentou uma abordagem mais direta. - Tia Samantha nunca seguiu em frente, não ao ponto de ter filhos.

—Isso… Isso é impossível! - Willie estava irredutível. - Ela teria me contado se estivesse grávida!

—E ela contou! Bem, ela ia te contar, por isso tinha te chamado na casa dela, mas você nunca chegou, sofreu o acidente no caminho.

Willie gelou. Samantha estava muito nervosa no telefone quando o chamou para conversar naquela tarde e apesar dele não ter entendido a princípio, agora tudo fazia sentido. Eles seriam pais aos dezessete anos de idade, em uma época onde tudo ainda era muito julgado pela sociedade. Apesar dele não ter sentido nada com o impacto, ter imaginado tudo o que sua namorada sofreu com a notícia e gravidez sozinha partiu seu coração e o machucou um milhão de vezes mais do que Caleb poderia fazer.

—F-filha….? - Willie olhou para Alex, que o incentivou com a cabeça. - Você é a minha filha?

Flynn apenas acenou com a cabeça, com os olhos cheios d’água. O colar não havia apenas dado a ela uma parte do seu falecido pai, como também o trazido furioso por ele não estar mais com sua mãe. Ela ter notado a chave pendurada no pescoço dele só havia trazido à tona mais lágrimas, se lembrando de todas as fotos e vídeos caseiros que havia visto dos dois juntos. Então assim que era a voz dele? Falar com ele?

Mas quando Willie se aproximou mais e a abraçou com força, Flynn desabou.

Colocando toda a força que podia em seu abraço, ela se sentia a pessoa mais feliz da terra, agradecida aos amigos imaginários de Julie que haviam trago ele de volta para ela - pelo menos por uma vez. Sentir o seu toque frio e distante não era nada se comparado com a sensação de poder falar com ele.

Mas enquanto tinham o momento de pai e filha, os outros estavam mais em choque por ele além de aparecer, conseguir tocar uma viva.

—Desculpa interromper, cara. Mas é a segunda vez que você faz algo esquisito hoje. Como abraçou ela? - Reggie não se aguentou.

—Deixa eles, Reginald! - Luke reclamou.

—Até parece que você não quer saber, Luke! - Reggie rebateu, despertando a curiosidade de Julie.

—Precisam ter muita força de vontade e quererem aparecer para a pessoa. - Willie confessou após se soltar de Flynn, voltando-se para os garotos.

Souberam que haviam conseguido por milissegundos após Flynn confirmar com a cabeça que estava vendo eles, desaparecendo em seguida.

—Tem um lugar que ajuda fantasmas como vocês, como a gente com isso. Podemos ser vistos e tocados lá. - Willie propôs, já tendo desaparecido para Julie e Flynn, mas ainda segurando a sua mão. - Posso levar vocês lá qualquer dia.

Willie não soube como se despedir de Flynn, apenas dando um beijo em sua testa estando invisível, se afastando em seguida. Tinha pretensões de ir para o clube, mas Alex o alcançou no meio do caminho.

—Não sabia que sua morte tinha sido tão trágica….

—Eu não achava que era até agora….

—Vai atrás dela?

—E me machucar mais? Não faria sentido ter me desligado por dezessete anos para sofrer agora o que não sofri na época. Não, gosto como estou agora. - Ele completou dando um sorriso mais do que afetado para Alex, que arregalou os olhos sem entender nada.

A conversa poderia ter acabado por ali, mas o mais velho não se aguentou.

—Então…. Eu sou treze anos mais velho que você….

—Espero que isso não seja um problema para você. - Apesar de ter dado uma piscadela para Alex, ele sabia que o que quer que tivessem demoraria ainda mais para florescer devido às fortes revelações daquela tarde.

Enquanto eles estavam conversando, do lado de dentro da edícula o clima era outro. Flynn tinha voltado a chorar ao som do baixo e da guitarra - já que Luke e Reggie queriam ser ouvidos pelas duas.

—Sabe que não pode contar isso a sua mãe, não é?

—Esse vai ser o meu segredo, Jules. De vocês e dele. Mas como Alex conheceu meu pai?

—Então…. - Luke olhou para Reggie, sem saber como explicar.

—Digamos que tem grandes chances do Alex ser o seu padrasto fantasma. - Reggie completou, arrancando uma risada surpresa das garotas.

Flynn não julgaria seu pai. Se até sua mãe tinha tido namorados esporádicos, Willie também poderia ter.

Mas apesar de Willie e Alex serem o único casal que tinha chances de darem certo, nada impediu Julie de declarar para Reggie quando Flynn havia ido embora mais tarde naquela noite:

—É melhor tomar cuidado com suas olhadas para Flynn, ou o Willie vai atrás de você.

—Alex não deixaria que ele fizesse nada comigo, não é?

—Você nem disfarça quando seca a garota, Reginald. A filha dele. Não serei eu quem vou te proteger! - Alex declarou, jogando suas mãos para o alto.

É, as coisas estavam complicadas para Alex e Reggie.


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