P.O.V Do Beck

Freddie era mesmo um babacão de primeira. Como eu pude me interessar por um cara tão mesquinho? O que ele tinha de inteligência, tinha de idiotice também. Saí do restaurante chateado, alimentei falsas esperanças. Esperei demais de alguém que não dava a mínima.

Deveria estar focando mesmo no meu desempenho com o meu estágio.

Nunca esteve nos meus planos me envolver com alguém como ele. Ainda mais sendo o meu concorrente.

— BECK! - Ouvi seu grito.

Virei automaticamente, o avistei correndo pela calçada tentando me alcançar.

Seattle não era como NY com táxis circulando à cada instante.

Acabei esquecendo o cartão do Uber no flat, chamar outro automóvel por aplicativo era impossível com minha bateria descarregada.

Sempre chamávamos o mesmo Uber para sairmos de noite.

Freddie me alcançou antes que eu pudesse virar as costas para ele.

— Não fuja de mim... Não quero que vá. - Estava corado e ofegante.

— Não terei motivos para ficar aqui se eu perder aquela oportunidade. Você têm todas as chances para entrar pra equipe do Papperman. - Enfiei as mãos nos bolsos do casaco.

O tempo estava frio e nublado.

— Nem estou mais pensando na vaga, posso conseguir um estágio no ramo de TI em outro lugar, você que quer mesmo trabalhar com Publicidade, eu abro mão por você. - Se aproximou segurando meu rosto.

— Não, você não pode fazer isso! - Protestei.

— Você merece a vaga, além do mais, quero você aqui comigo. - Disse me encarando.

— Freddie, é normal ficar confuso, você está apenas...

— Me descobrindo? Você tá certo, me fez sentir coisas. Quer dizer, você me faz sentir algo que nunca senti antes. Preciso de você para lidar com esses sentimentos, preciso de você para me tirar todas as dúvidas, preciso de você aqui comigo para que possa me fazer sentir isso tudo que é tão maravilhoso. Quando estou com você, me torno alguém melhor. - Ele me puxou para mais perto.

— Freddie, eu...

— Só não me deixe agora, por favor... - Encurtou nossa distância.

O beijo me fez calar e me perder em seus lábios.

Beijá-lo me fazia tão bem.

[...]

P.O.V Do Freddie

Chegamos no flat, Beck não conseguia tirar as mãos de mim, sempre segurando minha mão ou me tocando. Com ele eu estava aprendendo a lidar com novos sentimentos, a experiência de ficar com outro cara era tudo novo para mim... Não podia negar, estava amando aquilo.

Ligamos as luzes e o aquecedor.

— O que pretende fazer agora? - Observei ele se livrar do casaco.

— O que você quer fazer? - Sorriu.

— Ficar com você. - Dizer aquilo ainda era meio estranho.

— Tô indo tomar banho... - Seu olhar foi sugestivo.

Fiquei ali parado, cogitando.

— Não sei como agir... - Não havíamos passado de beijos.

— Relaxa, Freddie, não estou cobrando nada, vamos com calma. - Sorriu compreensivo.

— O que você gosta? - Era hora de nos conhecermos melhor.

— Quer saber se sou passivo ou ativo? - Ergueu uma das sobrancelhas.

— Depende do parceiro. Curto os dois lados. - Respondeu com tranquilidade.

— Só estive com mulheres. - Comentário idiota.

— Não precisa dar para mim, Benson, eu dou para você com o maior prazer... - Puta merda.

Senti uma palpitação deliciosa lá embaixo.

— Isso tudo não te excita? - Indagou me colocando contra a parede.

— Sim... - Minha voz saiu mais rouca.

Ele não era nada tímido entre quatro paredes.

O que deixava tudo mais interessante.

Puxei ele pela nuca e o beijei, agarrando os fios macios de seu cabelo.

Aquela foi apenas a faísca... O beijo gostoso e demorado, envolvendo chupões de línguas e mordidinhas nos lábios.

O ar faltou em nossos pulmões.

Nos afastamos para recuperar o fôlego.

— Só relaxe, apenas deixe rolar... - Tirou minha jaqueta.

Oliver começou a desabotoar minha calça devagar, abaixou o zíper lentamente.

Minha ereção já se formava.

Ele abaixou meu jeans junto com a minha boxer.

Quando ele me tocou tão intimamente pela primeira vez, até perdi a linha do raciocínio.

Minha mente turvou quando a mão macia e ao mesmo tempo firme agarrou meu pau.

Seus dedos compridos se fecharam ao meu redor.

— Como gosta de ser tocado? - Lambeu o lábio inferior.

— Não pare... Gosto assim. - Movi sua mão, guiando-o nos movimentos.

— Você é grosso... - Sorriu satisfeito.

Tombei a cabeça, encostando o corpo na parede.

Beck beijou meu pescoço, a língua passando por minha garganta enquanto aumentava os estímulos.

Me entreguei, deixando-me levar pelo prazer.

Ele foi parando de me masturbar, chupou meu pescoço e se afastou um pouco.

— Minha vez? - Eu estava trêmulo e ainda pulsante.

— Ainda não acabei. - Se pôs de joelhos.

Meu coração disparou.

Antes que eu pudesse dizer algo, sua boca me envolveu.

Tombei a cabeça novamente, fechando os punhos, bati contra a parede quando sua língua rodeou minha glande gotejante.

Ele guiou meu pau para boca adentro, me engolindo.

Começou a me sugar.

— Oh, porra... - Me levou para o fundo da garganta com certa maestria.

Recebi o melhor boquete de todos.

Nunca imaginei que poderia ter tanto prazer ficando com outro homem.

[...]

3 semanas depois...

P.O.V Do Beck

Fim de estágio, estávamos ambos nervosos, aguardando a decisão de Nevel Papperman. Foram um mês e quase uma semana sofrendo nas mãos do baixinho severo. Papperman nos convocou e chamou toda a equipe para o anúncio do mais novo contratado.

— Nunca tive estagiários tão... Dedicados. - Sorriu apertando as mãos e comprimindo os lábios.

Agradecemos e sorrimos. Estávamos uma pilha de nervos.

— Vocês foram geniais, disputaram como dois idiotas em certos momentos. Eu já não sabia se era vontade de se engolirem ou avançar na garganta um do outro! - Fez a equipe rir.

Ele não perdia a razão.

— Amei todo o desempenho em geral, principalmente a campanha de ração, sem a ideia de vocês, eu não teria adotado a Lady Pepitta. - Era a gatinha de estimação vira-lata.

Olhamos para a bichana amarelada dormindo na caminha dela.

Nevel Papperman prosseguiu com o discurso.

— E por fim, tomei minha decisão. - Freddie e eu nos entreolhamos, aflitos.

— Preciso de ambos na minha equipe. - Anunciou. - Meus sinceros parabéns, vocês conseguiram vagas para trabalhar conosco. Aqui estão os contratos. - Nos entregou a papelada.

Ficamos pasmos, sem reação.

Nosso chefe nos envolveu com os braços curtinhos. Ganhamos beijos estalados nas bochechas.

Fomos aplaudidos pela equipe.

Até abriram uma garrafa de espumante rosé para comemorar nossa vitória em dupla.

Agradecemos empolgados, seria um recomeço para mim.

Para nós dois.

Cidade nova. Um trabalho legal. Um novo namorado...

— Foco no trabalho, nada de se agarrarem em serviço, estarei de olho em vocês. - Nos serviu as taças cheias.

— Não decepcionaremos o senhor. - Falei.

— Bom mesmo. Vocês formam um casal e tanto. Que inveja. - Sorriu e se afastou indo pegar uma taça pra ele.

— Obrigado. - Freddie agradeceu.

Tudo aquilo valeu a pena, conseguimos o emprego.

Aturar o humor de Papperman ainda seria algo para lidarmos.

Ele era bipolar e melodramático.

Nossa comemoração foi interrompida por batidas na porta.

— ENTRE! - Papperman deu permissão.

Steven entrou na sala de reunião.

— Jadelyn West e Samantha Puckett aguardam todos vocês no casamento mais divoso do ano. Aqui estão os convites, queridinhos! - Distribuiu todo animado.

Olhamos para o nosso convite.

Era dourado e preto com detalhes delicados.

— Amor, será o nosso primeiro evento indo como um casal. Não podemos perder essa festa. - Passei os braços ao seu redor.

Sua mãe surtou e desmaiou quando nos assumimos.

— Será uma honra ir com você... Não vejo a hora de chegarmos em casa para comemorarmos isso tudo do nosso jeito. - Me deu um selinho.

Sorrimos nos entendendo com apenas um olhar...

Meu namorado era um nerd lindo e gostoso.

Nosso chefe era um surtado cômico.

Acho que eu me acostumaria com aquilo.