Estagiários escrita por Julie Kress


Capítulo 2
Provocações


Notas iniciais do capítulo

Hey, pessoal!!!

Mais um capítulo saindo do forno!!!

Boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800695/chapter/2

P.O.V Do Beck

O ônibus da Editorial nos deixou em frente ao nosso alojamento, o Benson desceu do veículo já abrindo um guarda-chuva. Eu já sabia que chovia bastante em Seattle, foi vacilo meu não ter comprado nem uma capa de chuva. Me molhei enquanto erguia a minha bolsa-carteira sobre a cabeça e corria para a fachada do prédio, o Nerd exibido já estava lá sacudindo o guarda-chuva.

— Custava ter me esperado, cara? Pensei que as pessoas daqui fossem mais gentis e solidárias. - Resmunguei.

Meu lindo cabelo havia molhado.

— Mas eu sou, se você fosse uma garota, eu até teria tirado minha jaqueta e estendido no chão para você passar por cima! - Sorriu de forma sacana.

Revirei os olhos, ele era mesmo um mulherengo. Ficou secando as moças que trabalhavam na Editorial.

— Não acredito que vamos ficar no mesmo Flat. - Seguimos para dentro do prédio de três andares.

— Ainda dá tempo para você pular fora, eu faço questão de te levar ao aeroporto! - Ele só queria me tirar da jogada.

— Só nos seus sonhos mesmo que vou desistir. Eu lutei para estar aqui, a vaga vai ser minha! - Afirmei.

— É o que veremos, meu caro! - Passou por mim dando tapinhas em meu ombro.

Freddie Benson era muito irritante.

[...]

O Flat era até mesmo bonitinho e arrumado. Um espaço bacana com duas camas, um banheiro e sala/cozinha, tinha um frigobar e um fogão grill com duas bocas. O bom que passaríamos o dia no estágio e chegaríamos à noite para descansar, então, o Flat era perfeito.

Benson havia se ocupado da cama que ficava ao lado da parede. Fiquei com a cama ao lado esquerdo.

— O que achou do Nevel Papperman? - Comecei a desfazer minha mala.

— Metido e engraçado, mas parece um ótimo profissional. - Respondeu sentando para retirar os sapatênis.

— Concordo. - Havia uma cômoda com quatro gavetas.

Comecei a arrumar minhas roupas.

— Vou tomar uma ducha. - Ele começou a desabotoar a camisa de linho.

— Não demore, eu preciso usar o banheiro. Ainda tenho que secar meu cabelo. - Falei.

— Que sotaque engraçado. - Riu.

Estava zombando de mim?

— Eu não tenho tanto sotaque, quase não dá para perceber. - Eu disse começando a tirar meus sapatos.

— Engano seu. É até evidente, você diz baanheeiroo. Puxa as vogais, é engraçado! - Riu novamente.

— Você também têm o sotaque daqui. Todos temos sotaque. E eu não estou tirando sarro disso. Caras como você são realmente idiotas! - Puxei minhas meias.

Ele fechou a cara para mim.

— Cuidado com o que diz, se quiser manter os dentes na boca, fica ligado! - O que ele queria dizer com aquilo?

Ele estava mesmo me ameaçando?

— Eu não tenho medo de você, Freddward! Aliás, que nome mais antiquado é esse? - Foi minha vez de zombar.

— Minha mãe acha lindo e...

— Aposto que não faz sucesso com a mulherada! - Ri alto.

— Se quer saber, eu tenho muito mais a oferecer. Elas não dão fora em mim por causa do meu nome, não seriam loucas de deixar escapar um partidão! - Sorriu se achando o maioral.

Mas era muito convencido mesmo.

— Albert também é nome antiquado! - Sorriu sacana.

[...]

No dia seguinte...

P.O.V Do Freddie

Acordei bem adiantado, o meu concorrente estava usando máscara de dormir e um lenço verde cobrindo o cabelo, segundo ele, impedia que os fios ficassem embaraçados durante o sono. Fui de fininho para o banheiro, ele que chegasse atrasado, não era problema meu. Tentei não fazer muito barulho enquanto tomava um banho rápido. Quando saí com a toalha ao redor dos quadris, me deparei com o Oliver já de pé, estava bocejando e esfregando os olhos.

— Achou mesmo que eu ia dormir feito um ogro? - Me fitou sonolento.

Ele estava só de cueca samba-canção.

— Adorei os carneirinhos. Foi tua mãe quem comprou essa cuequinha na seção infantil? - Eu não poderia deixar de tirar sarro com a cara dele.

— Pelo menos eu depilo o peito, não pareço um homem das carvenas! - Apontou para mim.

— Ei, as gatas não reclamam! - Exclamei.

— Segura bem essa toalha, porque eu não quero...

— Ops! - Deixei a toalha cair de propósito.

Oliver abriu a boca e arregalou os olhos.

— O que eu tenho, você também têm, mas aposto que o meu é bem maior! - Pisquei pra ele para irritá-lo.

— Você é louco? - Ele desviou o olhar.

— O quê, que tem? Somos homens! - Prendi o riso.

— Não temos intimidade para isso, cara! Você é exibido demais! - Rumou rapidamente para o banheiro.

Comecei a rir.

Estava sendo divertido provocar o canadense.

[...]

P.O.V Do Beck

O Benson era muito inconveniente, no ônibus à caminho da Editorial, ele sentou ao meu lado só para ficar enchendo o saco. O cara podia até ser nerd, mas se comportava como um playboy metido e depravado. Levantei e passei por ele, Freddie levantou também quando o ônibus parou, estava bem atrás de mim para a minha infelicidade.

— Ai! - Senti um puxão no cabelo. - Por quê fez isso? - Olhei para ele irritado.

— Só estava confirmando se não é aplique. - Ele era doido?

Eu tinha deixado meu cabelo solto, as pontas batiam nos ombros.

— Da próxima vez que puxar o meu cabelo, vou dar na sua cara! - Avisei.

— Ui! - Sorriu e passou a língua pelo lábio inferior.

— Se quer me beijar, fala logo! - Bati o dedo no peito dele.

— Ei, tá me estranhando, doido? - Me empurrou.

— É você que está me estranhando! - Devolvi o empurrão.

— O casal aí não vai descer, não? Deixem para fazer a DR em casa! - O motorista estava impaciente.

Freddie e eu nos fuzilamos. Ele já estava me tirando do sério.

Horas depois...

— Não acredito que sabotou meus slides! - Quase avancei nele.

O filho da mãe ferrou com minha apresentação. Passei a maior vergonha na frente do Sr. Papperman e de sua equipe.

— Não tenho culpa se não sabe preparar uma simples apresentação de slides. - Fechou o próprio notebook.

— Eu esperava mais de você, Oliver. Seu colega preparou uma apresentação maravilhosa, o projeto dele é bom. - Elogiou o chefe.

— Obrigado, Sr. Pappermam, eu...

— É bom. Mas não é bom o suficiente. Caprichou em tudo, mas quero algo incrível e impecável. Se eu souber que sabotou o trabalho do seu colega, eu mesmo irei chutar a essa sua bunda para o olho da rua, Sr. Benson! - O loiro avisou.

— Pode ter a certeza que isso não será necessário, senhor. Dou minha palavra, sou inocente. - Inocente uma ova.

Senti vontade de tacar meu notebook na cabeça dele.

— Senhor, posso ao menos lhe mostrar os esboços do meu projeto? Eu tenho ele em PDF, está tudo organizado. - Pedi uma oportunidade para não sair por baixo.

— Por favor, me acompanhe. E você trate de arrumar a sala! - Deu ordens para o Benson.

A sala de apresentações estava mesmo precisando ser organizada.

[...]

P.O.V Do Freddie

— Os patrocinadores adoraram a ideia do comercial de ração. Meu assistente ligou para o abrigo de animais, eles aceitaram nos receber e deram permissão para gravarmos lá. - Papperman estava empolgado.

— Que boa notícia, senhor. - Oliver sorriu.

Ele não estava falando comigo. O idiota achava que eu tinha sabotado o projeto dele.

— Vou precisa de vocês para um projeto, rapazes. Vamos logo trabalhar na campanha de publicidade. Vocês terão três dias para me apresentar o slogan do produto, os banners, o logo e o site de vendas. Vocês farão tudo isso em dupla, vou analisar como se comportam profissionalmente. - Ele só podia estar brincando.

— Isso tudo é mesmo necessário, senhor? - Indaguei.

Eu podia preparar tudo sozinho.

— Se quer a vaga, sim, é mesmo necessário, Sr. Benson. Algum problema? - Me encarou.

— Não, nenhum... - Menti.

Comecei a anotar no meu tablet o que ele havia pedido.

— Dispensados para o horário de almoço. - Nos enxotou da sala.

— Você já tem alguma ideia em mente? - Oliver me acompanhou.

— Pensei que estava com raiva, tá falando comigo por quê? - Perguntei.

— Porque temos uma campanha para prepararmos juntos. - Respondeu.

— Não sabotei os seus slides. Eu nem mesmo toquei no seu notebook. - Afirmei.

— Que seja, isso não importa mais. - Falei. - Papperman adorou os meus esboços. - Aquilo era verdade.

— Meu Deus... Que gatas! - Me animei todo quando vimos as duas mulheres lindas saindo de uma sala.

— Devo concordar, são lindas...

— Uma delas é minha chefe! - Nos assustamos.

Um rapaz estava bem atrás de nós.

— Sou Steven, assistente da Srta. Puckett. Sinto lhes informar que as deusas não são para o bico de vocês. - Ele disse quando paramos para conversar com ele.

— Por quê não? - Eu quis saber. - Eu me garanto, pego as duas! - Sorri malicioso.

— Elas colam velcro! - Steven disparou.

Beck e eu olhamos para as duas beldades que se aproximavam da gente.

— Tá brincando? - Cochichei.

— Elas vão noivar em breve. - Sorriu e acenou para as mulheres.

A boca do meu colega despencou. Eu também fiquei chocado.

— Boa tarde! - A loira passou por nós e a morena nos encarou.

— Boa tarde! - Respondemos.

— Minha nossa... - Murchei os ombros.

— Realmente não são para o nosso bico! - Bateu o ombro no meu

[...]

P.O.V Do Beck

— Vai pra onde? - Vi que o Benson estava se arrumando todo.

— É da sua conta? - Enfiou a carteira no bolso.

— Não, mas é que amanhã temos que acordar cedo para...

— Vou só sair para tomar uns drinks, fica tranquilo. Amanhã vou estar bem disposto para a gente começar a trabalhar na campanha. - Vestiu uma jaqueta.

— Então, vou com você. Não conheço a cidade. - Chequei as horas.

Ia dar 19h:30min.

Que mal teria sair um pouquinho para se divertir?

— Beleza. - Acabou concordando.

Como já estava de banho tomado, apenas passei perfume e vesti um casaco grosso. Fazia frio em Seattle diferente de L.A.

E realmente foi um erro sairmos aquela noite. Deveríamos ter ficado no alojamento.

O Benson começou a encher a cara assim que chegamos no bar. O ambiente era até legal. Quando ele ficou bêbado, tudo foi de mal à pior. O sem noção deu justamente em cima de uma moça comprometida e para completar a desgraça, o namorado dela estava por perto.

O cara era bem alto, ficou furioso e tentou partir para cima do Nerd garanhão. Tive que me meter no meio e explicar que ele estava fora de si e não sabia o que estava fazendo.

Livrei a cara do meu concorrente. Ele poderia terminar desmaiado e sem os dentes.

Depois o Benson inventou de jogar sinuca, o que terminou em uma quase briga. Ele se estranhou com um cara. Perdeu e não sabia admitir que havia perdido. Estava exigindo o dinheiro apostado afirmando que o rapaz tinha roubado na sinuca.

Mais uma vez impedi que ele fosse surrado. O cara pegou até o taco de sinuca como arma. Tirei o Benson do bar antes que as coisas piorassem...

A chuva nos pegou.

"Será que aqui nunca para de chover? Que droga!"

Não consegui chamar um Uber, o jeito foi arrastar o meu companheiro de quarto pelas calçadas molhadas, com a chuva forte nos castigando.

Nenhum táxi parava. Passavam reto.

Ele até podia ser baixo, mas era pesado.

Até que um filho de Deus parou nos oferecendo ajuda.

— Freddie, cara, vem cá! - Um rapaz o chamou abaixando um pouco o vidro do carro.

— É seu parente? - Perguntei ao rapaz, o Benson mal conseguia ficar de pé.

— É meu amigo. Não acredito que ele anda enchendo a cara, se a mãe dele descobre, ela vai surtar! Arrasta ele pra dentro, rápido! - Destravou a porta.

Ele se apresentou alegando que conhecia o Benson desde o colegial.

— Sou Gibby Gibson. Quêm é você? - Perguntou assim que estávamos dentro do carro.

— Beck Oliver. Sou novo na cidade, colega de estágio dele. - Olhei para o Nerd metido que tombou de lado, caindo por cima do meu ombro.

— O concorrente chato? - Riu ligando o veículo.

— O quê? Ele já falou de mim? - Fiquei pasmo.

— Hoje mais cedo, trocamos mensagens e ele me falou que estava disputando a vaga com um canadense chato e cheio de frescurinhas. - Como é?

Benson estava ressonando, ensopado e fedendo à álcool.

Seu amigo nos levou para o alojamento.

Gibson me ajudou com o Benson, subir com o moreno foi uma tarefa e tanto. Agradeci pela carona e por toda a ajuda.

— Nunca imaginei que nerds pudessem dar tanto trabalho. - Retirei seus tênis.

Puxei as meias úmidas.

Comecei a despí-lo, estava frio. Ele não podia dormir com a roupa molhada.

— Se aproveitando de mim só por quê sou gostoso? - Abriu vagamente os olhos pequenos.

— Vai sonhando. - Bufei.

— Preciso dá uma mijada. - Sentou na cama só de cueca boxer.

Estava bem colada no corpo dele evidenciando seu membro.

Ele não era o meu tipo.

Mas de alguma maneira chamava a minha atenção.

Freddie se colocou de pé e cambaleou. O segurei, impedindo-o de beijar o chão acarpetado.

— Oh, tirando casquinha agora? - Sorriu.

Afastei as mãos do seu corpo malhado.

"Ele não faz o meu tipo..."

— Vai urinar. - Me afastei.

— O que foi? Vai negar agora? - Sua voz estava mansa, embriagada.

— Negar o quê, cara? - Indaguei.

— Que ficou de olho em mim no bar. - Merda.

— Cala a boca, você não está raciocinando direito! - Falei.

— Por quê não vem calar? - Me encarou.

Não consegui me segurar e encurtei a distância entre nós.

Me assumi bi aos 16 anos. Minha família não aceitou muito bem.

Segurei seu rosto e o beijei, sentindo sua barba ralinha me espetando.

Tentei passagem com a língua.

O empurrão me desequilibrou, eu caí de bunda no chão acarpetado.

— Nunca mais ouse me agarrar! Eu não sou boiola! — Disse enojado.

Ele que tinha me provocado o dia todo.

Nunca me senti tão rejeitado e humilhado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí???

O que estão achando desses dois???.

O Benson está dando trabalho para o Oliver hehehehe

O que o álcool não faz, né???

Benson provocou e deu no que deu...

Tadinho do Beck tcs tcs tcs

Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Estagiários" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.