Fearless escrita por Lara


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Oii Cupcakes ♥! Minha primeira história sobre o universo de Ladybug e eu nem mesmo sei como ficou, mas espero que gostem. Essa história foi inspirada na música Fearless da Taylor Swift, então recomendo lerem ouvindo a música. Obrigada a todos que estão dando uma chance a história e espero que possam deixar a opinião de vocês nos comentários. Boa leitura...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/800682/chapter/1

FEARLESS

•••

 

"Então querido, dirija devagar até a estrada acabar nessa cidade pequena. Eu quero ficar bem aqui, neste banco de passageiro. Você me olha. Neste momento, capture, lembre-se. Porque eu não sei como isso pode ficar melhor. Você pega minha mão e me joga de cabeça. E eu não sei porquê, mas com você eu dançaria em uma tempestade, com meu melhor vestido, sem medo".

Fearless - Taylor Swift

 

Eu sempre fui uma pessoa medrosa. Não era algo da qual eu me orgulhava, mas tinha ciência de que minha covardia e de como ela sempre me atrapalhava a viver. Alya já havia me alertado diversas vezes sobre a minha falta de coragem e me incentivava sempre a revelar meus sentimentos a Adrien Agreste, o garoto mais popular da escola, por quem sou apaixonada há mais de três anos.

Um clichê. Eu sei. A garota invisível que se apaixonou pelo doce e encantador príncipe da escola com quem nunca tinha trocado mais do que algumas palavras durante as aulas da srta. Bustier. Ainda assim, meu coração bobo e desengonçado se viu completamente caído de amores pelo gentil rapaz desde que nossos olhos se encontraram no instante em que nós nos abaixamos para pegar a minha borracha que havia caído.

Tudo o que pude dizer diante dos lindos olhos verdes de Adrien foi um estranho e agudo obrigada para logo em seguida, afastar-me de maneira escandalosa, atraindo a atenção de todos da sala. A partir daquele dia, eu tentei evitar ao máximo os sorrisos doces do rapaz e as tentativas amigáveis de Adrien de se aproximar de mim, afirmando que como vizinhos de cadeiras da aula de inglês, precisávamos nos dar bem.

Incapaz de me confessar a Adrien e de controlar aquele intenso sentimento que me sufocava a cada dia, eu passei a escrever em um blog com o codinome Ladybug. Nele, eu escrevia textos de amor e imaginava um futuro onde eu seria capaz de viver uma história de amor de contos de fadas com o rapaz de cabelos tão loiros e brilhantes quanto o Sol e de olhos verdes que exalavam doçura e gentileza.

Eu sabia que um relacionamento entre nós era impossível. Ele vivia um relacionamento conturbado com Kagami Tsurugi, a intercambista japonesa que atraia a atenção de todos pela inteligência e beleza. Não havia como competir com uma garota tão incrível quanto a Kagami, por isso, eu sabia que deveria me manter afastada. Ainda assim, foi inevitável não me sentir esperançosa quando o relacionamento dos dois finalmente veio ao fim e Kagami retornou para o Japão.

Meus textos de amor se tornaram mais constantes e de alguma forma, o blog começou a ganhar visibilidade. Ladybug representava as pessoas apaixonadas que não tinham coragem de se confessar e que compartilhavam de sentimentos semelhantes. E aos poucos, eu também passei a servir como uma conselheira amorosa, respondendo e aconselhando os leitores que me pediam ajuda pelos comentários das postagens.

Como Ladybug, eu era corajosa e destemida. Eu era uma pessoa completamente diferente, capaz de ajudar a todos e ainda conseguia gritar ao mundo o amor que eu sentia por Adrien, ainda que ele não fizesse ideia de que isso acontecia. Ao menos, era isso que eu pensava.

Como um clichê de filme adolescente água com açúcar, Adrien também acompanhava o blog com um codinome, também pedindo conselhos sem imaginar que quem estava do outro lado daquelas palavras de encorajamento era a covarde que suspirava de amores por ele todas as noites, enquanto escrevia naquele diário online.

Cat Noir era um rapaz que amava sua colega de classe platonicamente desde a primeira vez que eles se viram na escola. Ele descrevia sua amada como a tímida e linda Olhos de Safira. Por ironia do destino, nós trocávamos mensagens e conselhos sem nem mesmo saber que estávamos ajudando nossos interesses românticos.

Sim. Mais um clichê aconteceu. Adrien estava apaixonado por mim. E eu apenas fui capaz de descobrir a verdade quando ele se confessou para mim durante o evento do Dia dos Namorados realizado pela nossa escola. Ele me enviou uma carta de amor, revelando tudo o que ele tinha descrito em meu blog e, no fim, me chamou de Olhos de Safira.

E minha comprovação de sua identidade veio quando lhe questionei se ele era o Cat Noir. Imediatamente, ele me reconheceu como Ladybug, afinal, ela era a única que sabia sobre esse nome. Não havia o que eu pudesse fazer além de concordar e receber um sorriso tímido, mas brilhante de Adrien em resposta.

Agora me encontro de frente ao espelho, encarando minha imagem, sem saber se ele gostaria do meu visual. Esse seria o nosso primeiro encontro e mais uma vez eu estava agindo como uma covarde. Alya sorria e afirmava que eu estava linda. Ela havia me ajudado a escolher o meu melhor vestido e arrumado o meu cabelo em um lindo coque. A maquiagem delicada havia completado o visual e me deixado um pouco mais confiante.

Ainda assim, a chuva intensa que caía pela cidade não me animava em nada. Parecia mais um aviso nada animador de que esse encontro não daria certo. A semana inteira havia sido quente e o Sol havia brilhado com intensidade, então por que justo em nosso primeiro encontro, o mundo tinha decidido se acabar em chuva?

— Calma. Vai dar tudo certo. Você está linda. O Adrien vai amar. – Garante Alya, quando eu havia questionado sobre mudar sobre os meus brincos pelas terceira ou quarta vez.

— Mas e se ele não gostar? – Indago, nervosamente. Minha melhor amiga suspira e balança a cabeça, negando.

— Impossível. – Afirma a garota, abraçando-me de lateral. Alya sorri confiante e encosta a cabeça dela na minha. – Adrien não disse que te ama? Até mesmo fez uma linda declaração de amor para você, Marinette. Você é linda, divertida e inteligente. Deveria acreditar mais em você mesma. Se Adrien te chamou para sair, é porque ele realmente viu muito mais em você do que você imagina.

— Espero que seja verdade. – Respondo, sentindo o nervosismo me consumir. Um trovão ecoa pelo céu e ressoa pela cidade, assustando-nos pela intensidade. Afasto-me da garota e vou até a janela para encarar a cidade que se acabava em água. – E por que justo hoje tinha que estar chovendo desse jeito? Será se não é um aviso divino de que eu deveria ficar em casa? Eu acho que sim. É melhor ligar para o Adrien e desmarcar o encontro. Essa chuva toda com certeza é um sinal de que eu vou estragar tudo e...

— Para de besteira, Marinette. – Resmunga Alya, tirando o celular de minha mão antes que eu ligasse para Adrien. – Não vou deixar que você se deixe levar pelos seus medos de novo. Você vai sair com o Adrien sim e vai se divertir como nunca se divertiu antes.

— Mas e se...

— “Mas e se” nada. Já chega de inventar desculpas para se autossabotar. Eu entendo que esteja com medo. É o primeiro encontro de vocês, mas não pode deixar que o medo te impeça de viver. – Alya me interrompe, antes que eu começasse a minha sessão de “se” e “mas”. Ela suspira e joga meu celular na cama, antes de pegar em meus ombros e me encarar com seriedade. – Você é a Ladybug. A garota que inspirou centenas de pessoas a confessarem seus sentimentos. Foi você quem me encorajou a me confessar para Nino. Jamais estaríamos namorando se você não tivesse me dito para confiar em mim mesma. Não acha que está na hora de seguir seus próprios conselhos?

— É só que... e se der errado? E se eu estragar tudo e acabar fazendo o Adrien me odiar? – Questiono, assustada. Alya suspira e me abraça apertado. – E se ele se decepcionar ao conhecer quem eu realmente sou?

— Isso é impossível. – Afirma Alya, afastando-se para me encarar. Os o lhos cor de âmbar me transmitiam tanta certeza que por alguns instantes, eu realmente acredito que realmente era impossível. – Você é incrível, Marinette. Ele jamais se decepcionaria ao conhecer a garota maravilhosa que é você. Então pare de se autodepreciar ou eu vou começar a ficar realmente brava com você.

— Tudo bem. – Resmungo, sabendo que não era uma boa ideia desafiar a minha melhor amiga.

A campainha da casa ecoa, anunciando que havia alguém na entrada. Arfo e encaro Alya em pânico. Ela sorri, encorajando-me.

— Parece que o Adrien chegou. Respira fundo. – Eu continuava em estado de choque, então havia até mesmo me esquecido como se respirava. – Repete comigo. Inspira. Expira. Inspira. Expira.

Repito as ações de Alya e tento pensar positivo. Eu estava com meu melhor vestido. Adrien havia se confessado para mim e até mesmo seguido meus conselhos do blog. Ele realmente gosta de mim. Não havia motivos para me sentir tão apavorada por causa de um simples encontro.

Se eu fui capaz de escrever um blog, eu também sou capaz de sair com Adrien. E daí que é o meu primeiro encontro com o rapaz mais popular da escola, que eu tenho amado em silêncio por anos? Isso não é nada demais. Pensando bem, é realmente muita coisa.

— Deixa de ser covarde e desce logo, antes que seus pais encham o Adrien de perguntas. – Alya me empurra para que eu conseguisse mover minhas pernas e me lembra do detalhe de que meus pais poderiam ser bem inconvenientes quando queriam.

Arregalo ao pensar no quanto Adrien deveria estar sofrendo com o interrogatório. Arrumo meu vestido pela última vez, pego minha bolsa e meu celular e desço as escadas, sendo acompanhada por Alya, que estava animada para ver a reação de Adrien ao me ver.

Assim que chego a sala de estar, arfo ao encontrar Adrien sentado no sofá, encolhido diante da presença intimidante de meu pai, que parecia ditar as regras para o nosso encontro. Minha mãe assistia a tudo com um sorriso divertido no rosto e eu não sabia onde enfiar a minha cara de tanta vergonha que eu sentia.

— E nada de contato físico demais. Sem beijos ou...

— Pai! – Repreendo o homem, temendo que ele assustasse Adrien de vez.

O loiro se levanta e vejo seus olhos brilhares ao me encarar. Meu pai também parecia surpreso. Eu não era muito de usar vestido, apesar de amar moda. Por ser desastrada demais, eu evitava usar para o próprio bem da minha imagem.

— Para de assustar o Adrien, pai. – Continuo a repreender o homem, enquanto me aproximava. – Eu não sou mais criança. Já tenho dezessete anos. Será que dá para confiar um pouco mais em mim?

— Você... está linda, filha. – Comenta meu pai, embasbacado.

— Você realmente está deslumbrante, Marinette. – Concorda Adrien, dando um sorriso tímido. Suas bochechas estavam levemente coradas e isso faz com que eu ficasse ainda mais envergonhada.

— Obrigada. – Agradeço, timidamente. Respiro fundo e troco olhares com Alya, que ergue os polegares em sinal de apoio. Volto minha atenção a Adrien, quem continuava a me encarar como se eu realmente fosse uma linda obra de artes. – É melhor nós irmos.

— Ah, claro. – Adrien sorri e estende um pequeno buquê de rosas vermelhas. – Isso é para você. Espero que goste.

— Elas são lindas, Adrien. Não precisava. Obrigada. – Agradeço, encantada com a beleza do pequeno buquê. Cheiro as rosas e sorrio ao sentir o delicado aroma. Volto a encarar o rapaz, completamente rendida por sua beleza, que parecia estar ainda mais intensa que o normal. – Obrigada.

— Não foi nada. – Responde Adrien, desviando o olhar. Ele respira fundo e encara meus pais com seriedade. – Obrigado por permitirem que a Marinette saia comigo. Eu prometo que até dez horas ela estará de volta.

— Assim espero. – Retruca meu pai, mal-humorado.

— Tom. – Dessa vez é minha mãe quem o repreende, enquanto se levanta do sofá. Ela me encara e pega o buquê de minha mão. – Eu cuido disso. Vão enquanto ainda é cedo.

— Obrigada, mãe. – Abraço a mulher, que sorri e deixa um beijo em minha testa.

— Divirta-se, querida. – Deseja minha mãe, sorrindo com doçura. Ela encara Adrien e posso ver que ela realmente havia gostado do rapaz. – Tenha cuidado, Adrien. Com essa chuva intensa que está caindo, a pista fica muito mais escorregadia.

— Não se preocupe, sra. Cheng. Eu serei cuidadoso. – Garante Adrien, transmitindo toda aquela aura responsável que ele tem.

Despeço-me de meu pai e de Alya mais uma vez, antes de seguir para fora de casa. Adrien havia levado o guarda-chuva, então nós o compartilhamos até chegar ao seu carro, onde ele abriu a porta para mim e me ajudou a entrar. Em seguida, ele correu para o lado do motorista e entra no carro, jogando o guarda-chuva para o banco de trás.

— Que chuva! – Comenta o rapaz, passando as mãos sobre os braços, em uma tentativa em vão de secar onde havia molhado.

— Pois é. – Respondo, nervosamente, enquanto coloco o cinto de segurança.

Encaro a janela do carro, observando a chuva cair e evitando o encarar para não ficar ainda mais vermelha do que já estava. Respiro fundo, tentando me acalmar, e volto a alternar o olhar entre Adrien e a janela a minha frente.

O silêncio recai sobre nós e eu não sabia o que dizer para quebrá-lo. Eu estava tão nervosa que sentia minhas mãos transpirarem. Tudo o que ouvíamos era a chuva intensa caindo sobre o carro e nossas respirações um pouco desregulares.

Adrien então solta uma risada nervosa e eu o encaro com curiosidade. Nesse momento, vejo como seu rosto estava vermelho. Ele realmente parecia apreensivo e isso me surpreende. Adrien é sempre tão calmo e confiante. É a primeira vez que eu o vejo assim.

— Desculpe. Eu estou um pouco nervoso. Não sei bem o que dizer. – Confessa, forçando uma risada.

— Nervoso? Por quê? – Indago, confusa.

— É o nosso primeiro encontro e está chovendo. Eu planejava te levar em um jardim fora da cidade, porque eu sei que você gosta de flores, mas tudo foi por água abaixo. Literalmente. – Brinca e eu acabo rindo, porque parecia que assim como eu, Adrien não estava tão confiante. E de alguma forma, isso me deixa um pouco mais calma.

— Você sabia que eu gosto de flores? – Pergunta com curiosidade.

— Sim. Você escreveu umas vez no blog que o seu encontro perfeito seria em algum lugar com muitas flores. – Conta e novamente me surpreendo. Eu realmente havia citado isso logo no inicio do blog. – Eu queria que fosse tudo perfeito. Desculpa.

— Por que está se desculpando? Você não fez nada de errado. – Afirmo e ele suspira, frustrado. – Não é sua culpa que esteja chovendo.

— Eu acho que escolhi um péssimo dia. – Conta, dando um fraco sorriso. Ele aponta para a cesta de piquenique no banco de trás do carro. – Eu esperava que nós conseguíssemos ver a Lua Cheia e fazer um piquenique no Parc Bagatelle, porque essa temporada ele tem as flores mais bonitas de Paris, então imaginei que você ficaria feliz.

— Eu já estou feliz por você ter pensado nisso. – Confesso, encantada pela consideração que Adrien teve em criar um encontro perfeito. Ele sorri e assente, pensativo.

— Agora eu estou pensando onde deveria te levar. – Explica Adrien, pegando o celular. – Eu estava tão confiante em irmos parque que nem mesmo pensei em olhar alguma opção que fosse em algum lugar fechado.

— Por que não vamos ao parque? – Pergunto e ele me encara confuso.

— Está chovendo. Você... tem certeza? – Indaga Adrien, hesitante.

Encaro a paisagem mais uma vez. Era a mesma chuva de minutos atrás, mas agora que eu me sentia mais calma e via que Adrien estava tão ansioso quanto eu, ela não parecia ser tão ruim assim. Parecia até mesmo algo especial. Eu consigo até mesmo ver um certo brilho na calçada ao lado do carro. Tudo parecia mais brilhante, na verdade.

— Sim. Você teve o trabalho de preparar a cesta de piquenique. Seria um desperdício não aproveitar. Além disso, podemos ver as flores do estacionamento do jardim. Quem sabe até lá não para de chover? – Sugiro otimista e ele parece feliz com ideia.

— Tudo bem. Vamos lá. – Concorda o loiro, sorrindo animado.

De alguma forma, naquele momento, eu só conseguia pensar que seria divertido ficar ao lado de Adrien naquele carro, observando as flores pela janela do carro, comendo os lanches que ele havia preparado e conversando sem pensar no amanhã, algo que definitivamente não combinada nada com a minha covardia típica.

E enquanto Adrien dirigia pela cidade, eu precisava fazer um esforço para não me distrair. Ele parecia tão bonito sob as luzes dos postes de luz, que eu poderia observá-lo facilmente por horas a fio.

Ele passava a mão pelo cabelo de forma inconsciente e eu sentia meu coração bater mais forte do que nunca. Vez ou outra, ele desviava o olhar da pista para me encarar e sorria, comentando sobre alguma curiosidade que ele havia descoberto sobre o parque. E eu só conseguia sorrir, sem saber como aquele momento poderia ficar melhor.

O carro para em um semáforo e timidamente sinto a mão de Adrien sobre a minha. Ele não ousava me encarar e eu podia sentir suas mãos tremerem levemente e a temperatura fria. Sorrio e desvio o olhar para a estrada, apreciando o encaixe perfeito de nossas mãos. Adrien também parece mais confiante, porque não demora muito a cantarolar a canção que tocava na rádio. Sua voz era aveludada e me trazia calma.

Eu queria que aquele momento durasse para sempre. Desejava silenciosamente para que ele dirigisse devagar, até a fronteira de Paris ou para qualquer lugar distante, onde só nós dois existíssemos. Eu queria permanecer naquele banco de passageiro, observando-o dirigir, apreciando sua beleza e o sensação agradável de ter sua mão entrelaçada a minha, enquanto cantamos músicas de amor pela cidade.

— Chegamos. – Anuncia Adrien e somente nesse momento percebo que estávamos no estacionamento do parque. A chuva ainda continuava, mas havia diminuído sua intensidade consideravelmente, permitindo que observássemos as lindas flores que estavam próximas do carro. – Infelizmente, ainda não parou de chover. Parece que teremos que ficar mais um tempo por aqui, comendo no carro.

— Tudo bem. Ainda parece divertido. – Afirmo, sorrindo com sinceridade.

Adrien sorri e assente, tirando o cinto de segurança. Ele se vira para trás e pega a cesta de piqueniques para que pudéssemos começar a comer. Adrien pega dois sanduíches e me entrega um suco de caixinha.

— Eu não sabia do que você gostava, então trouxe sanduíches, biscoitos e o suco que eu sempre vejo você bebendo na escola. Imaginei que esse fosse o seu favorito. – Comenta Adrien, colocando a caixa de volta no banco de trás do carro.

— Eu jamais imaginei que você soubesse tanto sobre mim. – Conto, sem esconder minha surpresa.

— Eu gostava de ficar observando você e descobrindo mais sobre você. – Responde o rapaz, dando um fraco sorriso. Ele logo arregala os olhos se me encara preocupado. – Isso deve ter soado assustador. Eu não stalkeava você. É só que eu gostava de ver suas reações comendo as coisas que você mais gostava e...

— Tudo bem. – Afirmo, rindo. Era divertido ver Adrien tão nervoso. – Não soou assustador. Eu te entendo, na verdade. Como você deve ter visto no blog, eu também estava sempre te observando para saber se eu descobria mais algum informação sobre você.

— Sério? – Indaga Adrien, parecendo realmente feliz com a informação.

— Ainda não acredito que você gosta de mim. – Confesso, passando a comer meu sanduíche. Adrien me encara confuso.

— Por quê? Isso é tão inacreditável assim? – Pergunta o loiro, parecendo preocupado. – Você... acha isso... desconfortável?

— Não! – Apresso-me, arregalando os olhos. Acabo me engasgando com o pedaço do sanduíche em minha boca e preciso tomar um pouco de suco para me recuperar. Adrien bate levemente em minhas costas e me analisa com preocupação.

— Você está bem? – Indaga Adrien e eu assinto, tossindo um pouco.

— Sim. Eu só... – Engulo um pouco mais de suco para me recuperar. – Eu acabei me engasgando. Desculpa ter te preocupado.

— Não tem problema. – Afirma o rapaz, dando um fraco sorriso.

Respiro fundo e me lembro o motivo de ter sido tão descuidada. Adrien encara o próprio sanduíche de maneira um pouco melancólica. Talvez realmente pensasse que eu estava incomodada pelo fato dele ter se confessado para mim.

Como Cait Noir, Adrien havia me confessado ser bastante inseguro e que por detrás de toda a popularidade, ele sempre ficava muito receoso de acabar me causando problemas e tudo isso se devia ao seu último relacionamento. Aparentemente, Kagami estava sempre o cobrava e jogando na cara dele que ele parecia nunca saber o que fazer, que estava sempre em cima do muro. Ao longo do relacionamento conturbado, isso foi destruindo a confiança dele e o tornando cada vez mais cauteloso.

— Eu não estou incomodada por você gostar de mim, Adrien. – Revelo, reunindo toda a coragem que havia dentro de mim. Ele me encara surpreso. – Na verdade, eu apenas não entendo o motivo de você gostar de mim. Eu tenho gostado de você há anos e sempre pensei que você nunca olharia para a garota invisível que eu era a escola. E descobrir que você gosta de mim foi realmente um choque.

Adrien parece pensar em minhas palavras, como se estivesse reorganizando seus pensamentos. Continuo a comer o saboroso sanduíche, ansiosa por sua resposta. Por fim, ele suspira e dá um fraco sorriso, encarando-me com intensidade.

— Ainda que me pergunte o porquê, eu não tenho uma resposta concreta. Eu apenas gosto como seus olhos sempre são sinceros quanto ao que você sente, como se envergonha fácil, como é dedicada e gentil. E quando eu descobri que você era a Ladybug, eu senti que te amava ainda mais. Confesso que por alguns meses, eu me vi dividido entre estar apaixonado por você ou pela Ladybug. Vocês eram tão parecidas e tão diferentes ao mesmo tempo. Eu me sentia à vontade para conversar sobre qualquer coisa com aquela garota corajosa do blog. Você era tão atenciosa e sincera, mas ao mesmo tempo, sempre tomava cuidado com os seus conselhos. E nós tínhamos tanto em comum. Sofríamos por um amor supostamente não correspondido e éramos tímidos demais para revelar nossos sentimentos. – Adrien sorri com doçura e pega em minha mão. – Eu não sei. Eu apenas gosto de você, em todas as suas versões. Eu gosto da tímida e gentil Marinette e da divertida e corajosa Ladybug.

Sorrio e desvio minha atenção de Adrien para as flores do lado de fora do carro. A rádio do carro tocava uma melodia doce com uma canção que falava sobre amor. Meu coração saltava, eufórico. Minhas mãos tremiam e eu sentia que poderia cometer uma loucura naquele momento.

— Eu quero ver as flores mais de perto. – Revelo e Adrien me encara estático por alguns instantes e assente, sorrindo.

Sem me importar com a chuva que caía, desço do carro e inspiro o ar puro. Eu não fazia ideia do que estava fazendo, mas era libertador sentir a chuva cair sobre meu corpo, enquanto observava as flores pelas luzes dos postes de energia que iluminava timidamente o estacionamento vazio do parque.

Adrien se aproxima e me encara com interesse. Eu não sabia o que se passava em sua mente. Talvez pensasse que eu fosse louca. Eu deveria ter aproveitado a chance para me declarar para ele também. Mas estava tão agitada que era incapaz de controlar minhas ações.

Viro-me para o rapaz. A música da rádio continuava a ecoar um pouco distante, mas ainda audível. Adrien me olha. Ele parecia tão bonito, enquanto a chuva molhava seus cabelos dourados. Seus olhos brilhavam. Mais intensos do que nunca. Capturo cada detalhe de seu rosto. Provavelmente não havia como aquele momento ficar melhor.

Adrien pega a minha mão e me puxa para mais perto. E por algum motivo, eu sentia que com ele, eu poderia dançar naquela tempestade, sem me importar de estar molhando meu melhor vestido e minha maquiagem. Ao lado dele, eu não sentia mais medo. Pela primeira vez na vida, eu realmente me sentia destemida.

Encosto minha cabeça em seu peito e quando sou por mim, estamos dançando no ritmo daquela doce melodia. Seu coração batia descompassado, seu corpo quente me aquecia em meio a chuva. De repente, sinto vontade de encarar seu rosto.

Era surreal como ele parecia mais bonito a cada instante que passava. Paramos de dançar e nossos olhos se encontram. Minhas mãos tremem. Eu não sabia exatamente o que estava acontecendo comigo. Ele leva a mão ao meu rosto e me puxa. Naquele momento, eu me sinto mais corajosa.

Seus lábios se encontram com os meus de maneira doce e gentil. Nossas bocas se envolvem em uma dança única. Sinto minhas pernas falharem, mas Adrien me prende em um abraço firme, que me faz perder o ar. Aquele era o meu primeiro beijo. Era tão perfeito e especial. Eu o amava tanto.

Amava como seus braços me envolviam com tanto cuidado e calor. Amava sentir a chuva cair sobre nós, enquanto não importávamos com mais nada nem ninguém. Pela primeira vez na vida, enquanto beijava aquele garoto que havia virado meu mundo de cabeça para baixo, eu não sentia medo algum. E naquele momento eu soube que ao lado de Adrien, talvez eu realmente pudesse ser destemida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Fearless - Taylor Swift: https://youtu.be/7lLigiVgJsE

oOo

Oii pessoal ♥! O que acharam? Não deixem de comentar. Espero de verdade que tenham gostado. Deixei o link da música acima, para quem quiser ouvir. Abaixo estão os links das minhas redes sociais, que são o Instagram, o Facebook e o grupo do WhatsApp para os leitores para quem se interessar em entrar. Obrigada mais uma vez por terem chegado até aqui. Beijocas ♥

Família Cupcake 2.0: https://chat.whatsapp.com/BbOG6KJnuHy2dQIs1sC9Ss
Cupcakes da Lara: https://www.facebook.com/groups/677328449023646
Instagram: @_cupcakesdalara



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Fearless" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.