Our secret escrita por Neptune Cyaneus


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Não é necessário ler "Just like coffee" para entender essa história, mas fiz com a ideia de serem paralelas. Espero que gostem!



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Um sobressalto na cama fez Pepper acordar assustada. Se apressou em ligar a luz do abajur, olhando pelo quarto.

— Tony? – chamou, vendo o homem ofegante apoiado na janela.

A ruiva foi até ele, o abraçando pelas costas.

— Outro pesadelo?

— Preciso de um café – o Homem de ferro murmurou, sorrindo fraco para a mulher — Volte a dormir. Vou para a oficina.

Ela assentiu, dando um selinho demorado nele antes de voltar para a cama. Tony olhou pela janela mais uma vez, sentindo o estômago revirar-se.

Um café, alguns reparos na armadura, alguns calmantes... Mais uma noite comum.

Foi até a cozinha, decidido a passar o café sozinho. Procurou o coador de pano em todos os armários, para enfim o encontrar junto ao pó de café. Com um suspiro, pôs a água a esquentar.

É tão mais simples usar a cafeteira, ou mandar a Sexta-feira fazer . Por que ele gostava tanto de fazer isso?

Ao finalizar e experimentar, fez uma leve careta. Muito forte. Mas era o que precisava no momento.

 

Tony mexia na armadura com atenção, arrumando alguns fios quando ouviu a porta da oficina abrindo. Sabia pelo som dos saltos ser Pepper. Era a última pessoa que queria ver.

— Passou a noite toda aqui, Tony... E a semana passada inteira também. Deveríamos agendar uma consulta com...

— Não quero medicação para dormir – interrompeu-a — Eu estou bem, trabalho melhor à noite.

Pepper o olhou com tristeza antes de sair da oficina. Sabia que não adiantaria discutir.

Tony estava cada vez mais calado desde a guerra civil. A mulher não podia julgá-lo, não imaginava sofrer tamanha traição, mas até mesmo o jeito zombeteiro de Tony parecia ter sofrido.

Algo havia se apagado nele, e ela não sabia se conseguiria ajudá-lo a recuperar.

 

O relógio marcava uma da manhã e o Homem de ferro não parecia ter pressa de sair de Coopers Beach, onde observava a movimentação das águas. Sua mente vagava longe dali, em certa folha de papel que recebera há algumas semanas.

"Sei que está fazendo o que acredita ser certo, e é o que podemos fazer. É tudo que devíamos fazer."

Tony não conseguia entender. Não queria. Não queria acreditar que o outro achava fazer o certo. Como ele pudera trair Tony daquele jeito?

Tirou o capacete quando sentiu o ar faltar em seus pulmões. Merda. Era a terceira crise de ansiedade da semana.

"Se precisar de nós... Se precisar de mim."

Precisava. Mas não admitiria. Como poderia? Era torturante demais, e não poderia lidar com as consequências daquela confissão. Nem sabia como dizer aquilo do jeito Tony, brincando e fazendo graça. Tinha que falar com todas as palavras, e não poderia voltar atrás.

Quando contasse o que sentia, se tornaria real.

Não poderia lidar com isso.

Mas como doía. Era como passar mais uma vez pelo luto. Pela perda. Pelo desamparo.

Desamparo, sim, pois não tinha com quem contar naquele momento. Para quem poderia dizer que estava apaixonado por Steve Rogers? Não, era algo deles. Era o segredo deles. Ninguém poderia saber o quanto ele ama aquele maldito patriota.

Principalmente a Pepper. Ela o apoiou, o cuidou. Ela nunca o perdoaria por a trair assim. E ele precisava dela mais do que nunca, mesmo que doesse tanto vê-la por perto. Será que conseguiria sentir por ela, de novo, o que um dia sentiu?

 

Armaduras voavam pelo céu, lutando entre si. Pessoas corriam, prédios desmoronavam. No chão, os Vingadores socorriam os civis. Tony encara tudo, atônito. Ouvia gritos, pedidos de socorro, mas pareciam longe dele, até sentir algo atingindo seu tórax. Uma bala. Estava sangrando. Caiu no chão, procurando quem faria isso. Então viu. Viu o atirador caminhando em sua direção.

— Você... – a palavra pareceu não sair de sua boca, mas era sua voz.

O Soldado Invernal avançava para cima dele, uma potente arma em seus braços apontavam para o peito de Tony.

Podia sentir o sangue fugindo de seu corpo, ensopando sua camiseta. Devia ter atingido um órgão, porque sentia o corpo entrando em choque.

Ouviu outro tiro. Sentiu a bala atingindo seu peito. Olhou para cima, sem acreditar que morreria daquele jeito, vendo suas obras sendo usadas para guerra, sendo morto pelo melhor amigo de seu amado...

— Tony – ouviu uma voz chamar. Aquela voz. A voz que estava em todos os seus sonhos. Olhou em volta, procurando pelo louro, que corria em sua direção — Eu sinto muito, Tony – Steve segurou sua cabeça, acariciando seu rosto — Eu sinto muito, sei que te magoei... – lágrimas corriam pelo rosto do Capitão América quando ele fechou os olhou e deu um beijo demorado nos lábios de Tony, logo antes de engatilhar um revólver e dar um tiro em seu coração — Mas ele é meu amigo... — murmurou, ainda com a testa colada à de Tony.

 

Tony pulou da cama, tremendo enquanto apalpava seu peito, em busca de algum buraco de bala. Nada. Mais um pesadelo.

Suspirou, olhando para a ruiva ao seu lado.

Superaria aquela traição. Esqueceria Steve Rogers. Esqueceria tudo aquilo e seria o Tony de sempre: brincalhão, sempre com uma resposta na ponta da língua, pronto para irritar quem quer que fosse. Não seria Capitão América quem o destruiria.

Era o Homem de ferro. Nada o destruiria.


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Notas finais do capítulo

Fiquei bem inseguro em postar essa one porque ainda não estou confiante na minha esrita, então se quiserem deixar um comentário sobre o que acharam e se acham que algo pode melhorar, eu ficaria muito feliz!
Obrigado por lerem até aqui.



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