Você vai lembrar de mim - Fremione escrita por Anna Carolina00


Capítulo 1
Tudo começa na estação


Notas iniciais do capítulo

Foi maravilhoso escrever sobre esse casal. Um romance em 4 partes, agora tudo se encaminha para o final.
Espero que gostem da história como gostei!
De fã para fã, o começo do fim.



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Hermione POV

 

Lembro da primeira vez que peguei o expresso Hogwarts há anos atrás. Eu dividia o vagão com outro calouro quando seu sapo fugiu pela porta. Trevor, o sapo de Neville. Enquanto procurávamos, encontrei dois novatos, um deles falhou miseravelmente em um feitiço de mudar a cor de um rato. O outro estava com óculos arranhado.

Se eu soubesse que minha vida mudaria completamente a partir daquele momento, será que eu teria falado com eles? Se eu soubesse que minha família e todos que amo estariam em risco, eu teria me aproximado de Harry Potter e Rony Weasley? A resposta é sim, é claro! São os melhores amigos que poderia ter, e temos a missão mais importante de todo mundo mágico naquele momento: destruir as horcruxes que mantêm Voldemort imortal. 

 Dumbledore está morto, ainda é difícil de acreditar, o que torna nosso trabalho ainda mais fundamental, pois sem o único bruxo que Voldemort realmente temeu, ninguém estará a salvo enquanto ele estiver livre. 

Procurar horcruxes. Destruir horcruxes. Derrotar Voldemort. 

Simples…?

Harry concordou em continuar na casa dos tios para que a proteção de sua mãe, o Amor de Lilian, dure enquanto ainda for menor de idade. Isso nos dá tempo para nos prepararmos para nossa jornada, mas também aumenta o risco de sermos pegos antes de desaparecermos da vista de todos.

Em meio a esse turbilhão de ansiedade, enquanto nos despedimos na King Cross, eu só conseguia pensar em casa, em ter um minuto de paz.

Isso me lembrava dos meus pais. Eu não os vejo desde nossa última discussão sobre eu continuar definitivamente vivendo no mundo mágico… Agora além de respeitarem minha escolha de viver como bruxa, preciso explicar que ambos correm risco de vida simplesmente por serem meus pais. Eles chegariam hoje a noite de sua viagem à Austrália, só espero que dê tudo certo.

Eu não queria aparatar em casa, então decidi ir caminhando pelas ruas de Londres trouxa. Quantas vezes pude fazer isso nos últimos anos?

Poderia ser o último momento que teria para apreciar as construções da cidade, antes que mais pontes desabem ou casas sejam destruídas, ou nevoeiros tóxicos subitamente contaminem um parque.

Daqui em diante, tudo teria o gosto de “pode ser a última vez que…”

 

Eu estava há uma quadra da Estação quando um carro parou ao meu lado. O vidro foi abaixado:

—Senhorita Granger. - era Kingsley Shacklebolt. Auror, membro da Ordem e atual segurança bruxo do Primeiro Ministro da Inglaterra… E estava dirigindo, algo incomum entre os bruxos. - Posso lhe dar uma carona até sua casa? É caminho para o parlamento.

Shacklebolt estava falando com os tios de Harry quando saí da King Cross.

—Eu… Agradeço a carona, Shacklebolt.

Entrei no carro, ainda sem entender o propósito de me oferecer carona.

—Por favor, me chame de Kinsley. Nunca tivemos oportunidade de conversar durante as reuniões. Agora que Dumbledore se foi, há algo que devo fazer em nome dele… Uma proposta, como preferir. Hermione, o quanto estaria interessada em trabalhar no Ministério da Magia?

Levei um segundo para processar a informação. A expressão que melhor responderia aquilo é:

—O que?!

Kingsley pareceu sem graça com minha reação:

—Desculpe. Permita-se começar novamente, Hermione. Lembra-se do Vira-Tempo que usou, acredito eu, em seu terceiro ano? A verdade é que os Vira-Tempos que estão guardados no Ministério da Magia são propriedade de certas famílias bruxas que preservaram esse tipo de relíquia… Sob circunstâncias especiais, podemos solicitar o uso de um Vira-Tempo.

— Então foi você que…

—De fato, Minerva foi uma professora muito próxima, mesmo eu sendo da Lufa Lufa. Ela me escreveu pedindo que eu solicitasse o uso do Vira Tempo da família Shacklebolt para uma aluna extraordinária.  - Kingsley sorria como se se orgulhasse do que falava. Confesso ficar ruborizada ouvindo elogios de um Auror como ele. Muito acreditam que será o próximo Ministro da Magia daqui alguns anos - E então? Como foi? Sempre tive curiosidade de saber como é viajar no tempo. Conseguiu acompanhar todas as 12 matérias de Hogwarts?

Agora o Auror me encarava esperando uma resposta. Passado o choque do convite para Trabalhar no Ministério, respondi:

— Me sentia mais...Velha. Foi como se tivesse vivido 2 anos em um. Acompanhar tantas matérias foi divertido na verdade, o difícil era não chamar atenção para o fato de estar em mais lugares que é humanamente possível. Rony já suspeitava de algo quando aconteceu o incidente com... Sirius.

O padrinho de Harry fazia falta, principalmente para ele.

—Não quero ser rude, mas onde quer chegar com isso, Kingsley?

O carro freou, sinal vermelho. Estávamos nos arredores de Londres. Casas pequenas, arquitetura clássica, as pessoas caminhando para casa na faixa de pedestre.

—  Achei que seria adequado esclarecer que não é apenas a transmissão de um pedido póstumo. Antes mesmo de entrar para a Ordem da Fênix, eu já sabia da existência de uma jovem bruxa, nascida trouxa, com talento excepcional para aprender, além de uma  grande sensibilidade para entender como funciona a relação entre bruxos e outras comunidades. Acredito que foi você quem enviou uma carta ao Ministério cobrando uma posição sobre a falta de salário dos elfos domésticos que trabalham no castelo.

— Eu… Bem… Sim. Escrevi. Também escrevi para Dumbledore.

Impressão minha ou o bruxo ao meu lado estava quase rindo da situação?

— Dumbledore ficou particularmente orgulhoso de uma aluna de Hogwarts escrever para o Ministério para tratar um assunto tão pertinente. Ele jamais aceitou cargos no Ministério, você deve saber disso. Mas ele acreditava que você poderia fazer a diferença estando lá. Em nosso último encontro, Dumbledore citou novamente como esperava que eu lhe indicasse para trabalhar no Departamento de Leis da Magia. O engraçado é que… É como se ele já soubesse que não estaria mais aqui para fazer isso por você. 

— Dumbledore parecia ter os próximos 10 passos planejados.

—De fato. Ele tinha.

Um silêncio se instaurou no carro. Eu não sabia se ele esperava que eu respondesse o convite agora, afinal, eu sequer voltaria para Hogwarts esse ano. Harry informou aos membros da Ordem que teríamos uma missão designada por Dumbledore e que teríamos que desaparecer por enquanto.

Pela janela, eu podia ver um parque aberto, pessoas aproveitando o sol para um piquenique. Isso me lembrava meus pais. Eles gostariam de me ver um cargo responsável no Ministério… Mas provavelmente o que mais desejavam era ver a filha com eles, longe de todo o caos que seria instaurado daqui em diante.

Como se lesse minha mente, Kingsley shacklebolt comentou:

—Sobre a segurança dos seus pais, receio que… - o clima pareceu ficar tenso - Não há um jeito fácil de informar isso. Não podemos mais garantir um membro da ordem acompanhando seus pais. Somos poucos e, sem Dumbledore, é mais difícil ainda conseguir mais membros. Arthur e Molly se ofereceram para hospedá-los na Toca. Estariam sobre nossa segurança, mas teriam de se mudar para lá.

A Toca seria alvo de ataques, sabíamos disso. Definitivamente, eu não queria meus pais lá. 

—Hermione… Eu não deveria lhe falar isso. Arthur deve ir em sua casa amanhã para explicar as circunstâncias aos seus pais, mas você é membro da Ordem da Fênix tanto quanto os demais. Você pode decidir o que fazer.

— E que escolhas eu tenho, Kingsley? Deixar meus pais sozinhos em casa onde podem ser facilmente encontrados ou levá-los para a Toca onde com certeza serão atacados?

O auror me olhou com ternura. 

—Minha esposa, Sabrina, nasceu no mundo trouxa, como você. É a mulher mais corajosa que conheço. Coragem suficiente para me ensinar a dirigir, inclusive, deviam ensinar isso nas aulas de estudos dos trouxas em Hogwarts! Enfim… Ela foi um dos poucos membros nascidos trouxas da formação original da Ordem e me contou que na época, Lilian teve uma discussão terrível com os pais e eles mudaram para o interior. Sabrina não conseguiu fazer o mesmo… Mas ela é uma bruxa. Nós, bruxos, temos nosso próprio jeito de garantir a segurança de quem amamos. Não é forma mais ética, mas acredito que você entende do que estou falando, afinal, das bruxas da sua idade, é reconhecidamente a mais inteligente. Ninguém da ordem lhe pediria para fazer isso, mas você sabe que é o melhor para eles, Hermione. Para que possam viver em paz....

Me segurei para não soluçar, mas ele tinha razão. É o melhor para meus pais.

— Sei qual feitiço devo usar.

Chegamos a minha casa. Meus pais voltariam em algumas horas. Eu precisava estar preparada.

Agradeci pela carona e desci do carro, antes de sair, comentei:

—Acho que preciso aprender a dirigir, um carro com certeza é mais confortável que uma vassoura.

— Conheço uma excelente instrutora… E pense no convite, Hermione. O Ministério já não é mais confiável , mas depois que tudo passar, precisaremos dos melhores conosco.

Entrei em casa. Desabei no sofá. Eu só queria um minuto de descanso… Agora tinha mais um turbilhão de perguntas para pensar. Respirei fundo e não resisti.  Eu precisava dele aqui comigo. Precisava de Fred. 

Tínhamos prometido que só usaríamos nosso pergaminho para comunicação para uma emergência, mas aquela era uma emergência. 

 

Fred. Preciso de você, agora.

 

No minuto seguinte, lá estava ele. 

Em seus braços, me permiti chorar.

 


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