Full Moon escrita por Miss Serenity Blue


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Vamos fingir que hoje ainda é dia 15 e que eu não demorei pra postar não, né?

Essa fic é bem diferente de tudo o que eu já escrevi... Tentei, da forma que pude, mostrar algo muito profundo do relacionamento de Remus e Tonks.

Espero que gostem! ♥



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Full Moon - The Black Gosths

https://www.youtube.com/watch?v=-bBVdpeeUBM

 

O dia já dava sinais de que logo chegaria ao fim num entardecer colorido de verão, tons de amarelo, laranja, vermelho e rosa pintavam o céu num quadro que só poderia ser composto por um artista muito talentoso.

Do lado de fora da pequena cabana, sentados em duas velhas cadeiras de balanço e segurando uma caneca bem gelada de cerveja amanteigada, Remus e Tonks apreciavam a vista em um silêncio confortável. Suas mãos, entrelaçadas sob o comprido braço das cadeiras, demonstravam um carinho silencioso compartilhado pelo casal. Ali, longe de tudo e de todos, na pequena cabana onde escolheram morar, não era preciso mais do que um simples olhar para demonstrarem qualquer sentimento que estivesse passando dentro de cada um.

Permaneceram assim por um longo período, até o sol ficar pequenininho e quase desaparecer atrás das montanhas. Aquele era o dia e, por maior que fosse o sofrimento que estava por vir (e Tonks podia sentir as mãos do marido transpirarem, uma prova clara do anseio pelo que viria), sabia que o dia seguinte seria sonolento e regenerativo e que, passando por isso, teriam mais um mês até a próxima tormenta: a lua cheia.

Levantando com cuidado e deixando a caneca quase vazia em uma mesinha próxima, Remus olhou novamente para o horizonte à sua frente e de volta para a esposa, que esboçava um pequeno sorriso amoroso. O homem tentou espelhar esse sorriso, mas foi tomado por uma careta, dados os incômodos que já começava a sentir. Seu corpo logo se transformaria.

Muito rapidamente, entrou na cabana para dar um beijo no filho, que dormia tranquilo em seu berço. Ao sair novamente, afagou os cabelos curtos da mulher à sua frente, que agora tingiam um triste tom acinzentado, e deu-lhe um beijo na testa antes de caminhar em direção à floresta. Para a segurança da esposa, fazia questão de caminhar uma longa distância em noites como aquelas.

Na cabana, ainda com a caneca em mãos de uma cerveja que já não beberia mais, Tonks esperava calmamente o tempo passar para que, então, pudesse partir.

Mesmo com o acordo que fizera com o marido muito antes de casarem, no qual ela se comprometia a manter distância da fera na qual ele se transformava em noites de lua cheia, guardava para si a promessa que fizeram no dia de seu casamento e que, em seu coração, era mais forte do que qualquer outra que pudesse intervir - estariam juntos, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, em todos os momentos da vida. Aquele era, com certeza, um momento no qual ela jamais o deixaria sozinho.

Entrou na cabana, vestindo sua capa e pegando sua vassoura, e certificando-se de que Ted estivesse bem aconchegado no seu pequeno berço. Lançou sob o filho um feitiço do sono, que aprendera com Molly Weasley (a única forma de conseguir dormir à noite em meio a tantos bebês ruivos, segundo ela), deixando com ele um espelho de duas faces, pelo qual ela o veria enquanto não estivesse lá, e fechou a porta da cabana, lançando sobre ela um feitiço de invisibilidade e outro de proteção, que deveriam cuidar do pequeno enquanto não estivesse lá.

Quando montou sob sua vassoura, a lua cheia se punha a pico. Ao mesmo tempo, um uivo sofrido soava ao sul. Ele já havia se transformado.

Voou por alguns minutos, procurando qualquer sinal da fera em meio às árvores. Para guiá-la, e ela o sentia em seu coração, o uivo era mais frequente na primeira hora de transformação. Assim, não demorou muito até avistá-lo, os passos pesados sob a pelagem escura, caminhando próximo a um grande lago. Não haviam animais próximos ou qualquer movimentação que o chamasse a atenção, a fera permanecia lenta, atenta ao seu redor, como se buscasse por algo que a fizesse explodir em garras e dentes e adrenalina.

Aproveitou esse momento para olhar pelo espelho, através do qual encontrou o pequeno dormindo tranquilamente. Tudo estava bem.

Ciente de que seus dois amores estavam bem, começou a varredura que levaria a noite toda - monitorar o raio no qual a fera estava, a fim de evitar quaisquer imprevistos. Por mais que a escolha da cabana tenha sido estratégica, no meio do nada, com uma grande floresta fechada a uma distância segura de qualquer vila, Tonks verificava a região em busca de qualquer aventureiro desavisado naquela noite ímpar do mês. 

Foi assim que, ao longo do tempo, lançou feitiços em barracas de aventureiros para deixá-las invisível, assustou a fera para que mudasse seu rumo em noites de maior agitação, evitando que se aproximasse de qualquer vila, por mais distante que fossem e, até mesmo, salvou pequenos filhotes de animais ao longo do caminho. Aquela era a sua sina e ela estava tranquila em vivê-la se fosse por ele.

Quando a lua cheia enfim deu sinais de que iria embora e os pequenos raios de sol começaram a surgir no horizonte, a fera decidiu que era hora de ir embora também. 

Ao perceber que a transformação ocorria novamente, Tonks respirou fundo, aliviada por terem passado por mais uma noite, e voou para casa rapidamente. Precisava garantir uma normalidade antes que o marido enfim retornasse.

Com a vassoura e a capa guardadas, tomou um banho rápido e vestiu um pijama leve. Garantiu que os cabelos não estivessem naquele tom azul de calmaria - sensação que sempre a dominava quando percebia que a noite havia terminado e que o marido estava bem. Para isso, pegou o pequeno Ted no colo e o aninhou junto ao peito, o que lhe causava um efeito instantâneo do mais puro amor que já sentira e garantia ao seus cabelos um tom rosa muito claro.

Com a chaleira no fogo e a mesa organizada de forma simples - duas xícaras sob seus pires, um bolo de chocolate e alguns pães, encostou no balcão da pequena cozinha e ficou olhando para a floresta a fora, Remus logo chegaria.

Ted, com suas pequenas mãozinhas gordinhas, agitado no colo da mãe, se distraía segurando seu cabelo multicolorido. Os pequenos fios nascendo em sua cabecinha de bebê já davam sinais de que seguiriam o mesmo rumo, variando entre um vermelho animado e amoroso e um verde curioso na maior parte do tempo.

Não demorou muito para um Remus exausto entrar pela porta da cabana. Sem camisa, vestia apenas uma calça que, provavelmente, havia se lembrado de tirar antes da transformação. Seus olhos, leitosos e melancólicos, mal se abriam. Sua postura, um tanto corcunda e cansada, demonstravam a grande tempestade que havia se passado dentro de seu ser. Porém, mesmo em meio à tormenta da pós-lua cheia, não conseguiu deixar de esboçar um sorriso de gratidão ao encontrar a esposa e o filho esperando-o.

Sentou-se à mesa e tomou um gole de café. Tonks serviu torradas recém saídas da frigideira, com a manteiga ainda derretendo. Ted, que estava começando a engatinhar, foi, com seu jeito meio desengonçado, até a cadeira do pai e agarrou sua perna, gargalhando logo em seguida.

E, naqueles momentos, apesar da dor intensa em seu corpo e do cansaço que sentia, Remus Lupin sentia-se completo. Pois, mesmo sempre acreditando que a fera jamais o permitiria ter uma vida, ele havia ganhado muito além do que merecia. Ele tinha um lar e uma família que sempre estaria ali.


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Notas finais do capítulo

Ficou pequeno, ficou simples, mas foi com todo o meu coração! ♥
Espero que tenham gostado.

Aguardo os comentários!! ♥



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