Meu Anjo da Guarda escrita por Mrs Kress


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal! Estou muito feliz que estejam gostando da fic e aqui vai mais um capítulo ;*



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A noite já havia chegado e os convidados para a festa de aniversário do Gibby já haviam ido embora, com exceção de Sam que ficou por mais tempo para ajudar os amigos a colocarem as coisas no lugar. Não demorou muito, pois sabia que o casal queria um tempo a sós, sendo assim, quando terminou sua parte se despediu e foi até seu carro que estava estacionado em frente à casa dele.

—Droga – resmungou enquanto tentava dar partida no carro, mas não funcionava – Ótimo horário para me deixar na mão – ironizou e procurou o celular dentro da bolsa. Sem bateria.

Relutante, saiu do carro e estava voltando para a casa do amigo quando encontrou Freddie.

—Ei, está tudo bem? – o moreno parou tirando seus fones.

—Na verdade, não muito, meu carro está com problemas. Ia pedir o telefone do Gibby ou da Carly emprestado para pedir ajuda.

—Talvez eu possa ajudar, se não se incomodar, claro – sorriu fraco de lado.

—Não me incomodo, mas você já estava de saída, não quero atrapalhar – retribuiu o sorriso na tentativa de disfarçar o nervosismo que sentia mais uma naquele dia ao encará-lo.

—Eu só ia correr um pouco, posso fazer isso amanhã... O carro é aquele ali? – Apontou para o Civic cinza estacionado. Sam apenas assentiu e foram até o carro.

Sam entrou no carro e tentou dar partida novamente afim de mostrar ao Freddie o que estava acontecendo. Logo ele abriu o capô do carro e começou a mexer e procurar o possível problema.

—Então... Você sabe consertar carros – a loira se aproximou dele tentando puxar assunto.

—Apenas o suficiente para me virar.

—Isso é bom, nunca entendi muito bem sobre carros – deu de ombros – Mas então, está gostando do restaurante? Carly comentou que você está trabalhando para o Gibby – tentou, mais uma vez, continuar o assunto.

—Sim, sou muito grato a ele pela oportunidade, mas é algo temporário.

—Pretende se mudar daqui?

—Não, mas pretendo começar uma faculdade e arrumar um outro emprego. Já comecei a me preparar para isso.

—Legal, o que quer cursar?

—Engenharia de Computação, sempre gostei muito dessa área, mas... a minha vida não caminhou da maneira correta.

—O que quer dizer com isso?

—Imagino que já deve saber como Gibby e eu nos conhecemos, certo? – Então, pela primeira vez durante a conversa Freddie parou de mexer no carro e se levantou para encará-la.

Sam permaneceu calada por alguns minutos sem saber o que responder. Claro que dessa vez ela se lembrava de toda a conversa com Carly, mas não sabia se faria bem comentar sobre isso.

—Minha mãe me expulsou de casa quando eu tinha 18 anos, mesmo ano em que o meu pai faleceu – o moreno continuou – Ela estava cansada de ter que tomar conta de mim, então se livrou de mim no primeiro instante que pode.

—Vocês não tinham uma boa relação de mãe e filho? – Sam ousou perguntar notando os olhos de Freddie assumirem um tom mais escuro e os músculos do braço ficarem rígidos. Presumiu que talvez tais lembranças ainda o machucassem.

—Quando eu entrei na escola, as crianças costumavam zombar de mim, roubar meu lanche, me bater e faziam algumas outras brincadeiras de mau gosto. Quando completei dez anos, entrou um aluno novo na minha turma, ele era do tipo que colocava medo em todo mundo, por isso, ninguém nunca pensou em mexer com ele. Fizemos um trabalho juntos e viramos amigos, ele via o que os outros faziam comigo e começou a me ensinar como me defender, mas depois de um tempo eu comecei a gostar de colocar medo nos outros meninos na escola, sentia que o poder era meu.

“Minha mãe começou a ser chamada na escola, mas dessa vez, era pra ser comunicada sobre as minhas suspensões, depois sobre as aulas que eu estava matando, sobre os deveres que eu não entregava e pelo mal comportamento na sala de aula, até que no outro ano eu fui expulso. Isso foi a gota d’água para ela, e, então, ela e meu pai resolveram me mandar para um colégio militar em outro país. Não durei três meses lá, me expulsaram na minha primeira tentativa de fuga e por ter brigado com três garotos da minha turma.

Voltei para a casa e minha mãe conseguiu uma vaga em outra escola na cidade. Quando completei 16 anos, encontrei aquele meu antigo amigo, Tyler, ele não estava estudando mais e seus pais também não se importavam com o que ele fazia ou deixava de fazer. Passamos a frequentar bares e festas que só iam pessoas da pesada mesmo. Foi em uma dessas que eu comecei a me envolver com drogas, bebia demais e me envolvia com diferentes garotas a cada dia sem compromisso.

Minha mãe ficava cada vez mais preocupada assim como meu pai e eu me sentia sufocado. Meu comportamento se tornava cada vez mais agressivo e comecei a ficar semanas fora de casa e sem dar notícias, ela chegou a colocar a polícia atrás de mim, o que foi bom nesse caso, porque eu tinha me metido em uma briga de bar e acabei desmaiado em um beco cheio de hematomas. Depois desse dia ela me mandou para um centro de reabilitação longe de casa também.

Fiquei um ano longe de casa, sem drogas, sem bebidas, sem brigas e sem visita. Eu me sentia completamente sozinho, mas consegui ir me recuperando aos poucos. Eu conseguia enxergar as coisas com mais clareza e a entender porque meus pais estavam sempre muito preocupados e que só queriam meu bem, então passei a me dedicar ao tratamento, mas a única coisa que ainda não tenho controle total é sobre as minhas emoções, é algo que eu trabalho até hoje.

Mas enfim, quando voltei para a casa, minha mãe estava desolada e jogou na minha cara que meu pai havia morrido por minha culpa, que o problema de coração que ele desenvolveu era de tanto desgosto que eu tinha dado. Então ela me expulsou de casa aos gritos e nunca mais a vi desde então.”

—Uau – Sam sibilou tentando processar toda a história que havia acabado de escutar. Freddie voltou a mexer no carro – Sua mãe mora aqui em Seattle?

—Não, morávamos em Yakima. Mas nasci aqui e fui criado até meus três anos, nos mudamos porque meu pai recebeu uma promoção no trabalho que exigia a mudança e minha mãe começou a ficar de enfermeira para um senhor de lá.

—Nossa, a sua história é...

—Longa e de alguém que não merece nada de bom? – o moreno a interrompeu.

—Eu ia dizer complicada, imagino que não deve ser fácil contar essas coisas...

—Eu só conto ela inteira para quem eu acho que devo ou confio. Você pareceu confiável e provavelmente vamos nos ver novamente.

—O Gibby sabe disso tudo também?

—Sim, contei para ele no dia que me fez a proposta do trabalho. Ele tinha que saber o tipo de pessoa que estava contratando e que moraria no fundo da casa dele.

—Achei que você não fosse o mesmo Freddie da história.

—Não sou. Mas faz parte de mim. Só posso tentar me redimir daqui em diante, é o que eu mais quero – fechou o capô do carro – Bom, era só um problema com a bateria, você vai conseguir chegar em casa, mas deveria mandar em um mecânico.

Sam entrou no carro e deu partida no carro, não demorou muito para que ele funcionasse.

—Muito obrigada pela ajuda... E, pela história – encarou Freddie pela fresta da porta que estava aberta.

Freddie apenas sorriu de lado. Sam retribuiu o sorriso, fechou a porta e começou a traçar o caminho até seu apartamento.

A história de Freddie continuou ecoando em sua mente pelo resto da noite, por algum estranho motivo, sentiu que ele contava toda a verdade, seu olhar de arrependimento e dor era nítido enquanto ele descrevia os fatos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar me dizendo o que acharam *-*



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