Um mês depois...

O dia do baile beneficente finalmente havia chegado e com ele vinha a ansiedade com um gostinho de esperança para Sam por finalmente se livrar seu tio. Sabia que ele tinha chegado na cidade pela manhã e estava hospedado em um hotel perto do salão que aconteceria o evento.

John conseguiu reunir as provas que precisava para mandar Jack para a cadeia, mas, por via das dúvidas, iria tentar extrair mais confissões do irmão em uma sala separada enquanto os policiais escutassem tudo. Já havia esquematizado como aconteceria.

Sam e Carly passaram o dia todo juntas no apartamento da loira recebendo massagens e logo em seguida, fizeram maquiagem e penteado. Tinham se encarregado de contratar os profissionais certos para aliviarem toda a tensão.

—Oi papai! Emily disse que encontraria o senhor aqui – Sam se aproximou de seu pai que estava em um canto.

O prédio que aconteceria o evento tinha três andares e as três famílias se encontravam no segundo andar para se organizarem e fazerem a entrada como fazia todos os anos, por isso, até o momento entravam pelos fundos. Enquanto isso, os convidados adentravam o salão pelo portão principal e já iam se sentando em suas mesas.

—Oi Sam – abraçou a filha – Você está maravilhosa! – John sorriu observando a filha.

Sam estava usando um vestido tomara que caia preto com alguns detalhes em renda na parte de cima, era um pouco rodado e o decote valorizava bastante seu busto. Usava o colar que ganhou de Freddie e tinha o cabelo preso em um coque.

—Obrigada papai.

—Veio com Carly?

—Sim, ela já está com a família do Gibby – apontou para o centro do salão.

Carly usava um vestido de alcinha longo na cor rosa e seu cabelo estava preso em uma trança de lado. A morena encontrava-se em uma rodinha acompanhada pelos pais de Gibby, seu noivo e o irmão mais novo dele.

—Papai, está tudo bem? – Sam perguntou percebendo o olhar de inquietação do seu pai, sabia que ele estava nervoso assim como ela.

—Vou ficar – forçou um sorriso.

—Boa noite, senhoras e senhores! – uma voz masculina entrou pela fresta da porta que as três famílias estavam – É com grande prazer que damos início ao nosso Baile Beneficente Anual – os convidados aplaudiram por um minuto – Nessa noite contamos com as contribuições das famílias Richards, Gibson e Puckett para algumas instituições aqui representadas. É uma honra recebê-los.

Sam viu Michael Richards se aproximar da porta da qual entrariam no salão principal. Ele vestia um terno azul escuro e estava acompanhado por um casal.

Michael se virou na direção de Sam e John e os encarou por um minuto e acenou.

—... por isso, uma salva de palmas ao Sr. Richards que está acompanhado pelo seu filho mais velho, Connor Richards, e sua nora, Lisa.

Assim, as portas abriram e Michael entrou primeiro no salão principal e depois foi seguido pelo casal. Quando as portas se fecharam, a família Gibson se aproximou pois seriam os próximos.

—... e, agora, uma salva de palmas para o Sr. e Sra. Gibson que estão acompanhados pelos filhos Guppy e Gibby, e, a nora Carly.

A porta principal se abriu novamente e quando os pais de Gibby entraram, Carly se virou para Sam que sorriu como se a encorajasse e logo em seguida eles foram também.

—Sr. Puckett e Samantha podem vir aqui – uma moça loira que segurava uma prancheta os chamou assim que a porta se fechou novamente – Em breve vão chamá-los. Podem entrar assim que abrirem a porta, lembrando da ordem: os pais primeiro e depois os filhos – continuou falando e se retirou.

—Papai, o tio Jack ainda não chegou. Acha que ele desistiu? – Sam perguntou baixo.

—Acho difícil, seu tio...

—Tio Jack acabou de chegar. Desculpem o atraso – Jack interrompeu John.

Ao escutar a voz que há tanto tempo não ouviam, se viraram, Jack usava um terno cinza claro e esboçava um sorriso de diversão no rosto. Sam sentiu um arrepio percorrer por sua espinha e causando-lhe uma sensação ruim e viu que seu pai assumiu uma expressão mais séria e rígida.

—Senti saudades – Jack se aproximou ainda com o sorriso de diversão no rosto – Se me dão licença, acho que entrarei ao seu lado, irmão – Passou por Sam e ficou ao lado de John.

—Tivemos uma pequena mudança de planos esse ano – John estendeu a mão para Sam que a pegou logo em seguida.

—... por fim, uma salva de palmas para o Sr. John Puckett acompanhado por sua filha Samantha e para o Sr. Jack Puckett.

A porta principal abriu novamente e em um movimento rápido John puxou Sam que ficou ao seu lado e eles entraram no salão principal. Jack foi logo atrás.

E então, passaram ao lado do senhor que anunciava tudo e desceram pelas escadas que tinha ao lado. Quando terminaram de descer, Sam notou que segurava a mão de seu pai mais forte do que o normal, percorreu o olhar pelo salão e encontrou Freddie na mesma mesa que Brad e Wendy. Sorriu ao vê-lo e o moreno retribuiu.

Um garçom passou por eles e entregaram uma taça de champagne a cada um, assim como fizeram com as outras famílias. Jack pegou sua taça primeiro, depois John que estava entre os dois, e, por fim, Sam. Ela encarou a taça por alguns segundos e depois ousou olhar para seu tio, ele ainda permanecia com o mesmo sorriso divertido de quando chegara. Tomou um pouco da taça no rumo de Sam como se estivesse fazendo um brinde de longo e piscou com o olho direito.

A loira desviou o olhar rapidamente e se permitiu ser puxada pelo seu pai até a mesa que haviam reservado para sua família. E, claro, Jack também os seguiu, afinal de contas, jantariam na mesma mesa.

—Essa noite vai ser bem interessante – Jack falou assim que os três se sentaram na mesa e bebericou um pouco de sua taça.

—E muito longa, com certeza – Sam falou baixinho para que ninguém a escutasse.