She escrita por Mavelle


Capítulo 38
Epílogo - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi!
Voltei com a primeira parte do epílogo, ou seja, já em clima de despedida... mas não fiquem tristes! Fora a parte 2 do epílogo no sábado, vou postar um extra Pheloise na quinta (a Antonia já tinha pego esse spoiler kk) Vai ser postado na mesma história que está o extra Polin, então coloca pra acompanhar ouuu me segue no twitter @mavelledejour que eu sempre divulgo por lá
É isto, espero que gostem do epílogo!

Beijos,
Mavelle



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8 meses depois…

O mês de dezembro chegou, trazendo consigo as festas de fim de ano, mas, antes disso, duas datas importantes para Benedict e Sophie. Primeiro, o aniversário de um ano de namoro no dia 12/12, porque, apesar de só terem assumido que estavam namorando em fevereiro, os dois consideram que estão juntos desde que se beijaram de novo. E, sim, estavam desconsiderando o mês e meio que tinham passado separados. Os dois reconheciam a existência daquele mês (quase dois meses, na verdade), mas simplesmente ignoravam e o incluíam na sua contagem. 

Não é como se qualquer um dos dois tivesse seguido em frente durante aquele tempo, nem física nem mentalmente. 

E depois, o aniversário de dois anos que eles tinham se conhecido, no dia 19/12. No ano anterior, apesar de ambos terem se lembrado da data, não fizeram nada. Tinham ficado pela primeira vez uma semana antes, então seria meio estranho dizer “ei, lembra que a gente transou loucamente um ano atrás? Pois é, bons tempos”, quando ainda não tinham voltado a esse ponto. 

Mas, desta vez, não havia nenhum impedimento para a comemoração. 

Exceto que Benedict não estava em casa no dia. Teve de viajar porque a Lady in Silver seria exposta na Alemanha (!) e tinha que fechar uns últimos detalhes com a dona da galeria em que ficaria exposta. Como a viagem só duraria dois dias e Sophie estava na última semana do curso de francês, ele foi sozinho. Então não conseguiu não sorrir quando chegou em casa e a encontrou vestida quase exatamente como naquela noite. 

Sua noi-Sua namorada.

Ele a adorava.

Se ainda tinha qualquer dúvida sobre isso, elas tinham se acabado durante aqueles oito meses morando juntos. Ele estava morando sozinho há bastante tempo e, por isso, sabia que provavelmente teriam um pouco de atrito no início, mas só precisaram de umas três semanas para se acostumar e também montar uma rotina. E, por Deus, ele amava ter uma rotina com ela.

Amava tudo sobre ela, na verdade. Amava que ela tinha aprontado aquela surpresa para recepcioná-lo, mesmo estando ocupada com a última semana do seu curso.

— Se eu soubesse que você estaria me esperando assim, teria voltado mais cedo. - ele disse, já abandonando sua mala ao lado da porta.

— Quer dizer que valeu a pena voltar para casa pela vista? - ela perguntou, se aproximando dele. 

— Não só pela vista. - ele a beijou e passou os braços por suas costas, a abraçando e a mantendo perto de si. - Sua voz é música para os meus ouvidos.

— Jura? - ela passou as mãos pela nuca dele. 

— Umhum. O gosto da sua boca na minha… - ele a beijou de novo, explorando sua boca com a língua. - …é melhor do que qualquer comida. O seu cheiro… - ele disse, cheirando o seu pescoço e depois o lambendo, o que fez Sophie arfar e se segurar nele com mais força. - …seu cheiro é como uma droga. E a sensação de te tocar… eu não trocaria isso por nada no mundo. 

— Sim. - ela disse simplesmente. 

— Sim para que? 

— Qualquer coisa que você pedir. - ela o abraçou com um pouco mais de força e cheirou o pescoço dele. - Nossa, como eu estava com saudade disso. 

— Foram só dois dias. - ele disse, apesar de se sentir do mesmo jeito. 

— Eu sei. - ela se afastou um pouco e o olhou nos olhos. - Se tornou estranho dormir sem você. 

Benedict a beijou novamente.

— Não precisa mais dormir sem mim. Feliz aniversário pra nós. 

— Feliz aniversário. 

Agora era o último dia do ano e eles estavam em Brighton para comemorar o ano novo, o que era engraçado para Benedict. Da última vez que tinha estado lá, tinha desejado que Prata tivesse um feliz ano novo, e agora Sophie estava sentada entre suas pernas e com as costas apoiadas no seu tronco enquanto esperavam a virada do ano. Ele não pôde deixar de sorrir ao pensar naquilo. 

Além disso, muita coisa tinha mudado na família desde aquele ano novo. Ele tinha reencontrado Sophie e agora eles moravam juntos, assim como Colin e Penelope. Daphne e Simon tinham se casado, anunciando no Natal que estavam esperando o primeiro filho, e Anthony e Kate também estavam casados, já tendo aumentado a família com Edmund. Neste ano, Francesca (ele estava definitivamente ficando velho) estava passando o ano novo na casa do namorado, já que John e Michael tinham passado o Natal com eles, e Edwina tinha decidido passar o ano novo em Dublin com alguns amigos, então a distribuição de quartos tinha deixado cada casal com um e o maior para Violet, Eloise, Gregory e Hyacinth. 

Tinham se divertido a maior parte da noite e agora, mais uma vez, se dividiram em grupos para ver a passagem de ano: Anthony, Kate, Lottie, Edmund, Daphne e Simon; Colin, Penelope, Eloise e Gregory; Violet e Hyacinth; e ele e Sophie um pouco mais próximos da casa que o resto deles.

Normalmente, teria se juntado à sua mãe ou a Colin e Eloise, mas não naquele dia. A divisão tinha sido quase orgânica: Kate sentou com Lottie (tinha alguma coisa sobre o ano novo que a deixava ainda mais ligada nela), Anthony sentou com elas e Daphne sentou perto deles porque estava com Edmund no colo, e onde Daphne fosse, era onde Simon estaria; Colin, Penelope e Eloise eram um trio e Gregory estava interessado na conversa porque eles estavam trocando histórias da faculdade; Hyacinth ia se sentar com eles, mas Violet a chamou de lado e disse para sentar com ela. 

Se elas duas estivessem sentadas sozinhas, seria menos estranho para Benedict e Sophie se sentarem sozinhos, e ele precisava estar sozinho com ela para o que estava planejando. 

— Amo ver esse sorrisinho bobo no seu rosto. - Sophie disse, virando para ele. 

— Não quer saber a causa? 

— Hm… por que você está com esse sorrisinho? - ela perguntou, um sorriso brincando nos seus lábios. 

— Porque eu estava lembrando que, dois anos atrás, eu estava aqui nessa mesma praia pensando em você e secretamente agradecendo por ter passado aquela noite com você porque tinha tido a ideia para a exposição, e agora você está aqui comigo. - ele a apertou contra o peito. - Eu te desejei um feliz ano novo.

— Sério? - ela estava definitivamente surpresa. Seus olhos marejaram quando ele assentiu. - Eu te desejei um feliz ano novo. Também estava numa praia, mas no Norte da França, aí olhei para o Canal e disse. 

Ele sorriu para ela. 

— Nós somos esquisitos. E bobos apaixonados e emocionados. 

Ela sorriu de lado.

— Um tantinho, mas eu achei fofo que você me desejou um feliz ano novo mesmo eu estando do outro lado do Canal. 

— Eu não sabia que você estava lá. Só dei sorte, eu acho. 

— Você é mesmo sortudo. 

— Eu sou, não sou? - ele deu-lhe um beijo na têmpora e depois suspirou. - Esse foi um ano e tanto.

— Foi mesmo. No momento, eu só estou me sentindo grata por estar aqui com você depois de tudo o que aconteceu. - Sophie respondeu, passando a mão pelos braços dele, que ainda a abraçavam. - Foi um ano incrível e transformador e eu sei que é apenas o começo. 

— Sim. É só o começo, mas não podemos negar que aconteceram coisas demais esse ano. Qual foi sua coisa favorita? 

Ela parou para pensar por um momento.

— Foi eu ter me apaixonado por você. Pensei em dizer que foi o momento em que vi que você estava bem naquela noite, que se seguiu pelo pior momento da minha vida. Depois pensei em dizer que foi termos começado a morar juntos, mas isso não teria acontecido se eu não tivesse me apaixonado por você. Nada desse ano teria acontecido se não fosse por isso. E pra você? 

— Foi ter podido te conhecer de verdade. Nem sei se já te disse isso, mas comecei a me apaixonar por você naquela noite em que nos conhecemos, dois anos atrás. E o que eu descobri é que aquele sentimento inicial nem se compara ao que comecei a sentir depois que passei a te conhecer de verdade. Eu me apaixonei pela mulher mais gentil, incrível e linda do mundo. Uma mulher que sempre faz careta de dor quando alguém conta uma história em que alguém se machuca, coisa que ela acha ridícula, mas que, para mim, é apenas mais uma das muitas razões pelas quais eu a amo. Ela diz que não me merece, mas sou eu que não sei o que fiz numa outra vida para merecê-la. E eu acredito que devo ter feito algo de muito certo para ser recompensado com o amor dela. 

— Ben… - ela tinha lágrimas nos olhos.

— Você é o amor da minha vida. - ele disse, segurando seu rosto entre as mãos e olhando nos olhos dela. - Eu estava destinado a te encontrar e a me apaixonar por você, o que começou a acontecer ainda naquele dia. Sempre que paro para pensar em quão perto eu estive de não estar lá naquela noite, eu agradeço aos céus por ter ido. Enquanto entrava no táxi, pensei em fingir uma dor de cabeça e voltar para casa, mas algo me disse para ir. 

— Se não naquela noite, nós teríamos nos encontrado de algum outro jeito. Era para termos nos conhecido na faculdade e aí já estaríamos juntos há dez anos, mas o destino teve outros planos. 

— É. O caminho até onde estamos hoje não foi fácil e definitivamente não foi bonito, mas eu me orgulho da nossa história.

— Eu também. Eu editaria algumas partes, mas me orgulho do caminho que trilhamos desde o início até hoje. 

— Definitivamente, eu editaria o mês separados. E o sequestro. Mas esses dois eventos foram só um fragmento desse ano incrível que passamos juntos. - ele parou um momento e Sophie ia dizer “espero que tenha sido o primeiro de muitos”, quando viu que ele estava com uma caixinha na mão, que abriu para revelar um anel de ouro com um diamante num corte oval. Ela não teve outra reação que não buscar por ar. - Eu sei que é meio cedo, mas eu não tenho dúvidas. - E nem eu, ela pensou, mas não conseguia tirar a surpresa do rosto. Não acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo. - Sophia Maria Beckett, minha Soph, minha Prata, quer casar comigo? 

— Sim! - ela disse, se controlando para não gritar a palavra e beijando-o uma vez. - É claro que sim! - ela estava animada, mas, enquanto ele se aproximava para beijá-la mais uma vez, ela se lembrou de um detalhe e o parou. - Ben, você tem certeza? 

— Como assim? 

— Você tem certeza de que quer casar comigo? Eu nunca te contei tudo o que eu fiz… 

— Eu não me importo. - ele disse, acariciando o rosto dela com a mão. - Eu prometo respeitar os teus segredos até que você decida que quer que eles deixem de ser seus e se tornem nossos e prometo respeitar se você decidir mantê-los seus para sempre.

Sophie colocou a mão sobre o coração dele, que logo fez questão de cobri-la com a sua. 

— Eu te amo. - ela disse, simplesmente, e sentiu o coração dele acelerar por baixo de sua mão, coisa que a fez sorrir. Saber que aquelas três palavrinhas ainda faziam o coração dele acelerar por serem um reflexo do que ele mesmo sentia, mesmo que dormissem e acordassem juntos todos os dias, era algo que a fazia feliz. Saber que podia proporcionar aquela felicidade para ele era incrível. - Por muito tempo, eu não acreditei que fosse encontrar o amor. Não achava que combinava com a forma como eu vivia, e ainda acho que realmente pode não combinar, mas estava simplesmente resignada ao fato de que passaria a vida sozinha. E tudo bem se fosse assim, sabe? Eu não achava que precisava de ninguém, mas quando eu te conheci, as coisas começaram a mudar para mim. Eu percebi que eu não precisava de alguém, eu precisava de você. Precisava de você na minha vida para me ajudar a perceber que eu não preciso ficar sozinha o tempo inteiro. Sempre abominei a ideia de me apaixonar porque achava que isso ia me deixar dependente de alguma forma, mas a verdade é que eu gosto de ter você. Gosto de ter alguém com quem eu possa partilhar a vida e fazer planos para o futuro. Alguém com quem posso ser completamente honesta e que não vai me julgar ou pensar menos de mim, mesmo enquanto eu falo das piores coisas que eu fiz, de tudo o que eu tive que fazer ao longo desses anos. Eu amo que você é essa pessoa. Amo que você é a pessoa que eu amo. - agora os olhos dele tinham se enchido de lágrimas também. - E mal posso esperar para passar o resto das nossas vidas tentando demonstrar isso.

A única resposta de Benedict a isso foi beijá-la.

— Posso? - ele perguntou, segurando a caixinha aberta e indicando a mão dela. 

Ela simplesmente assentiu, com um sorriso gigante no rosto, e Benedict deslizou o anel pelo dedo anelar da mão esquerda dela. Então levou a mão dela aos lábios e a beijou. Nesse momento, o primeiro fogo de artifício estourou no céu, marcando o início de um novo ano. 

— Feliz ano novo, Ben. Que seja o primeiro de muitos. 

— Muitos é? - ele levantou uma sobrancelha, sorrindo para ela.  

— Muitos. Agora que você pediu já era, tá preso comigo até o fim.

— Não parece algo ruim. - ele a beijou. - Feliz ano novo, meu amor. 


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