Invisible String escrita por airotivs


Capítulo 2
Ophelia


Notas iniciais do capítulo

Eii, capítulo 2 postado, espero que gostem ;)
O próximo será postado, provavelmente, na semana que vem.



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OPHELIA

Oh, Ophelia 
You've been on my mind girl since the flood 
Oh, Ophelia 
Heaven help a fool who falls in love 

 

Visitas à Hogsmead eram sempre um dos melhores dias para Lily Evans. Aquela visita, em outubro de 1976, no entanto, não poderia ser descrito como o ponto alto daquele ano. Em primeiro lugar – e é importante esclarecer esse fato – Lily era uma romântica incurável, daquelas que ouvem Elton John e fingem que estão em um filme. Por isso, é de se entender seu desapontamento quando, na primeira saída do castelo naquele ano, a ruiva se via desacompanhada. Não a entendam mal, Evans nunca foi realmente namoradeira e, no entanto, sempre adorou a ideia de ir a encontros em Hogsmead, gostava de lanchar no Madame Puddifoot, comprar bugigangas na Zonko’s e, quando o sol já estava se pondo, gostava de voltar para o castelo e se inclinar para perto do seu acompanhante, aproveitando a visão que apenas aquele local poderia lhe proporcionar. Como disse, uma romântica incurável. Em segundo lugar – mas não menos importante – se encontrava o fato de que, especialmente naquele dia, receberá um convite, o qual inocentemente aceitara, de passar o dia com Marlene. Deveria saber, entretanto, que o encontro com a loira seria acompanhado por 4 outros rapazes, também do mesmo ano que ambas. Novamente, espero que não a entendam mal. Lily, atualmente, não tinha fortes opiniões contra James Potter nem Sirius Black, tampouco poderia dizer algo ruim a respeito de Remus Lupin e Peter Pettigrew. A verdade era que, curiosamente, sentia-se sempre desafiada quando na presença de Potter. Os comentários sarcásticos – e talvez um pouco inapropriados – e o sorriso solto e alto a desconcertavam, quase como se a impelisse a fazer ou dizer algo que normalmente não faria. E lily estava muito bem se mantendo em sua zona de conforto, obrigada!  

Agora, era aqui que as coisas começavam a ficar um pouco mais complicadas. A ruiva aguardava a Mckinnon, juntamente com seus quatro acompanhantes, no Três Vassouras, enquanto encarava sua go-go boots de cor branca. Quando levantou o rosto, conseguiu perceber cinco figuras se aproximando, um sorriso gentil surgiu em seu rosto. 

— Lily Evans, não consigo acreditar que tivemos a honra de sua presença nessa tarde ilustre. — Cumprimentou Black, usando de um modismo extravagante, responsável por tirar uma pequena risada da ruiva. 

— É, bem... espero que não me decepcionem. – Disse Evans, dando um leve aceno para cada um dos presentes naquela roda. 

— Ah, não iremos, te garanto. – Foi a vez de Potter intervir, balançando uma garrafa grande, a qual Lily conseguiu distinguir como sendo Whiskey de fogo. Ótimo. Era extremamente fraca para bebidas, dois copos e estaria revelando todas as situações constrangedoras que normalmente guardava para si. 

— Eu nunca. — Remus explicou, percebendo a leve confusão que se estampava no rosto de Lily. 

— Eu nunca? — Devolveu a ruiva, ainda incerta com o que acaba de ouvir. 

— Sim, cada um de nós fala algo que nunca fizemos, ai, quem tiver feito essa coisa, tem que dar um shot de whiskey. Simples e eficiente. Com sorte, veremos Marls e Padfoot bêbados nas primeiras 5 perguntas. - Disse Potter, recebendo olhares não tão satisfeitos dos amigos. 

— E você aceitou jogar essa palhaçada às duas da tarde? - Lily perguntou a Remus, o único bruxo (semi) são daquela roda. 

— Bem, o que não mata te faz mais forte, certo? - Argumentou o moreno, revelando seu natural sorriso misterioso.  

Lily apenas deu de ombro e, resignada, assistiu enquanto Peter pegava 6 copos pequenos e enchia-os com a bebida amarronzada.  

— Certo, vamos começar! - Marlene interviu, batendo palmas animadamente enquanto passava os olhos por seus amigos. 

...    

Lily teria que, infelizmente, admitir que Potter estava certo. Pouco se passava da quinta pergunta e Marlene e Sirius, os quais haviam bebido em todos os “eu nunca” anteriores, já estavam alcoolizados. A ruiva não poderia, entretanto, dizer que estava realmente surpresa – afinal conhecia “a vida e as aventuras” que os dois costumavam se meter. E não eram poucas, diga-se de passagem.  

— Eu hm... eu nunca beijei alguém da mesa. - Lily disse, se embolando levemente nas palavras.  

Nesse momento, apenas Sirius e Marlene beberam o conteúdo em seus copos. Novamente, Lily não poderia dizer que estava realmente surpresa. O casal de amigos passavam tanto tempo juntos que, quem não os conhecesse, poderia confundi-los por namorados. Entretanto, como nunca ouvira nenhum tipo de confirmação por parte de nenhum dos dois, assumira que era simplesmente especulação. Fez uma anotação mental para comentar o fato com Marlene assim que chegasse no dormitório da grifinória. 

Algumas doses depois, não havia um sequer na roda que se encontrava realmente sóbrio. E, como todo grupo de adolescentes semi conscientes, os seis grifinórios resolveram retornar ao castelo. 

Seria mentira de Lily se ela dissesse que não havia notado que Potter havia desacelerado o passo, permitindo que os dois andassem lado a lado. 

— Bom, você deve admitir que essa não foi a pior tarde da sua vida. - começou o moreno, dando um leve sorriso de lado para a ruiva.  

Se fosse um ano antes, Lily provavelmente devolveria o comentário em forma de uma resposta sarcástica e – talvez – um pouco grosseira. Mas aquele ano as coisas pareciam um pouco diferentes. Ainda que se exibisse diariamente com sua vassoura de última geração, a ruiva podia perceber uma mudança sutil, e bastante considerável, no moreno. O garoto havia deixado de lado a estranha necessidade de entrar em todo tipo de confusão possível, conseguira o posto de Monitor Chefe – e, para a surpresa da ruiva, estava se saindo curiosamente bem (não obstante ela acreditar que o menino tinha maneiras informais de descobrir quais eram os alunos que estavam fora da sala comunal após o toque de recolher) - e, ainda, parara de azarar o (ex) melhor amigo de Lily, o que quer que aquilo ainda significasse para a ruiva. Por isso, a menina fez uma anotação mental de dá-lo um voto de confiança. 

— Suponho que não. Ver marlene e sirius bêbados não é um entretenimento de se jogar fora.  

— A senhorita também não me parece realmente sóbria. - Continuou o garoto. Lily apenas deu de ombros, não negando a afirmação, tampouco a confirmando 

— Posso te perguntar uma coisa? - Indagou Potter após alguns minutos caminhando em silêncio. Sua voz possuía um tom hesitante. 

— Ah, pelo amor de Merlin, não me diga que vai me convidar para sair de novo. - Disse Lily, exasperada. O comentário foi responsável por retirar uma gargalhada de James – uma gargalhada que Lily pensou ser realmente adorável e, entretanto, culparia o álcool por aquele pensamento. 

— Alguém está se sentindo muito confiante, hum? - Brincou o moreno – Na verdade, não, não vou te chamar para sair de novo. Eu bem... Por que é que você me odeia tanto? Quero dizer, sei que não sou a pessoa mais agradável do mundo, mas... você nunca pareceu desprezar sirius, por exemplo.  

— Eu não te odeio. - Respondeu Lily, após passar alguns minutos ponderando a melhor resposta. - Ódio é uma palavra muito forte, acho, separo ela apenas para um grupo seleto de pessoas. Mas bem, não tenho uma resposta certa para sua pergunta. Não era apenas com sev... quer dizer, com Snape que você era desagradável... Você nunca me deu um motivo real para gostar de você. Mas eu não te odeio. 

— Acho que faz sentido – Disse o menino, ainda que um pedaço do seu coração - o qual eles decidira ignorar desde o momento que pusera os olhos em Lily naquele dia – houvesse afundado um pouquinho com aquela resposta. Ela não o odiava, certo. Mas aquilo não parecia ser realmente algo positivo.  

Durante o resto do caminho, ambos permaneceram calados, porque não havia muito o que poderia ser dito.   

Novamente, é válido apontar o papel do destino na vida de Lily Evans e James Potter. Lily sempre pensou que, quando conhecesse o amor da sua vida, o reconheceria de cara. Pensava que teria uma vida comum. Pensava que teria uma excelente carreira como professora de poções. Pensava que teria uma coluna no profeta diário, onde escreveria seus breves contos. Não pensava, entretanto, que casaria com alguém que, durante muito tempo, havia optado por não respirar o mesmo ar. Não pensava que seis meses seriam suficiente para se apaixonar perdidamente por uma pessoa. Não pensava que uma única ação sua desencadearia num acontecimento, no dia 31 de outubro de 1981, que alteraria a história de gerações de bruxos. E, se o universo pudesse conversar com Lily Evans, diria que aquela conversa com James Potter, aparentemente inofensiva e simples, teria um efeito desastroso, ainda que construtivo, no futuro da ruiva. Aquela conversa, aparentemente inofensiva e simples, que permitira, ainda que inconscientemente, que Lily abrisse um espaço para James, um espaço para conhecê-lo melhor. Porque, como apontado duas vezes nesse texto, Lily era romântica e, portanto, era da sua natureza oferecer segundas chances para as pessoas, ainda que estas não fossem realmente merecedoras. Fizera isso com Snape, até ele a desperdiçá-la, e faria isso com Potter. 


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Notas finais do capítulo

Novamente, quem quiser adicionar algum hc será muito bem-vindo (ajude uma fanfiqueira a montar essa história - muito longa por sinal)
Outra pergunta, vocês preferem capítulos longos (que tenham mais de um acontecimento), e que demorem um pouco mais para serem feitos, ou preferem capítulos mais curtinhos, que possam ser feitos mais rápidos e que concentrem em um acontecimento específico?



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