Chamas Azuis escrita por Naty Santos


Capítulo 4
A Ressonância de Naru




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A lua já estava maravilhosamente brilhante no céu. Era uma noite de lua cheia. Naru e Aiger já se encontravam na escola, o local estava deserto. 

Aiger andava na frente e Naru atrás. Até que o rapaz parou, e se pronunciou, sem olhar para sua irmã gêmea:

 

— Por que está fazendo isso? - Aiger questionou, ainda sem olhar para ela.-

 

— Como assim? - Indagou Naru.-

 

— Você nunca demonstrou interesse nenhum em ser uma Blader. - Aiger respondeu.-

 

— Eu não acreditava que era capaz, mas o Lui Shirosagi... Ele acredita em mim! - Naru disse, sorrindo.-

 

— Naru, eu te conheço. Você gosta de coisas de menininha. Achei que iria tentar carreira musical... Antes de eu me tornar um Blader, eu não sabia o que ia ser da vida. Mas naquela época você já sabia. Lembra? Você escrevia músicas, cantava toda hora! Por qualquer coisa. Essa é você. Uma menininha que gosta de cantar, tipo aquelas princesas irritantes dos desenhos que você gosta! Mas parece que você deixou isso para trás. Por que? Pelo beyblade? Sendo sincero - Aiger respirou fundo.- Você não é habilidosa fisicamente! 

 

— O que? - Falara Naru.-

 

— Você se cansa fácil. O Lui vai desistir de você rapidinho quando notar. E eu não quero que passe por isso. Melhor deixar isso para lá, Naru. Você já é ótima como é! - Aiger dissera, ainda de costas para ela.-

 

Naru abaixou a cabeça, tristemente:

 

— Nós podemos até ser irmãos gêmeos, mas somos muito diferentes. Pensa bem, Naru... Eu vou ir dormir. Boa noite maninha. - Aiger seguiu caminho para sua barraca.-

 

Naru nada disse, pois se ela se pronunciasse novamente Aiger iria notar sua voz de choro. Naru foi para o seu quarto, quando entrou, se apoiou na porta fechada, escorregando gradativamente, até se sentar no chão, e levar suas mãos ao seu rosto molhado pelas lágrimas. 

Ela sempre apoiou seu irmão, acreditava nele firmemente, cria que ele podia fazer o impossível. Sempre foi otimista. Mas Aiger era mais realista. E o doloroso era o fato de que ele não mentiu ou errou com suas palavras. Tudo era verdade. Mas o que ele não sabia, era que Naru passou a amar o beyblade tanto quanto amava a música. Era um esporte místico de grande poder. Era fascinante. Mas ela nunca acreditou que seria capaz de empunhar um bey. Mas, a crença de Lui nela, a fez ousar pensar que talvez, ela fosse capaz. Mas Aiger, com suas palavras a colocou em seu lugar. Ela não era mesmo atlética. Outrora ela não se importaria, mas, agora, isso doía muito. 

Naru chorou amargamente. Até que enxugou as lágrimas, e decidiu pegar um ar fresco. Foi até o local onde a lenda, Valt Aoi, treinava. Subiu as escadas, e logo se encontrava lá. 

Sob o céu estrelado, sentindo a brisa fresca da noite. 

Naru, se sentou no banco, olhando para a arena em sua frente:

 

— Todo mundo tem o seu papel

Mas alguns jamais irão brilhar

Neste céu

Não sei se mereço a glória

É o que a história diz

Mas eu fico esperando

 

Sei que é preciso acreditar

Que sua hora sob o refletor

Vai chegar

O meu coração não entende

Que não é a minha vez de entrar

Nos bastidores vou ficar

 

É minha vez

Mas fico esperando

Eu me esforcei

Mas sigo esperando

Enquanto os outros vão batalhar

Nos bastidores vou ficar

 

Eu quero ouvir meu coração

Mas minhas chances num instante se vão

Querem me deixar de lado

Vou fingindo que não vai doer

Só que dói, e como dói!

 

Eu não vou chorar

Eu fico esperando

Mal vão notar

Que sigo esperando

Quero gritar!

 

Mas vou esperar

Nos bastidores vou ficar

 

Naquele momento, Naru desistiu de si mesma. Lágrimas voltaram a escorrer pelo seu rosto. Ela pegou seu bey, e no momento que o olhou, ele brilhou e a envolveu em sua áurea azul celeste. Ela o viu novamente.

Em um branco sem fim, se encontrava apenas Naru e Kirin Nirik:

 

— Você tem tudo que precisa, Naru! - Kirin lhe disse.-

 

— Eu não tenho, eu não consigo, eu só sei cantar! Eu sei algumas coisas de beyblade, mas eu não tenho nenhuma habilidade. - Naru confessou, em meio às suas lágrimas.-

 

— Então cante! - A criatura sorriu.-

 

— Cantar? - Naru não entendia o que aquilo significava.-

 

— Presa numa torre

Sem poder sair

Tudo isso pra te proteger

E o pior de tudo é admitir

Se existe uma culpada é você

Tanta coisa pra viver, o mundo a explorar

A chance apareceu, você já percebeu

 

É o seu momento de agir

Você precisa se libertar

Ninguém mais agora vai dizer o seu lugar

Ninguém mais decide quem você vai ser

Assuma seus talentos, esse mundo é seu

O seu coração vai te guiar

Pra se libertar

 

Sempre enrolada em preocupações

Numa vida que não escolheu

Teste seus limites, use os seus dons

Tudo o que você já aprendeu

Ninguém mais te diz o que fazer ou o que falar

Agora é com você

Só tem que acreditar

 

O seu cabelo vai voar

Você também vai ser libertar

Ninguém mais decide por você

O seu lugar

É escolha sua o que vai fazer

Já vejo suas asas

Nada a te impedir

Essa é sua hora de voar

 

Pra se libertar

 

Kirin Nirik cantou, e Naru sentiu que sua ressonância se tornou mais forte.

Naquele momento, tudo voltou ao normal. 

Naru se encontrava encarando o céu estrelado. Ela olhou novamente para seu bey, em sua mão. Ele brilhou, fazendo Naru sorrir.

 

...

 

Eram exatamente 04:00. Naru se levantou da cama, animada, sorridente. Foi imediatamente se aprontar para o seu primeiro dia de treinamento.

A garota tomou um achocolatado, e comeu alguns sanduíches de patê de frango. Ao terminar de se alimentar, ela banhou-se. Após um longo banho relaxante, ela passou um creme perfumado em seu corpo, Naru queria garantir que o suor não iria deixá-la com um odor desagradável. Em seguida a garota escovou muito bem os dentes. Vestiu uma roupa de ginástica. Que valorizava ainda mais as curvas de seu corpo escultural, porém, a roupa não era vulgar, mas decente. Com cores neutras, preta com alguns detalhes acinzentados. 

Escolheu uma boina de sua coleção, da mesma cor da roupa e do tênis. Não fez maquiagem alguma, raramente Naru se maquiava, e na realidade, ela nunca precisou. Sua pele era perfeita, seus lábios rosados, e os olhos delineados. 

Naru já estava pronta, e apesar da roupa ser simples, a beleza natural da garota, a tornava lindíssima. 

Ela pegou sua bolsa, onde se encontrava tudo que ela precisaria, como seu bey, e até mesmo, coisas desnecessárias.

Naru chamou um Uber, e foi para o centro de treinamento de beyblade. 

A jovem ainda estava insegura, mas ignorava sua insegurança, pela decisão de pelo menos, tentar. Era importante demais para ela, ela não iria dar as costas sem ao menos se dar uma chance de tentar. 

Naru estava animada, e em uma felicidade extrema, pelo simples fato de que iria ver e treinar com Lui Shirosagi. Seu coração batia insanamente.

Quando o Uber chegou no local, Naru pagou o motorista, e saiu do carro. Desta vez o lugar estava vazio. Faltavam ainda 6 minutos, para o horário combinado. 

Eram 4:58 quando Lui Shirosagi chegou. 

Lui olhou para Naru, notando sua decência e sua simplicidade. E mesmo assim, ela estava absurdamente bela, e realmente atraente. Lui suspirou, corando levemente, mas se compôs. Caminhou até ela. Naru sentia que seu coração iria explodir:

 

— Oi-oi! - Naru falara, um tanto nervosa.- 

 

— Vamos treinar, garota! - Lui Shirosagi dissera, tentando parecer indiferente.- 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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